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TOMÉ-AÇU/PA
JANEIRO/2019
JAMYLLE TELINO NOGUEIRA ROCHA
LEIDIANE SILVA DOS SANTOS
TOMÉ-AÇU/PA
JANEIRO/2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca Universitária Tomé-Açu
_________________________________________________________________________________
R672a Rocha, Jamylle Telino Nogueira
52 f.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________
Prof.ª Dra.
Orientadora
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA
___________________________________________________
Prof.ª M.Sc. João Paulo Borges de Loureiro
Universidade Federal Rural da Amazônia - UFRA
___________________________________________________
Engenheira Ana Júlia Amâncio da Silva
Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará
Dedicamos este trabalho aos nossos pais,
familiares e amigos pelo absoluto apoio durante
toda essa etapa, sendo fundamentais para a
realização desse objetivo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente ao meu Deus, pela sua infinita graça, pela força
concedida ao longo dessa jornada, e por ter me permitido concluir essa tão desejada
etapa em minha vida.
Agradeço à turma de ADM 2015 pela parceria, em especial aos grandes amigos
que a UFRA me deu, Mylle, Cris, Vanessa, Carlos e Berg, quero vocês para toda a vida.
Aos meus pais, Antonielza Telino Nogueira Rocha e James Silva Rocha, pelo
amor, respeito, apoio, ensinamentos e auxílio, sou majestosamente grata, amo muito
vocês.
Agradeço ao meu grande irmão, Jamerson Telino Nogueira Rocha, pois em sua
total paixão e dedicação por sua profissão, fisioterapeuta, e por seu caráter, tornou-se
um grande exemplo para mim, me ajudando a não desistir nunca de alcançar meus
objetivos. A você meu irmão, GRATIDÃO!
E por fim, agradeço especialmente a minha grande parceira, amiga e irmã, Leidi,
por sua personalidade, caráter e postura profissional e em sociedade, para mim és uma
aluna exemplar, tenho muito orgulho de você, e por tais motivos não poderia deixar de
passar mais um “sufoco”, essa etapa acadêmica primordial para nossa formação.
Fish farming, a process by creation of fish, can happen in different structures and
cultivation methods, has gained more and more space in the market. This activity has
been demonstrating this economic relevance. As a consequence of this factor, the interest
of small and medium producers have arisen, since the activity does not require large
extensions, nor high investments for its implantation, favoring good profitability and rate
of return. Thus, the present research had as objective to check a study to attest the
economic viability of the fish culture in the mode of dug tank of a producer in the country
city of Tomé-Açu, acting in the creation of Curimatã (Prochilodus sp.) And Tambatinga,
which results of the cross between the tambaqui female (Colossoma macropomum) and
the male of the pirapitinga (Piaractus brachypomus), under intensive cultivation. The
methodological procedures used in the study were based on exploratory bibliographical
research where we sought to find sources about the proposed theme, and it was still
quantitative, given that the numerical data analysis was performed through statistical
procedures. In order to verify the feasibility of cash flows prepared for production in the
countru city, the indicators of NPV (Net Benefit Value), IBC (Benefit Cost Index), IRR
(Internal Rate of Return), PB (Payback) and PE (Point of Balance), submit to different
discount rates from sources of financing existing in the region. The data showed positive
and positive values in fish farming in the countru city of Tomé-Açu attesting a NPV of R $
90,043.93, an IBC in the amount of R $ 4.48, an IRR of 77.74% and an Equivalent Point
of Equilibrium to 2,825 kg, generating a return on investment in 2 years and 3 months.
This way, it is affirmed that the activity was economically viable, proving the economic
viability of fish farming using the dug tank modality of an independent producer in the
Municipality of Tomé-Açu, ratifying the effectiveness of this segment of agricultural activity
in the countru city studied.
CF Custo Fixo
CT Custo Total Anual
Ctme Custo Total Médio
CV Custo Variável
FAO Food and Agriculture Organization (Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura)
FC Fluxo de Caixa
FCL Fluxo de Caixa Líquido
IAP Instituto Ambiental do Paraná
IBC Índice Benefício Custo
IL Índice de Lucratividade
MCU Margem de Contribuição Unitária
PB Payback
PE Ponto de Equilíbrio
TIR Taxa Interna de Retorno
TMA Taxa Mínima de Atratividade
VPL Valor Presente Líquido
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1
2. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 1
3. OBJETIVOS .............................................................................................................. 2
3.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 2
3.2 Objetivos específicos............................................................................................... 2
4. ESTRUTURAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ..................... 3
5. REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 4
5.1 Piscicultura ............................................................................................................... 4
5.2 Modalidades e estruturações presentes na Piscicultura ...................................... 4
5.3 A evolução da Piscicultura no Brasil ..................................................................... 8
5.4 Principais espécies cultivadas na Piscicultura ..................................................... 9
5.5 Manejo alimentar na Piscicultura .......................................................................... 13
5.6 Conceito de custo de produção ............................................................................ 16
5.7 Análise da viabilidade econômica de projetos .................................................... 18
5.8 Indicadores de viabilidade econômica: ................................................................ 19
5.8.1 Valor presente líquido (VPL) ................................................................................. 19
5.8.2 Taxa interna de retorno (TIR) ................................................................................ 20
5.8.3 Índice benefício–custo (IBC) ................................................................................. 21
5.8.4 Payback (PB) ........................................................................................................ 22
5.8.5 Ponto de equilíbrio (PE) ........................................................................................ 23
5.9 Definição de Receita .............................................................................................. 24
5.10 Fluxo de caixa: Instrumento de gerenciamento financeiro .............................. 25
6. METODOLOGIA ...................................................................................................... 27
7. ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................... 30
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 34
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 35
APÊNDICE ..................................................................................................................... 39
1. INTRODUÇÃO
2. JUSTIFICATIVA
1
saudável, vem percebendo os benefícios que o consumo desse produto traz para a
saúde, quando comparados com a carne vermelha.
No município de Tomé-Açu este cenário não é diferente, pois percebe-se uma
alta demanda e consumo desse produto. Dessa forma, o presente trabalho originou-se
da finalidade de analisar como ocorre o processo da criação de peixes no município e
qual a sua viabilidade econômica para os produtores da região.
Em se tratando da implantação de um negócio, Vilela et al (2012) enfatiza a
necessidade de se executar um bom planejamento, controlando as despesas e receitas
resultantes da atividade piscícola, utilizando-se de técnicas que permitam quantificar os
custos e a rentabilidade do empreendimento.
Levando em consideração o exposto acima, o presente trabalho teve como
objetivo realizar um estudo para atestar a viabilidade econômica da produção piscícola
em tanque escavado no município de Tomé-Açu/PA, em que será possível atestar se
esse sistema de produção pode ser uma alternativa de geração de renda ao produtor
independente no município, sendo que ao final da pesquisa foi possível responder a
seguinte questão: Caso exista, qual o grau de rentabilidade da implantação da
piscicultura, na modalidade tanque escavado, como meio de produção de peixes no
município estudado?
3. OBJETIVOS
3
Um ponto positivo observado refere-se ao portfólio que é fornecido pelo produtor,
onde o mesmo oferta, dentre as espécies de maior demanda na região, o Tambatinga, o
qual é decorrente do cruzamento gerido entre a fêmea do tambaqui (Colossoma
macropomum) e o macho da pirapitinga (Piaractus brachypomus) e o Curimatã
(Prochilodus sp.), visando ainda futuramente agregar nesse portfólio, o Pirarucu
(Arapaima gigas). As atividades de manejo são realizadas pelo produtor em conjunto com
apenas um colaborador.
5. REFERENCIAL TEÓRICO
5.1 Piscicultura
5
Fotografia 2 – Piscicultura em tanque escavado
Fonte: http://www.pisciculturaeldorado.com.br
Fonte: https://www.gutereng.com.br
6
Fotografia 4 – Piscicultura em tanques-rede
9
Tabela 1 – Principais espécies cultivadas no Brasil.
Nome Comum Espécie
Bagre africano Clarias sp.
Bagre de canal Ictalurus punctatus
Matrinchã Brycon sp.
Carpa cabeça grande Aristichtys nobilis
Carpa capim Ctenopharyngodon idella
Carpa comum Cyprinus carpio
Carpa prateada Hypophthalmichtys sp.
Curimatã Prochilodus sp.
Dourado Salmo maxillosus
Tilápia do Nilo Oreochromis sp.
Lambaris Astyanax sp.
Lambari bocarra Oligosarcus argenteus
Piaus Leporinus sp.
Pirarucú Arapaima gigas
Surubim Pseudoplatystoma sp.
Tambaqui e pacu Colossoma e Piaractus
Traíra e trairão Hoplias sp.
Truta arco-íris Oncorhynchus mykiss
Tucunaré Cichla sp.
Fonte: Andrade e Yasue (2003, p. 169), adaptada pelos autores.
10
30,7%, respectivamente. Tais espécies integram as cadeias produtivas mais importantes
para a aquicultura brasileira (RESENDE, 2009).
O Tambaqui (Colossoma macropomum) é um peixe de escamas, com uma
coloração parda, na metade superior, e preta, na metade inferior do corpo, podendo
alterar para mais clara ou mais escura em conformidade a cor da água, pode alcançar 90
cm de comprimento e atingir 30 Kg, além de ter uma carne macia (OLIVEIRA, 2018).
Figura 2 – Tambaqui
Fonte: https://www.pescaalternativa.com.br
11
Figura 3 – Tilápia
Fonte: https://www.psiculturaliberdade.webnode.com.br
O peixe de água doce Curimatã (Prochilodus sp.) é conhecido por outras diversas
nomenclaturas, bem como, Curimbatá, Curibatá, Curimatá, Curimataú, Curimba,
Curumbatá e Crumatá, uma de suas individualidades está em suas escamas que são
caracteristicamente mais ásperas, sua coloração é cinza-prateada, com faixas
transversais escuras e sinais mais discretos no dorso, medindo cerca de 30cm de
comprimento e atingindo 450 gramas (OLIVEIRA, 2018).
Figura 4 – Curimatã
Fonte: http://www.peixesdeaguadoce.com.br
12
contrastando de seus progenitores, a espécie híbrida apresenta vantagem relacionada
ao peso médio que se demonstra superior (MATHIAS, 2015).
Figura 5 – Tambatinga
Fonte: http://www.aquiculturasantaclara.com.br
Fonte: http://www.aquaculturabrasil.com.br
Sussel (2008) atesta que, mesmo admitindo a aquicultura como uma atividade
milenar, somente nas últimas décadas se pode observar de forma mais exclusiva o
13
fornecimento de uma alimentação específica para animais aquáticos, isso se dá pelo
aumento na produção comercial desta atividade. Inicialmente para a alimentação dos
peixes utilizava-se sobras de outras culturas agrícolas, como rações para aves e suínos,
no entanto, o uso dessas rações acabava resultando em uma baixa eficiência de ingestão
alimentar, além de gerar um grande desperdício das vitaminas e minerais, visto que, o
balanceamento dos nutrientes não era apropriado para peixes e outros organismos
aquáticos.
O autor afirma que “os hábitos alimentares e as dietas dos peixes não só
influenciam diretamente seu comportamento, integridade estrutural, saúde, funções
fisiológicas, reprodução e crescimento, mas também alteram as condições ambientais do
sistema de produção – qualidade da água”, isto posto, admitindo-se que o acesso ao
alimento natural disposto no ambiente é restringido pelo confinamento do peixe, convém
ao piscicultor dispor das informações necessárias sobre a alimentação neste tipo de
cultivo, atendendo as exigências nutritivas do peixe, bem como saber escolher as rações
adequadas a sua produção.
14
Tendo isto posto, os autores classificam três formas físicas de ração que estão
disponíveis no mercado e três formas de manejo, as quais serão descritas a seguir:
a) Ração farelada: os ingredientes da ração são moídos e misturados. Seu uso
não é recomendado, devido ao alto grau de perda, gerando problemas aos peixes e
poluindo a água dos tanques.
b) Ração peletizada: característica pela aglomeração de partículas, resultado da
combinação de umidade, calor e pressão em partículas menores. O tempo até a absorção
na superfície da água é de aproximadamente 15 minutos, proporcionando maior
qualidade na alimentação, pois reduz perdas de nutrientes, diminui a toxidade da água,
além de reduzir o volume no transporte e armazenamento da ração, no entanto, seu custo
de produção é mais elevado quando comparada à ração farelada.
c) Ração extrusada: é a forma de ração mais indicada para a piscicultura, a
extrusão é um processo de cozimento em alta temperatura, pressão e umidade
controlada, o tempo de absorção na superfície da água é de cerca de 12 horas, facilitando
o manejo alimentar.
Em relação ao manejo, Ribeiro, Gomiero e Logato [20--?] declaram que este
pode ser realizado de três maneiras, sendo elas:
a) Fornecimento manual: proporciona um maior contato visual com os peixes,
onde é possível para o produtor identificar potenciais problemas fisiológicos dos animais,
contudo, exige uma maior disponibilidade de maior mão-de-obra;
b) Fornecimento em comedouros: é feito através de cochos (utilizado em
sistemas tradicionais, com a ração farelada), ou mecanizada, onde o alimento é
impulsionado por um equipamento fixado a um trator, permitindo uma alimentação rápida
em uma maior extensão de área, neste manejo há um limite no contato entre o
produtor/tratador e os peixes.
c) Fornecimento em comedouros automáticos: neste manejo a distribuição da
ração é feita em espaços curtos de tempo no tanque, o contato também é limitado. O
equipamento encontra-se disponível no mercado, onde é previamente relevante analisar
sua relação custo/benefício quando da sua utilização.
Os autores ainda destacam critérios importante relacionados a quantidade de
ração que é fornecida aos peixes, tendo em vista que, esta quantidade varia conforme a
15
espécie, o tipo de ração, a fase de crescimento, as condições ambientais do viveiro e
com a condição de saúde dos animais. A forma mais indicada a ser adotado, está
relacionada a utilização da biomassa, isto é, o número estimado de peixes presentes no
tanque multiplicado pelo seu peso médio, como critério para alimentação, essa estimativa
deve ser feita periodicamente a cada 30 - 45 dias, pois, essa estimativa possibilita ao
piscicultor observar o desenvolvimento dos peixes, para então planejar a oferta diária de
ração em conformidade ao seu crescimento, uma vez que, na fase de alevinagem, a
alimentação deve ser feita de duas a três vezes por dia e na fase de engorda a frequência
diminui, sendo de uma a duas vezes por dia.
16
Custo Variável, uma vez que, em um determinado período, seu montante utilizado
origina-se da quantidade de bens produzidos (MARTINS, 2003).
O Custo Fixo deverá remunerar os fatores de produção, cujas quantidades não
deverão ser modificadas a curto prazo e representa a parte dos custos que o produtor
terá que assumir, mesmo que os recursos não estejam sendo plenamente utilizados
(RICHETTI et al.,1996). Segundo Clemente et al. (1998), são considerados fixos todos
os custos que, periodicamente, oneram a empresa, independentemente do nível de
atividades.
17
O estudo sobre os custos de produção compreende alguns objetivos, como,
estabelecer preço de venda, auxiliar no processo de tomada de decisão, decidir sobre a
compra ou aluguel de determinados itens que compõem o processo produtivo, otimizar a
linha de produção de determinados produtos, dentre outros. Contudo, é necessário que
se faça um estudo continuado de todos os custos de produção, de tal forma que o
processo de produção seja potencializado.
De posse dos conceitos de custo de produção e em análises dos custos do
empreendimento investigado, foram considerados para fins de cálculo, sendo como
custos fixos: mão-de-obra para o manejo da produção, depreciação das instalações
piscícolas e custo de oportunidade; e custos variáveis: compra de alevinos, ração para
as diferentes fases de crescimento dos peixes (ração inicial, ração de crescimento e
ração de engorda final), gasolina para a bomba d’água e a calagem dos tanques,
processo este realizado a cada 2 anos.
19
zero, ou seja, apresenta um VPL positivo haja vista que vale mais do que o seu custo. A
respeito do VPL é afirmado que:
A Taxa Interna de Retorno (TIR) pode ser interpretada de várias formas. Do ponto
de vista matemático, é a taxa que torna nulo o Valor Presente Líquido de um fluxo de
caixa, segundo Clemente et al. (1998). Sendo este, um indicador importante para verificar
se o investimento aplicado terá um retorno positivo ou não à um determinado projeto.
Sobre a TIR, afirma-se ainda que:
20
Dentre as técnicas de orçamento de capital, a taxa interna de retorno é,
certamente, a mais utilizada. Esta técnica, segundo Gitman (2010, p. 371) “consiste na
taxa de desconto que faz com que o VPL de uma oportunidade de investimento seja igual
a $ 0 (já que o valor presente das entradas de caixa iguala-se ao investimento inicial) ”.
De acordo a afirmação, Neves (2010) ressalta a forte conexão existente entre o VPL e a
TIR, levando a escolhas semelhantes quanto ao investimento ou não em determinados
projetos. Alguns critérios de decisão devem ser considerados para aceitação ou
reprovação de um projeto, onde Gitman (2010) define esses critérios da seguinte forma:
quando a TIR for superior ao custo de capital, o projeto deve ser aceito, contudo se a TIR
for inferior ao custo de capital, este deve ser rejeitado.
Conforme Silva (2008), a TIR está fundamentada em diferentes fatores, dentre
eles: a taxa de juros de captação e o risco apresentado pelo projeto. Podendo, a TIR,
caracterizar ainda, a menor rentabilidade aceitável pelo investidor, a partir da qual optará
por aplicar ou não o seu capital em determinado projeto. O autor declara ainda que a
aprovação ou rejeição de investimento, baseado neste indicador, é fixada por meio da
confrontação entre a TIR identificada e a TMA (Taxa Mínima de Atratividade) determinada
pela empresa, onde considera-se viável o investimento viável se a TIR for maior que
TMA, do contrário, este não é atraente.
22
prazo até quando o investidor deseja ter de volta o dinheiro investido e
servirá de base para a avaliação. Quaisquer projetos que tenham prazo
de retorno superior ao máximo não serão aceitos. Entretanto, se o período
de recuperação do investimento for igual ou inferior ao prazo máximo, este
será aceito. (NETO, 2011, p. 225).
23
Gráfico 1 – Ponto de equilíbrio (PE).
De acordo o gráfico, percebe-se que a receita total inicia no ponto zero, enquanto
que os custos totais se dão a partir do eixo vertical na marca dos custos fixos, o que
resulta em uma interseção entre as respectivas retas, evidenciando uma equivalência
entre ambas, haja vista que a unidade monetária adquirida foi a necessária para cobrir
os custos operacionais totais, sendo este cruzamento, portanto, denominado de ponto de
equilíbrio (NETO, 2011).
24
O autor supracitado ainda confirma que a receita de uma organização, ao longo
de um determinado período de tempo, demostra uma aferição do valor de troca dos
produtos, bens ou serviços, de uma empresa no decorrer de um certo período. Martins
(2003) declara que o reconhecimento contábil do resultado, sendo este lucro ou prejuízo,
ocorre, efetivamente, a partir da consumação da receita, ou seja, a receita realiza-se
quando ocorre a transmissão do bem ou serviço para terceiros.
A receita segmenta-se em duas categorias, sendo elas: Receita Operacional, a
qual compreende a fração procedente do principal produto ou co-produtos (ou serviço)
da empresa, ressaltando-se que fazem parte somente aqueles produtos ou serviços que
representam a função principal da organização; e Receita não Operacional, que por sua
vez, resulta de rendimentos oriundos de aplicações financeiras, integrando assim os
acréscimos do patrimônio líquido e dos ativos da empresa (MARQUES, 2013).
25
O fluxo de caixa financeiro tem como “objetivo principal fornecer informações
relevantes sobre os recebimentos e pagamentos de caixa da empresa, durante certo
período, propiciando informações relevantes sobre as movimentações de entradas e
saídas de caixa neste período”, (BARBIERI, 1995). O controle do fluxo de caixa é
fundamental para que o setor financeiro da organização disponha de informações
precisas sobre todas as transações de entradas e saídas efetuadas e também as
transações projetadas a se materializarem, de tal forma que o capital da empresa seja
administrado com precisão e competência.
Conforme Neto (2011), o Fluxo de Caixa (FC) é um mecanismo que auxilia na
administração financeira da organização, sendo esta ferramenta indispensável para as
tomadas de decisões dos gestores. O autor enfatiza que, dependendo da atividade fim
de se utilizar esse instrumento, o FC pode resultar em diversos objetivos, como,
indicadores de desempenho, projeções, análises financeiras, dentre outros.
Diante disso, a utilidade do FC pode abranger diferentes perspectivas, podendo
se destinar ao uso operacional, tático e estratégico, os quais são diferenciados através
de seus cenários temporais, definições específicas e critérios de apresentação do fluxo
de caixa.
A finalidade do uso no âmbito operacional tem seu enfoque no gerenciamento e
acompanhamento da liquidez de curto prazo, sendo comumente exibido em bases diárias
ou semanais e ainda para períodos de alguns meses e, é aplicado por tesoureiros no que
tange as contas a pagar e contas a receber, além de conceber aos gestores, referências
para se realizar uma avaliação tática; sob a ótica do uso tático, sua visão é voltada para
a administração da liquidez de médio prazo, sendo este utilizado pelos gestores na
tomada de decisão, em consonância com as imposições da alta gestão, de tal forma a
nortear nas definições de investimento e financiamento do capital circulante da empresa;
e por fim, o uso do FC do ponto de vista estratégico, que atua como uma ferramenta que
assessora nas resoluções estratégicas de longo prazo, além de instruir nas
determinações de investimento e financiamento para projetos de longo período e ativos
permanentes (NETO, 2011).
Além das três utilidades do fluxo de caixa supracitadas por Neto (2011), o autor
ainda reforça que esse instrumento pode ser segmentado em três dissemelhantes
26
categorias ou atividades, sendo elas: operacional, investimento e financiamento. O fluxo
operacional contempla as movimentações de caixa relacionadas à função principal da
organização (receitas, custos e despesas), por exemplo, em uma empresa industrial
serão considerados os fluxos de caixa referente à compra de matéria-prima, fabricação
e comercialização do produto finalizado, além das obrigações com as despesas correntes
para o seu andamento.
Ainda de acordo o autor, o fluxo de investimentos “é composto de movimentos
de caixa decorrentes das atividades de investimento e desinvestimento da empresa”,
esses investimentos são desembolsos de caixa que futuramente resultarão em
resultados positivos; e por fim, o fluxo de financiamento que compreende as transações
de financiamento da empresa, sejam elas de curto à longo prazo, podendo proceder dos
seus próprios recursos (acionistas) ou de terceiros (credores).
6. METODOLOGIA
FC1 FC 2 FCn
VPL FC 0 ...
(1 i )1 (1 i ) 2 (1 i ) n
Onde:
VPL = Valor presente liquido
FC0 = Ano zero de investimento
FC1 = Ano 1 de investimento
n = Múltiplos indefinido de um fator
i = Taxa
L.L
TIR 1 100
I
Onde:
TIR = Taxa Interna de Retorna
L.L = Lucro Líquido
I = Capital Inicial
28
IBC
CF /(1 i)
j
j
CF0
Onde:
IBC = Índice Beneficio/Custo
Σ = Somatória
CFj = Fluxo de Caixa
CF0 = Ano 0 de investimento
Payback (PB)
T
PB Tquando CFT I 0
I 0
Onde:
PB = Payback
Σ = Somatória
Tquando = Horizonte do projeto
CFt = Fluxo de Caixa total
I0 = Investimento inicial
CF
Q
( P CVme )
Onde:
Q = Quantidade produzida
CF = Custo fixo
P = Preço
CVme = Custo Variável médio
29
7. ANÁLISE DOS RESULTADOS
30
Ano 3 R$ 19.442,00 R$ 39.900,00 R$ 20.458,00 R$ 35.054,00
Ano 4 R$ 19.862,00 R$ 39.900,00 R$ 20.038,00 R$ 55.092,00
Ano 5 R$ 20.742,00 R$ 39.900,00 R$ 19.158,00 R$ 74.250,00
Ano 6 R$ 19.862,00 R$ 39.900,00 R$ 20.038,00 R$ 94.288,00
Ano 7 R$ 19.442,00 R$ 39.900,00 R$ 20.458,00 R$ 114.746,00
Ano 8 R$ 19.862,00 R$ 39.900,00 R$ 20.038,00 R$ 134.784,00
Ano 9 R$ 19.442,00 R$ 39.900,00 R$ 20.458,00 R$ 155.242,00
Fonte: Elaborado pelos autores a partir de pesquisa de campo (2019).
31
O Ponto de Equilíbrio (PE) demonstra qual o nível de produção necessário para
que o empreendimento consiga liquidar os custos totais aferidos durante o processo
produtivo. Nesse ponto, ressalta-se que os custos totais equivalem R$ 19.862,00 (valor
correspondente ao Ano 2, uma vez que a cada 2 anos realiza-se a calagem dos tanques
conforme citado anteriormente), sendo que R$ 10.548,00 que compõem esse valor são
referentes aos custos variáveis, e R$ 9.314,00 integram os custos fixos. Na tabela 3 estão
descritos de forma detalhada todos os custos que geraram esse montante:
32
Gráfico 2 – Ponto de equilíbrio (PE) do sistema de produção piscícola em Tomé-Açu.
33
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
34
REFERÊNCIAS
BARBIERI, Geraldo. Fluxo de Caixa – modelo para bancos múltiplos. Tese de doutorado.
São Paulo: FEA/USP, 1995.
COLAURO, R. D.; BEUREN, I. M.; ROCHA, W. O custeio variável e o custeio- alvo como
suportes às decisões de investimentos no desenvolvimento de novos produtos. BASE -
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FAO. Manual para manejo de reservatórios para a produção de peixes. FAO, Brasília,
1988. Disponível em:
<http://www.fao.org/docrep/field/003/ab486p/AB486P00.htm#TOC>.
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GIL, A. C., Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed, São Paulo, Atlas, 2002.
MATHIAS, J. Como criar tilápia: O apelo de carne saudável e a facilidade nos tratos fazem
da espécie uma boa pedida para quem tem interesse em ingressar na piscicultura.
36
Disponível em: https://revistagloborural.globo.com/vida-na-fazenda/como-
criar/noticia/2018/04/como-criar-tilapia.html. Acesso em: 19 nov. 2018.
MELO FILHO, G.A. de; KRUKER, J.M. Custo de produção de trigo na região de
Dourados, MS, safra 1990. Dourados: Embrapa-UEPAE Dourados, 1990. 11 p.
(Embrapa-UEPAE Dourados. Comunicado Técnico, 38).
NETO, Jocildo Figueiredo Correia. Excel para profissionais de finanças. 2. ed. Rio de
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RICHETTI, A.; MELO FILHO, G.A. de; PARIZOTO, A.M. Estimativa de custo de
produção de soja, safra 1996/97. Dourados: Embrapa-CPAO, 1996. 3 p. (Embrapa-
CPAO. Comunicado Técnico, 13).
37
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ROSS, Stephen A., WESTERFIELD, Randolph W., JAFFE, Jeffrey, LAMB, Roberto.
Administração Financeira. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
SILVA, José Pereira da. Análise financeira nas empresas. 3.ed. São Paulo: Atlas, 1996.
38
APÊNDICE I – MODELO DE PLANILHA DE CUSTO PREENCHIDA PELO PRODUTOR
39
APÊNDICE II – MODELO DE PLANILHA DE CUSTO PREENCHIDA PELO PRODUTOR
40