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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

DANIEL DE ALMEIDA E SOUZA

PROPOSTA DE UM PROCESSO DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO


DA FROTA DE VEÍCULOS LEVES DO INSTITUTO FEDERAL DO
SUDESTE DE MINAS GERAIS

Volta Redonda/RJ
2023
Prof. Antônio Claudio Lucas da Nóbrega
Reitor da Universidade Federal Fluminense

Prof. Luiz Henrique Abegão


Diretor no Instituto de Ciências Humanas e Sociais

Prof. Márcio Moutinho Abdalla


Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração
DANIEL DE ALMEIDA E SOUZA

PROPOSTA DE UM PROCESSO DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO


DA FROTA DE VEÍCULOS LEVES DO INSTITUTO FEDERAL DO
SUDESTE DE MINAS GERAIS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em


Administração do Instituto de Ciências Humanas e Sociais
da Universidade Federal Fluminense, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre em
Administração.

Orientador: Prof. Dr. Ilton Curty Leal Junior

Volta Redonda/RJ
2023
DANIEL DE ALMEIDA E SOUZA

PROPOSTA DE UM PROCESSO DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO


DA FROTA DE VEÍCULOS LEVES DO INSTITUTO FEDERAL DO
SUDESTE DE MINAS GERAIS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em


Administração do Instituto de Ciências Humanas e Sociais
da Universidade Federal Fluminense, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre em
Administração.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Dr. Ilton Curty Leal Júnior (Orientador)
Universidade Federal Fluminense

________________________________________
Prof. Dr. Prof. Márcio Moutinho Abdalla
Universidade Federal Fluminense

________________________________________
Prof. Dr. Prof. Marcelo Sales Ferreira
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Volta Redonda/RJ
2023
Em memória de meu pai, Adalberto, à minha mãe, Lúcia, minha madrinha, Elvira, irmãos
Amanda e Breno e sobrinhos Pedro e Benjamin.
Especialmente à Sara e Sophie, que estiveram comigo por todos os dias de realização desse
trabalho, incentivando, cobrando e tranquilizando. Amo vocês. S2
AGRADECIMENTOS

Seguindo uma linha no tempo:

Agradeço a Deus, a Nossa Senhora Aparecida e a todas as forças do universo pelos meus dias
de vida, podendo aprender e amar cada vez mais.

Agradeço ao meu pai, que tanto fez por nós em vida, seja possibilitando o ir e vir a escola, seja
ensinando o valor do trabalho, ao levar-nos novos para o serviço na oficina. Agradeço a minha
mãe por todo o carinho e incentivo ao final de cada dia e a minha madrinha, tia Elvira Lane,
pelos dias de descanso sempre que possíveis.

Agradeço ao agrônomo Paulo Carvalho Fonseca, chefe do escritório regional da Emater-MG


em Juiz de Fora no ano de 2005, por propiciar a elaboração de um plano de manutenção aos
veículos da frota, além dos vários encontros por cidades da zona da mata mineira para palestras
sobre manutenção automotiva aos extensionistas e servidores das prefeituras locais.

Agradeço ao engenheiro João Batista Rodrigues por oportunizar em 2007 o meu ingresso à
docência, atividade que tanto me alegra e engrandece.

Agradeço ao amigo Professor Aluísio de Oliveira, sempre portador de ótimas notícias à minha
vida e ao amigo TC Kleidson Pantaleão pelas ajudas de última hora.

Agradeço ao Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade


Federal Fluminense, Professor Doutor Márcio Moutinho Abdalla, pela condução dos trabalhos
desde a liberação do edital e treinamento para prova on-line em virtude das atividades remotas,
passando pelo aceite para a banca de qualificação e findando na apreciação desse trabalho final
e na banca de dissertação.

Agradeço à atual diretora-geral do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais campus Juiz
de Fora, Professora Cláudia Valéria Gávio Coura e seu antecessor, Professor Sebastião Sérgio
de Oliveira pela concordância a minha participação nesse programa. Agradeço ao diretor de
administração e planejamento, servidor Fabrício Tavares de Faria e a servidora Cláudia Garcia,
por toda a ajuda na realização das pesquisas necessárias.

Agradeço a Professora Doutora Sara Del Vecchio, por todo o apoio desde as primeiras dúvidas
do pré-projeto ao texto final, pelas horas de apoio nos laboratórios, e ajuda nas tomadas de
decisão.

Agradeço a minha irmã Amanda por segurar a barra na oficina em minhas ausências e ao meu
irmão Breno, por toda palavra de apoio.

Agradeço ao meu orientador, Professor Doutor Ilton Curty Leal Junior, inicialmente pelo aceite
em trabalhar nesse programa e por todas as horas exclusivas de orientação dedicadas a mim,
voltando com calma na abordagem de pontos que existiam dúvidas, mostrando toda dedicação
de um verdadeiro professor. Reforço o agradecimento, por todas as mensagens encaminhadas
quando me afastava da pesquisa, trazendo-me novamente ao caminho.

Agradeço a todo o corpo docente do Programa de Pós-Graduação pelo compromisso e ética na


multiplicação dos conhecimentos aos alunos assim como aos servidores da secretaria acadêmica
do programa pela celeridade das informações solicitadas.

Agradeço ao Professor Doutor Marcelo Sales Ferreira da Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, pelo aceite na participação da banca de defesa dessa dissertação e em todas as críticas
advindas.

Agradeço ao amigo Professor Gilberto Timotheo pela ajuda na reta final desse trabalho.

Agradeço a todos os amigos mecânicos que se empenham na busca de conhecimento para um


correto diagnóstico e que executam a sua atividade profissional com devoção.

A todos que incentivaram a realização desse trabalho, meu muito obrigado.


RESUMO

Título:
Proposta de um processo de gestão da manutenção da frota de veículos leves do Instituto
Federal do Sudeste de Minas Gerais

Objetivo do trabalho:
Propor um processo de gestão da manutenção de veículos em uma instituição de ensino, quanto
aos requisitos, procedimentos e recomendações técnicas que promovam seu controle e plena
utilização.

Procedimentos/Método para a solução do problema:


A metodologia adotada para a solução do problema foi a pesquisa de natureza aplicada, com
abordagem qualitativa e descritiva. Para a coleta de dados, utilizou-se na primeira etapa da
pesquisa, a pesquisa bibliográfica e documental relativa às características, manutenção, custos
e gestão de frota. Para a segunda etapa, de diagnóstico da frota, foram realizadas inspeções nos
veículos oficiais, em dois períodos, avaliando-se suas características, itens de segurança, de
desgaste, geometria veicular dentre outros seguindo normas de inspeção. Foi elaborado um
banco de dados com as informações de inspeção de todos os automóveis avaliados e
especificações técnicas de componentes e recomendações de manutenção. Após a compreensão
das condições e procedimentos de manutenção dos veículos, foi proposto um processo de
controle de manutenção dos veículos baseado em ferramentas de gestão, planos de inspeção e
manutenção, e alimentação do sistema de planilhas desenvolvido. Uma entrevista
semiestruturada foi realizada com dois gestores como forma de avaliar a manutenção praticada
e a viabilidade do método proposto.

Resultados:
Foram identificadas as características dos veículos do campus Juiz de Fora quanto à idade,
distância percorrida, condições de manutenção e utilização, bem como os gastos com histórico
disponível. Esses dados, juntamente com os resultados das duas inspeções realizadas, foram
tabulados em planilhas eletrônicas de forma a possibilitar a sistematização das informações
relativas à manutenção da frota. Especificações técnicas dos veículos como as descrições de
modelo, motor e sistemas auxiliares, bem como limites de desgaste para os componentes
principais de acordo com normas técnicas e recomendações de fabricantes, também foram
inseridos nas planilhas. Protocolos de inspeções rotineiras e planos de manutenção preventiva
foram desenvolvidos para que possam ser aplicados à frota. Assim, o processo de controle de
manutenção dos veículos baseado em ferramentas de gestão, incluindo planos de inspeção e
manutenção rotineiros, procedimentos operacionais padrão, treinamento de pessoal,
alimentação do sistema de planilhas desenvolvido pelo setor de transportes e geração de
indicadores de manutenção para continuidade do processo de análise e gestão da manutenção
da frota, com reavaliação do processo proposto de maneira dinâmica. Os gestores entrevistados
avaliaram a aplicabilidade do processo proposto como uma ferramenta capaz de contribuir para
a instituição.

Implicações práticas:
O presente trabalho buscou melhorar as ações de controle e gestão da manutenção da frota do
IF Sudeste MG campus Juiz de Fora, uma lacuna latente existente na Diretoria de
Administração e Planejamento do próprio instituto. Contudo, o processo proposto nessa
dissertação contribui com a instituição como um todo, uma vez que a possibilidade de melhoria
na eficiência da gestão da manutenção da frota local, cujas proposições de melhorias podem ser
aplicadas posteriormente em todos os campi e possibilitarão, como consequência, a redução
dos valores gastos com a manutenção dos veículos, melhorando a administração dos recursos
orçamentários, mantenabilidade dos veículos e a segurança dos usuários.

Originalidade e contribuições:
O trabalho apresenta uma abordagem original de avaliação da manutenção de maneira metódica
e permanente, de forma a se manter um rastreamento fidedigno das condições de manutenção
e utilização dos veículos. Proposições de inspeções rotineiras e seguimento de planos de
manutenção preventiva, procedimentos operacionais padrão e levantamento histórico de
indicadores, auxiliam o gestor na previsibilidade de gastos de manutenção bem como o
planejamento de decisões e avaliação em tempo real das condições de manutenção e
disponibilidade da frota. O estudo atende à linha de atuação: Administração de Operações e
Suporte Logístico Integrado pois, propõe um sistema para a gestão da manutenção da frota do
IF Sudeste MG que permita seu controle, redução de custos imprevistos e garantia da segurança
aos usuários.

Produção Técnica/Tecnológica:
O trabalho contribuiu para propor um processo de gestão da manutenção apoiado em um
sistema informatizado de planilhas para controle da manutenção dos dados da frota e
levantamento de indicadores. O processo proposto inclui procedimentos de inspeções e planos
de manutenção preventivos de cada veículo, procedimentos operacionais e treinamento.
Apresenta-se de produção de médio teor inovativo, trazendo a combinação de conhecimentos
na área de manutenção e gestão de qualidade como forma de desenvolver ferramentas capazes
de auxiliar na gestão da manutenção e controle de gastos públicos de maneira confiável. É uma
produção de média complexidade pois, combina conhecimentos pré-estabelecidos e estáveis do
ponto de vista de manutenção, conservação, segurança, capacitação profissional e gestão.

Palavras-Chave: ferramentas de gestão de manutenção; manutenção automotiva; indicadores


de manutenção e controle de manutenção.
ABSTRACT

Title:
Proposal for a maintenance management process for the light vehicle fleet of the Federal
Institute of the Southeast of Minas Gerais

Objective of this work:


Propose a process of management of vehicle maintenance in an educational institution,
regarding the requirements, procedures and technical recommendations that promote their
control and full use.

Procedures/Method for solving the problem:


The methodology adopted for the solution of the problem was applied research, with a
qualitative and descriptive approach. For data collection, in the first stage of the research,
bibliographic and documentary research related to the characteristics, maintenance, costs and
fleet management was used. For the second stage of diagnosing the fleet, inspections were
carried out on the official vehicles, in two periods, evaluating their characteristics, safety items,
wear, vehicle geometry among others following inspection standards. A database was
developed with the inspection information of all evaluated automobiles and technical
specifications of components and maintenance recommendations. After understanding the
conditions and procedures of maintenance of the vehicles, a process of maintenance control of
the vehicles was proposed based on management tools, inspection, and maintenance plans, and
feeding of the spreadsheet system developed. A semi-structured interview was conducted with
two managers to evaluate the maintenance practiced and the feasibility of the proposed method.

Findings:
The characteristics of the vehicles of the Juiz de Fora campus were identified in terms of age,
distance travelled, maintenance and use conditions, as well as the expenses with available
history. These data, along with the results of the two inspections carried out, were tabulated in
electronic spreadsheets to enable the systematization of information related to fleet
maintenance. Technical specifications of the vehicles such as descriptions of model, engine,
and auxiliary systems, as well as wear limits for the main components according to technical
standards and recommendations of manufacturers, were also inserted in the spreadsheets.
Routine inspection protocols and preventive maintenance plans have been developed so that
they can be applied to the fleet. Thus, the process of vehicle maintenance control based on
management tools, including routine inspection and maintenance plans, standard operating
procedures, personnel training, feeding the spreadsheet system developed by the transport
sector and generation of maintenance indicators for continuity of the process of analysis and
management of fleet maintenance, with re-evaluation of the proposed process in a dynamic
way. The interviewed managers evaluated the applicability of the proposed process as a tool
capable of contributing to the institution.

Practical implications:
The present work sought to improve the actions of control and management of the maintenance
of the fleet of the Federal Institute of the Southeast of Minas Gerais campus Juiz de Fora, a
latent gap existing in the Board of Administration and Planning of the institute itself. However,
the process proposed in this dissertation contributes to the institution, since the possibility of
improving the efficiency of the management of the maintenance of the local fleet, whose
proposals for improvements can be applied later in all campuses and will allow, therefore, the
reduction of the amounts spent on the maintenance of vehicles, improving the administration
of budgetary resources, maintenance of vehicles and the safety of users.

Originality and contributions:


The work presents an original approach of evaluation of maintenance in a methodical and
permanent way, to maintain a reliable tracking of the conditions of maintenance and use of the
vehicles. Propositions of routine inspections and follow-up of preventive maintenance plans,
standard operating procedures, and historical survey of indicators, assist the manager in the
predictability of maintenance expenses as well as the planning of decisions and real-time
evaluation of the maintenance conditions and availability of the fleet. The study meets the line
of action: Operations Administration and Integrated Logistics Support because it proposes a
system for the management of the maintenance of the fleet of the Federal Institute of the
Southeast of Minas Gerais that allows its control, reduction of unforeseen costs and guarantee
of safety to users.

Technical/Technological Production:
The work contributed to propose a maintenance management process supported by a
computerized system of spreadsheets to control the maintenance of fleet data and survey of
indicators. The proposed process includes inspection procedures and preventive maintenance
plans for each vehicle, operating procedures, and training. It presents production of medium
innovative content, bringing the combination of knowledge around maintenance and quality
management to develop tools capable of assisting in the management of maintenance and
control of public expenditures in a reliable way. It is a production of medium complexity
because it combines pre-established and stable knowledge from the point of view of
maintenance, conservation, safety, professional training, and management.

Key words: maintenance management tools; automotive maintenance; maintenance indicators


and maintenance control.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Elementos integrantes da gestão de frota..................................................................31


Figura 2 - Classificação da manutenção.....................................................................................38
Figura 3 – Resumo das vantagens da manutenção.....................................................................43
Figura 4 – Adaptação do método PDCA...................................................................................46
Figura 5 – Fluxograma das etapas propostas para a metodologia ............................................58
Figura 6 – Organograma da Diretoria de Administração e Planejamento do campus Juiz de Fora
...................................................................................................................................................64
Figura 7 - Diagrama de Ishikawa...............................................................................................66
Figura 8 – Evolução dos custos na compra de combustível e comparação percentual com o
orçamento anual total do Instituto .............................................................................................67
Figura 9 – Evolução dos custos de manutenção de veículos e comparação percentual com o
orçamento anual total do Instituto ............................................................................................69
Figura 10 – Custo obtido pelo tempario do Fluence..................................................................77
Figura 11 – Custo obtido pelo tempario do Corolla...................................................................78
Figura 12 – Comparativo de valores entre o Fluence e o Corolla...............................................79
Figura 13 – Fotos dos carros inspecionados: a) Batente traseiro suspensão Fiat Doblò GMF
6252; (b) furo lateral no pneu e desgaste irregular Ford Focus GMF7110; (c) Renault Fluence
GMF 7868: início da inspeção..................................................................................................81
Figura 14 – Fotos dos carros inspecionados: (a) medição de profundidade do sulco do pneu
Renault Fluence GMF7868; (b) medição espessura do disco de freio traseiro Renault Fluence
GMF7868; (c) vazamento no sistema de arrefecimento no selo de bloco do motor Ford Focus
GMF 7110.................................................................................................................................82
Figura 15 – Fotos dos carros inspecionados: (a) verificação de empeno no sistema de freio
dianteiro Renault Fluence GMF7868; (b) imagem de desgaste e irregularidades na interface
disco e pastilha de freio dianteiro Renault Fluence GMF7868; (c) análise do sistema de
acumulação de carga de bateria Renault Fluence GMF7868...................................................82
Figura 16 – Fotos dos carros inspecionados: (a) desmontagem no conjunto do amortecedor da
Fiat Doblò DJP4705 para verificação de folga na haste; (b) corrosão no sistema de descarga
Fiat Doblò DJP4705; (c) desgaste na bucha do amortecedor traseiro Fiat Doblò
DJP4705...................................................................................................................................83
Figura 17 – Fotos dos carros inspecionados: (a) ruptura no sistema antivibratório da polia o eixo
virabrequim Ford Focus GMF7110; (b) desmontagem da pastilha de freio dianteira Renault
Fluence GMF7870 para verificação de desgaste; (c) imagem painel Renault Fluence para
aquisição de dados....................................................................................................................84
Figura 18 – Foto da caderneta de controle dos carros do campus Juiz de Fora.........................85
Figura 19 – Comparação entre veículos considerando sua idade e utilização..........................87
Figura 20 – Comparação entre veículos considerando utilização.............................................89
Figura 21 – Ciclo de manutenções preventivas .......................................................................93
Figura 22 – Ciclo de manutenções preventivas para o Fluence................................................95
Figura 23 – Planilha gerada para inclusão dos dados dos veículos: visualização das condições
nominais e medidas...................................................................................................................97
Figura 24 – Planilha gerada para inclusão dos dados dos veículos: tabela de especificações
técnicas principais.....................................................................................................................98
Figura 25 – Planilha gerada com exemplos de alerta de manutenção......................................99
Figura 26 – Fluxograma para realização da verificação do veículo via check list....................101
Figura 27 – Fluxograma para realização da inspeção do veículo via inspeção veicular............103
Figura 28 – Fluxograma para treinamento de motorista novo admitido..................................109
Figura 29 – Fluxograma para recebimento e incorporação de novo veículo à frota..................111
Figura 30 – Plano de ação 5W1H.............................................................................................120
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Valores de manutenção programada para o veículo Logan ano 2014 marca Renault
utilizando o programa de revisões do fabricante .....................................................................24

Tabela 2 - Resumo comparativo dos principais trabalhos encontrados na literatura correlatos ao


tema de estudo...........................................................................................................................52

Tabela 3- Custos de combustível no período de 2017 a 2022 ..................................................68

Tabela 4- Despesas de manutenção de veículos no período de 2017 a 2022 ...........................70

Tabela 5 - Dados levantados da frota do campus Juiz de Fora.................................................73


Tabela 6 - Valores comparativos de manutenções dos veículos Fluence e Corolla.................76
Tabela 7 - Utilização semestral dos veículos ...........................................................................86
Tabela 8 – Dados coletados da frota para idade e utilização....................................................88
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


CONMETRO - Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
DAP - Diretoria de Administração e Planejamento
FIPE - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas
IF Sudeste MG - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas
Gerais
LMT - Laboratório de Máquinas Térmicas
MG - Minas Gerais
NBR - Norma Brasileira
PROCONVE - Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Abordagens da pesquisa........................................................................................57


Quadro 2 - Identificação de problemas da manutenção e proposição de melhorias.................92
Quadro 3 - Parâmetros sugeridos para inserção de dados nas planilhas de cada veículo.......105
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 21

1.1 CONTEXTO DA REALIDADE INVESTIGADA E OBJETIVOS ........................ 21

1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................ 28

1.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA E ESTRUTURA DO TRABALHO.................. 30


2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 31

2.1 GESTÃO DA FROTA ................................................................................................. 31

2.2 GESTÃO DA MANUTENÇÃO ................................................................................. 35

2.3 AÇÕES PARA MELHORIA DA GESTÃO DA MANUTENÇÃO ........................ 48


3 METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................................. 57

3.1 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 59

3.2 DIAGNÓSTICO .......................................................................................................... 60

3.3 PROPOSIÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO ................. 61

3.3.1 Feedback dos envolvidos no processo de gestão da manutenção ............................. 62

3.3.2 Desenvolvimento do plano de ação para implementação do processo de gestão da


manutenção ............................................................................................................................. 62
4 RESULTADOS DA PESQUISA ...................................................................................... 63

4.1 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 63

4.2 DIAGNÓSTICO .......................................................................................................... 63

4.2.1 Dados coletados relativos aos custos de manutenção e combustíveis ..................... 67

4.2.2 Dados coletados relativos ao tamanho da frota do campus Juiz de Fora ............... 72

4.2.3 Dados da inspeção da frota ......................................................................................... 79

4.2.4 Sistema de tratamento dos dados coletados .............................................................. 85

4.3 PROPOSIÇÃO DO PROCESSSO DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO ............... 92

4.3.1 Planejamento................................................................................................................ 92

4.3.2 Execução ....................................................................................................................... 96

4.3.2.1 Verificação semanal ............................................................................................... 100


4.3.2.2 Inspeções a cada seis meses ou 10.000km ............................................................ 102

4.3.2.3 Cadastro contínuo de dados de manutenção no sistema: Alimentação da


planilha gerada ..................................................................................................................... 104

 Box de inspeção rotineira ............................................................................................. 106

 Materiais e treinamento para as verificações semanais e inspeções semestrais ...... 108

 Materiais e treinamento para o gestor responsável por alimentar as planilhas...... 110

4.3.3 Controle ...................................................................................................................... 112

4.3.4 Agir para melhorias contínuas ................................................................................. 116


5 CONCLUSÃO ................................................................................................................ 125
6 REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 128
7 ANEXO A ....................................................................................................................... 136
8 ANEXO B ....................................................................................................................... 139
9 ANEXO C ....................................................................................................................... 143
21

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTO DA REALIDADE INVESTIGADA E OBJETIVOS

A Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, instituiu a Rede Federal de Educação


Profissional, Científica e Tecnológica, e criou os Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia, e assim o IF Sudeste MG.

O IF Sudeste MG é uma instituição com formação multicampi, e foi constituído pela


fusão do Colégio Técnico Universitário de Juiz de Fora, vinculado a Universidade Federal Juiz
de Fora, UFJF, da antiga Escola Agrotécnica Federal de Barbacena e o Centro Federal de
Educação Tecnológica de Rio Pomba – CEFET - Rio Pomba, tornando-se unidades de um
mesmo Instituto. Posteriormente, foram incorporados ao IF Sudeste MG, os campi de Muriaé,
Santos Dumont, São João Del Rei, e o campus Avançado de Bom Sucesso. Em 2015, foram
incluídos à sua constituição o campus Manhuaçu e os campi avançados de Cataguases e Ubá.
Em janeiro de 2023, o IF Sudeste MG contava com 185 cursos sendo: formação inicial e
continuada - FIC (34), programa de educação de jovens e adultos - PROEJA (1), técnicos (85),
licenciatura (6), tecnólogos (10), bacharelado (25), especialização superior (17), especialização
técnica (2) e mestrado (5).

Nesse contexto, o funcionamento de uma instituição de ensino em expansão, caso do IF


Sudeste MG, se apoia em recursos públicos. Contudo, a restrição orçamentária vivenciada pelas
instituições públicas a partir da Emenda Constitucional nº95 de 15 de dezembro de 2016, a qual
instituiu o novo regime fiscal e trouxe limites individualizados para as despesas primárias em
20 anos no Brasil, acarretou desafios à gestão dos recursos e consequente tomada de decisões
acerca de gastos prioritários.
Segundo Braz e Gonçalves (2020), a redução do orçamento disponível para as
instituições públicas ocasionou a necessidade de revisão constante de métodos para a
diminuição de despesas e o foco na responsabilidade da gestão fiscal. Como consequência,
limita-se a cada ano, o orçamento destinado à manutenção, contratação e aquisição de bens e
serviços nessas instituições.
Outra mudança, propiciada com a Reforma Trabalhista de 2017 e reforçada com a
pandemia da Covid-19, foi o teletrabalho. Alterações de procedimentos administrativos, graças
à utilização de tecnologias da informação, conseguem aproximar pessoas de suas atividades
22

laborais via teleconferências. Adicionalmente, reduzem o envio de documentos físicos às


unidades, permitem acesso de dados via sistemas e aplicativos, dando celeridade aos
procedimentos, promovendo a desburocratização das funções (ANDRADE et al., 2019;
MENDES et al., 2020; LEITE; LEMOS, 2021). Tais fatos levaram ao aumento da ociosidade
no setor de transportes em virtude da redução de deslocamentos da frota (ROCHA et al., 2021),
porém, com os mesmos custos fixos e de depreciação dos veículos (PEDROZA, 2021;
LUCINDO, 2021).
A frota do IF Sudeste MG é diversa pois, atende a diferentes especificidades de atuação
nos campi, seja transporte de passageiros, para participação em visitas técnicas, congressos,
reuniões, competições estudantis; transporte de cargas; deslocamento rápido no interior das
unidades com maior extensão territorial; para suporte de atividades de plantio, colheita ou
outras relativas aos cursos voltados para áreas de agricultura, alimentos e criação de animais.
Dessa forma, a frota atual é composta por veículos de passageiros, em sua grande maioria,
veículos mistos (carga e passageiro), de carga (caminhões), motocicletas e máquinas agrícolas.
Logo, manter os bens de transporte sem um monitoramento rígido de sua manutenção,
implica, além de grande depreciação do patrimônio, o risco de quem vai fazer uso daquele
veículo. A utilização da frota sem planejamento prévio, em que não são avaliadas as condições
do veículo, pode levar a parada total do veículo gerando acidentes e risco de morte aos seus
ocupantes e terceiros (GUERREIRO, 2020; WANG et al., 2021; CAMPOS; GUEDES, 2021).
Nesse ponto, observou-se que iniciar o processo de implementação da gestão da
manutenção da frota com os veículos leves, os quais, são a maioria e tem utilização mais
frequente, e, portanto, geram maiores riscos quanto à segurança, seria o foco de estudos desse
trabalho. Vale ainda salientar que o período em que essa pesquisa foi realizada coincidiu com
o período de restrições sanitárias devido à pandemia de COVID-19, dificultando o acesso aos
veículos e às informações. Assim, somente a manutenção dos veículos leves do campus Juiz de
Fora foi estudada.
Nesse interim, é sabido que a garantia da confiabilidade de operação de um equipamento
exige que condições mínimas de manutenção sejam rotineiramente observadas. Situações
como: conjunto de iluminação sem funcionamento, seiva depositada no para-brisa, devido ao
veículo ficar estacionado por longo período sob árvores, pneus parados em uma mesma posição
ao longo de meses e, por vezes, sem a pressão mínima estabelecida pelo fabricante, precisam
de avaliação. Também, são essenciais as verificações de carga em bateria, tempo de
permanência de combustível no tanque, substituição de lubrificantes não somente por alcance
23

de quilometragem, mas também por tempo de uso, conforme recomendado pelo manual de
operação e manutenção preventiva do veículo (OLIVEIRA; CINTRA, 2020).
Segundo Moraes (2019), a não observância constante do estado da frota, contribui para
a diminuição da vida de componentes do veículo, acarretando maiores custos de manutenção e
insegurança na sua utilização.
Ademais, a idade da frota também deve ser analisada nesse processo. Os custos de
manutenção com peças e mão de obra de um veículo com cinco anos de fabricação, por
exemplo, podem representar um percentual variante de 10 a 20% do valor do bem em virtude
de sua depreciação, independentemente de sua quilometragem, já que as manutenções são
estabelecidas inclusive por tempo de utilização (RIECHI et al., 2017a; RAPOSO et al., 2019).
A título de exemplo, a Tabela 1 apresenta os valores de manutenção preventiva básica
para um veículo marca Renault modelo Logan ano 2014 que compõe a frota do IF Sudeste MG
campus Juiz de Fora, disponibilizado pela montadora em seu site oficial.
Utilizando como referência a tabela mantida pela Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe) com o código 025208-5 que é referente ao modelo do veículo em questão,
é possível avaliar o percentual de desvalorização entre o valor do auto zero-quilômetro e o atual,
existindo dessa forma uma depreciação de 5,95%. Assim, foi possível estabelecer que até o 12°
ano ou 120.000km, são gastos o equivalente a 28% do valor atual, somente com a manutenção
estabelecida no manual do fabricante, descartando elementos de desgaste por fricção, como
pastilhas de freio, lonas e disco de embreagem
Adicionalmente não estão compreendidos nesses valores, outros elementos como
palhetas limpadoras de para-brisa, lâmpadas do sistema de iluminação e componentes do
conjunto de suspensão e direção, como amortecedores, buchas, terminais, batentes e pneus além
dos elementos do sistema de exaustão.
Observa-se inclusive pela Tabela 1, que até o 12º ano de vida do veículo, os maiores
custos com a manutenção preventiva estão nos anos 4, 6, 8 e 12, sem considerar possíveis
avarias ou falhas não previstas.
Portanto, o intervalo de manutenção programado para qualquer veículo considera não
somente a quilometragem atingida, mas também o tempo do equipamento, mesmo que esteja
ocioso. Assim, independentemente de ser ou não utilizado com frequência, o tempo deve ser
considerado para a manutenção. Além disso, condições severas ou adversas de uso, como as
condições do trajeto a ser percorrido, impactam no intervalo de manutenção, conforme
estabelece o próprio manual do fabricante.
24

Tabela 1: valores de manutenção programada para o Logan1 ano 2014 pela montadora

Valor manutenção Percentual referente ao


Intervalo de manutenção proposto básica divulgado no site valor atual de venda do
pela montadora Renault no Brasil do fabricante2 veículo

1° ano 10000 km R$ 420,33 1,02%

2° ano 20000 km R$ 594,84 1,44%

3° ano 30000 km R$ 479,84 1,16%

4° ano 40000 km R$ 850,17 2,06%

5° ano 50000 km R$ 539,35 1,31%

6° ano 60000 km R$ 2.492,41 6,04%

7° ano 70000 km R$ 539,35 1,31%

8° ano 80000 km R$ 1.418,76 3,44%

9° ano 90000 km R$ 539,35 1,31%

10° ano 100000 km R$ 654,35 1,59%

11° ano 110000 km R$ 539,35 1,31%

12° ano 120000 km R$ 2.627,12 6,37%


¹ Veículo modelo Logan equipado com motor de 1600cm³ e com total de 8 válvulas ano 2014
² Veículo modelo Logan equipado com ar-condicionado e direção hidráulica. Não estão inclusos na manutenção peças com
elementos de fricção submetidos a desgaste.

Fonte: Renault do Brasil (2022); Fipe (2022)

Nesse sentido, vale destacar que, ao considerar sua extensão territorial, o Brasil tem
variáveis que influenciam diretamente na manutenção de um veículo automotor e que, por
vezes, não estão descritas no manual de manutenção das montadoras. Um dos principais agentes
externos e nocivos a alguns componentes mecânicos, encontra-se em abundância em várias
regiões do estado de Minas Gerais, o minério de ferro. Esse ao ser transportado pela malha
rodoviária do estado, por rodovias utilizadas por usuários diversos, fica depositado sobre o
asfalto e seus fragmentos em suspensão tem grande aderência às superfícies de órgãos móveis
dos veículos, principalmente quando existe maior umidade. Nessas situações, o minério de ferro
se torna material abrasivo, reduzindo de forma considerável a vida útil de diversos componentes
(SOUZA, 2018).
Dessa forma, é de suma importância que o gestor de frota, tenha conhecimento das
adversidades existentes nos pontos que serão percorridos pela sua frota, para propor uma
25

política alternativa de manutenção, seja a frota terceirizada ou própria. Isso será determinante
para que não exista desperdício de recursos públicos em gastos previsíveis inobservados.
Outro aspecto importante a se observar se relaciona aos custos operacionais e de
manutenção da frota. Os custos principais inerentes ao setor de transportes de uma instituição
com frota própria, caso do IF Sudeste MG, são: aquisição do veículo, tributos, seguro e
manutenção, principalmente corretiva e preventiva, e consumíveis: combustível, pneus, fluido
de arrefecimento, palhetas, sistema de iluminação, bateria (VUJANOVIĆ et al., 2018;
CORAZZA et al., 2018; RAPOSO et al., 2019; WANG et al., 2021; MECHLIA et al., 2021).
De acordo com Costa (2007) e Araújo; Oliveira (2020), a precarização na manutenção
preventiva, leva ao desgaste de componentes, o que aumenta as vibrações e os esforços
mecânicos, trazendo, por consequência, um maior consumo de combustível e redução do ciclo
de vida, e, portanto, elevação de custos.
Cumpre ressaltar que o valor anual pago pelo seguro da frota, um custo fixo, independe
do uso dos veículos. Para mais, no momento da compra de um veículo, normalmente é utilizado
o critério de especificação do veículo de menor preço, ficando para a posteriori o conhecimento
sobre peças de reposição e planos de manutenções. Dessa forma, por políticas comerciais e ou
de fabricação, algumas montadoras só permitem o incremento de itens de conforto, em
determinados pacotes ou alterando o modelo de determinado veículo. Isso pode inviabilizar a
compra de um automóvel que tenha um menor valor futuro com as manutenções caso não seja
verificado esses detalhes ao montar uma descrição para licitação.
Para evitar momentos de grande flutuação dos preços, e servindo de apoio ao servidor
público responsável para aquisição de material e ou serviços, o Governo Federal determinou
processos operacionais de forma a contribuir com a melhor gestão pública.
A instrução normativa n° 2, de 16 de agosto de 2011, estabeleceu procedimentos como
o portal de compras do Governo Federal, conhecido como COMPRASNET, sendo este
implementado para diversas funções, inclusive a de cotação eletrônica. Nesse sentido, os editais
para aquisição de bens na forma de pregão eletrônico, passaram a ser realizados por intermédio
do COMPRASNET que cataloga especificações técnicas de diferentes instituições mas, que
nem sempre atendem perfeitamente a demandas específicas, sendo necessário critério e
modificações se necessárias.
Nesse ponto, vale um destaque relativo à última aquisição de veículos do IF Sudeste
MG via licitação e uma reflexão sobre o tema. As pesquisas prévias feitas sobre a composição
26

da frota de veículos do IF Sudeste MG, campus Juiz de Fora, demostraram que parte desses
veículos são decorrentes do Pregão Eletrônico para Registro de Preços n°063/2013.
Dentro desse certame, seguindo a descrição específica do bem a ser adquirido, os
ofertantes dispõem sobre os seus produtos que atendem ao edital. Todavia, o termo de referência
onde são descritas as especificações e características, deveriam ser apoiados por profissionais
com capacitação técnica, os quais são capazes de avaliar, de forma mais fidedigna, todos os
pontos a se descrever, evitando que o setor responsável venha a utilizar atributos do produto
feitos em outro edital por diferente unidade ou autarquia.
Essa análise técnica, poderia contribuir para que a obtenção do patrimônio seja acertada
na especificação do veículo de compra, que contemple menores custos de manutenção,
consumo de combustível, depreciação e maior segurança ao usuário.
Com a mudança administrativa do campus Juiz de Fora em 2020, a nova gestão da
Diretoria de Administração e Planejamento (DAP) demandou uma colaboração entre o núcleo
de mecânica do referido campus e a coordenação de logística do setor de transporte, com a
finalidade de auxiliá-la no controle da manutenção da frota.
Como forma de melhor entender os impactos da manutenção, em um levantamento
preliminar de dados de custos de combustíveis e manutenção de veículos, realizado no IF
Sudeste MG, entre os anos de 2017 e 2021, verificou-se que o valor gasto pela instituição, em
combustíveis diminuiu quase 50% em 2020, em relação aos anos anteriores, passando de R$
541.563,00 em 2019 para R$ 254.434,00 em 2020. Essa diminuição se deve à pandemia da
Covid-19, que reduziu o trabalho presencial na instituição.
De maneira similar, para os custos de manutenção dos veículos do IF Sudeste MG para
o mesmo período de análise dos custos de combustível, verifica-se que mesmo com a pandemia,
e estando a maioria da frota ociosa, os custos de manutenção se mantiveram estáveis, na média
de R$ 343.200,57 por ano.
Uma possível explicação para esse fato se dá, conforme exposto anteriormente, devido
à necessidade de manutenção de equipamentos mesmo em situação de pouca ou nenhuma
utilização, como forma de preservá-los o mais próximo possível e em condições operacionais
de uso. Porém, com o passar dos anos e com o consequente aumento de desgaste dos
componentes, mantê-los em condições de confiabilidade, torna-se cada vez mais oneroso,
levando-se, muitas vezes, à uma situação de inviabilidade econômica (RIECHI et al., 2017b).
Um processo de gestão da manutenção eficaz contribui para a garantia da operação
segura e confiável dos equipamentos, sendo um processo essencial que envolve a tomada de
27

decisão em diferentes estágios de operação em uma cadeia produtiva ou de serviços (AMRANI


et al., 2020). Além disso, a utilização de ferramentas da gestão da qualidade, como o ciclo plan-
do-check-act (PDCA), no processo de gestão da manutenção gera uma oportunidade de se
conectar as funções de um negócio, a tomada de decisões e gerência dos recursos financeiros
(IKRAM et al., 2020).
Contudo, a manutenção dos veículos no campus se apresenta falha, com manutenções
não programadas e baseadas em manutenção corretiva e sob demanda de uso. Além disso,
informações históricas são incompletas, dado que alguns modelos originários de editais de
desfazimento não carregam consigo um histórico de manutenções executadas enquanto em uso
nas instituições de origem. Falta treinamento e conhecimento por parte dos motoristas quanto
aos procedimentos de verificações de rotina para garantir a operação com segurança dos
veículos da frota.

Com base no exposto, foi estabelecida a seguinte pergunta para representar o


problema da pesquisa: Como contribuir com a gestão da manutenção da frota de veículos
leves do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IF Sudeste MG) e aplicação dos
recursos públicos orçamentários?

Para responder ao problema da pesquisa, esta dissertação tem como objetivo geral:
Propor um processo de gestão de manutenção da frota de veículos leves que auxilie o
planejamento, execução, controle e ações contínuas que permitam garantir mantenabilidade dos
veículos e suas condições de operação e segurança.

Para o atendimento ao objetivo geral, os objetivos específicos desse trabalho foram:

1- Apresentar o embasamento teórico necessário para entendimento dos principais


conceitos relacionados ao tema e à solução do problema da pesquisa;
2- Identificar a frota de veículos do IF Sudeste MG: quantitativo, tipo, utilização e
manutenção;
3- Analisar a manutenção dos veículos quanto às suas características, procedimentos
aplicados bem como seus custos;
4- Avaliar as condições de manutenção da frota;
28

5- Propor ações como forma de contribuir para um processo de gestão da manutenção no


setor de transportes e, consequentemente, para a gestão dos recursos orçamentários.

1.2 JUSTIFICATIVA

Considerando-se a ausência de um controle sistêmico dos processos relativos à


utilização e manutenção da frota de veículos verificada no IF Sudeste MG campus Juiz de Fora,
que impacta diretamente na disponibilidade e segurança dos veículos, torna-se importante o
desenvolvimento de um trabalho que contribua para o planejamento de rotinas de manutenção,
levantamento e controle de seus dados e, consequentemente, sua previsibilidade e análise.

Sendo assim, é notório que a implementação da gestão da manutenção com um estudo


da frota de veículos quanto ao seu estado de manutenção se faz importante, como uma forma
de melhorar a aplicação dos recursos financeiros, além de garantir a segurança dos usuários.

Ademais, a criação e utilização de um processo de gestão que permita a obtenção e


avaliação de dados e informações relativos à sua manutenção, utilização e conservação, assim
como histórico de falhas, desgastes e substituição de componentes, custos de manutenção
prevista e realizada, trajetos e abastecimentos dos veículos, entre outras, contribuem para um
procedimento sistematizado de gerenciamento da frota, o qual permita o seu verdadeiro
conhecimento e controle.

Vale destacar que no período compreendido pela pandemia de Covid-19, a frota de


veículos do campus Juiz de Fora foi confinada em uma quadra poliesportiva da unidade.
Observou-se que os veículos ficaram por um longo tempo estacionados na mesma posição,
indicando a ausência de manutenção durante o período.

De fato, a frota foi abandonada durante o período, e alguns dos veículos apresentaram
vazamento de fluido lubrificante, manchando o piso da quadra, e indicando risco iminente ao
equipamento se colocado em uso sem manutenção. Isso complementa a motivação desse
trabalho diante da precarização da manutenção dos veículos.

Por fim, a presente pesquisa se mostrou viável pois, considera o planejamento, execução
e controle de diferentes ações que envolvem o treinamento de pessoal, seguimento de
procedimentos operacionais padrão, o levantamento de parâmetros via inspeções rotineiras da
frota, montagem de um banco de dados, elaboração de planos de manutenção para
29

previsibilidade de custos e redução de manutenção corretiva por meio de um controle de


variáveis que permitirão, via alimentação de planilhas eletrônicas, o levantamento histórico de
indicadores de manutenção e o controle dessa, que de fato corroboram para a gestão da
manutenção da frota de veículos da instituição.
30

1.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA E ESTRUTURA DO TRABALHO

Em função da necessidade de visita in loco nas diferentes unidades do IF Sudeste MG


para vistoria dos veículos, as dificuldades de deslocamento durante a pandemia, e o sincronismo
com os demais setores responsáveis pelo transporte, esse trabalho tratou da análise da frota na
unidade de Juiz de Fora.

Além disso, considerando-se o tipo de veículo que configura a maioria na composição


da frota, o período de realização da pesquisa, que coincidiu com restrições sanitárias de
biossegurança e de acesso aos veículos e às unidades, e tendo em vista a disponibilidade de
local e equipamentos para avaliação da frota no campus Juiz de Fora, foram escolhidos os
veículos leves de passageiros e mistos, com peso bruto total (PBT) inferior ou igual a 3.500 kg,
como objeto de estudo desse trabalho.

Esta dissertação encontra-se estruturada em outras sete seções (além dessa introdução),
a saber: ii) referencial teórico; iii) metodologia da pesquisa; iv) resultados da pesquisa, v)
conclusão, vi) referências bibliográficas e anexos.
31

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

No referencial teórico abordou-se primeiramente aspectos principais relativos à gestão


da frota e da manutenção descritos na literatura. Posteriormente, foram apresentados trabalhos
relativos aos procedimentos de manutenção e a descrição de métodos utilizados por empresas
e instituições para construir estratégias de gestão. Por fim, foram listadas ações de melhoria da
gestão da manutenção como forma de embasar o presente trabalho na resolução do problema
de pesquisa.

2.1 GESTÃO DA FROTA

A gestão da frota engloba o conjunto de procedimentos que almeja administrar o uso


eficiente de veículos pertencentes à uma mesma instituição, considerando aspectos como rotas,
custos, manutenção, renovação, motoristas e pessoal de operação, entre outros, Figura 1. Logo,
a gestão da frota envolve também a gestão de cada um desses aspectos. Nesse contexto, o gestor
torna-se fundamental na busca por ações que garantam economicidade e sustentabilidade
(FREITAS et al., 2022).

Figura 1 – Elementos integrantes da gestão de frota

Gestão da
Frota

Rota Custos Manutenção Pessoal

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)


32

Ações que promovam o controle e a gestão da frota de veículos de empresas e


instituições públicas são essenciais para a garantia de sua utilização eficiente, segura,
econômica e ambientalmente responsável. Em administração pública, a transparência e controle
quanto aos custos da frota são primordiais. Segundo Soares et al. (2022) a formulação de
indicadores de frota, sua aplicação e seu monitoramento permitiram que o Poder Executivo do
estado de Minas Gerais identificasse problemas na gestão da frota, tanto pela falta ou incorreto
lançamento de informações, quanto pelo uso inadequado de veículos.
Além do uso de indicadores, métodos de modelagem para auxiliar as decisões gerenciais
e controlar custo da frota são descritos na literatura. Riechi et al. (2017a) desenvolveram um
modelo de suporte à gestão de ativos com base na associação da análise do custo do ciclo de
vida e o método de Monte Carlo para uma análise estocástica, considerando tanto a idade quanto
a média anual de quilometragem de uma frota de ônibus espanhola de transporte urbano para a
previsão do tempo de substituição ideal dos veículos.

Riechi et al. (2017b) demonstraram o modelo combinado de gerenciamento de frota,


baseado na ferramenta de Análise do Custo do Ciclo de Vida (LCC) e no modelo matemático
de Simulação de Monte Carlo (SMC) para dados coletados para 33 veículos de uma frota de
transporte urbano brasileira. O banco de dados analisado foi estabelecido em períodos anuais,
entre 2011 e 2015. Para efeito de cálculo, a idade considerada do veículo foi a do final do
período analisado. Além disso, o consumo médio de combustível foi considerado constante
pelos autores durante toda vida útil do veículo e o único custo de operação. O custo de
investimento para aquisição do veículo foi considerado como o valor de compra de um veículo
novo similar. Os custos de 33 ônibus durante o período de cinco anos foram analisados, sendo
o custo médio por quilômetro de € 0,432 com os modelos Life Cycle Cost e Monte Carlo, sendo
€ 0,05 menor que aqueles para o modelo LCC tradicional. Os autores apontaram que, de acordo
com a política da empresa, a substituição dos ônibus foi programada para ocorrer a uma idade
média de sete anos de uso com uma utilização média de 80.000 quilômetros anuais, o que indica
um custo médio por quilômetro próximo de 0,506 euros.

Contudo, a previsibilidade de substituição de frota também pode ser estimada com base
em modelos matemáticos. Por exemplo, Raposo et al. (2019) aplicaram modelos para estimar
o custo do ciclo de vida de uma frota de ônibus urbano, baseados nos custos de manutenção e
de operação da frota de forma a determinar o tempo ótimo de renovação dessa. Dados como
depreciação, preço de aquisição do veículo, tempo de vida, quilometragem anual percorrida,
33

preço do combustível e inflação anual foram utilizados nos modelos que avaliam a necessidade
de renovação da frota, com base nos seus custos ao longo do tempo de vida dos veículos.
Vujanović et al. (2018) desenvolveram e aplicaram uma metodologia de gestão
integrada de manutenção de frotas em uma empresa que vende peças automotivas e as distribui
utilizando frota própria, trazendo uma redução específica do consumo de combustível por
volume de transporte e aumentando a eficiência energética da frota. Além disso, o tamanho da
frota foi reduzido, o que afetou a racionalização do volume transportado no período observado.
Logo, mudanças no modelo de frota, própria ou terceirizada, podem ser opção para
empresas ou instituição pública. No caso da administração pública, o decreto Nº 9.287 de 15
de fevereiro de 2018, dispõe em seu artigo 8° o seguinte:

Os órgãos, as autarquias e as fundações da administração pública federal deverão


considerar todos os modelos de contratação praticados pela administração pública
federal para prestação de serviço de transporte de material e de pessoal a serviço, de
que trata o art. 4º, e adotar aquele que for comprovadamente mais vantajoso em
comparação ao modelo vigente. § 1º A aquisição de veículos deverá ser adotada
somente quando comprovada a sua vantajosidade econômica em relação à adoção de
qualquer dos demais modelos de contratação praticados pela administração pública
federal. § 2º Quando da substituição dos veículos próprios pelos modelos praticados
pela administração pública federal, seus órgãos, suas autarquias e suas fundações
elaborarão e executarão plano de desmobilização, que será encaminhado para a
aprovação pela Secretaria de Gestão do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão (BRASIL, 2018, p. 2).

Pensando-se, então, nos custos de aquisição e de manutenção de frota própria, tem-se


os modelos de terceirização do setor de transportes, utilizados em diversas empresas e
instituições que, por vezes, conseguem reduzir sua frota mantendo somente veículos essenciais
para uma situação inesperada de demanda (VOLQUIND; DELLA VECCHIA, 2019). Outras,
já estabelecem em contrato, a utilização de um pool para emergências, evitando a necessidade
de gastos com qualquer tipo de veículo. De qualquer maneira, em se tratando do serviço público,
para a tomada de decisão sobre qual a melhor opção para cada instituição, o gestor deve ter em
mãos dados fidedignos dos custos de sua frota e da utilização dessa. Bem como, ele deve
cuidadosamente investigar os custos e necessidades contratuais que atendam à sua demanda, no
caso de terceirização da frota.
34

O gestor ainda tem que se atentar que, para o caso de itens avariados, por exemplo, para-
brisas quebrados por pedras no deslocamento, para-choques danificados, rodas empenadas por
choque mecânico em buracos, no caso de frota própria, podem-se buscar pela reposição de
peças similares, ao passo que em uma frota terceirizada, somente itens originais são aceitos pela
empresa locadora.
Outra ressalva é que, de acordo com Amorim (2009), via licitação, as contratações
priorizam o menor preço, o que pode levar o processo às empresas não idôneas financeiramente
e sem condições de cumprimento do contrato. Ainda segundo o autor, tal fato pode acarretar a
precarização dos custos da mão de obra e das condições de trabalho, consequências
preocupantes para o contratante.
Braz (2018) desenvolveu um estudo de revisão de literatura como forma de caracterizar
a terceirização da frota de veículos oficiais na prestação de serviços públicos, em Minas Gerais
no período 2005 a 2013, analisando se houve melhoria dos serviços prestados durante esse
período. A partir dos trabalhos encontrados verificou, dentre outros pontos que: a frota própria
de veículos oficiais em Minas Gerais trouxe elevados custos para sua gestão, principalmente
com manutenção corretiva; não concordância de ações entre diversos órgãos estatais, com
processos de compras de itens similares; ausência de padronização com a utilização de veículos
de várias categorias para o desempenho de uma mesma função e política de renovação da frota
não praticada.
Uma possibilidade a ser analisada para o IF Sudeste MG é a composição da frota de
maneira mista: parte própria e parte terceirizada. Dessa forma, somente as atividades essenciais
serão mantidas diretamente pela tomadora. Neste sentido, ao IF seria permitida uma melhor
destinação de recursos para aperfeiçoamento da sua atividade fim, primando pela eficiência,
reduzindo custos e onerando minimamente os cofres públicos.
Zancanella (2019) realizou um estudo da frota do IF Sudeste MG processando dados de
2017 com a técnica de apoio à decisão AHP (Análise Hierárquica de Processo), avaliando os
seus custos principais e propondo um método para sua gestão e avaliação, para composição
mista da frota, parte própria e parte terceirizada. Contudo, esse trabalho se baseou nos custos
da frota e não em ações voltadas para suas atividades de manutenção.
Logo, como complemento a esse trabalho, nessa proposta de pesquisa, os custos de
manutenção da frota podem ser avaliados em paralelo ao desenvolvimento de um processo de
gestão da manutenção baseado em planos de manutenção preventiva da frota e proposição de
práticas rotineiras de auxílio ao diagnóstico e prevenção de falhas, controle de informações,
35

contribuindo para a melhor gestão da manutenção e consequentemente de seus custos,


independentemente do tipo de frota adotada.

2.2 GESTÃO DA MANUTENÇÃO

A gestão da manutenção compreende todas as atividades da gestão que determinam os


objetivos, estratégias e as responsabilidades a respeito da manutenção e sua implementação, de
modo a garantir o controle e a supervisão da manutenção com melhoria contínua de métodos
da organização, incluindo os aspetos económicos. A gestão deve ser focada na garantia de
operação dos equipamentos com rendimentos aproximados aos nominais, com quantidade
reduzida de desperdício, avarias e manutenção breve sempre que algum problema é verificado
ou previsto (FIGUEIREDO, 2021).
36

2.2.1 Conceito de manutenção da frota

A manutenção da frota é o conjunto de atividades que são realizadas de forma a garantir


a disponibilidade de um equipamento em condições seguras de utilização. Mais detalhes acerca
dos tipos de manutenção, suas características e vantagens, bem como da gestão da manutenção
serão apresentados em sequência.

2.2.2 Tipos de manutenção da frota

A manutenção de equipamentos pode ser classificada em três eixos principais clássicos:


manutenção corretiva, subdividida em corretiva planejada e não planejada, preventiva e
preditiva, e outras três voltadas para a avaliação de parâmetros quantitativos da manutenção:
manutenção produtiva total e manutenção centrada na confiabilidade, e de proteção do
equipamento: detectiva, conforme apresentado na Figura 2.
A manutenção corretiva corresponde aos procedimentos de reparo no equipamento após
a ocorrência da falha ou detecção de funcionamento não conforme de algum componente do
equipamento, nesse trabalho, os veículos. A manutenção corretiva não planejada é a forma mais
reativa que a manutenção pode apresentar, em que a gerência não gasta nenhum recurso com a
manutenção, até que o equipamento tenha sua parada repentina.
Contudo, o custo final da manutenção para a organização é normalmente maior que o
simples reparo do equipamento uma vez que uma falha inesperada causa um dano muito maior
ao equipamento, já que a falha de um componente pode levar a comprometer a integridade de
outros do sistema.
A manutenção corretiva planejada é realizada quando o equipamento apresenta um
defeito que foi identificado pelas práticas preventivas ou preditivas. Como esse tipo de
intervenção pode ser planejado, ele apresenta custos significativamente menores se comparado
à manutenção corretiva não planejada. Isso se deve ao fato de que a manutenção será realizada
com disponibilidade de recursos e materiais para o trabalho (peças, equipamentos, ferramentas,
pessoal) e, principalmente, a um tempo que não comprometa a utilização do equipamento ou a
produção (RODRIGUES, 2010).
Já a manutenção preventiva configura um processo de manutenção baseado em plano
de manutenção previamente elaborado segundo recomendações técnicas de fabricantes, normas
regulamentadoras ou com base na projeção da vida dos componentes, a ser implementado
37

seguindo intervalos. Esses intervalos não necessariamente estão vinculados somente ao tempo
cronológico, mas também a horas de trabalho, horas de voo, distância percorrida, massa
deslocada, como em uma correia transportadora, regime e condições de utilização, ferramentas
de corte em um processo de usinagem, por exemplo.
Ainda segundo Rodrigues (2010), a manutenção preventiva é menos onerosa que a
corretiva não planejada, porém quando não programada corretamente, pode conduzir ao
aparecimento de defeitos não existentes nos equipamentos, como danos durante partidas e
paradas, contaminações introduzidas nos sistemas, falhas de procedimentos de manutenção.
Finalmente, a manutenção preditiva é descrita como um procedimento de coleta de
dados em tempo real do equipamento, de modo a possibilitar a prevenção de defeitos e
modificação dos intervalos de manutenção preventiva de modo a garantir a operação dos
dispositivos. Desse modo, parâmetros como temperatura de óleos ou fluidos de arrefecimento,
pressão de reservatórios, vibrações mecânicas de mancais de rolamentos, de pás de rotores de
turbinas, rotação de motor, acelerações e desacelerações e vibrações acústicas podem ser
monitorados e processados de forma a controlar as paradas e a vida dos equipamentos de
maneira efetiva.
Por exemplo, a análise de vibração de equipamentos torna-se capaz de detectar
diferentes problemas desde condições de desalinhamento, desbalanceamento, folgas e falhas
nos rolamentos, bem como falhas nas engrenagens, empeno de eixo, cavitação em bombas,
problemas em compressores, problemas elétricos nos motores, entre outros (MARQUES;
BRITO, 2019.
38

Figura 2 - Classificação da manutenção

Tipos de
Manutenção

Manutenção
Manutenção Manutenção
Corretiva Preventiva Preditiva Centrada na
Produtiva Total Detectiva
Confiabilidade

Corretiva não Corretiva


planejada planejada

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)


Historicamente, as empresas adotavam o sistema de manutenção corretiva, prática que
levava a condições de desperdícios, retrabalhos, perda de tempo e de esforços humanos, além
de prejuízos financeiros (PEREIRA, 2019). Posteriormente, passou-se a dar ênfase aos sistemas
preventivos, adotando-se o chamado conceito de Manutenção Produtiva Total (MPT), mais
conhecido como Total Productive Maintenance (TPM), o qual inclui ações e técnicas
preventivas e preditivas de manutenção, permitindo avaliar o processo de manutenção com base
em parâmetros quantitativos, com criação de um programa de operações básicas de manutenção
e cronograma de atividades para evitar paradas imprevistas. Além da criação de programas de
treinamento para capacitação e implantação de um sistema de gerenciamento do equipamento.

De maneira similar, foram modificadas as práticas de manutenção de veículos,


seguindo-se normas e recomendações de fabricantes. Exigências ambientais, manutenção
preventiva, a condição de uso e serviço de veículos também influenciam nas atividades e custos
de manutenção, bem como na gestão eficiente desses (VUJANOVIĆ et al., 2018).

A manutenção centrada na confiabilidade é uma metodologia utilizada para assegurar


que quaisquer componentes de um ativo mantenham suas funções, sua condição de uso com
segurança, qualidade, economia e ainda que seu desempenho não degrade o meio ambiente
(PEREIRA, 2019). Os estudos de confiabilidade visam identificar os modos de falha,
possibilitando a gestão de manutenção e elaboração de planos de manutenção mais precisos,
que podem vir apoiados na aplicação sistemática de técnicas de análise, a manutenção preditiva.
39

A manutenção detectiva busca identificar falhas comumente não reconhecidas nas


condições de operação do equipamento relativas a sistemas de proteção, operação e alerta. Por
exemplo, se a lâmpada indicativa do pressostato de óleo do motor do painel do veículo está
queimada e essa falha não é conhecida, uma condição de perda de lubrificação forçada do
motor, nesse caso, não alarmada, levaria a danos catastróficos.

Assim, é importante que o condutor tenha conhecimento que há uma verificação


realizada pela central eletrônica dos veículos modernos ao se acionar a chave de ignição. Nessa
operação, todas as luzes de emergência do painel se acedem concomitante às análises
eletrônicas de falhas dos sistemas, e, portanto, caso alguma luz não acenda, deve ser motivo de
atenção do usuário. Porém, se isso não ocorre, alguma situação não conforme levaria a uma
condição insegura ou crítica de utilização do veículo, elevando os danos e custos de
manutenções futuras.

Da mesma forma, podem ser pensados sistemas que devem entrar em operação em
emergências, por exemplo, dispositivos sprinkler de combate a incêndio, gerador de energia
elétrica em unidades de saúde ou indústria de alimentos, airbag de veículos, sistemas
reguladores de vazão de água para abastecimento de caldeiras, e assim, a manutenção detectiva
garante a confiabilidade dos equipamentos, com a realização de testes de operação periódicos
dos dispositivos.

Vale ressaltar que a manutenção detectiva demanda maiores recursos para sua
implantação, uma vez que equipamentos de medição, acionamento e controle dedicados são
necessários. Em um veículo, o teste e a detecção de anomalias de alguns sistemas só podem ser
realizados via scanner automotivo.

2.2.3 Vantagens da manutenção

Analisando-se as características dos tipos de manutenções apresentadas, podem-se listar


as vantagens dessas, excetuando-se a corretiva, de acordo com Almeida (2014), como sendo:

Manutenção Preventiva
 Equilíbrio de utilização de recursos humanos
Com o planejamento da manutenção, eliminam-se tempos ociosos e excesso ou falta de mão de
obra, gerando um ritmo de trabalho constante;
40

 Eliminação de tempo de espera para compra de peças


A previsibilidade de peças e insumos é possível com base nos planos de manutenção, evitando-
se estoques desnecessários ou falta de peças, reduzindo o tempo de não operação dos
equipamentos;
 Confiabilidade de prazos no sistema de produção
A manutenção preventiva garante a dinâmica do processo produtivo, por evitar atrasos por
quebras de máquinas;
 Satisfação do cliente
Contribui para a garantia dos prazos de entrega e qualidade das peças e de funcionamento pleno
dos equipamentos, contribuindo para a satisfação dos clientes da organização;
41

 Gestão ambiental
A manutenção preventiva evita problemas relativos a vazamentos de óleos lubrificantes, óleos
de freios, de caixa, e o descarte inapropriado de baterias, filtros, pastilhas e minimiza emissão
de poluentes, por exemplo.

Manutenção Preditiva
 Aproveitamento maior do equipamento
Com o monitoramento de grandezas físicas do equipamento, utiliza-se sua vida útil de maneira
plena;
 Planejamento de estoque
O planejamento e controle na aquisição de peças e insumos é possível com base na previsão de
reparos de acordo com os parâmetros monitorados;
 Eficiência na produtividade
A manutenção preditiva garante a eficiência das máquinas e consequentemente da
produtividade da organização;
 Segurança do trabalho
Bem como a manutenção preventiva, contribui para a garantia da segurança do trabalho já que
se conhece o comportamento dinâmico do equipamento;
 Credibilidade
A manutenção preditiva contribui para a maior credibilidade dos produtos ou serviços
ofertados.

Manutenção Produtiva Total


 Autorrealização (saber ser)
Com o envolvimento de todos os envolvidos no processo de capacitação, esses são motivados
a realizar as operações de manutenção planejadas, de forma voluntaria;
 Aumento da atenção no trabalho (saber fazer)
Profissionais capacitados, melhor executam as atividades de manutenção;
 Aumento da satisfação no trabalho (dedicação no que se faz)
O engajamento promove o crescimento da satisfação pela realização do trabalho;
 Efeito sinérgico
O processo conduz a melhoria do trabalho em equipe;
 Melhoria na comunicação
42

O processo de manutenção promove a melhoria na comunicação entre os membros da equipe,


com propostas de soluções e melhorias;
 Aquisição de novos conhecimentos
O processo de capacitação e integração na equipe promove a aquisição de novos conhecimentos
e habilidades.

Manutenção Centrada na Confiabilidade


 Coleta de informações
Permite a identificação e documentação do processo de manutenção em análise;
 Análise de modos de falhas
Identificação das funções e seus modos de falhas e os efeitos adversos causados pelas falhas;
 Seleção de funções significantes
Identificação e documentação de todas as funções e determinar se uma falha tem efeito
significativo, sob os aspectos fundamentais da MCC de segurança, meio ambiente, operação e
economia do processo;
 Seleção de atividades aplicáveis
Determina as atividades de manutenção preventiva e sua periodicidade aplicáveis para prevenir,
corrigir ou amenizar cada modo de falha identificado, reduzindo os impactos operacionais, de
segurança e ambientais do processo;
 Avaliação da efetividade
Processo estruturado para verificar se uma atividade de manutenção preventiva consegue
reduzir as consequências previstas de uma falha.

Manutenção Detectiva
 Identificação de falhas ocultas
 Possibilidade de identificação de falhas não encontradas na manutenção
preventiva associada a sistemas que só entram em operação em condições
emergenciais, garantindo a confiabilidade e segurança da manutenção.

A Figura 3 apresenta um diagrama resumo das vantagens das manutenções, excetuando-


se a corretiva, que deve ser evitada para a garantia de vida e segurança de operação dos
equipamentos.
43

Figura 3 – Resumo das vantagens da manutenção

•Equilíbrio de utilização de recursos humanos;


•Eliminação de tempo de espera para compra de peças;
Preventiva •Confiabilidade de prazos;
•Satisfação do cliente;
•Gestão ambiental.

•Aproveitamento maior do equipamento;


•Planejamento de estoque;
Preditiva •Eficiência na produtividade;
•Segurança do trabalho;
•Credibilidade

•Saber ser;
•Saber fazer;
•Satisfação pelo trabalho;
Produtiva Total •Efeito sinérgico;
•Melhoria na comunicação;
•Aquisição de novos conhecimentos e habilidades.

•Coleta de informações;
•Análise de modos de falhas;
Centrada na Confiabilidade •Seleção de funções significativas;
•Seleção de atividades aplicáveis;
•Avaliação da efetividade.
Detectiva •Identificação de falhas ocultas.

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)

2.2.4 Manutenção da frota em instituições públicas: especificidades

Quando se considera a manutenção da frota em instituições públicas, encontram-se


características que tornam o processo ainda mais complexo. De maneira geral, a frota é
composta por veículos de diferentes modelos e muitas vezes de diferentes montadoras, o que
inviabiliza o seguimento de um plano de gerenciamento da manutenção único. Adicionado a
isso, outra diferença encontrada em relação a outros tipos de frota, é a idade dos veículos.
Diferentes anos de fabricação, dificultam a manutenção e a comparação entre veículos.
Além disso, em se tratando de instituições de ensino e/ou pesquisa, a frota é formada
por veículos de finalidades distintas, caso do IF Sudeste MG, que possui veículos leves, médios
e pesados, distribuídos em tipos: passageiros (passeio, van, micro-ônibus e ônibus), misto
44

(carga e passageiros), carga (caminhões leves e pesados), motocicletas, máquinas agrícolas,


entre outros, conforme também relatado por Bezerra (2021).
Logo, diferenças relativas a consumo de combustível, desgaste de componentes, planos
de manutenção preventivos distintos levam a desafios ainda maiores, dada a quantidade de
variáveis envolvidas.
Adicionado a isso, está o fato de muitas instituições de ensino manterem a
documentação de informações relativas à frota e sua manutenção de maneira ineficiente, sem
enxergar o veículo como um ativo da organização, cuja manutenção sem procedimento leva a
precarização do bem, utilização insegura e economicamente dispendiosa.

2.2.5 Gestão da manutenção: métodos de gestão da manutenção

A gestão da manutenção é um processo essencial em qualquer organização e envolve a


tomada de decisões em diferentes estágios do processo. Despesas de manutenção podem chegar
a até 40% dos custos operacionais e podem aumentar se não houver o planejamento, afetando
a produtividade e a vida útil de equipamentos (AMRANI et al., 2020).

O uso de indicadores de manutenção seguindo normas técnicas (ABNT NBR 5462)


como: tempo de manutenção efetiva, tempo entre falhas, vida média, disponibilidade, podem
auxiliar no processo de gestão da manutenção.

Outro ponto a ser observado é a aplicação de tecnologias de computação, a qual permite


que os usuários utilizem dados em tempo real para atualizar essas informações, levando a uma
previsão mais precisa de condições de ativos. A implementação dessas tecnologias resulta em
uma manutenção preditiva mais pragmática e estratégica que reduz substancialmente custos
desnecessários e melhora o desempenho da manutenção, com previsibilidade de futuros planos
de manutenção (HOPKINS; HAWKING, 2018; PETCHROMPO; PARLIKAD, 2019).

Segundo Vujanović et al., 2018, a gestão integrada de manutenção de frotas representa


a implementação de medidas, ações e tomada de decisão com o objetivo de diminuir os custos
totais de manutenção e aumento da eficiência energética. Um sistema integrado de gestão
engloba todos os processos de uma organização em uma estrutura que se complementa, com
objetivos unificados. A gestão integrada torna a organização mais competitiva e sustentável,
bem como auxilia as organizações em processos de certificação de qualidade, ambiental e social
(SOUZA; ALVES, 2018; IKRAM et al., 2020)
45

2.2.6 Etapas de gestão da manutenção


O gerenciamento de um processo consiste em identificar problemas e planejar a melhor
maneira de resolvê-los. Além disso, após a aplicação da estratégia de solução do problema,
avaliações de desempenho devem ser realizadas de modo a distinguir possíveis ações de
melhoria e replanejamento da solução proposta, tornando o processo de gestão dinâmico e
adaptável.
As ferramentas da qualidade descritas na norma NBR ISO 9001 podem ser utilizadas
como auxílio nesse processo de gestão de processos (ABNT, 2015). A aplicação dos conceitos
e ferramentas de qualidade na gestão da manutenção, contribuem para um aumento da
produtividade e permanência do nível funcional dos equipamentos e maquinários (PENEDO,
2020). Segundo Campos (2002), gerenciar é o ato de buscar as causas da impossibilidade de se
atingir uma meta, estabelecer contramedidas, montar um plano de ação, atuar e padronizar em
caso de sucesso.
Dentre as ferramentas da qualidade da NBR ISO 9001, o ciclo plan-do-check-act
(PDCA) é um método aplicável a qualquer processo. A metodologia se baseia na promoção da
melhoria contínua, por meio de quatro etapas integradas: a) Plan (planejar): descrever os
objetivos do processo (solução do problema, atingimento da meta) assim como os recursos
necessários ou método para se atingi-los; b) Do (fazer): ou execução, colocar em prática o
planejado; explicar a meta e o plano para que os envolvidos entendam e concordem com a
proposição; c) Check (checar): ou verificação (controle), durante e após a execução,
acompanhar e realizar medições dos processos, produtos e serviços planejados e analisar os
resultados, comparando-os com a meta planejada e; d) Act (agir): transformar o plano que deu
certo em ações de rotina e realizar ações de melhoria para o desempenho do processo
(PENEDO, 2020; FARIA; LONGHINI, 2021).
A Figura 4 apresenta uma adaptação do método PDCA que pode ser aplicado à proposta
desse trabalho para garantir a gestão da manutenção da frota de veículos, baseado em
planejamento, execução, controle e melhoria.
46

Figura 4 – Adaptação do método PDCA

Execução:
Gestor
Motoristas e
Operadores
Manutenção

Controle
Planejamento: Gestão da
manutenção Avaliação de
meta
desempenho

Melhorias:
atividade
constante

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)

Considerando-se autores que utilizaram essa ferramenta de qualidade, RODRIGUES et


al. (2017) desenvolveram um controle da manutenção dos Shuts em correias transportadoras de
indústrias de mineração, baseado em informações técnicas sobre o estado atual do Shut em
conformidade com um plano de manutenção adequado ao ambiente operacional. Observaram
que a correta análise e identificação de causas de problemas em processos produtivos aliadas
ao ciclo PDCA são essenciais para a eficácia da manutenção preventiva. As causas
demonstraram a importância de investimentos em manutenção preventiva com auxílio de
ferramentas de solução de problemas, o que contribui para o aumento do tempo de vida do
equipamento, redução do custo e melhor disponibilidade e confiabilidade do maquinário.
FERNANDES et al. (2019) aplicaram o ciclo PDCA, bem como das Ferramentas da
Qualidade Brainstorming, Diagrama de Ishikawa, Plano de ação, Lista de verificação e fluxo
47

de processos, para o diagnóstico e a correção das não-conformidades que ocorrem em uma


oficina mecânica situada no Rio de Janeiro. Os resultados encontrados pelos autores indicaram
que a ausência de um padrão operacional, o qual foi levantado como a principal causa para os
elevados índices de retrabalho e insatisfação dos clientes bem como refletiu no mau estado
mecânico e físico de seus veículos pós-serviços.
PENEDO (2020) identificaram os modelos de manutenção preventiva e a manutenção
corretiva não planejada como os mais aplicados nas empresas em estudo. Dentre as ferramentas
apontadas mais utilizadas pela manutenção destacaram-se o diagrama de causa e efeito e folhas
de verificação. Observaram que o diagnóstico e a análise das causas das falhas de manutenção
são realizados e que 50% das empresas se baseiam em sistemas informatizados de planejamento
e controle de manutenção (incluindo o PDCA). Os resultados da pesquisa confirmaram que a
utilização de modelos de manutenção e ferramentas da qualidade contribuem para a
produtividade sem desperdício de tempo.
FARIA; LONGHINI (2021) aplicaram a avaliação por indicadores de manutenção e o
ciclo PDCA para melhoria da gestão de manutenção de equipamentos laboratoriais em uma
indústria de celulose, como forma de controle dos custos. Baseado no levantamento de
informações do processo de manutenção, o estudo permitiu uma melhoria no controle das
manutenções dos equipamentos laboratoriais, sendo que alguns registravam índice de
disponibilidade inferior a 35% ao ano. O relatório contribuiu para tomada de decisão na gestão
dos equipamentos, bem como maior assertividade quanto a novos investimentos. Os autores
sugeriram a criação de novos indicadores, como tempo de vida útil e idade tecnológica,
aumentando a variedade de informações para a empresa, além de ser importante reiniciar,
periodicamente, o ciclo PDCA de modo a se visar a melhoria contínua do processo.
HUSSAIN et al., 2022 avaliaram a aplicação de ferramentas de qualidade na indústria
de energia eólica, a partir de um sistema integrado de gestão, atendendo requisitos legais e
normatizados. Os autores apontam que os elementos-chave do sistema de gestão que garanta a
saúde e segurança dos trabalhadores da área envolvem organização, planejamento,
implementação, medição de desempenho, segurança, auditoria e revisão, baseados em ciclo
PDCA.
48

2.3 AÇÕES PARA MELHORIA DA GESTÃO DA MANUTENÇÃO

A prática da manutenção em um equipamento, baseada em tempo de vida ou em


quilometragem atingida, ao invés de uma avaliação rotineira das condições de desgaste, avarias
e mal funcionamento de componentes pode levar a situações de falhas não previstas, inseguras
e de alto custo. Macaluso e Jacazio (2017) propuseram um modelo não linear baseado na
avaliação em tempo real das condições de atuadores servo hidráulicos de modo a modificar o
processo de manutenção de aeronaves: de manutenção programada para a manutenção baseada
em condições, a fim de reduzir os custos de manutenção e melhorar a capacidade de tempo de
voo.
Assim, mudanças estratégicas adotadas para a manutenção contribuem para a sua
gestão. A adoção de planos de manutenção preventiva, a inspeção rotineira de veículos e a
previsibilidade de reparos podem contribuir para uma gestão eficiente com o setor de
transportes de qualquer empresa ou instituição, como o IF Sudeste MG.
Pensando-se nas proposições de soluções práticas para problemas reais enfrentados por
empresas e, principalmente pela gestão pública no Brasil, podem-se citar os trabalhos que se
seguem.
Rodrigues et al. (2019) desenvolveram um programa com interface amigável para
cadastro de veículos e máquinas da Prefeitura de Capitólio – MG e de suas atividades de
manutenção. O objetivo foi atender à uma demanda pública de controle dos gastos e dar
transparência e acesso às informações de maneira digital e na web. Os autores destacaram que
a implantação do sistema de gestão de frota permitiu executar adequadamente os serviços de
manutenção e limpeza, racionalizou o processo de aquisição de peças de reposição e reduziu a
contratação de serviços de terceiros, diminuiu o número de veículos ociosos, e o acesso às suas
informações trouxe melhor planejamento sobre a manutenção preventiva deles.
Além disso, segundo Rodrigues et al. (2019), o sistema web automatizou o processo de
disponibilidade de informações significativas para a tomada de decisão de gestores, com a
emissão de relatórios e o acompanhamento da frota de veículos. Também permitiu o controle
das informações, agilidade nos processos, evitando a perda de dados e sua duplicidade. Por
meio dos relatórios e históricos de manutenções, houve uma evolução no planejamento
estratégico do município e das secretarias específicas. Segundo os autores, o sistema contribuiu
para a otimização de processos e atividades relacionadas a manutenção, limpeza e lubrificação
da frota veicular municipal com ferramentas que alertam para as possíveis revisões periódicas
49

do veículo. Ademais, atuou como um importante instrumento para interação dos setores
funcionais, contribuindo para a transparência e a agilidade no acesso às informações,
diminuindo gastos públicos, maximizando a eficiência e melhorando o atendimento ao
munícipe.
Silva (2020) desenvolveu um sistema para controle de gastos de combustíveis de
veículos de diferentes secretarias da Prefeitura de Lajes/RN. O sistema possibilitou o controle,
digitalização e armazenamento de informações de gastos com combustíveis e possível geração
de relatórios. O sistema foi composto por uma plataforma para lançamento de dados de usuário,
tipos de combustíveis, placa do carro, secretaria a qual o veículo foi vinculado e motorista com
dados previamente cadastrados. Contudo, segundo o autor, o sistema ainda encontra limitações,
como acesso apenas local dos dados e ausência de relatórios dinâmicos, sendo necessária a
geração manual, bem como necessita de melhoria no layout e novos testes de usabilidade.
Oliveira (2022) desenvolveu dois aplicativos para o serviço de ônibus oferecido pela
Universidade Federal Fluminense – o BusUFF, inicialmente para a na rota 1 do município de
Niterói. O aplicativo se destinava ao controle dos veículos de maneira a otimizar a gerência da
frota com dados de ônibus obtidos pela porta On-Board Diagnostic (OBD) do veículo e, o
segundo, para a localização dos veículos em operação em tempo real de forma a melhorar a
acessibilidade e segurança do usuário de ônibus na universidade. Embora não tenha sido o
objetivo da autora, dados técnicos dos veículos obtidos pela porta OBD poderão ser integrados
com a ferramenta SISAUTO já utilizada atualmente para controle da frota interna da UFF,
sendo possível identificar não somente o operador do veículo como também a forma como o
veículo é operado, o estado de conservação e planejar ações de manutenção de modo a
prolongar a vida útil do recurso agregando maior valor ao negócio como um todo.
Contudo, ressalta-se que a utilização de parâmetros obtidos via OBD são importantes
para o controle de emissões veiculares, porém em uma condição de monitoramento contínuo,
conforme estabelecido pelo PROCONVE. Todavia, tal prática não é obrigatória para a gestão
de frota.
Recursos de telemetria, com a avaliação de parâmetros em tempo real, formação de
banco de dados e monitoramento de diferentes sistemas do veículo podem contribuir para a
implementação de manutenção preditiva inteligente e na condução segura da frota pela
incorporação de sistemas auxiliares ao motorista e para avaliação desse enquanto dirige redução
dos custos de operação e manutenção. Hopkins; Hawking (2018) estudaram uma empresa real
do setor logístico e comprovaram que o uso de análise de banco de dados, telemetria e internet
50

das coisas (IoT) contribui para a redução dos custos, possibilitando a previsibilidade de
manutenção preventiva e preditiva e aumento da segurança de dirigibilidade.
Corazza et al. (2018) trabalharam para aumentar a atratividade e eficiência de ônibus
por testando soluções operacionais e tecnológicas no projeto do Sistema Europeu de Ônibus do
Futuro. Entre as estratégias adotadas estavam: layouts internos mais confortáveis,
implementação de uma arquitetura de tecnologia da informação padrão, procedimentos
inteligentes de paradas, sistemas auxiliares eficientes em termos de redução de gasto de energia
e sistemas de assistência remota. Utilizaram na manutenção preditiva: sensores de análise de
qualidade de óleo e o compromisso dos motoristas, para tentar reduzir custos operacionais e de
manutenção. O projeto envolveu um software de manutenção usado para analisar dados do óleo,
detectar possíveis avarias e, com isso, substituir peças com antecedência. O estudo comparou o
desempenho antes e durante a implementação do projeto em relação a: manutenção, consumo
de combustível, custos, treinamento de pessoal e a eficiência do sistema de transporte
inteligente no processamento de dados, obtendo resultados promissores.
López et al. (2019) fizeram uso de telemetria para melhorar as condições de
deslocamento e custos da frota. Criaram um modelo dinâmico otimizado do deslocamento de
ônibus baseado em forças aerodinâmicas, gravitacionais, de inércia e de rolagem para propor
um planejamento de rotas de ônibus híbridos (combustão e elétrico). Parâmetros como carga e
recarga de bateria, consumo de combustível, tráfego, flutuação do número de passageiros nos
ônibus foram inseridos no modelo. Os melhores resultados obtidos foram na redução do
consumo de combustível da frota.
Wang et al. (2021) desenvolveram um algoritmo evolutivo para otimizar o cronograma
de manutenção da frota de veículos com base no tempo de vida útil restante previsto (remaining
useful lifetime - RUL) com o objetivo de diminuir o tempo de inatividade da manutenção e
torná-los mais seguros para os motoristas. O algoritmo evolutivo multiobjetivo foi então
aprimorado com foco: na minimização da carga de trabalho total, no custo total de manutenção
e no número esperado de falhas, quando o veículo quebra na rodovia. Pontuaram que
manutenções frequentes levam a redução de falhas, porém aumentam o custo de manutenção e
a carga de trabalho. Contudo, há de se ressaltar que isso é relativo: por exemplo: um veículo
que passa por manutenções periódicas preventivas e/ou preditivas, pode ter um custo muito
menor ao final quando se considera uma condição de falha total de algum componente não
prevista, como um motor que deva ser reparado totalmente.
51

Mechlia et al. (2021) desenvolveram um modelo que permitiu considerar não apenas os
veículos não poluentes, mas também a política de manutenção preventiva (PM) a ser adotada
para cada um dos tipos de veículos. Assim, o modelo possibilitou o dimensionamento quase
ideal de uma frota de veículos feita de N tipos de veículos (elétricos, à gasolina, híbridos.) com
diferentes impactos ambientais e diferentes capacidades. Os autores estudaram uma estrutura
para modelar uma frota de veículos dedicada a realizar missões logísticas minimizando o custo
total esperado (diferença entre o total de os custos parciais esperados com aquisição,
manutenção, operação, impacto ambiental e o valor de revenda). Nessa perspectiva, um modelo
de programação não linear mista foi desenvolvido. Para cada tipo de veículo, este modelo
envolveu quatro variáveis decisórias, ou seja, o número de veículos, e para cada veículo, o
número de meses de uso, o período para executar manutenção preventiva, e a taxa média de
uso, de modo a se obter uma frota econômica e ambientalmente rentável.
Levi-Bliech et al. (2019) estudaram a associação entre o comportamento de condução
dos motoristas de uma empresa e o uso de um aplicativo de avaliação da condução para
gerenciamento de frota. No aplicativo utilizado, os usuários podiam obter do aplicativo não
apenas notificações em tempo real ou receber o resultado da avaliação da condução ao término
da viagem. Os autores correlacionaram o modo de condução do motorista e o uso do aplicativo,
como uma contagem de todos os incidentes de condução praticados em uma única viagem
(acelerações, frenagens, giro do motor, mudança de faixa e excesso de velocidade). Avaliaram
um melhor comportamento de condução dos funcionários que se engajaram no uso do
aplicativo. Porém, o estudo apresentou dificuldades à sua validade externa, pois uma
investigação em uma única empresa pode ser afetada pela própria organização, diminuindo
assim a capacidade de generalizar os resultados.
A segunda limitação se referiu à ausência de um grupo controle real de motoristas que
obrigatoriamente receberiam notificações em tempo real do aplicativo, melhorando a análise da
condução. A terceira limitação refletiu dúvidas sobre se os dados amostrados foram de todas as
viagens realmente feitas. Isso porque o aplicativo de gerenciamento de frota requeria que os
motoristas fizessem login no início da viagem, digitando seu nome de usuário e senha para a
aplicação. Logo, motoristas que estavam atrasados podem ter dirigido acima da velocidade
permitida e não terem gravado a viagem por falta de tempo ou para, intencionalmente, esconder
seu comportamento inseguro de condução.
A Tabela 2 apresenta um comparativo dos trabalhos encontrados durante a revisão de
literatura realizada e suas principais contribuições que embasaram essa pesquisa.
52

Tabela 2 – Resumo comparativo dos principais trabalhos encontrados na literatura correlatos ao tema de estudo

Etapa da Ação da gestão


Tipo de
Autores Objetivos Indicadores Método gestão realizada
transporte
abordada
Redução do
consumo com
base no
Forças aerodinâmicas, gravitacionais, de
Modelo planejamento
inércia e de rolagem; Carga e recarga de Planejamento
Utilizar telemetria para melhorar as dinâmico de rotas dos
López et bateria; Consumo de combustível; Tráfego, Execução
condições de deslocamento e custos Rodoviário otimizado do ônibus com
al.(2019) Flutuação do número de passageiros nos Controle
da frota de transporte de passageiros. deslocamento base nos valores
ônibus; Consumo de combustível
dos ônibus medidos
eficiência energética

Redução dos
custos
operacionais e
de manutenção
Layouts internos mais confortáveis, com base em
Implementação de uma arquitetura de TI manutenção
Aumentar a atratividade e eficiência padrão; Procedimentos inteligentes de preditiva e
Programa de Planejamento treinamento de
dos ônibus testando soluções que paradas, Sistemas auxiliares eficientes em
Corazza et al. manutenção Execução motoristas e
minimizem o refugo de óleo termos de redução de gasto de energia, Rodoviário
(2018) com base em Controle programa de
lubrificante, as quebras de motor e sistemas de assistência remota. Consumo
parâmetros manutenção
emissões de combustível, custos, treinamento de
pessoal e a eficiência do sistema de
transporte inteligente
53

Etapa da Ação da gestão


Tipo de
Autores Objetivos Indicadores Método gestão realizada
transporte
abordada
Implementação
de rotinas de
manutenção e
Desgaste de motor, as pastilhas de freio, as
Algoritmo Planejamento previsibilidade
Desenvolver um programa que simule molas helicoidais e os pneus. Previsão de
Wang et al. evolutivo Execução de falhas de
o desgaste de componentes de uma vida dos componentes acima; Custo de Rodoviário
(2021) multi- Controle componentes do
frota de veículos manutenção, Tempo de manutenção,
objetivo veículo (motor,
Segurança dos veículos
pastilhas de
freio, molas e
pneus)
Composição de
frota com
O objetivo é determinar diferentes
simultaneamente o número ideal de Tipo de veículo (gasolina, elétrico, modos de
veículos de cada tipo a ser adquirido, híbrido); Idade do veículo; Uso do veículo; Planejamento energia para
Mechlia et al. a duração de seu uso e a taxa média de Custo de manutenção; Custo operacional; Algoritmo Execução redução do
Rodoviário custos e
(2021) uso associada antes de serem Custo de aquisição do veículo; Custo de genético Controle
revendidos, bem como o período PM revenda; Tempo/intervalo de manutenção; minimização de
para cada tipo de veículo, como o total Consumo de combustível emissões, com
o custo esperado é minimizado. planejamento
de manutenção
54

Etapa da Ação da gestão


Tipo de
Autores Objetivos Indicadores Método gestão realizada
transporte
abordada

Disponibilização de informações de
manutenção e limpeza; racionalização de Sistema
aquisição de peças de reposição; redução informatizado
Desenvolver um sistema com a da contratação de serviços terceirizados; Pesquisa- para controle de
finalidade de auxiliar no processo de diminuição de veículos ociosos. Melhoria Passageiros e ação; Planejamento informações e
Rodrigues et al. fluxo de informações relacionado a da manutenção preventiva, minimizar máquinas software para Execução otimização da
(2019) gestão e manutenção da frota de tempo de procura de informações de utilizadas no manutenção e Controle manutenção,
veículos e máquinas da Prefeitura de manutenção de veículos em documentos município. obtenção de limpeza e
Capitólio. manuais; gestão da informação, sistemas relatórios lubrificação de
de informação gerencial, sistema web, veículos
tomada de decisão, gestão da frota e públicos
manutenção preventiva.

Desenvolver dois aplicativos para o


Aplicativo para
serviço de ônibus oferecido pela
Melhorar a acessibilidade e segurança do controle em
Universidade Federal Fluminense – o Planejamento
usuário de ônibus na universidade; tempo real da
BusUFF. Um para o controle dos Aplicativos Execução
Oliveira (2022) Monitoramento de veículos para tomada de Passageiros localização do
veículos com o objetivo de otimizar a para celular:
decisão e melhoria do serviço prestado à veículo e
gerência da frota e, o segundo, para
comunidade disponibilização
rastreabilidade dos carros em
ao usuário
operação em tempo real
55

Etapa da Ação da gestão


Tipo de
Autores Objetivos Indicadores Método gestão realizada
transporte
abordada
Aplicativo com
monitoramento
Melhorar a condução segura dos
Avaliar a condução do motorista que Planejamento em tempo real
motoristas; Monitoramento em tempo real
Levi-Bliech et al. utiliza um aplicativo que monitora a Aplicativos e Execução de dados do
e emissão de alarmes em frenagens, Carga
(2019) sua condição de segurança ao volante telemetria veículo para
acelerações e condições inseguras de
em empresa de transporte de carga avaliar o modo
dirigibilidade
de condução
dos motoristas
Passageiros e Sistema
Planejamento informatizado
Desenvolver um sistema para controle Sistema para controle, e armazenamento de cargas, pois,
Sistema de Execução para controle
Silva (2020) de gastos de combustíveis de veículos informações de gastos com combustíveis; envolve todas
controle Controle dos gastos de
diversos da Prefeitura de Lajes/RN Geração de relatórios as secretarias
da prefeitura combustíveis
Fonte: Elaborada pelo autor (2022)
56

Percebe-se, pelos trabalhos apresentados, a preocupação com o transporte de modo mais


sustentável e eficiente, seja do ponto de vista econômico: trazendo menores custos de operação
e manutenção; social: com melhor qualidade dos serviços prestados; seja ambiental: com
menores impactos ambientais, nas ópticas de redução de emissões ou de consumo de
combustível ou mesmo na modificação da matriz energética.
Embora muitos modelos tragam utilização de métodos complexos de otimização de
parâmetros para encontrar a solução mais apropriada seja para diminuir esses impactos, seja
para prever o tempo ideal de renovação da frota, soluções mais simplificadas são levantadas e
que se enquadram melhor à realidade das instituições públicas no Brasil.
Contudo, pode-se perceber que os autores utilizam as ferramentas da gestão da
qualidade para auxílio em suas investigações, principalmente considerando procedimentos de
manutenção dos veículos. Etapas de planejamento, execução e controle são comuns à maioria
como forma de solução da meta de manutenção ou utilização dos veículos. Porém, sejam por
limitações cronológicas, de recursos, de política das organizações estudadas e acesso às
informações ou de extrapolação da metodologia proposta, a etapa de melhoria não foi
considerada.
Isso demonstra a dificuldade de implantação de um processo completo de gestão da
manutenção em curto prazo, seja em instituições públicas ou empresas. Logo, aspectos como
utilização do veículo, segurança dos usuários, custos, mudanças no perfil de uso da frota, são
mais aplicáveis como parâmetros de tomada de decisão de gestores públicos.
A importância do real conhecimento de cada veículo, a capacitação do usuário enquanto
motorista sobre as boas práticas na utilização daquele determinado veículo, a verificação de
itens básicos de segurança veicular, a integração de todos os atores envolvidos na manutenção,
contribuem para a gestão manutenção da frota e elevam a confiança em sua utilização pelos
usuários passageiros.
Sendo de extrema relevância para o IF Sudeste MG, o mapeamento rotineiro da frota e
a criação de um modelo norteador para o controle das informações, clareza de procedimentos,
levantamento de indicadores e análise das possibilidades de melhorias, que garantam a
efetivação da gestão, mesmo que a um prazo maior que esse trabalho.
57

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

O Quadro 1 foi estruturado para elucidar a justificativa de cada abordagem da pesquisa


adotada, quanto a sua natureza, abordagem do problema e objetivos, seguindo o exposto por
Faria (2019). Nele, também são apresentados a estratégia e procedimentos técnicos que
compreendem as etapas da pesquisa, nesse trabalho subdivididas em três, a saber, referencial
teórico, diagnóstico e proposição de um processo de gestão da manutenção da frota de veículos.

Quadro 1 – Abordagens da pesquisa


Abordagem Classificação da Justificativa
pesquisa
Natureza Aplicada Busca levantar informações para melhoria da gestão
da manutenção de frota.
Abordagem do problema Qualitativa Conhecimento das rotinas de manutenção e
conservação da frota no âmbito da instituição.
Objetivos Descritiva Proposição de ações de check list, inspeção e
protocolos de manutenção e conduta que permitam
gestão da manutenção dos veículos, com consequente
garantia de operação da frota, a segurança dos
usuários, inclusive, redução dos custos operacionais e
de manutenção da frota visando.
Abordagem Etapas da pesquisa Justificativa
Estratégia e procedimentos Bibliográfica Levantamento de literatura científica e técnica e
técnicos possibilidades de ações e métodos, descrita no
referencial teórico da pesquisa.
Documental Consulta aos dados de manutenção, gastos, intervalos
de manutenção, serviços realizados, utilização dos
veículos e recursos orçamentários do instituto e
recomendações técnicas pertinentes, importantes na
etapa de diagnóstico
da pesquisa.
Estudo de caso Geração de um sistema na forma de planilhas
eletrônicas contendo informações dos veículos, das
inspeções veiculares, das manutenções realizadas e
dos deslocamentos, e proposição de ações para
melhoria do controle da frota, baseadas em planos de
manutenção preventiva rotineiros, treinamento de
pessoal, planos operacionais padrão, oportunizando a
real gestão da manutenção, apresentados na etapa da
pesquisa de proposição de um processo de gestão da
manutenção para o IF Sudeste MG

Fonte: Elaborado pelo autor (2022), adaptado de Faria (2019)

Resumidamente, as etapas da pesquisa, que contemplam as estratégias e procedimentos


técnicos utilizadas nesse trabalho foram detalhadas, conforme Figura 5, na forma de um
fluxograma.
58

Figura 5 - Fluxograma das etapas propostas para a metodologia

Fonte: Elaborada pelo autor (2023)


59

Assim, nessa seção foram descritas as etapas da pesquisa desse trabalho que
primeiramente compreendem o referencial teórico elaborado a partir da revisão de literatura e
regulamentações técnicas acerca dos conceitos base para o desenvolvimento do tema, assim
como os recursos materiais e de infraestrutura utilizados para a implementação das etapas.
Posteriormente, foi apresentada a etapa de diagnóstico, com a interpretação da
organização e a frota de veículos estudada e, finalmente, a proposta de um processo de gestão
da manutenção dos veículos como forma de solucionar as lacunas e problemas encontrados.

3.1 REFERENCIAL TEÓRICO

Como primeira etapa da pesquisa, foi elaborado um referencial teórico apoiado no


levantamento bibliográfico importante para o entendimento conceitual para o desenvolvimento
da pesquisa. Foram utilizadas as bases de dados Web of Science, Scopus, Science Direct, google
acadêmico, e repositórios institucionais com busca de artigos de periódicos, congressos,
monografias, dissertações e teses acadêmicas.
A princípio foram realizadas pesquisas booleanas com operador AND e palavras-chave:
gestão, manutenção e frota de veículos, entre os anos 2016 e 2020. Ao desenvolver do trabalho,
expandiu-se o período de buscas até 2023 e as palavras-chave compreenderam gestão,
manutenção, ferramentas de qualidade, tipos de manutenção e controle, em combinações
booleanas diversas, refinando-se a busca para melhor compreensão do tema. Contudo,
literaturas mais antigas envolvendo literaturas consagradas como livros e regulamentos também
foram consideradas.
Informações como leis, instruções normativas, decretos, normas regulamentadoras,
manuais e especificações técnicas de fabricantes também foram buscadas em sites institucionais
de organismos públicos regulamentadores, vinculadas ao governo federal: Casa Civil,
Ministério do Meio Ambiente, Compras Net e Legislativo, e entidades privadas como a
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e montadoras, Fiat, Renault, Toyota e Ford,
ou fabricantes de componentes de veículos, programas de geração de custo de mão de obra de
manutenção, Tempario®.
Logo, procurou-se verificar como o tema de pesquisa é tratado pela comunidade técnica,
legisladora e científica no Brasil e exterior acerca dos conceitos teóricos, métodos, ferramentas
e informações importantes para construção do presente trabalho.
60

Após a leitura dos documentos científicos encontrados, foi feita uma comparação das
literaturas que mais tinham relação ao tema do trabalho, construindo-se uma tabela para melhor
identificação de estratégias de tratamento das informações relevantes.

3.2 DIAGNÓSTICO

A segunda etapa da pesquisa compreendeu um estudo de campo para o entendimento


do contexto da organização estudada, as características da frota, o processo de manutenção, e
seus principais problemas.
Considerando-se que o período da pesquisa coincidiu com o período da pandemia da
COVID-19 e suas restrições de biossegurança, foi escolhido, entre os três maiores, um campus
da instituição estudada pela facilidade de acesso às informações e aos veículos.
Foram levantados dados de custos de manutenção e combustível da frota, quantidade e
modelos de veículos, idade da frota e utilização. Também para fim de avaliação do processo de
compra da frota, foram buscadas informações acerca de descrição técnica de processo licitatório
de compra de um modelo de veículo da instituição analisada e projeção de manutenção até
60.000 km ou sexto ano de uso do veículo analisado em comparação a um modelo similar.
Os dados foram obtidos pelo relatório anual de gestão de orçamentos do IF Sudeste MG
para os anos avaliados e em site de compras do governo federal para as informações dos pregões
de veículos.
Para real entendimento das condições e do processo de manutenção dos veículos, foram
programadas duas inspeções da frota durante o período da pesquisa para verificação das reais
condições dos veículos, seus componentes de desgaste, avarias e manutenções necessárias não
realizadas.
Assim, uma rotina de inspeção veicular foi proposta ao setor de transportes como forma
de avaliar as condições de conservação, manutenção e segurança dos veículos oficiais. Para que
não ocorresse nenhum tipo de transtorno ao setor de transporte local, foi solicitado à referida
seção, um cronograma a ser seguido respeitando-se o agendamento feito por usuários do serviço
de transporte dessa unidade.

Visando a análise de desgaste das peças automotivas, desmontagem e montagem dos


componentes dos veículos foram utilizados recursos existentes no Laboratório de Máquinas
Térmicas – LMT, vinculado ao Núcleo de Mecânica do Campus Juiz de Fora.
61

O laboratório teve sua criação apoiada nos termos da Portaria Nº 0148/2015 – IF Sudeste
MG/JF, de 11 de maio de 2015, possui espaço físico adequado, com rede elétrica, de dados e
de ar comprimido, além de recursos audiovisuais móveis, e equipamentos suficientes para
atender às inspeções realizadas nesse trabalho, como ferramentas e sistemas de medição
automotivos e elevador automotivo hidráulico de quatro toneladas.

Dessa forma, seguindo-se as diretrizes técnicas vigentes, e organismos reguladores, os


veículos foram individualmente analisados no LMT, conforme a ABNT NBR 14040. A referida
norma trata das inspeções de segurança veicular, em veículos leves e pesados, passando por
todos os componentes obrigatórios e proibidos, sistemas de sinalização e iluminação, freios,
direção, eixos e suspensão, pneus e rodas e demais sistemas complementares.

As verificações desses itens são fundamentais para uma condução segura e econômica,
atendendo, inclusive, ao estabelecido no Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos
Automotores (PROCONVE) criado pela resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA nº 18, de 6 de maio de 1986.

Os dados obtidos nessa etapa foram tratados utilizando-se de gráficos, tabelas e


planilhas como forma de melhor interpretar as informações do diagnóstico realizado.

3.3 PROPOSIÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO

Com base no entendimento conceitual e diagnóstico da organização e das condições de


manutenção da frota de veículos foi proposto um processo de gestão da manutenção que é
divido em etapas e indicam os procedimentos de cada etapa do processo, a partir da
apresentação de técnicas e ferramentas úteis ao gestor da manutenção da instituição pesquisada.
Logo, a implementação das etapas do processo de gestão da manutenção proposto se
baseia em ferramentas da qualidade, seguindo-se um ciclo de planejamento, execução, controle
e ações para melhorias que foram desenvolvidas para atender à solução do problema de
pesquisa, solução essa apontada por Campos, 2002; Rodrigues et al.; 2017; Fernandes et al.,
2019; Penedo, 2020; Faria; Longhini, 2021; Hussain et al., 2022.
62

3.3.1 Feedback dos envolvidos no processo de gestão da manutenção

Como forma de avaliar a viabilidade de implantação do processo de gestão proposto e


sua adaptabilidade às necessidades da instituição analisada, foi realizada a apresentação do
processo desenvolvido ao gestor da frota e ao diretor de administração e planejamento sendo
realizada, com ambos, uma entrevista semiestruturada com perguntas abertas, conforme Guazi
(2021).
Cumpre destacar que a escolha dos dois gestores envolvidos no processo de entrevistas
se deve pois, esses são os únicos na instituição responsáveis pela manutenção e controle da
frota de veículos do campus Juiz de Fora, vinculados à Diretoria de Administração e
Planejamento.
O roteiro de perguntas utilizado nesse processo encontra-se no Anexo C.

3.3.2 Desenvolvimento do plano de ação para implementação do processo de


gestão da manutenção

O plano de ação 5W1H foi desenvolvido como forma de tornar as ações necessárias
para a garantia da funcionabilidade do processo de gestão da manutenção proposto mais claras
aos executores, motoristas e gestores. Consiste em uma técnica de estruturação de ações, sendo
feitas algumas perguntas ao que deve ser feito.

Essa técnica permite o mapeamento e a padronização de processos, na elaboração de


planos de ação e no estabelecimento de procedimentos. O 5W corresponde às palavras do
inglês: What (O que), Why (Por que), Who (Quem), When (Quando) e Where (Onde), enquanto
que o 1H significa How (Como). Aplicando essa técnica na elaboração de um plano de ação, a
chance de sucesso aumenta consideravelmente, pois a ação fica mais clara, melhorando o
serviço prestado (CAMPOS, 2002, RODRIGUES, 2017, PENEDO, 2020, FARIA, 2021).
63

4 RESULTADOS DA PESQUISA

Esse capítulo apresenta os dados obtidos e as suas análises desde a avaliação histórica
dos custos de manutenção e combustíveis de toda a frota do IF Sudeste MG, com o apontamento
dos campi de maior oneração dos gastos, e posteriormente, pormenorizando o campus Juiz de
Fora, objeto de estudo desse trabalho. Para essa unidade da instituição, a frota foi analisada
desde o seu processo licitatório até a sua real utilização e condições de manutenção e
conservação.

Diante dos problemas gerenciais identificados, proposições de melhorias foram


formuladas como forma de contribuir para o controle da manutenção da frota a partir da
proposta de um processo de gestão da manutenção. Os resultados foram apresentados segundo
as etapas de gestão descritas na metodologia de planejamento, execução, controle e ação para
melhoria do processo de gestão da manutenção.

4.1 REFERENCIAL TEÓRICO

Os resultados dessa etapa foram apresentados no capítulo dois com a apresentação dos
conceitos teóricos, métodos, processos e avanços tecnológicos na área do tema compreendendo
aspectos de gestão da frota, gestão da manutenção, tipos de manutenção e suas vantagens,
especificidades da frota em instituições públicas, métodos de gestão da manutenção, etapas da
gestão da manutenção e ações para melhorias na gestão da manutenção, dispensando-se maiores
detalhes no presente capítulo.

4.2 DIAGNÓSTICO

A pesquisa foi realizada no campus Juiz de Fora entre os meses de abril de 2020 e janeiro
de 2023 e envolveu o estudo dos veículos leves da frota, os quais, são a maioria na frota e tem
utilização mais frequente. Destaca-se que o período em que essa pesquisa foi realizada coincidiu
com o período de restrições sanitárias devido à pandemia de COVID-19, dificultando o acesso
64

aos veículos e às informações, justificando-se a escolha do campus Juiz de Fora, por ser a
unidade de exercício do autor desse trabalho.
Uma consulta documental foi realizada junto à coordenação geral de logística vinculada
à Diretoria de Administração e Planejamento (DAP) do campus Juiz de Fora, para pesquisa das
características da frota bem como o levantamento dos procedimentos utilizados na manutenção
dos veículos e custos relacionados.
Para um melhor entendimento, a Figura 6 apresenta o organograma da DAP, no qual é
possível visualizar que, todos os processos desde a construção do edital de licitação, até o
controle de uso, manutenção e desfazimento de cada veículo integrante da frota do campus Juiz
de Fora, estão sob a gerência dessa diretoria.

Figura 6 – Organograma da Diretoria de Administração e Planejamento do campus Juiz de


Fora

Fonte: https://ifsudestemg.edu.br/documentos-institucionais/organogramas/organograma-juiz-de-
fora/view (adaptada)

Foi feito um diagnóstico da frota, sendo constatado que: alguns veículos estavam sem
uso por inviabilidade de manutenção, outros com manutenção atrasada, os dados de manutenção
eram insuficientes, falhos e incompletos, ausência de controle das informações de histórico de
manutenções, sejam serviços realizados ou peças substituídas, anotações de trajeto de veículos
65

realizadas em cadernetas pelos motoristas, falta de procedimentos para utilização e manutenção


dos veículos, custos expressivos, entre outros.
Como forma de melhor visualizar esse diagnóstico inicial foi utilizado o diagrama de
Ishikawa, Figura 7, o qual possibilitou a análise e representação dos fatores de influência
(causas), dentre elas: material, método, mão de obra, máquina, meio ambiente e medida, sobre
um determinado problema (efeito), nesse caso a manutenção não conforme da frota de veículos
do campus Juiz de Fora, como forma de auxiliar o processo de planejamento da gestão da
manutenção.

Além disso, a partir do diagrama foi possível reconhecer os principais fatores, sejam
falhas de procedimento, indisponibilidade de equipamentos/recursos ou infraestrutura, que
impedem a gestão da manutenção dos veículos.
66

Figura 7 - Diagrama de Ishikawa

Fonte: Elaborada pelo autor (2023)


67

4.2.1 Dados coletados relativos aos custos de manutenção e combustíveis

Não foi possível realizar o levantamento pormenorizado do histórico dos custos de


manutenção, separados em mão de obra e peças substituídas do campus Juiz de Fora por
ausência desses dados. Para avaliação desses custos foram considerados dados conjuntos e
analisados com os custos dos demais campi.
Na Figura 8 observa-se, para os anos de 2017 a 2022, a evolução dos custos de
combustível e o valor percentual desses custos em relação ao orçamento total do IF Sudeste
MG, respectivamente em cada ano, considerando-se os custos de todas as unidades. Por
exemplo, em 2017, o custo com a aquisição de combustíveis correspondeu a 0,94% do valor
total de orçamento da instituição e, em 2021, a 0,73%. Não foi possível traçar essa evolução
para 2022 por falta de informação do orçamento total para o referido ano.

Figura 8 - Evolução dos custos na compra de combustível e comparação percentual com o


orçamento anual total do Instituto

Evolução dos custos de combustível em


relação ao orçamento total
R$ 700.000,00 1,40%
R$ 600.000,00 1,19% 1,20%
R$ 500.000,00 1,03% 1,00%
0,94%
R$ 400.000,00 0,80%
0,73%
R$ 300.000,00 0,60%
0,53%
R$ 200.000,00 0,40%
R$ 100.000,00 0,20%
R$ 0,00 0,00%
2017 2018 2019 2020 2021 2022

Custos de combustível Percentual do orçamento total

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados levantados junto a Pró-Reitoria de Administração do IF Sudeste
MG (2022).

Na Tabela 3 podem ser visualizados os custos anuais de combustíveis referentes aos


onze campi do IF Sudeste MG. Observa-se que os campi Barbacena e Rio Pomba apresentaram
maiores gastos com combustíveis no período, uma vez que são unidades com maior número de
equipamentos pesados e agrícolas.
68

Verifica-se ainda pela Tabela 3 que o gasto com combustível poderia ser expresso de
forma detalhada como unidade de volume e tipo de combustível, de forma a permanecer
atemporal em função das flutuações de preço, uma vez que, por exemplo, para a gasolina tipo
C, seu preço sofreu variação de 94% entre jan-2017 / maio-2022, cotada a R$3,755 e R$ 7,297
respectivamente.

Tabela 3: Custos de combustível no período de 2017 a 2022 (Valores em Reais)


Liquidado Liquidado Liquidado Liquidado Liquidado Liquidado Média
Campus 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2017/2022

Barbacena 146.195 169.708 160.332 111.482 120.997 69.344 141.743

Bom Sucesso 12.074 17.305 16.242 5.139 204 2.794 10.193

Cataguases 2.646 3.699 3.507 962 0 0 2.704

Juiz de Fora 49.112 42.842 31.209 7.603 6.801 7.907 27.514

Manhuaçu 19.739 32.250 28.861 2.816 2.213 1.389 17.176

Muriaé 43.398 53.591 41.085 14.023 10.403 10.021 32.500

Reitoria 58.059 73.127 79.243 28.536 17.758 13.413 51.345

Rio Pomba 121.664 145.641 139.086 78.559 98.254 57.436 116.641

Santos Dumont 18.451 12.644 11.104 1.558 273 0 8.806

Ubá 3.568 5.593 4.887 667 0 0 3.679

São João del


Rei 27.029 36.180 26.008 3.087 3.359 1.526 19.133

Total em reais: 501.935 592.580 541.564 254.432 260.262 163.830 431.434


Fonte: Pró-Reitoria de Administração do IF Sudeste MG (2022).

De maneira similar, a Figura 9 apresenta a evolução dos custos de manutenção dos


veículos do IF Sudeste MG para o mesmo período de análise dos custos de combustível.
Verifica-se que mesmo com a pandemia, e estando a maioria da frota ociosa, os custos de
manutenção se mantiveram estáveis, na média de R$ 343.200,57 por ano. Embora tenha havido
a redução do consumo de combustível em 2020, devido à pandemia, verifica-se que o
orçamento total diminuiu de R$ 53.320.000,00, em 2017, para R$ 35.800.000,00, em 2021,
realçando a importância de controle dos custos de combustíveis e de manutenção. Da mesma
forma, não foi possível avaliar o orçamento em 2022 por falta de informação.
69

Considerando-se cada campus em separado, verifica-se que, no período de 2017 a 2021,


Rio Pomba e Barbacena apresentaram os maiores custos de manutenção, Tabela 4 e
combustíveis, Tabela 3. Embora o período de pandemia tenha refletido em ociosidade da frota
na maioria das unidades do instituto, esses campi possuem cursos agrícolas, com área rural
extensa, exigindo a permanência de utilização de tratores e outros equipamentos, para os quais
a manutenção se manteve, podendo esse ser objeto de pesquisa posterior.

Figura 9 - Evolução dos custos de manutenção de veículos e comparação percentual com o


orçamento anual total do Instituto

Evolução dos custos de manutenção em


relação ao orçamento total
R$ 450.000,00 0,90%
R$ 400.000,00 0,77% 0,80%
R$ 350.000,00 0,70% 0,71% 0,70%
R$ 300.000,00 0,59% 0,60%
0,57%
R$ 250.000,00 0,50%
R$ 200.000,00 0,40%
R$ 150.000,00 0,30%
R$ 100.000,00 0,20%
R$ 50.000,00 0,10%
R$ 0,00 0,00%
2017 2018 2019 2020 2021 2022

Custos de manutenção Percentual do orçamento total

Fonte: Elaborada pelo autor com base nos dados levantados junto a Pró-Reitoria de Administração do IF Sudeste
MG (2022).
70

Tabela 4: Despesas de manutenção de veículos no período de 2017 a 2022 (Valores em Reais)


Média
Campus Descrição 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2017/2022

Barbacena Peças e materiais 87.792 125.675 53.366 107.791 59.657 46.958 86.856

Serviços e mão de obra 34.077 47.846 25.010 36.591 41.794 24.437 37.064

Total 121.869 173.521 78.376 144.382 101.451 71.395 123.920

Bom Sucesso Peças e materiais 5.706 5.299 8.901 1.769 350 1.812 4.405

Serviços e mão de obra 2.323 2.685 4.303 856 40 754 2.041

Total 8.029 7.984 13.204 2.625 390 2.566 6.446

Cataguases Peças e materiais 1.692 0 3.565 672 0 0 1.976

Serviços e mão de obra 860 0 665 330 0 0 618

Total 2.552 0 4.230 1.002 0 0 2.594

Juiz de Fora Peças e materiais 2.238 21.762 9.594 4.835 6.494 132 8.984

Serviços e mão de obra 10.799 11.189 9.452 4.535 3.362 150 7.867

Total 13.037 32.951 19.046 9.370 9.856 282 16.851

Manhuaçu Peças e materiais 0 0 0 0 201 0 201

Serviços e mão de obra 2.663 5.037 3.925 2.386 2.870 680 3.376

Total 2.663 5.037 3.925 2.386 3.071 680 3.577

Muriaé Peças e materiais 18.700 9.456 2.818 10.698 8.840 6.366 10.103

Serviços e mão de obra 8.169 11.772 16.344 1.800 4.940 9.532 8.605

Total 26.869 21.228 19.162 12.498 13.780 15.898 18.708

Reitoria Peças e materiais 17.791 29.915 26.589 5.469 7.341 12.604 17.421
71

Média
Campus Descrição 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2017/2022

Serviços e mão de obra 7.015 13.426 11.886 2.170 2.385 5.120 7.377

Total 24.806 43.341 38.475 7.639 9.726 17.724 24.798

Rio Pomba Peças e materiais 98.344 63.613 74.614 74.042 58.756 37.980 73.874

Serviços e mão de obra 53.011 28.373 29.301 21.316 45.781 13.714 35.556

Total 151.355 91.986 103.915 95.358 104.537 51.694 109.430

Santos Dumont Peças e materiais 7.673 0 0 0 0 0 7.673

Serviços e mão de obra 3.742 4.426 3.619 0 0 0 3.929

Total 11.415 4.426 3.619 0 0 0 11.602

São João del Rei Peças e materiais 0 0 0 8.496 5.392 0 6.944

Serviços e mão de obra 7.241 5.163 7.513 4.202 4.360 0 5.696

Total 7.241 5.163 7.513 12.698 9.752 0 12.640

Ubá Peças e materiais 1.800 0 4.123 162 0 0 2.028

Serviços e mão de obra 280 0 1.110 120 0 0 503

Total 2.080 0 5.233 282 0 0 2.531

Total: 371.916 385.637 296.698 288.240 252.563 160.239 333.097


Fonte: Pró-Reitoria de Administração do IF Sudeste MG (2022).
72

4.2.2 Dados coletados relativos ao tamanho da frota do campus Juiz de Fora

Atualmente o campus Juiz de Fora dispõe de quinze veículos, dentre eles treze estão
ativos, um antieconômico e um irrecuperável, conforme classificação descrita nos incisos III e
IV, do parágrafo único, do artigo 3º, do Decreto nº 9.373, de 11 de maio de 2018. Entre os
veículos ativos, três são para transporte coletivo, dois para transporte de carga e oito veículos
de transporte de pessoal. O veículo antieconômico foi destinado ao Núcleo de Mecânica a fim
de promover as aulas práticas dos cursos.

A Tabela 5 apresenta em detalhes as informações de cada veículo ativo, incluindo aquele


sob cessão, e o veículo destinado ao Núcleo de Mecânica (Fiat Siena ELX Flex), identificadas
durante o processo de inspeção inicial desse trabalho.

Contudo, para a avaliação das condições de manutenção desses, apenas sete, os quais
são veículos leves, foram objeto de estudo nesse trabalho: os dois veículos Fiat Doblò HLX 1.8
Flex, o veículo Fiat Strada Fire Flex, os três Renault Fluence Sedan Dynamique Flex 2.0 e o
Renault Novo Logan Dynamique Flex 1.6 placa GMF7871. O veículo Renault Novo Logan
Dynamique Flex 1.6 placa GMF7869 foi cedido à Reitoria do IF Sudeste MG durante a
realização do trabalho, impossibilitando seu acompanhamento.
73

Tabela 5 - Dados levantados da frota do campus Juiz de Fora


Consumo
Ano Cilindrada Classificação PBE Classificação PBE Energético Atende norma
Placa Marca Potência (cv)
Fab/Modelo 3
(cm ) na categoria geral PROCONVE/ EURO
(MJ/km)

Mercedes Benz 313 CDI


GMF6178 Sprinter 2009/2010 2.150 129 (95) - - - P6 / EURO IV

GMF7398 Ford Cargo 816 s 2012/2013 4.462 162 cv - - - P7 / EURO V

GMF7187 Marcopolo Volare W9 ON 2012/2013 4.801 156 cv - - - P7 / EURO V

GMF5793 Peugeot Boxer Greencar 2008/2009 2.800 127 cv - - - P6 / EURO IV

GMF6252 Fiat Doblò HLX 1.8 Flex 2010/2010 1.796 114 cv (E) / 112 cv (G) Minivan (C) D 2,55 L5

GMF5698 Fiat Strada Fire Flex 2008/2009 1.368 81 cv (E) / 80 cv (G) Carga Derivado (A) B 1,92 L5

GMF5696 Fiat Siena ELX Flex 2008/2009 1.368 86 cv (E) / 85 cv (G) Médio (C) - 1,9 L5

GMF7110 Ford Focus Sedan FC Flex 2012/2013 1.999 148 cv(E) /143 cv (G) Grande (C) C 2,16 L5

Renault Fluence Sedan


GMF7868 Dynamique Flex 2.0 2014/2014 1.997 143 cv (E) / 140 cv (G) Grande (C) C 2,33 L6

Renault Fluence Sedan


GMF7870 Dynamique Flex 2.0 2014/2014 1.997 143 cv (E) / 140 cv (G) Grande (C) C 2,33 L6

Renault Fluence Sedan


GMF7872 Dynamique Flex 2.0 2014/2014 1.997 143 cv (E) / 140 cv (G) Grande (C) C 2,33 L6

Renault Novo Logan


GMF7869 Dynamique Flex 1.6 2014/2015 1.598 106 cv (E) / 98 cv (G) Médio (D) B 1,91 L6

Renault Novo Logan


GMF7871 Dynamique Flex 1.6 2014/2015 1.598 106 cv (E) / 98 cv (G) Médio (D) B 1,91 L6

DJP 4705 Fiat Doblò HLX 1.8 Flex 2006/2007 1.796 114 cv (E) / 112 cv (G) Minivan (C) D 2,55 L4

*PBE-Programa Brasileiro de Etiquetagem Fonte: Elaborada pelo autor (2022)


74

Nesse ponto do trabalho, vale uma análise das características da frota do campus Juiz
de Fora e do próprio IF Sudeste MG. Para isso, utilizou-se como modelo o veículo com maior
número de exemplares na frota. Parte da descrição, transcrita em sequência, foi a utilizada como
característica do edital de aquisição de veículos do Pregão n°063/2013, que resultou na compra
de 14 veículos marca Renault modelo Fluence:

Veículo tipo automóvel sedan 0 KM, de fabricação nacional ou nos países do


Mercosul, Ano/Modelo 2014 ou posterior. Capacidade para 04 passageiros mais o
motorista, Cor Prata. Motor no mínimo 1.8 Bicombustível (gasolina e álcool), 16
Válvulas, 140 CV ou superior. Transmissão manual ou automática ou automatizada
de no mínimo 05 velocidades à frente e uma a ré, Tração dianteira. Freios a disco nas
4 rodas com Sistema de Freios Antiblocantes (ABS). Computador de Bordo. Ar-
Condicionado com comando digital. Direção eletro-hidráulica, ou Elétrica ou
Hidráulica. Air Bags frontais para motorista e passageiro. Equipado com som
integrado ao painel. Cintos dianteiros e traseiros de três pontos. Farol de neblina
dianteiro e traseiro. Retrovisores com comando elétrico.
(http://www.comprasnet.gov.br/ConsultaLicitacoes/download/download_editais_det
alhe.asp?coduasg=158123&modprp=5&numprp=632013, p.1)

Uma possível descrição mais adequada para o termo de referência seria:


 Veículo tipo automóvel Sedan, zero quilometro, com fabricação nacional ou nos países
do MERCOSUL, com ano e modelo iguais ou posteriores a 2014. Capacidade de 05 ocupantes,
incluindo o motorista, quatro portas, cor prata e no mínimo com air bag frontal para motorista
e passageiro ( *Aqui se coloca a redundância pois, a Lei n°11910 de 2009, estabeleceu que após
o quinto ano de sua publicação, todos os veículos importados ou fabricados para utilização em
território nacional deveriam ter equipamento suplementar de retenção tipo air bag frontal para
condutor e passageiro do banco dianteiro). Motorização superior a 1750cm³, de aspiração
natural, abastecido a gasolina ou etanol em qualquer proporção entre eles e, com mínimo, de
139cv quando abastecido com gasolina. Transmissão automática com conversor de torque e
mínimo de 04 marchas a frente e uma a ré. Freio a disco nas 04 rodas com sistema
antitravamento. Equipado de fábrica com os seguintes sistemas: condicionamento de ar no
interior com calefação, vidros elétricos nas 04 portas, travamento das portas e alarme antifurto
perimétrico, equipamento sonoro de áudio com entrada USB e direção com assistência
hidráulica ou elétrica.
75

Analisando-se o valor pago no veículo Renault, encontrou-se uma retificação quanto


aos valores empenhados na aquisição dos veículos: no Extrato de Registro de Preços, Seção 3,
página 142, publicado no DOU de 28/07/2014, Processo 23223.000948/2014-79. Pregão
Eletrônico SRP 063/2013. Objeto: Registro de Preços de Aquisição de Veículos para o IF
Sudeste MG, conforme detalhamento no site www.comprasnet.gov.br. UASG 158123. Onde se
lê: Item: 2-R$ 70.834,33; Item: 4-R$ 47.000,00; leia-se: Item: 2- R$ 67.000,00; Item: 4-R$
42.000,00.
Na tabela Fipe de 2014, o código de referência 025174-7 mostra que o Fluence foi
comercializado a R$68.960,00 e, em janeiro de 2023, esse vale R$45.116,00, sendo que a
aquisição do veículo foi por um valor de R$ 67.000,00 no edital. Comparativamente à época da
aquisição dos veículos, a descrição técnica sugerida acima também levaria à concorrência no
pregão do veículo Toyota Corolla XLi 1.8AT, com valor venal à época de R$64.526,00,
conforme tabela Fipe de 2014 (código de referência 002062-1) com valor atual venal de
R$60.972,00.
Portanto, verifica-se que o Fluence teve uma desvalorização de 34,5% e o Corolla de
5,5%, sendo o Corolla mais valorizado em 26% em relação ao valor do Fluence atualmente.
Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (FENABRAVE) em
2014 foram emplacadas 63.295 unidades de Corolla e 6.957 unidades de Fluence, o que pode
justificar a desvalorização apresentada pelos modelos.
Além disso, baseado em concessionárias, verificou-se, no Brasil, um número de 246
para a Renault e 267 para a Toyota em janeiro de 2023. Os valores de manutenção programadas,
em um comparativo entre os dois modelos, podem ser vistos pela Tabela 6, até o sexto ano dos
veículos.
76

Tabela 6 – Valores comparativos de manutenções dos veículos Fluence e Corolla


Custo (R$)
Manutenção programada FLUENCE Custo (R$) COROLLA
10000km ou 1° Ano 520,15 466,90
20000km ou 2°Ano 692,31 860,00
30000km ou 3° Ano 579,66 678,00
40000km ou 4° Ano 872,04 1200,00
50000km ou 5° Ano 639,17 663,00
60000km ou 6°Ano 1358,88 636,00
Total: 4662,21 4503,90
Fonte: https://www.renault.com.br/todos-os-servicos/revisao-preco-fechado.html;
https://www.toyota.com.br/meu-toyota/servicos/revisoes-periodicas

Nesse ponto, a fim de fundamentar melhor o argumento da necessidade de existir um


acompanhamento técnico quando na elaboração do memorial descritivo do item a ser adquirido,
além dos custos de manutenção previamente definidos pelos dois fabricantes de veículo, Toyota
do Brasil e Renault do Brasil já mencionados, foi elaborado um orçamento que engloba alguns
itens de desgaste que podem ter a necessidade de substituição em alguma dessas revisões
anteriormente mencionadas.
Foram elencados onze itens percorrendo componentes da suspensão, frenagem, ignição,
acionamento de acessórios do motor, pneumáticos e palhetas limpadoras do vidro dianteiro.
Para essa análise e cálculo de tempo de serviço, foi utilizado um sistema de orçamento
automotivo denominado Tempario®. Trata-se de um software comercial, com vários serviços
cadastrados através de tabela oficial dos fabricantes estabelecidos por timesheet. Assim, sabe-
se exatamente qual o tempo necessário para executar determinadas tarefas. É importante
destacar essa atividade gerencial, pois tratando-se de modelos e fabricantes distintos, o processo
de montagem dos componentes também se torna diverso.
A rotina seguida para esses dois orçamentos, iniciou na definição dos componentes a
serem substituídos, cadastro dos veículos por ano e modelo no software, e dos valores cobrados
nas concessionárias das referidas marcas. Por essa pesquisa estar ocorrendo dentro do campus
Juiz de Fora, foram utilizados os valores de referência por hora técnica de trabalho da mesma
praça, oriundas das concessionárias Renault Dijon e Toyota Osaka.
Somando-se o tempo total necessário para a substituição dos componentes supracitados,
foram obtidas 9 horas e 12 minutos para a manutenção do veículo Toyota Corolla e 13 horas e
6 minutos para o veículo Renault Fluence. Assim, utilizando os valores disponibilizados pelo
serviço de pós-venda dos fabricantes, para essa manutenção em específico, a prestação de
77

serviço para o Corolla ficaria em R$3.312,00 e a manutenção do Renault Fluence em


R$3.148,00, Figuras 10 e 11.

Figura 10 – Custo obtido pelo tempario do Fluence

Fonte: http://www.tempario.com.br/

A diferença entre os dois veículos não é a mesma se comparado o tempo e o valor pois,
o valor unitário praticado na Toyota é de R$360,00 frente R$240,00 praticado pela Renault.
Porém, como para alguns serviços do Renault Fluence existe uma complexidade maior, o tempo
gasto eleva o período de manutenção.
A diferença direta dos valores nas concessionárias antes de 33%, é reduzida a 5% após
a composição total das horas. Extrapolando o cenário, pensando no tempo do veículo ocioso
em manutenção, ter-se-ia um período de 04 horas além, quando na manutenção do Renault,
podendo impactar na diária paga ao servidor terceirizado, caso o veículo oficial esteja em
serviço em um dos oito campi que não são atendidos pela marca Renault. Entre os dez campi
IF Sudeste MG, cinco possuem concessionárias Toyota e, somente dois possuem
concessionárias Renault.
78

Figura 11 – Custo obtido pelo tempario do Corolla

Fonte: http://www.tempario.com.br/

Contabilizando as peças a serem substituídas, somaram-se R$5.311,80 ao Toyota


Corolla e R$6.313,72 ao Renault Fluence, uma diferença de 15,86%. No total, entre serviços e
peças, a manutenção do Toyota ficaria menor que a Renault em 8,8%. Destaca-se que na
licitação foram adquiridos para todo IF Sudeste MG, quatorze veículos Renault Fluence. A
Figura 12 mostra um resumo desses valores comparativamente aos dois modelos.
Conforme pode ser visto, o custo de manutenção do Fluence também foi maior em
comparação ao Corolla, além de contar com número menor de concessionárias para prestação
do serviço ou venda de peças de reposição. Diante do exposto, preocupações relativas à
aquisição e ao controle dos custos de manutenção da frota tornam-se uma realidade para o IF
Sudeste MG.
79

Figura 12 – Comparativo de valores entre o Fluence e o Corolla

Comparativo Fluence e Corolla (R$)

90.000
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
Aquisição Valor venal Custo de Custo de mão Custo de Total (compra
atual manutenção de obra substituição e
padrão até o (substituição de itens de manutenção)
6º ano de itens de desgaste até
desgaste) até 6º ano
6º ano

Fluence Corolla

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)

4.2.3 Dados da inspeção da frota

É de suma importância, que um check list básico e inspeções sejam feitas sempre que
os veículos são encaminhados a manutenção, relatando-se desgastes e avarias encontradas e seu
arquivamento para análises futuras. Diante disso, na ocasião do início dessa pesquisa, as
inspeções realizadas e fotos de registro da frota foram importantes para documentar e
compreender o seu real estado. Após seis meses, novas inspeções foram realizadas.

Durante a execução do diagnóstico, foi realizada uma investigação detalhada in loco, no


campus Juiz de Fora IF Sudeste MG, com inspeção dos veículos leves seguindo as orientações
da norma ABNT NBR 14040 e comparação dos parâmetros de manutenção e segurança com
manuais e recomendações técnicas de manutenção de fabricantes.

Foram avaliados todos os itens de segurança e componentes dos veículos como:


alternador, motor de partida, bateria e sistema de iluminação, tipo e condição de desgaste dos
pneus e possíveis irregularidades, como folgas no sistema de suspensão e barras de direção,
80

estanqueidade do sistema de arrefecimento, e estado do sistema de freios, presença de


vazamentos de fluido e sua saturação e desgastes em pastilhas, discos e tambores.

Fotos do veículo com sua região lateral direita e esquerda, frontal e traseira e dos
componentes de desgaste foram feitas e armazenadas, como forma de garantia de controle da
integridade e segurança da frota para comparações futuras.

Para as etapas seguintes, foi elaborado um banco de dados em um sistema de planilhas


eletrônicas contendo informações dos componentes principais, recorrentemente itens de maior
desgaste, dos veículos com código das peças e suas especificações técnicas, e igualmente a sua
estimativa de substituição de acordo com o desgaste encontrado.

Em sequência, os dados obtidos foram tratados identificando-se os aspectos mais


críticos relativos à utilização e manutenção da frota, e novas inspeções ocorreram, perfazendo-
se um intervalo aproximado de 6 meses (196 dias) entre avaliações.

Assim, foi possível comparar os dados inicialmente coletados, uma vez que as
informações iniciais foram consideradas frágeis em função do retorno presencial, o que poderia
levar a interpretações incompletas devido à condição de utilização da frota durante a pandemia.

O entendimento das condições de uso e manutenção da frota após seis meses das
atividades normais refletiu mais fielmente o cenário de utilização. Em função disso, foi possível
elaborar uma análise via relatórios auxiliares para a coordenação de logística, assim como
propor ações de controle e gerenciamento da manutenção da frota.

As Figuras 14 a 17 apresentam algumas fotos e as principais avarias encontradas


durante a inspeção dos veículos da frota do campus Juiz de Fora. A avaliação dos componentes
foi importante para se avaliar as condições de manutenção e conservação dos veículos leves
ativos e sustentar a consequente proposições de melhorias.

Itens, os quais mesmo com o veículo parado, sem uso no pátio, podem sofrer
degradação por agentes naturais, como radiação ultravioleta foram documentados, como os
batentes de polipropileno, Figura 14. Outros danos encontrados que podem levar a uma parada
total do veículo, comprometendo-se a segurança de seus ocupantes e onerando a administração
do campus com despesas extras, também foram avaliados.

Pneu que foi reparado em uma área onde existe maior fragilidade e está distante dos
olhos do usuário, um componente de suspensão que, se danificado, pode levar a fadigar vários
outros, um grande vazamento de fluido refrigerante do motor que pode levar a perda do motor
81

por superaquecimento e outros componentes de sistemas de frenagem que comprometem a


segurança foram avaliados e caracterizam a importância de uma rotina de manutenção veicular,
como pode ser visto nas Figuras de 13 a 17.

Figura 13: Fotos dos carros inspecionados: a) Batente traseiro suspensão Fiat Doblò GMF
6252; (b) furo lateral no pneu e desgaste irregular Ford Focus GMF7110; (c) Renault Fluence
GMF 7868: início da inspeção.

(a) (b) (c)


Fonte: Acervo pessoal (2022)
82

Figura 14: Fotos dos carros inspecionados: (a) medição de profundidade do sulco do pneu
Renault Fluence GMF7868; (b) medição espessura do disco de freio traseiro Renault Fluence
GMF7868; (c) vazamento no sistema de arrefecimento no selo de bloco do motor Ford Focus
GMF 7110

(a) (b) (c)


Fonte: Acervo pessoal (2022)

Figura 15: Fotos dos carros inspecionados: (a) verificação de empeno no sistema de freio
dianteiro Renault Fluence GMF7868; (b) imagem de desgaste e irregularidades na interface
disco e pastilha de freio dianteiro Renault Fluence GMF7868; (c) análise do sistema de
acumulação de carga de bateria Renault Fluence GMF7868

(c)
(a) (b)
Fonte: Acervo pessoal (2022)
83

Figura 16: Fotos dos carros inspecionados: (a) desmontagem no conjunto do amortecedor da
Fiat Doblò DJP4705 para verificação de folga na haste; (b) corrosão no sistema de descarga
Fiat Doblò DJP4705; (c) desgaste na bucha do amortecedor traseiro Fiat Doblò DJP4705

(a) (b) (c)


Fonte: Acervo pessoal (2022)

Além disso, foi observado durante as inspeções, a necessidade do conhecimento das


especificações dos componentes básicos de cada veículo, e, inclusive, do treinamento dos
condutores sobre os protocolos e procedimentos utilizados em situações adversas. Nesse caso,
a realização de treinamento dos condutores por um técnico, com abordagem de forma objetiva
o que parece ser entendido como obvio e que, por vezes, não é dito, evitaria a substituição de
componentes, retirando-os de um veículo que possui menor utilização e passando-os a outro
mais utilizado, desprezando-se fatores técnicos que podem comprometer o bom funcionamento
do veículo e levando a falhas mecânicas e até mesmo acarretando acidentes.

Tanto o setor do campus responsável pelo envio dos veículos à manutenção no


momento exato e oportuno, quanto a empresa prestadora do serviço, devem saber o que executar
no encaminhamento e recebimento do veículo. Valores são pagos pelas manutenções, e essas
devem ter um sistema próprio para descrição dos serviços realizados, itens substituídos e
valores pagos. Entender o ciclo de vida dos componentes dos veículos é de extrema importância
para minimizar gastos desnecessários e garantir a segurança de sua utilização.
84

Figura 17 - Fotos dos carros inspecionados: (a) ruptura no sistema antivibratório da polia o
eixo virabrequim Ford Focus GMF7110; (b) desmontagem da pastilha de freio dianteira
Renault Fluence GMF7870 para verificação de desgaste; (c) imagem painel Renault Fluence
para aquisição de dados

(a) (b) (c)


Fonte: Acervo pessoal (2022)

A Figura 18 apresenta a imagem da caderneta de anotações utilizada para controle de


manutenção e deslocamentos dos veículos no setor de transportes do campus Juiz de Fora. Tal
ação reforça a necessidade de se buscar ações de melhoria para controle eficaz da gestão da
frota. Nesse sentido, se verificou que no IF Sudeste MG campus Juiz de Fora, não se pratica
um gerenciamento de rotina de inspeção e manutenção para a sua frota.

A manutenção ocorre sob demanda dos próprios motoristas e usuários, o que ocasiona
maior demanda por manutenção corretiva e insegurança. Nesse interim, também não se
observou um controle rigoroso dos custos operacionais e de manutenção da frota, com
discriminação dos serviços e peças substituídas, ou previsibilidade de gastos, sendo o setor de
transporte apenas um gestor de despesas.
85

Figura 18: Foto da caderneta de controle dos carros do campus Juiz de Fora

Fonte: Acervo pessoal (2022)

4.2.4 Sistema de tratamento dos dados coletados

Os dados coletados de cada veículo de acordo com suas especificações técnicas foram
organizados e tratados em uma planilha em formato de arquivo de planilhas eletrônicas. Tais
informações foram importantes para a geração de planos de manutenção e inspeções rotineiros
como forma de contribuir para a gestão da manutenção por parte do setor de transportes.

Fotos em todos os ângulos dos veículos foram adicionadas ao sistema de planilhas


visando garantir segurança e acompanhamento da integridade física desses, caso algum dano
ou substituição de componentes ocorra durante manutenção, viagens ou sinistros, possibilitando
o controle da frota.

Com os dados obtidos referentes à utilização dos veículos ao longo do período


observado, torna-se possível visualizar na Tabela 7, a distância percorrida de cada veículo
86

estudado separados por características de capacidade. As verificações de quilometragem dos


veículos ocorreram na primeira semana do mês de julho do ano de 2022 e na terceira semana
do mês de janeiro de 2023, totalizando 196 dias entre elas.

Entre os modelos sedan, com capacidade de até cinco ocupantes incluindo o condutor,
encontrou-se uma utilização com total de 8.188 km percorridos. Esse valor compreende uma
média de 1637,6 km/veículo, considerando-se os cinco veículos com essas características.

Com esses dados, pode-se perceber a subutilização desses veículos, uma vez que seu
uso diário foi inferior a 10 km contabilizando-se todos os sedans, e, inferior a 11km,
descartando-se o veículo Ford Focus que trafegou somente 12 km no período considerado.

Tabela 7 – Utilização semestral dos veículos

Veículo Distância percorrida (km)


Fluence GMF7868 4742,0
Fluence GMF7870 1341,0
Fluence GMF7872 1188,0
Logan GMF6178 905,0
Focus GMF7110 12,0
Média em quilômetros 1637,6
Doblò DJP4705 83,0
Doblò GMF6252 12,0
Média em quilômetros 47,5
Strada GMF5698 157,0
Total em quilômetros 157,0
Fonte: Elaborada pelo autor (2022)

Entre as duas unidades de veículo tipo monovolume, com capacidade para até sete
ocupantes com o condutor, o uso total foi de 95 km, valor muito irrisório pelo custo gerado
pelos veículos. Da mesma forma, o veículo Fiat Strada de uso misto, carga e passageiro,
percorreu uma distância de 157 km nesse semestre de pesquisa, perfazendo uma média diária
de aproximadamente 0,8 km, sendo utilizada prioritariamente dentro do próprio campus como
suporte à manutenção predial.

Com o levantamento dos dados de modelo/ano de fabricação e distância percorrida dos


veículos analisados para alimentação das planilhas eletrônicas, foi possível comparar a
utilização desses veículos, Figura 19, ao longo de sua idade. Pode-se observar que o veículo
sedan com maior distância percorrida foi o Focus GMF7110, perfazendo 70.950 km em 11
anos, sendo esse o mais longevo da frota.
87

Por outro lado, embora o veículo Doblò DJP4705 seja o modelo mais antigo, tendo 17
anos de fabricação, foi o que apresentou a menor utilização. Tal fato se explica porque esse foi
adquirido pelo campus Juiz de Fora por desfazimento de outra autarquia federal.

Figura 19 - Comparação entre veículos considerando sua idade e utilização

Comparativo idade x utilização da frota


18 200000

176845 180000
16

160000
14

140000
12

120000
10
100000
8
80000
70950
6
52616 60000
50725 48519 46124 43689
4
34080 40000

2 20000

0 0
Fluence Fluence Fluence Logan Focus Doblò Doblò Strada
GMF7868 GMF7870 GMF7872 GMF6871 GMF7110 GMF6252 DJP4705 GMF5698

Série1 Série2

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)

De maneira similar outras análises podem ser feitas. Pela Tabela 8 pode ser visto que a
idade média da frota é de 11,5 anos e de 10,7 anos, desconsiderando-se o veículo mais antigo
da frota já que ele não veio proveniente licitação do próprio campus, e sim por edital de
desfazimento.
88

Tabela 8 – Dados coletados da frota para idade e utilização

Idade média da frota (anos) 11,5


Idade média sem DJP4705 (anos) 10,7
Distância média percorrida (km) 65.466
Distância média percorrida sem GMF5698 (km) 68.551
Utilização média anual de cada carro (km) 6.398
Utilização média anual de cada carro (km) sem os dois anos de pandemia (ensino remoto) 7.867
Distância média percorrida (km) entre os sedans 53.787
Idade média dos sedans (anos) 9,4
Utilização média anual de cada sedan (km) 5.722
Utilização média anual de cada sedan (km) sem os dois anos de pandemia (ensino remoto) 7.268

Distância total percorrida (km) entre os sedans no período desse estudo (1 semestre letivo) 8.188

Distância média percorrida (km) entre os sedans no período desse estudo (1 semestre
1.637,6
letivo)
Diferença (km) entre a utilização dos veículos sedans antes do período de ensino remoto e
-19.966
após o retorno as atividades presenciais
Fonte: Elaborada pelo autor (2022)

Com relação à distância média percorrida por cada veículo, foi encontrado um valor de
65.466 km e, excluindo-se o Strada GMF5698 pois, se trata de veículo misto (passageiro e
carga), essa distância média percorrida subiu para 68.551 km, ou seja, um aumento de 4,71%.

Já para a utilização média anual de cada carro, encontrou-se um valor de 6.398 km, o
qual aumenta para 7.867 km, se forem retirados os dois anos de pandemia, período que refletiu
baixíssima utilização da frota, uma vez que várias atividades foram canceladas ou tiveram sua
realização de maneira virtual, como reuniões, conferências e competições estudantis. Assim,
considerando-se apenas os veículos sedans, verificou-se uma média anual para cada veículo de
5.722 km e de 7.268 km, se, da mesma forma, forem excluídos os dois anos de ensino e
atividades remotas.

Para fins de reflexão, considerando-se o retorno às atividades presenciais, no semestre


letivo analisado nesse trabalho (primeira semana de julho de 2022 à terceira semana de janeiro
de 2023- total de 196 dias), a distância média percorrida entre os sedans foi de 1.637,6 km. Isto
levou a uma diferença entre a utilização dos veículos sedans antes do período de ensino remoto
e após o retorno às atividades presenciais de -19.966 km, revelando a ociosidade da frota atual
do campus. A Figura 20 apresenta a utilização total de cada veículo da frota.
89

Figura 20 - Comparação entre veículos considerando utilização

Utilização média anual (km)


16000,00
13603,46
14000,00

12000,00

10000,00

8000,00
6450,00
5846,22 5636,11
6000,00 5391,00 5124,89

4000,00 2924,60
2004,71
2000,00

0,00
Fluence Fluence Fluence Logan Focus Doblò Doblò Strada
GMF7868 GMF7870 GMF7872 GMF6871 GMF7110 GMF6252 DJP4705 GMF5698

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)

Seguindo a inspeção veicular proposta, foi feito um orçamento aproximado do valor de


manutenção, de acordo com o seu estado de conservação/manutenção para o veículo Focus,
seguindo as mesmas bases de consultas de preços de mão de obra e peças descritas
anteriormente.

Logo, partindo-se do processo das primeiras inspeções, foram detectados no veículo


Ford Focus GMF7110, alguns componentes com graves comprometimentos. Assim, o setor
responsável pelo transporte do campus foi alertado sobre os danos e recomendado esse veículo
sem uso, até que um levantamento de valores para sua manutenção assim como os dados
quantitativos de utilização da frota fosse finalizado.

Esse veículo possui 70.950 km percorridos e 11 anos. Segundo os dados coletados no


setor de transporte, entre os anos de 2013 e 2021, foram gastos com a manutenção desse veículo
um total de R$17.119,00. Essa realidade mostra que nesse período, aproximadamente
R$2.200,00 foram destinados por ano à manutenção desse carro, sem contar os demais gastos
com combustível, tributos e pessoal. Se esse cálculo for baseado no uso por quilometragem,
chegam-se a incríveis R$242,00 por mil quilômetros percorridos, também excluindo-se os
demais gastos.
90

Foi elaborada uma projeção dos gastos de manutenção para o veículo Focus referentes
a: 1) substituição de componentes baseado em preço comercial entre os principais fornecedores
de peças de reposição no mercado nacional conforme o Sindicato Nacional da Indústria de
Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e a Associação Brasileira da Indústria
de Autopeças (Abipeças); 2) mão de obra técnica para reparo com base em um sistema de
orçamento em uma oficina mecânica automotiva. A escolha desse modelo se deu por se tratar
do veículo sedan mais antigo e com maior quilometragem da frota.

De acordo com os problemas encontrados que inviabilizam a sua utilização, para que
esse voltasse a integrar a frota, com segurança aos usuários, os gastos com aquisição de peças
somariam em janeiro de 2023, se executado dentro da concessionária Ford, um valor de
R$7.524,63 e o serviço mecânico de substituição dos componentes teria o valor de R$3.800,00,
totalizando R$11.324,16.

Se esse serviço for executado em oficina independente e a aquisição de peças em


concessionária for substituída por produtos similares de primeira linha, ter-se-ia um valor de
R$5.597,00 para peças, e, R$2.533,33 para os serviços, totalizando R$8.130,33.

Se a esse menor orçamento for adicionado ao valor já gasto de R$17.119,00, os valores


empenhados somente a esse veículo com manutenção, somariam R$25.249,33, o qual
representa 62,96% do valor atual do veículo (R$40.098,00 segundo a tabela Fipe atual, com
código de referência 003225-5), cenário alarmante e passível de preocupação para a gestão dos
recursos.

Sinteticamente, o Quadro 2 apresenta os principais problemas encontrados durante essa


pesquisa na etapa de diagnóstico e propostas de melhoria/controle desses entraves.
91

Quadro 2 – Identificação de problemas da manutenção e proposição de melhorias

Problema O que fazer para melhorar


Carros com pneus diferentes ou desgastados Inspeção rotineira
Veículos ociosos Controle eletrônico dos trajetos para
mapeamento de utilização
Ausência de histórico de serviços e Alimentação da planilha com dados
substituição de componentes nas detalhados, descrevendo o tipo de serviço e
manutenções realizadas os componentes substituídos
Histórico de Custo de manutenção total Separação dos custos por mão de obra e
componentes (previstos e não previstos)
Descrição técnica falha de veículos para Atentar a características que tornem a
licitação, implicando em custo de aquisição licitação competitiva, considerando também
e manutenção elevados e translados para custo de manutenção e disponibilidade de
oficina oficina especializada/concessionária
Anotação manual em caderneta dos dados Alimentação da planilha eletrônica a cada
de trajeto viagem realizada
Falta de controle das condições de Realização das inspeções semanais
conservação e segurança básicas
Falta de controle das condições de Prática das inspeções semestrais
manutenção
Falta de pessoal dedicado ao controle da Cumprimento dos procedimentos propostos
manutenção e conservação dos veículos no próximo capítulo
Fonte: Elaborada pelo autor (2022)

Diante desse diagnóstico, foi traçada a proposição de um processo de gestão da


manutenção que visa contribuir para a melhoria do método atual utilizado pela instituição,
contribuindo de fato para o controle da manutenção dos veículos do campus Juiz de Fora.
92

4.3 PROPOSIÇÃO DO PROCESSSO DE GESTÃO DA MANUTENÇÃO

Com base no referencial teórico e no diagnóstico realizado, foi possível elaborar um


processo de gestão da manutenção da frota de veículos leves para o campus Juiz de Fora. O
processo de gestão da manutenção proposto é dividido em quatro etapas considerando
planejamento, execução, controle e as ações para sua melhoria contínua.
Esse processo de gestão foi desenvolvido considerando que: os veículos leves, conforme
demonstrado, não estão em conformidade para utilização no campus Juiz de Fora do IF Sudeste
MG; não existe uma sistemática adequada para a gestão da manutenção da unidade em estudo
e documentação desse processo desde a aquisição dos veículos até o período analisado nesse
trabalho; a falta de controle da manutenção pode deixar os veículos em condição de não
operação; haverá confiabilidade e segurança na utilização dos veículos, se a manutenção é
controlada.

4.3.1 Planejamento

Para implementação do processo de gestão da manutenção foi planejada a utilização das


planilhas geradas na etapa de diagnóstico da frota de veículos, cuja alimentação contínua dos
dados pelo setor de transportes, contribuirá para o entendimento da frota ao longo do tempo,
das manutenções realizadas e da utilização de cada veículo.

As planilhas eletrônicas devem incluir dados de cada veículo referentes ao: modelo,
número de chassi, ano de fabricação, tipo de veículo, tipo de motor, tipo de transmissão;
sistemas de frenagem, elétrico, conforto, alimentação, pneus, capacidades de tanque de
combustível, tipo de óleo lubrificante e, seus componentes, com código das peças e suas
especificações técnicas, bem como estimativa de substituição de acordo com o desgaste
encontrado, comparando-se com limites padrões dos fabricantes.

Logo, a inserção de dados dos veículos, seus componentes, condições de desgaste e


substituição, histórico de manutenção, serviços, periodicidade, custos e trajeto e utilização,
permitirão o planejamento de novas ações que contribuam com a gestão da manutenção.
93

Além disso, são importantes planos de manutenção que garantam a previsibilidade do


processo de gestão da manutenção. Logo, foram projetadas as futuras manutenções dos veículos
de acordo com o estabelecido pelo plano de manutenção de cada fabricante.

Assim, foi elaborado nesse trabalho um roteiro para as manutenções preventivas que
pode ser utilizado pelos veículos: Fiat Doblò DJP4705, Fiat Doblò GMF6252, Fiat Strada
GMF5698, Renault Logan GMF7869 e Renault Logan GMF7871, descrito em sequência.
Essa rotina de manutenção tem por finalidade atender aos requisitos descritos nos
manuais de fabricação dos veículos mencionados, além de aproximar a manutenção à realidade
das condições existentes entre as unidades dos campi do IF Sudeste MG, quanto ao
ressecamento e abrasividade provocada pelo acúmulo de minério de ferro em alguns
componentes.
Nesse sentido, a manutenção foi estabelecida respeitando-se o período máximo de 12
meses, ou a utilização dos veículos em até 10.000 km. As revisões para diagnóstico e
substituição de elementos previamente definidos, ocorrerão seguindo a sequência A-B-A-C,
que classifica os níveis de manutenção, Figura 21. Dessa forma, estabelece-se um ciclo entre
revisões que tem seu reinício a cada 5 anos ou 50.000 km, mantendo-se a disponibilidade
operacional do veículo e a segurança de seus usuários.

Figura 21 – Ciclo de manutenções preventivas

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)

As descrições das revisões dos componentes a serem substituídos, assim como os


serviços mecânicos verificados, conforme a subdivisão proposta nos 3 níveis (A, B e C) são:

 Revisão nível A: Substituir óleo do motor com viscosidade 5w30 e 100%


sintético / filtro de óleo/ filtro de ar do motor/ filtro de cabine/ filtro de
combustível. Ajustar e lubrificar: conjunto de buchas da suspensão, dobradiças,
elementos deslizantes e travas do cinto de segurança. Verificar demais itens
conforme descrito na inspeção veicular do Anexo B.
94

 Revisão nível B: Todos os itens descritos na revisão de nível A, acrescidos de


fluido do sistema de freios. Desmontagem, limpeza, lubrificação e montagem do
sistema de freios traseiros. Conferir pressão e vazão do sistema de alimentação
de combustível. Verificar demais itens conforme descrito na inspeção veicular
do Anexo B.
 Revisão de nível C: Todos os itens descritos na revisão de nível A, acrescidos
da substituição dos seguintes componentes: Velas de ignição do motor, correia
sincronizadora, rolamento tensionador da correia sincronizadora e seus
elementos fixadores, correia de acessórios, fluido de arrefecimento e fluido de
direção hidráulica. Promover a limpeza do sistema de admissão de ar para o
motor. Verificar demais itens conforme descrito na inspeção veicular do Anexo
B.

Seguindo o propósito de colaborar para a condição ideal do funcionamento pleno da


frota, com segurança e menor custo para a instituição, uma rotina de manutenção também foi
desenvolvida especificamente para os três veículos da marca Renault modelo Fluence. Essa
rotina de manutenção tem por finalidade atender aos requisitos descritos nos manuais de
fabricação dos veículos mencionados evitando manutenções do tipo corretiva fora dos
intervalos estipulados.
Logo, seguindo-se o que fora descrito no plano anterior, a manutenção foi estabelecida
para o período máximo de 12 meses, ou a utilização dos veículos em até 10.000 km. As revisões
para diagnóstico e substituição de elementos previamente definidos, ocorrerá seguindo a
sequência A-B-A-B-A-B-A-C, Figura 22. Dessa forma, estabelece-se um ciclo entre revisões
que tem seu reinício a cada 9 anos ou 90.000 km, mantendo-se a capacidade operacional do
veículo e a segurança de seus usuários.
As descrições dos componentes a serem substituídos e serviços mecânicos verificados
são relatadas nos 3 níveis a seguir:

 Revisão nível A: Substituir óleo do motor com viscosidade 5w30 e 100%


sintético/ filtro de óleo/ filtro de cabine/ filtro de combustível. Ajustar e
lubrificar: conjunto de buchas da suspensão, dobradiças, elementos deslizantes
dos assentos, travas do cinto de segurança e canaletas guias dos vidros.
Lubrificar o cabo de acionamento ao câmbio automático no vão do motor e a
95

alavanca interna de marcha no interior da cabine. Verificar demais itens


conforme descrito na inspeção veicular do Anexo B.

 Revisão nível B: Todos os itens descritos na revisão de nível A acrescidos do


filtro de ar do motor e do fluido do sistema de freios. Substituir a bateria da
chave presencial modelo cartão de acionamento do veículo. Reaperto do suporte
interno inferior da coluna escamoteável da direção. Conferir pressão e vazão do
sistema de alimentação de combustível. Verificar demais itens conforme descrito
na inspeção veicular do Anexo B.
 Revisão de nível C: Todos os itens descritos na revisão de nível A e B acrescidos
da substituição dos seguintes componentes: Velas de ignição do motor de
iridium, correia de acessórios, rolamento tensionador da correia de acessórios e
seus elementos fixadores, fluido de arrefecimento e fluido tipo CVT do câmbio
automático com filtro principal do cárter e filtro refil do trocador de calor.
Promover a limpeza do sistema de admissão de ar para o motor. Verificar demais
itens conforme descrito na inspeção veicular do Anexo B.

Figura 22 – Ciclo de manutenções preventivas para o Fluence

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)

Vale ressaltar que para a frota da instituição, com utilização reduzida e não sendo a frota
a atividade principal de uma instituição de ensino, o que seria para uma empresa de logística,
não se adequa a utilização de técnicas de manutenção preditiva, o que traria maiores custos com
a manutenção sem qualquer retorno prático dessa análise de dados.

Com as avaliações realizadas foi possível elaborar procedimentos operacionais


relatórios auxiliares para a coordenação de logística, assim como propor ações de
gerenciamento da manutenção da frota, de forma a colaborar com o controle de seus custos.
96

4.3.2 Execução

Da mesma forma, para a etapa de execução do processo de gestão de manutenção


proposto, é importante a utilização da planilha desenvolvida para a etapa de diagnóstico dessa
pesquisa como forma de se manter o controle das informações históricas de manutenção e
utilização dos veículos, na aplicação dos planos de manutenção propostos. Informações dos
componentes de maior desgaste, condições de itens de segurança, condição de desgaste dos
pneus e possíveis irregularidades, nos sistemas de suspensão, direção, arrefecimento, freios,
lubrificação e alimentação devem ser relatados nas planilhas.

As Figuras 23, 24 e 25 ilustram um exemplo da planilha gerada para o veículo Fluence


placa GMF7872. Nelas podem ser vistos os parâmetros principais que podem ser inseridos.
Além disso, o sistema permite a emissão de alertas baseado nesses valores padronizados, Figura
25.

A renovação anual das fotos do veículo com sua região lateral direita e esquerda, frontal
e traseira também é importante para garantia de controle da integridade da frota, e comparações
ao longo de sua vida. Logo, a cada manutenção anual cumprida torna-se importante a
alimentação de imagens recentes dos veículos em seu respectivo banco de dados.

Além disso, deve-se sistematizar a alimentação rotineira da planilha com a atualização


dos dados dos veículos, histórico de manutenção, separadas em data da manutenção, serviços
realizados e peças substituídas, oficina responsável, custos individuais, manutenção corretiva
não planejada, tempo de permanência para reparo. Dados de utilização da frota devem ser
inseridos, considerando-se datas, trajeto, distância percorrida, condutor.

O uso de sistema para a emissão de alertas de manutenção futuras baseado nessas


informações será útil para essa etapa de execução.

Todas as planilhas geradas nesse trabalho serão disponibilizadas ao gestor de


manutenção do campus para utilização futura.
97

Figura 23 - Planilha gerada para inclusão dos dados dos veículos: visualização das condições nominais e medidas

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)


98

Figura 24 - Planilha gerada para inclusão dos dados dos veículos: tabela de especificações técnicas principais

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)


99

Figura 25 - Planilha gerada com exemplos de alerta de manutenção

Fonte: Elaborada pelo autor (2022)


100

Seguindo a mesma premissa, uma inspeção veicular semestral foi organizada de forma
a complementar as avaliações semanais e sustentar as rotinas de manutenção em oficina
especializada, a ser realizada por um técnico de mecânica da própria oficina.

4.3.2.1 Verificação semanal

O conhecimento das condições de manutenção e conservação de cada veículo, e a


capacitação do motorista sobre as boas práticas de utilização de cada elemento da frota, de seus
recursos e de condução segura, elevam a confiança em sua utilização pelos usuários. De forma
análoga, a verificação de itens básicos de segurança veicular, contribuem para a redução e
controle do custo de manutenção da frota.

Nesse ponto, Corazza et al. (2018); Hopkins; Hawking (2018) e Levi-Bliech et al.
(2019) reforçam que o comportamento de condução do motorista contribui para a longevidade
e conservação da frota, assim como na confiança dos usuários. Portanto, além de instruções
técnicas acerca das inspeções básicas, utilização e condução dos veículos, os condutores da
frota devem receber informações acerca da entrega técnica sempre que um novo veículo for
adicionado à frota.

Logo, a verificação com uso de check list, será realizada pelo motorista terceirizado para
conferência das condições mínimas de segurança, conservação e utilização do veículo de modo
a deixá-lo em condições de operação ou possibilitar a intervenção de manutenção, se necessário.
O Anexo A apresenta a proposta de modelo de check list desenvolvida para realização
de verificação semanal pelos motoristas ou a qualquer momento que for solicitada a utilização
do veículo, conforme fluxograma da Figura 26.
101

Figura 26 – Fluxograma para realização da verificação do veículo via check list

Fonte: Elaborada pelo autor (2023)


102

4.3.2.2 Inspeções a cada seis meses ou 10.000km

A ser realizada por técnico de mecânica para avaliação das condições de desgastes,
vazamentos, avarias de acordo com a inspeção veicular proposta como forma de suporte aos
planos de manutenção preventiva descritos no tópico anterior.
O Anexo B apresenta a proposta de modelo de inspeção veicular semestral elaborada
nesse trabalho, a ser aplicada, conforme fluxograma da Figura 27.
103

Figura 27 – Fluxograma para realização da inspeção do veículo via inspeção veicular

Fonte: Elaborada pelo autor (2023)


104

4.3.2.3 Cadastro contínuo de dados de manutenção no sistema: Alimentação da


planilha gerada

Com a inclusão da quilometragem do veículo, a cada viagem e a cada manutenção, bem


como suas respectivas datas, motorista e oficina de manutenção, também inclui alertas para
manutenções futuras ou em atraso. Dados relativos à manutenção também podem ser incluídos
nas planilhas, considerando-se os serviços realizados e as peças substituídas, e seus valores, em
separado.
Dessa forma, a alimentação constante das planilhas propostas nesse trabalho
possibilitará mapear indicadores de manutenção prevista versus manutenção realizada, e
consequentemente, custo previsto versus custo real da manutenção, além de componentes com
maior incidência de falhas. Com a inclusão no sistema do tempo de manutenção dos veículos,
os tempos de indisponibilidade e de operação dos veículos, podem ser acompanhados, e
consequentemente, maior controle da frota pode ser alcançado, em conformidade às
recomendações da ABNT NBR 5462.

Logo, o Setor de Transportes poderá prover a alimentação das planilhas com


informações obtidas do check list dos motoristas, inspeções semestrais e manutenção
(preventiva e corretiva), trajeto, possíveis eventualidades, dados do condutor, dentre outras.
Consequentemente, custos de manutenção e operacionais (combustível, pneus,
lubrificantes, fluido de arrefecimento, palhetas, sistema de iluminação e bateria), bem como o
intervalo das manutenções e o número de deslocamentos seriam contemplados nesse sistema
de gestão da manutenção em consonância com os trabalhos de Mechlia et al. (2021); Wang et
al. (2021).
O Quadro 3 apresenta uma compilação dos parâmetros que podem ser inseridos nas
planilhas como forma de possibilitar a gestão da manutenção da frota.
105

Quadro 3 – Parâmetros sugeridos para inserção de dados nas planilhas de cada veículo

Dados de deslocamento: data, condutor, tempo, quilometragem e possíveis


eventualidades/incidentes
Dados de abastecimento: data, condutor, quilometragem, volume e tipo de
combustível, local de abastecimento
Dados de inspeção semanal: data, veículo, condutor responsável e observações
realizadas
Dados de inspeção semestral: data, veículo, técnico responsável e parâmetros
medidos e observações realizadas
Dados de manutenção prevista: data, oficina, quilometragem, serviços realizados e
componentes substituídos (com especificações técnicas) e tempo de manutenção
Custos de manutenção prevista: data, oficina, custos de serviços e custos de
componentes substituídos (alimentação em separado)
Dados de manutenção não prevista: data, oficina, quilometragem, serviços realizados
e componentes substituídos (com especificações técnicas) e tempo de manutenção
Custos de manutenção não prevista: data, oficina, custos de serviços e custos de
componentes substituídos (alimentação em separado)
Eventuais sinistros, panes ou falhas
Tempo de não operação dos veículos e suas causas
Fonte: Elaborada pelo autor

Como forma de melhorar a avaliação das condições de manutenção da frota foi sugerida
uma infraestrutura básica de um box destinado à execução de um check list veicular semanal
ou sempre que o veículo for utilizado, a ser realizada pelos condutores da frota.

De forma a garantir que os planos de manutenção, verificação e inspeção dos veículos


e controle das informações necessárias para a avaliação de indicadores sejam possíveis,
recursos materiais e de infraestrutura mínimos são imprescindíveis para a execução do
planejamento de gestão da manutenção proposto. Nesse interim, foi sugerida a criação de um
box de inspeção rotineira dos veículos.

Da mesma forma, procedimentos operacionais padrão para treinamento de motoristas


admitidos pelo setor de transportes e recebimento de novos veículos foram desenvolvidos nesse
trabalho e descritos em sequência. Materiais mínimos e treinamento para o gestor responsável
106

por alimentar as planilhas e garantir o controle do processo de gestão da manutenção proposto


também são apontados.

 Box de inspeção rotineira

Para garantia das verificações semanais, torna-se importante haver no campus um box
para o setor de transportes que possibilite a realização de um check list semanal pelos
condutores da frota de veículos do IF Sudeste MG campus Juiz de Fora. Uma sugestão de
estrutura física e equipamentos necessários para essas inspeções contemplaria:

1. Estrutura coberta com dimensões mínimas de 8 metros de comprimento, 5 metros de


largura e 4 metros de altura, a qual possibilita a inspeção dos veículos leves descritos
nesse trabalho além de vans de maior capacidade tipo modelo Sprinter;
2. Ponto de ar comprimido com filtro, regulador de pressão e dreno de umidade com
pressão mínima de 800kPa;
3. Calibrador de pneus com funcionamento eletrônico, resistente a intempéries do clima,
de fixação em parede, com tensão de alimentação de 127V ou 220V, pressão mínima de
0 (zero) lbf/in2 (0 kPa) e máxima de 145 lbf/in2 (999,74 kPa) com um mínimo de 15
metros de mangueira e bico autotravante tipo europeu;
4. Multímetro digital com teste de continuidade, com faixa de medição para tensão, em
corrente contínua, de 0 V a 200 V e display LCD com resolução de 31/2 dígitos;
5. Analisador e teste de bateria com faixa de medição de 100 CCA a 800 CCA, tensão de
12V com idioma em português;
6. Carregador de baterias 12V com capacidade de até 90Ah;
7. Lavadora de alta pressão com carrinho de aço e porta acessórios, pressão mínima de
2000 lbf/in2 (13,78 MPa) e 10 metros de mangueira, com engate rápido e bico aplicador
de detergente;
8. Jogo de ferramentas com 150 peças com seguinte descrição:
3 chaves catraca (8x10 ; 12x13 ; 17x19 mm).- 6 soquetes longos com encaixe de 1/4" (medidas:
10 ; 11 ; 12 ; 13 ; 14 ; 15 mm).- 6 soquetes longos com encaixe de 3/8" (medidas: 4 ; 5 ; 6 ; 7 ;
8 ; 9 mm).- 12 Chave combinada (medidas: 8 ; 9 ; 10 ; 11 ; 12 ; 13 ; 14 ; 15 ;16 ; 17 ; 18 ;
19 mm).- 6 soquetes longos com encaixe de 1/2" (medidas: 10 ; 12 ; 13 ; 14 ; 17 ; 19 mm)- 7
107

soquetes estriado com encaixe de 1/2" (medidas: 20 ; 21 ; 22 ; 24 ; 27 ; 30 ; 32 mm)- 4 soquetes


de impacto com encaixe de 1/2" (medidas:23 ; 21 ; 19 ; 17 mm)- 8 soquetes sextavado com
encaixe de 1/2" ( medidas: 7/16 ; 1/2 ; 9/16 ; 5/8 ; 11/16 ; 3/4 ; 13/16 ; 7/8 ")- 4 soquetes estriado
com encaixe de 1/2" (medidas: 1.1/4 ; 1.1/16 ; 1" 15/16")- 10 soquetes sextavados com encaixe
de 3/8" (medidas: 5/32 ; 3/16 ; 7/32 ; 1/4 ; 9/32 ; 5/16 ; 11/32 ; 3/8 ; 7/16 ; 1/2")- 10
soquetes sextavados com encaixe de 3/8" (medidas: 4 , 5 , 6 , 7 , 8 , 9 , 10, 11 , 12 , 13 mm)- 11
soquetes sextavados com encaixe de 1/4" (medidas:9 , 10, 11 , 12 , 13 , 14 , 15 , 16 , 17 ,18 ,
19 mm)- 8 soquetes torx fêmea com encaixe de 1/4" (medidas: E8 , E10 , E11 , E12 , E14 ,
E16 , E18 , E20)- 2 chaves de velas com encaixe de 1/4" (uma com a medida de 16 mm e outra
de 21 mm)- 1 chave adaptadora com cabo- 1 junta com encaixe de 1/2"- 1 junta com encaixe
de 1/4"- 1 junta com encaixe de 3/8"- 1 extensão abalada com encaixe de 1/2" sem trava (medida
de 5")- 1 extensão abalada com encaixe de 3/8" sem trava (medida de 4") - 1 extensão com
encaixe de 1/4" com trava (medida de 6")- 1 extensão com encaixe de 1/4" com trava (medida
de 3")- 1 extensão com encaixe de 1/2" com trava (medida de 10")- Catraca reversível com
encaixe de 3/8" com trava- Catraca reversível com encaixe de 1/4" com trava - Catraca
reversível com encaixe de 1/2" com trava- 10 chave allen- 1 adaptador para bits- 7 bits torx
com furo- 7 soquete torx com encaixe de 1/4" medidas de (sem furos) T20 ; T30 ; T40 ;(com
furos) T45 ; T50 ; T55 ; T60- 3 soquetes de fenda com encaixe 1/4" (medidas: 4; 5.5 ; 6.5 mm)-
3 soquetes philips com encaixe de 1/4" (medidas: 1 ; 2 ; 3 mm)- 6 soquetes allen com encaixe
de 1/4" (medidas: 3 ; 4 ; 5 ; 6 ; 8; 10 mm)- 3 soquetes pozzi drive com encaixe de 1/4" (medidas:
1 ; 2 ; 3 mm);
9. Espelho com dimensões de 2,5 m x 1,0 m a ser fixada na parede frontal de entrada do
box estando a 0,60 m do nível do piso e centralizado a parede. Deve ser fixado com seu
comprimento maior paralelo ao nível do piso para visualização das lâmpadas de
iluminação acionadas pelo motorista dentro do veículo;
10. Recipiente porta papel descartável de parede;
11. Recipiente porta detergente líquido;
12. Tanque de inox com dimensões mínimas de 400 mm x 400 mm e ponto de água potável;
13. Ponto de água para instalação de lavadora de alta pressão;
14. Aspirador de pó e líquido com capacidade mínima de 40 litros, potência mínima de
1600 W e mangueira mínima de 3 metros com bico;
15. Jogo de chaves de fenda e phillips com mínimo de 7 peças em cromo vanádio;
16. Lanterna portátil recarregável;
17. Cordão de luz automotivo LED plug de tomada bivolt.
108

 Materiais e treinamento para as verificações semanais e inspeções semestrais

Será necessária a confecção de blocos de check list e inspeção veicular da realização das
atividades propostas, a serem disponibilizados nos veículos. Tanto os motoristas quanto o(s)
mecânico(s) responsáveis deverão receber treinamento acerca da importância das atividades,
cumprimento dos prazos estabelecidos e responsabilidade no preenchimento e devolução das
informações ao DAP.

Havendo contratação de novo motorista no campus, esse deve receber além das
instruções de realização das verificações descritas anteriormente e outras contidas no
fluxograma da Figura 28.
109

Figura 28 – Fluxograma para treinamento de motorista novo admitido

Fonte: Elaborada pelo autor (2023)


110

 Materiais e treinamento para o gestor responsável por alimentar as planilhas

Deverá ser disponibilizado um computador com programa de geração de planilha


eletrônica para que seja possível a digitalização dos dados levantados nas etapas propostas e
análise de indicadores para que o processo de gestão da manutenção seja implantado no campus.
Da mesma forma, deverá ser disponibilizada uma impressora para geração dos documentos de
check list e inspeção ou previsão orçamentária para reprodução do material em gráfica.
O gestor deverá receber treinamento acerca da condução do trabalho de geração dos
índices e cobrança dos motoristas e mecânico/oficina de manutenção acerca da entrega das
informações e cumprimento dos procedimentos e prazos propostos e comunicação entre os
setores.
Caso haja recebimento de novo veículo para compor a frota, o gestor deverá efetuar as
ações contidas no fluxograma da Figura 29, como forma de garantir a permanência de controle
da gestão da frota.
111

Figura 29 – Fluxograma para recebimento e incorporação de novo veículo à frota

Fonte: Elaborada pelo autor (2023)


112

Logo, com base nas informações alimentadas novos indicadores serão levantados,
planos adicionais de manutenção poderão ser propostos em função das características das rotas,
idade e utilização dos veículos, buscando-se a minimização dos custos com manutenção
corretiva. A comparação desses indicadores de maneira histórica, os atuais confrontados com
os indicadores antigos, possibilitará o controle do processo de gestão da manutenção.

A atualização rotineira de dados da frota, proporciona uma previsibilidade da


manutenção e avaliação mais precisa das condições dos ativos, quanto ao uso ou desgaste,
segurança, qualidade e economia conforme descrito por (VUJANOVIĆ et al., 2018;
HOPKINS; HAWKING, 2018; PETCHROMPO; PARLIKAD, 2019; PEREIRA, 2019).

Com base nos dados levantados e no entendimento, verificado na etapa de diagnóstico,


de que não há pessoal dedicado para gerenciamento da manutenção, bem seu controle, buscou-
se nesse trabalho, uma sistematização das informações dos veículos como forma de acompanhar
o seu uso, estado de conservação e condições de manutenção.

Desta forma, foram propostos procedimentos de inspeção e manutenção frequentes e


alimentação constante do sistema de planilhas gerado, que proporcionem um suporte gerencial
ao DAP e, consequente controle via indicadores da frota, que possibilitem a real gestão da
manutenção da frota do IF Sudeste MG.

4.3.3 Controle

Como forma de contribuir para que o procedimento de gestão da manutenção


implantado se torne dinâmico e flexível às condições da frota e disponibilidade de veículos,
torna-se importante a avalição contínua dos resultados da etapa de execução para que novas
ações sejam planejadas, buscando-se um processo de melhoria contínua da gestão.

Utilizando o modelo de planilhas desenvolvidas na etapa de diagnóstico e alimentada


nas etapas de planejamento e execução do processo de gestão da manutenção proposto pode
contribuir para o levantamento de indicadores de manutenção nessa etapa de controle.

Indicadores poderão ser formulados a partir de informações detalhadas da manutenção


dos veículos, advindas das checagens diárias ou semanais e das inspeções semestrais, dos
planos de manutenção previstos, eventuais manutenções não previstas realizadas e seus custos.
113

Dessa forma, de acordo com a ABNT NBR 5462; Rodrigues (2010); Faria; Longhini
(2021) e Figueiredo (2021), indicadores de manutenção importantes, relativos a tempo e custo,
poderão ser projetados que considerem, por exemplo, tempo médio entre falhas, tempo médio
para reparo, tempo de manutenção corretiva, tempo de manutenção preventiva, tempo de
manutenção efetiva, disponibilidade, custo de manutenção preventiva, custo de manutenção
corretiva, custo de serviços de manutenção, custo de peças e componentes.

Tempo médio entre falhas (TMEF)

Relação entre o tempo de operação e o número total de falhas. O tempo não é


necessariamente uma unidade de tempo direta, sendo muitas vezes medido indiretamente como
número de peças produzidas, quilometragem rodada, número de pousos, entre outros, Equação
(1):

çã
𝑇𝑀𝐸𝐹 = º
(1)

Tempo médio para reparo (TMPR)

Corresponde a média aritmética dos tempos gastos nos reparos de um item, equipamento
ou instalações. Relaciona o tempo total de intervenção corretiva (tempo MC), incluindo o tempo
de reparo e os tempos de espera que retardam a colocação do equipamento em operação, e o
número de falhas detectadas no período observado, Equação (2):

𝑇𝑀𝑃𝑅 = º
(2)

Tempo percentual para manutenção corretiva (TPMC)

Percentual entre o tempo gasto na manutenção corretiva dividido pelo tempo total de
manutenção, Equação (3):

çã
𝑇𝑃𝑀𝐶 = çã
× 100% (3)
114

Tempo percentual para manutenção preventiva (TPMP)

Percentual entre o tempo gasto na manutenção corretiva dividido pelo tempo total de
manutenção, Equação (4):

çã
𝑇𝑃𝑀𝑃 = çã
× 100% (4)

Tempo percentual para manutenção efetiva (TPME)

Percentual entre o tempo efetivo gasto na manutenção dividido pelo tempo total em que
o veículo permanece sem operação aguardando a manutenção, considerando todo o tempo de
saída para o serviço de manutenção, incluindo translado, avaliação da manutenção, liberação
do serviço, aguardo de peças de reposição, manutenção e retorno, Equação (5):

çã
𝑇𝑃𝑀𝐸 = ã çã
× 100% (5)

Disponibilidade (DISP)

Representa o percentual do tempo em que um item ficou à disposição do órgão de


operação para desempenhar a sua atividade. Pode ser computado com base na razão entre o
tempo médio entre falhas do equipamento e o somatório do tempo médio entre falhas e o Tempo
médio para reparo, Equação (6):

𝐷𝐼𝑆𝑃 = × 100% (6)


115

Custos

Percentual de custo de manutenção corretiva (CPMC)

Expresso pela razão dos custos de manutenção corretiva e o custo de manutenção total
em termos percentuais, Equação (7):

çã
𝐶𝑃𝑀𝐶 = çã
× 100% (7)

Percentual de custo de manutenção preventiva (CPMP)

Expresso pela razão dos custos de manutenção preventiva e o custo de manutenção total
em termos percentuais, Equação (8):

çã
𝐶𝑃𝑀𝑃 = çã
× 100% (8)

Percentual de custo de serviços de manutenção (CPSM)

Expresso pela razão dos custos de serviços de manutenção e o custo de manutenção total
em termos percentuais, Equação (9):

ç çã
𝐶𝑃𝑆𝑀 = çã
× 100% (9)

Percentual de custo de peças e componentes de desgaste (CPPCD)

Expresso pela razão percentual dos custos de peças e componentes de desgaste e o custo
de manutenção total, Equação (10):

ç
𝐶𝑃𝑃𝐶𝐷 = çã
× 100% (10)
116

Do mesmo modo, a avaliação de dados como avarias, falhas, sinistros, dados de trajeto,
condutores da frota, entre outras, garantirão o levamento e comparação históricos dos
parâmetros principais que comprometem o controle da gestão da manutenção da frota.

4.3.4 Agir para melhorias contínuas

A avaliação dos indicadores de maneira histórica contribuirá para a análise e tomada de


decisões relativas ao tempo gasto para a manutenção, seja efetiva, preventiva, corretiva, se
falhas de componentes ou veículos são frequentes, disponibilidade e ociosidade da frota que
contribuirão para o processo de gestão e controle da manutenção da frota do IF Sudeste MG.

Além disso, os custos de manutenção poderão ser analisados de maneira mais completa,
sejam os de manutenção prevista e não prevista, custos de peças e componentes de maior
desgaste, deslocamentos, os quais podem auxiliar na melhor aplicação dos recursos
orçamentários.

Tais ações vão ao encontro dos trabalhos de Miller et al. (2016), Ngossaha et al. (2017)
e Soares et al. (2022) os quais apontaram que a formulação, aplicação e monitoramento de
indicadores de frota, contribuem para a identificação de problemas na gestão, como uma
ferramenta de análise a ser utilizada tanto em contextos de planejamento quanto de tomada de
decisão.

Logo, a análise dos tempos contribui para a identificação de problemas relativos aos
procedimentos de manutenção, atrasos administrativos, de serviços ou peças, indisponibilidade
do veículo, pane não detectada, vida média de componentes, ou, inclusive, ociosidade da frota.

Pelos indicadores de custos, será possível avaliar os custos de manutenção prevista e


não prevista, dessas, quais de ação preventiva e/ou corretiva, custos de serviços realizados, e
componentes substituídos, podendo-se correlacioná-los à condição de deslocamentos,
dirigibilidade, e vida dos veículos, os quais podem auxiliar no real processo de análise histórica
das condições de manutenção da frota.

Ademais, com os indicadores de custo, bem como descrito por Rodrigues et al. (2019),
almeja-se que a proposição de melhorias nas ações de gestão da manutenção de frota do IF
Sudeste MG, racionalize os recursos, disponibilize informações significativas para a tomada de
117

decisão de gestores, avaliação de históricos de manutenções, emissão de relatórios e o


acompanhamento e controle da frota de veículos, evitando-se a perda de dados em seu registro
manual, contribuindo para a interação dos setores funcionais, transparência e a agilidade no
acesso às informações, redução gastos públicos, e maximização na eficiência da gestão da
manutenção.
Ferramentas importantes para a gestão da qualidade, como o diagrama de Ishikawa e o
plano de ação 5W1H ou inclusive, o 5W2H, podem ser reformulados a medida da necessidade
em função de outras particularidades ou novos problemas encontrados durante a aplicação do
processo de gestão proposto, garantindo o controle cíclico do processo e readaptação das etapas
de planejamento, execução e controle que atendam às condições dinâmicas de manutenção da
frota de veículos.

4.3 FEEDBACK DOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE GESTÃO DA


MANUTENÇÃO

De modo a verificar a aplicação e propor ações de adequação ao processo de gestão da


manutenção proposto nessa pesquisa, foram realizadas duas entrevistas semiestruturadas aos
dois gestores diretos responsáveis pela frota de veículos no campus Juiz de Fora do IF Sudeste
MG.

Com quinze anos no serviço público federal e, estando desde 2021 como diretor de
administração e planejamento do campus, o bacharel em administração, atuou nos últimos
quatorze anos em cargos de gestão institucional, estando anteriormente a esse, como pró reitor
de administração.

Para o gestor, na visão ampla enquanto diretor sistêmico, como nem sempre é possível
atender a todos por limitações operacionais, o serviço de transporte oferecido com a frota de
veículo da unidade pesquisada é considerado como bom. Em uma visão de usuário, o
entendimento é de um ótimo serviço, já que sempre foi bem atendido em suas demandas e nunca
passou por alguma situação insatisfatória.

Enquanto gestor, percebe que existe uma sobrecarga na gerência do serviço de


transporte e manutenção por adequações administrativas e principalmente de recursos humanos.
Enxerga que uma ação de colaboração técnica entre um núcleo que trabalhe com manutenção
automotiva para dirimir essas questões e de futuras contratações de veículos é importante e
118

interessante à administração do campus. Seguindo a classificação Brasileira de ocupações da


qual regeu a descrição dos cargos de motoristas, os check list podem ser aplicados sem
implicações. Já alguns treinamentos propostos, são vistos como importantes para o gestor,
porém ele pondera que por se tratar de uma contratação terceira, a empresa responsável é quem
deve custear todo treinamento.

Assim, em uma renovação do contrato de prestação de serviço, essas ações podem ser
incluídas em contrato para que sejam atendidas visando um melhor processo de gestão da
manutenção dos veículos. Vê com grande importância que existam procedimentos para o uso
com as coletas de dados para adequação da manutenção.

Considerando a segunda pessoa entrevistada, a coordenadora geral de logística do


campus Juiz de Fora, é bacharela em administração e está nessa função de gestão na unidade
há 10 anos, sempre a frente do setor de logística. Anteriormente, teve experiencia de gestão,
trabalhando pelo mesmo ínterim na administração pública estadual.

Durante esse período na coordenação, não viu necessidade de solicitar alguma


capacitação extra a instituição para implementar no setor. Enquanto gestora, destaca que em
uma escala entre ótimo, bom, regular e ruim, considera o serviço de transporte oferecido a
comunidade acadêmica como bom. Já como servidora e usuária do serviço de transporte,
considera como ótimo seguindo a mesma escala, já que nunca passou por alguma situação que
lhe desagradou utilizando esse serviço.

Com relação aos processos que envolvem a gestão da manutenção de veículos, destaca
que seria relevante a existência de um programa para inserção de dados e geração de planilhas
que fosse permanente ao campus, já que hoje são utilizados os programas de gerenciamento
cedidos pelas empresas terceirizadas como as de controle de abastecimento. Findando os
contratos, os dados não ficam em nuvem, levando ao seu desconhecimento. A gestora também
destaca que o setor é carente de pessoal, acumulando muitas funções de almoxarifado, que por
vezes dificultam a uma análise mais aprofundada de temas relacionados a frota. A gestora avalia
que um ambiente próprio para a guarda dos veículos leves, ou uma cobertura que proteja os
veículos de intempéries, seria interessante.

Abordando a contratação dos motoristas terceirizados e suas atribuições, a


coordenadora do setor vê de forma positiva os treinamentos recomendados assim como um
119

procedimento prévio de ação por parte dos condutores em determinadas circunstâncias da


viagem, todavia, os treinamentos devem ser custeados pelo contratado, podendo serem
solicitados nos próximos editais.

Vislumbra como uma boa ação uma colaboração técnica entre os núcleos acadêmicos
e a gestão institucional, suprindo demandas técnicas.

4.5 PLANO DE AÇÃO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO


DA MANUTENÇÃO

Nessa etapa, foi elaborado um plano de ação 5W1H como forma de direcionar as ações
a serem executadas para a melhoria dos processos de gestão da manutenção, Figura 30, baseado
em todas as etapas descritas na proposição desse trabalho.
120

Figura 30 – Plano de ação 5W1H

O que? Quem? Onde? Quando? Por quê? Como?

Capacitação aos Possibilitar a correta


motoristas e aplicação do check list e a
Servidores do núcleo Com aulas expositivas e práticas, com todos os
servidores do setor Campus Juiz de Fora aquisição dos dados
de mecânica do Em até 12 meses motoristas, servidores efetivos do setor de
de transporte para do IF Sudeste MG necessários ao lançamento
Campus Juiz de Fora transporte e servidores do núcleo de mecânica
utilização do Check na planilha de controle da
list frota

Capacitação aos
motoristas,
Possibilitar a correta
servidores do setor
aplicação do formulário
de transporte e Com aulas expositivas e práticas, com todos os
Servidores do núcleo de inspeções e a aquisição
terceiros prestadores Campus Juiz de Fora motoristas, servidores efetivos do setor de
de mecânica do Em até 12 meses dos dados necessários
de serviço de do IF Sudeste MG transporte, prestadores de serviço e servidores
Campus Juiz de Fora para definir os
manutenção para do núcleo de mecânica
indicadores na planilha de
utilização do
controle da frota
formulário de
inspeções
121

O que? Quem? Onde? Quando? Por quê? Como?

Capacitar e ou reciclar os
Treinamento / Verificando o período no qual os motoristas
motoristas quanto a
capacitação ficam no Campus sem demanda de
correta forma de
utilizando o curso Gestão de pessoal do deslocamento e com o uso de um computador
Campus Juiz de Fora condução e utilização dos
de introdução a Campus Juiz de Fora Em até 12 meses conectado a rede de internet, efetuar cadastro
do IF Sudeste MG veículos, podendo levar a
direção seguras e e setor de transporte no site: https://digital.sestsenat.org.br/ do
redução do consumo de
econômica aos serviço nacional do transporte, onde existe uma
combustível e gastos com
motoristas plataforma com vários cursos gratuitos
manutenção.

Treinamento /
capacitação sobre
como deve ser a Gestão de pessoal do
conduta dos Campus Juiz de Fora Capacitar a todos os
Iniciar um grupo de estudos com cada um dos
motoristas e e setor de transporte, interessados para
setores envolvidos, para discussão e elaboração
servidores que setor pedagógico, Campus Juiz de Fora administrar as crises que
Em até 12 meses de um plano de administração de crise a ser
utilizam o serviço assistentes de aluno, do IF Sudeste MG podem vir a ocorrer nas
utilizado em viagens com menores de 18 anos
de transporte do assistência social, viagens com os
caso seja necessário
Campus JF em demais servidores adolescentes
situações de crise interessados.
com menores de 18
anos
122

O que? Quem? Onde? Quando? Por quê? Como?

Os dados obtidos por essa pesquisa serão


Capacitação necessária
encaminhados com as planilhas para utilização
Treinamento para para que os dados
Servidor do núcleo no setor de transporte pelo servidor
utilização das Campus Juiz de Fora lançados venham a ser
de mecânica e setor Em até 12 meses responsável. O servidor Daniel responsável
planilhas de do IF Sudeste MG tratados e verificados
de transporte pela aquisição dos dados irá efetuar o
controle da frota quanto a utilização de
treinamento junto aos demais servidores
cada veículo
lotados no setor

Treinamento necessário Utilizando os fluxogramas descritos nessa


Treinamento sobre a
Servidor do núcleo para realização das ações pesquisa, todos os processos serão passados um
utilização dos fluxos Campus Juiz de Fora
de mecânica e setor Em até 12 meses propostas e melhorias que a um, verificando suas efetividades,
de serviço propostos do IF Sudeste MG
de transporte podem ocorrer ao adotá- padronizando ou alterando o que for
nessa pesquisa
las. necessário.

Para efetuar a compra de


Plano para
um veículo que atenda os Fazendo uma pesquisa dos requisitos
contribuição técnica Diretoria de
interesses da instituição necessários para o modelo definido pela
entre setores na Administração e Campus Juiz de Fora
Em até 24 meses aliado a um menor diretoria do Campus e posteriormente com uma
ocorrência de Planejamento e do IF Sudeste MG
consumo de combustível, parceria entre os setores, estudando os detalhes
aquisição de um Núcleo de Mecânica
valor de manutenção e a serem inseridos no termo de referência
novo veículo
emissões de gases.
123

O que? Quem? Onde? Quando? Por quê? Como?

Dado a quantidade de
modernidades existentes
nos automóveis, existir
Plano para um servidor efetivo para
capacitação de um receber as informações do Um servidor deverá ser designado por portaria
servidor efetivo para fabricante e multiplicá-las para acompanhar sempre que existir uma nova
ser agente aos motoristas quando aquisição a entrega técnica no concessionário
Gestão de pessoal do
multiplicador nas Campus Juiz de Fora essa situação não tiver específico. Sempre que um novo motorista vier
Campus e setor de Em até 24 meses
entregas técnicas do IF Sudeste MG oportunidade de a ingressar no quadro de funcionários do setor
transporte
aos motoristas acontecer, se torna de transporte, esse servidor será encarregado de
terceirizados importante frente somente repassar n veículo todas as funções e formas de
quando se adquirir a leitura do manual do utilização do equipamento.
um novo veículo usuário de cada veículo
pois pode na entrega
técnica se aprender além
do descrito no manual

Aquisição dos Para a execução do plano


materiais Diretoria de de ações se faz necessário
Conforme descrito na pesquisa, com uma pasta
necessários para desenvolvimento inserção de dados no site
individual para cada veículo, um bloco de
controle de institucional e Campus Juiz de Fora do Campus além de
Em até 12 meses check list numerado sequencialmente para cada
utilização dos Diretoria de do IF Sudeste MG confecção dos blocos de
veículo, bloco para realização das inspeções
veículos conforme administração e inspeção, check list da
conforme anexo do trabalho
descritos nessa planejamento aquisição de outros
pesquisa. materiais
124

O que? Quem? Onde? Quando? Por quê? Como?

Estudo sobre
construção ou
Diretoria de Se faz necessário ter um
realocação de Para a concepção do box de verificações, pode-
desenvolvimento espaço apropriado para as
espaço para se utilizar como referência a descrição
institucional e Campus Juiz de Fora verificações rotineiras dos
montagem do box Em até 12 meses existente nessa pesquisa. É importante iniciar
Diretoria de do IF Sudeste MG veículos e a guarda de
de check list e para um diálogo sobre um espaço adequado a frota
administração e forma correta evitando as
a guarda dos diante o existente hoje.
planejamento intempéries do tempo
veículos leves em
área coberta

Fonte: Elaborada pelo autor (2023)

Logo, com base nos dados levantados e nas propostas de melhorias apontadas, espera-se contribuir para a gestão da manutenção da frota.
Vislumbra-se que a confecção dos planos de check list, inspeção e manutenção rotineiras, bem como o engajamento dos envolvidos, devidamente
treinados e atendendo aos procedimentos operacionais propostos se garanta a mantenabilidade da frota, de forma que cada veículo se encontre em
constante operação a qualquer momento em que seu uso for requerido.
125

5 CONCLUSÃO

Conclui-se que nessa dissertação, foi descrito o embasamento teórico que contribuiu
para o entendimento da problemática estudada e sustentação da proposta de solução realizada
acerca da gestão da manutenção de veículos leves do IF Sudeste MG, campus Juiz de Fora.

Além disso, pelo levantamento de informações dos veículos, foi possível realizar a
distinção de suas características, procedimentos, gastos e condições de manutenção,
conservação e utilização aplicados contribuindo para aplicação de um sistema por meio de
planilhas eletrônicas que permitirá o real entendimento das demandas do setor de transportes.

Foi possível criar um banco de dados contendo a descrição dos principais componentes
mecânicos que existem em cada modelo de veículo e as tolerâncias mínimas para o uso com
segurança; baseado em catálogos de fabricantes e recomendações técnicas.

Duas sequencias de inspeções das condições de manutenção dos veículos foram


realizadas, em um intervalo de seis meses entres elas. Fotos do veículo foram armazenadas
como forma de garantia de controle da integridade e segurança da frota para comparações
futuras.

Em função disso, foi possível elaborar uma análise via relatórios auxiliares para a
coordenação de logística, assim como propor ações de controle e gerenciamento da manutenção
da frota, incluindo previsibilidade de custos de manutenção, análise das especificações técnicas
da descrição do processo de licitação e proposição de um box destinado à inspeção veicular
semanal proposta a ser realizada pelos condutores da frota.

Além disso, um protocolo de inspeção veicular semestral foi estruturado como forma de
adicionar às avaliações semanais e subsidiar as rotinas de manutenção em oficina especializada,
permitindo a real identificação das condições de manutenção dos veículos anteriormente ao
apontamento de serviços necessários pela oficina, minimizando gastos desnecessários e
maximizando a segurança dos usuários, caso algum serviço deixe de ser realizado.

Planos de manutenção periódicos foram desenvolvidos de acordo com as especificações


e recomendações dos fabricantes de modo a oportunizar o controle e programação dos
intervalos de manutenção, e seu custo.
126

Foi desenvolvido um conjunto de planilhas eletrônicas de cada veículo, cuja inserção


contínua de dados da frota garantirá a gestão sistematizada de sua manutenção, com
informações detalhadas da conservação e manutenção dos veículos, advindas das inspeções
semanais e semestrais, dos planos de manutenção previstos, eventuais manutenções não
previstas realizadas e seus custos. Igualmente permite a introdução de condições adversas
(avarias, falhas, sinistros), dados de trajeto, condutores da frota, entre outras.

Dessa forma, será possível obter um histórico dos parâmetros principais e avaliação de
indicadores de manutenção importantes relativos, por exemplo, ao tempo de manutenção
efetiva, tempo de manutenção preventiva, tempo de manutenção corretiva, tempo entre falhas,
tempo de pane não detectada, disponibilidade, ociosidade, custo de manutenção prevista, custo
de manutenção não prevista, componentes de maior desgaste, deslocamentos, os quais podem
auxiliar no real processo de gestão e controle da manutenção da frota do IF Sudeste MG.

Almeja-se que o processo de gestão da manutenção proposto, seguindo as etapas de


planejamento, execução, controle, ações para melhoria contribua e plano de ação contribua
para:

a) obtenção da máxima efetividade do processo de manutenção dos veículos;


b) implantação efetiva da manutenção preventiva;
c) gestão de equipes e recursos de manutenção – veículos, ferramentas, materiais, serviços de
terceiros e outros;
d) integração das informações de acompanhamento da manutenção para controles gerenciais;
e) levantamento de indicadores da manutenção;
f) confecção de relatórios e análises avançadas;
g) promoção de maior controle da gestão da manutenção na instituição;
h) replicação do processo de gestão da manutenção em outras unidades da instituição, caso
haja interesse;
i) oportunizar melhor controle dos custos de manutenção e conservação com seguimento de
planos de manutenção e inspeção adequados;
j) garantir a operação dos veículos e segurança dos usuários.

Embora tenham sido encontradas muitas dificuldades relativas à ausência de


informações históricas detalhadas dos veículos quanto à sua manutenção, como serviços
realizados, componentes substituídos, abastecimentos, custos, e arquivamento de informações
127

de trajeto de maneira manual, foi elaborado um sistema eletrônico de dados, cuja utilização e
input contínuo de dados possibilitará a implantação da gestão da manutenção da frota.
Adicionalmente, o seguimento aos procedimentos das inspeções veiculares e dos planos
de manutenção propostos contribuirão para garantia do controle da manutenção, conservação e
segurança da frota de modo a impactar diretamente na qualidade do serviço prestado e
previsibilidade de custos, da mesma forma que na avaliação de indicadores da utilização e
manutenção que apoiarão a gerência da frota.
Da mesma forma, ações futuras visando a capacitação do pessoal envido no processo
de condução e manutenção dos veículos e a aplicação do processo de gestão da manutenção
proposto se tornam essenciais.

Outra sugestão de trabalho futuro seria o desenvolvimento de um aplicativo a ser


utilizado pelos motoristas e gestores da manutenção da frota, como forma de facilitar a
alimentação de dados em um sistema central de informações, acerca da utilização e manutenção
dos veículos.
128

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Normas Técnicas, Rio de Janeiro, RJ, 37 f., 1994;

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ABNT NBR 14040-1. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, RJ, 12 f.,
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131

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136

7 ANEXO A

Modelo de check list dos motoristas


[Digite aqui]

Controle de manutenção preventiva

DADOS DA INSPEÇÃO
MOTORISTA RESPONSÁVEL:

UNIDADE:
DATA:

DADOS DO VEÍCULO
MARCA:
MODELO: ANO:

PLACA: QUILOMETRAGEM:

VERIFICAÇÕES SEMANAIS OBSERVAÇÕES

Faróis e lâmpadas em
geral
Estepe/chave de
rodas/triângulo
Palhetas e esguicho do
limpador de para brisa
Buzina
Ar-condicionado e
ventilação (quente e frio)
Painel (ponteiros e
lâmpadas indicadoras)
Altura e pressão do pedal
de embreagem
Freio de estacionamento
Desgaste dos
pneus/pressão
Vazamento de
óleo/vestígio no chão
Nível de óleo do motor
Água de limpeza de para
brisa (nível e vazamento)
Líquido de arrefecimento
(nível e vazamento)
Estado da bateria
Carga do alternador
[Digite aqui]

Controle de manutenção preventiva

Assinale com “X” avarias visíveis no veículo:

Assinatura do motorista: ___________________________________________________________


8 ANEXO B

Modelo de inspeção semestral pelo técnico responsável


AVALIAÇÃO SEMESTRAL - MECÂNICA
Controle de manutenção preventiva

DADOS DA INSPEÇÃO
TÉCNICO RESPONSÁVEL:
UNIDADE:

DATA:

DADOS DO VEÍCULO
MARCA:

MODELO: ANO:
PLACA: QUILOMETRAGEM:

VERIFICAÇÕES SEMESTRAIS OBSERVAÇÕES E/OU MEDIÇÕES


ITENS

Faróis e lâmpadas em geral


Estepe/chave de rodas/triângulo
Palhetas e esguicho do limpador de
para brisa
Extintor
Buzina
Ar-condicionado e ventilação (quente
e frio)
Painel (ponteiros e lâmpadas
indicadoras)
Altura e pressão do pedal de
embreagem
Freio de estacionamento
Filtro de ar da cabine (dependendo
do tempo de troca)
Desgaste dos pneus/pressão
Examinar rolamentos de roda (ruído)
Pastilhas e discos de freio (dianteiro)
Flexíveis e tubulação do sistema de
freio
Pivôs/buchas/batentes/molas/terminal
de direção
Lonas/Pastilhas e discos de freio
(traseiro)
Amortecedores (rupturas e
vazamento)
Coifas de semi-eixos
AVALIAÇÃO SEMESTRAL - MECÂNICA
Controle de manutenção preventiva
Vazamento de óleo (motor, câmbio e
direção hidráulica)
Sistema de exaustão (vazamento,
corrosão e suportes)
Nível de óleo do motor (etiqueta e
vazamento)
Filtro de óleo do motor (etiqueta e
vazamento)
Nível de óleo da direção (plano de
manutenção e vazamento)
Nível do fluido de freio (plano de
manutenção e vazamento)
Filtro de combustível (plano de
manutenção)
Correias auxiliares
Filtro de ar do motor (plano de
manutenção)
Água de limpeza de para brisa (nível
e vazamento)
Líquido de arrefecimento (nível e
vazamento)
Sistema de arrefecimento
(mangueiras, vazamento, válvula
termostática e eletro ventilador)
Bateria (nível da solução ou
indicador de carga)
Carga do alternador

Assinale com “X” avarias visíveis no veículo:


AVALIAÇÃO SEMESTRAL - MECÂNICA
Controle de manutenção preventiva

Assinatura do técnico responsável: _________________________________________________________


9 ANEXO C

Roteiro de entrevista
Perguntas padrão para identificação do entrevistado

1-Qual é a formação do senhor(a)?

2-Há quantos anos o senhor(a) tem de serviço público federal?

3-Enquanto servidor público federal, sempre trabalhou no Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais ou no
Colégio Técnico Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora?

4-Há quantos anos o senhor(a) trabalha com gestão no serviço público seja municipal, estadual ou federal?

5-Nessa função atual está a quantos anos?

6-Existiu alguma capacitação que o senhor(a) viu necessidade de fazer e que não foi possível para a instituição
lhe ofertar?

Perguntas relativas ao setor de transporte

7-Como (coordenadora de logística) ou (diretor de administração e planejamento) do campus, falando


especificamente da parte de transporte, o senhor(a) considera o serviço de transporte no atendimento a
comunidade acadêmica, em uma escala entre, ótimo, bom, regular e ruim.

8-Enquanto usuário do serviço de transporte, o senhor(a) considera essa prestação de serviço em uma escala
entre, ótimo, bom, regular e ruim.

9-O senhor(a) já passou por alguma situação utilizando esse serviço que lhe desagradou?

10-Como gestor(a) do setor, existiu alguma ação proposta para melhoria de algum serviço e que não pode ser
aplicada na prática?

Se a resposta for sim, perguntar se foi fator orçamentário.

11-Os motoristas terceirizados que atendem ao campus Juiz de Fora do IF Sudeste MG, são contratados
seguindo a classificação brasileira de ocupação CBO-7824-05, referente a motorista de ônibus rodoviário.

Entre as atribuições do cargo, existe o campo de vistoriar o veículo, conferindo equipamentos, solicitando
reparos, realizando verificações pontuais. O senhor(a) vê como importante que esses condutores recebam
treinamento para essas verificações e outras pertinentes para prestação de serviços ou reciclagens sempre que
necessário?

12-Se existisse uma colaboração técnica entre a diretoria de administração e planejamento e os núcleos
acadêmicos do campus, onde fosse possível discernir dúvidas quanto as manutenções, propor ações de
melhorias e ajudar no certame de compra de novos veículos com informações que podem filtrar a compra a
um veículo com menor consumo de combustível, valor de manutenção reduzidos e que atenda a instituição
como pretendido, o senhor(a) vê como vantajoso? Existe na sua visão de gestor algum entrave na instituição
quanto a uma colaboração dessa maneira?

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