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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIADO

TRIÂNGULO MINEIRO – Campus UBERABA


MESTRADO PROFISSIONAL EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

CLÁUDIA APARECIDA VIEIRA

O PROGRAMA 5S COMO FERRAMENTA DE GESTÃO DA


QUALIDADE NA AGROINDÚSTRIA DO INSTITUTO FEDERAL DO
TRIÂNGULO MINEIRO - CAMPUS UBERABA

UBERABA, MG
2017
CLÁUDIA APARECIDA VIEIR A

O PROGRAMA 5S COMO FERRAMENTA DE GESTÃO DA QUALIDADE NA


AGROINDÚSTRIA DO INSTITUTO FEDERAL TRIÂNGULO MINEIRO -
CAMPUS UBERABA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós


Graduação Strictu Sensu Mestrado Profissional
em Ciência e Tecnologia de Alimentos do
Instituto Federal do Triangulo Mineiro –
Campus Uberaba, como requisito para a
conclusão e obtenção do título de Mestre em
Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Orientadora:
Profª. Dra. Deborah Santesso Bonnas

UBERABA, MG
2017
FICHA CATALOGRÁFICA
FOLHA DE APROVAÇÃO
Dedico às minhas filhas, joias
valiosas, Jade e Agatha, pela
oportunidade de convivência
e amor incondicional.
GRATIDÃO ESPECIAL

Gratidão a Deus, Pai, a Jesus, Filho e ao Espírito Santo pela comunhão divina Universal
que me guia e me indica sempre o caminho reto que procuro seguir.
Ao avô, amigo e irmão de todas as horas, José Armando, nosso Zé, pela dedicação,
benevolência e amor às meninas e a mim.
Às filhas amadas, Jajá e Bêlo, pela oportunidade de ser mãe de duas pessoas tão lindas
que muito tem me ensinado a viver.
Ao meu Norinho, Wellington pela alegria que acrescenta em nossas vidas.
Ao estimado amigo Paulo Zago, pelo carinho e cuidados dispensados a mim.
Ao meu pai amado, pessoa simples de um coração bondoso, que hoje reside em outra
dimensão mas que vive no meu coração e lembranças. Me deixou de herança o melhor de sua
alma como exemplos de humildade e amor a Deus!
AGRADECIMENTOS

À minha orientadora Profª Dra. Deborah Santesso Bonnas, pela orientação, incentivo,
paciência e contribuições importantes na realização desta dissertação.
À Profª Dra. Marlene Jerônimo pelo apoio, carinho e disponibilidade nas horas de
incertezas no desenvolvimento deste trabalho.
À Sandra Elias de Oliveira pelo auxílio na condução da realização do trabalho prático.
Aos Alunos e alunas Juliano Teodoro Tronconi, João Pedro Teixeira Justino, Diego
Francisco Barroso Abreu, Ana Júlia Gandra Rocha, Paloma Carolina de Carvalho e Josylene
Aparecida Nascimento de Oliveira, pela contribuição e por fazerem parte do comitê de
manutenção do trabalho.
À Coordenadora do Mestrado Profª Dra. Fernanda Jardim pela atenção, disponibilidade
e presteza.
Aos membros da banca pelas considerações, correções e comentários.
Ao Instituto Federal do Triangulo Mineiro – Campus Uberaba pela oportunidade de
realização do curso.
A todos aqueles que contribuíram para a realização desta Dissertação e a todos que
fazem e fizeram parte desta jornada de crescimento profissional e espiritual.
Expresso aqui a minha eterna gratidão.
RESUMO

O sucesso na implementação dos programas de qualidade depende de se fazer uma gestão


eficiente do ambiente como um todo. Para tanto deve-se preparar a organização para a
implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade. O Programa 5S oferece um método para
aplicação de cinco atividades básicas que possibilitam a mudança de comportamento das
pessoas e consequentemente do ambiente em que elas trabalham, criando uma base para que a
gestão da qualidade possa ser implantada com sucesso. O presente estudo foi realizado nas
Plantas de Processamento de laticínios e vegetais do setor de Agroindústria, situada no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus Uberaba, com o
objetivo de implantar o Programa 5S como Ferramenta de Gestão da Qualidade. O trabalho
caracterizou-se como uma pesquisa-ação, cujo envolvimento da pesquisadora foi constante
durante todo o processo de investigação e implantação. O trabalho adotou um estudo descritivo
através de diagnóstico, por meio da aplicação de uma lista de verificação para avaliação atual
do local. Posteriormente elaborou-se o plano de ação 5W1H descrevendo-se o planejamento
das etapas de implantação considerando cada um dos sensos do 5S para adoção das melhorias
nas plantas de processamento. A partir dos resultados obtidos por meio do diagnóstico inicial,
concluiu-se que os setores avaliados encontravam-se em desconformidade em relação ao que
preconiza o programa 5S. A implantação do programa 5S permitiu elaborar um plano de ação
que resultou na melhoria geral dos setores referente aos três primeiros Sensos: utilização,
organização e limpeza. Após implantação formou-se um comitê de manutenção do programa
com a intenção de não deixar que as melhorias se percam ao longo do tempo. A implantação
do programa 5S, nos setores de processamento da agroindústria, contribuirá com a aplicação
dos demais sistemas de gestão da qualidade (Boas Práticas de Fabricação de Alimentos e
APPCC), preconizados pelos órgãos da saúde.

Palavras-chave: 5W1H, laticínio, vegetais, gestão da qualidade.


ABSTRACT

Success in implementing quality programs depends on efficient management of the


environment as a whole. To this end, the organization must be prepared for the implementation
of a Quality Management System. The 5S Program provides a method for applying five basic
activities that enable people to change behavior and, therefore, the environment in which they
work, creating a basis for quality management to be successfully implemented. The current
study was carried out at the Dairy and Vegetable Processing Plants of the Agribusiness sector,
located at the Federal Institute of Education, Science and Technology of the Triângulo Mineiro
- Campus Uberaba, in order to implanting the 5S Program as a Tool for Quality Management.
The work was featured as an action research, in which the involvement of the researcher was
constant during the whole process of investigation and implantation. The study adopted a
descriptive study through diagnosis, by means of the application of a checklist for the current
evaluation of the site. Subsequently, the 5W1H action plan was elaborated, describing the
planning of the implementation stages, considering each one of the 5S senses to adopt
improvements in the processing plants. From the results obtained through the initial diagnosis,
it was concluded that the sectors evaluated were in disagreement in relation to what is
advocated in the 5S program. The implementation of the 5S program allowed the elaboration
of an action plan that resulted in the general improvement of the sectors related to the first three
senses: use, organization and cleanliness. After implementation, a program maintenance
committee was formed with the intention of not letting the improvements be lost over time. The
implementation of the 5S program, in the agroindustry processing sectors, will contribute to the
application of the other quality management systems (Good Food Manufacturing Practices and
HACCP), recommended by the health agencies.

Keywords: 5W1H, dairy, vegetables, quality management.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Linha temporal do programa 5S ao longo dos anos. ........................................................... 18


Figura 2 - Três dimensões do 5S. ......................................................................................................... 22
Figura 3 -Fluxograma do Senso de Utilização ..................................................................................... 25
Figura 4 - Equipamentos e estruturas em desconformidade com os 5S – Instalados na salas de
processamento do laticínio .................................................................................................................... 44
Figura 5 - Balanças estragadas empilhadas e embaladora de grãos ..................................................... 45
Figura 6 – Armário com objetos e alimentos armazenados em desconformidade com o 5S. .............. 46
Figura 7 - Condimentos em embalagens sujas e com insetos. ............................................................. 46
Figura 8 - Acúmulo de terra nas tubulações de energia – Sala de guarda de insumos......................... 47
Figura 9 - Objetos armazenados em desconformidade com o 5S na Sala do pasteurizador de leite .... 48
Figura 10 - Desconformidades em relação ao terceiro S. Poeira acumulada nos objetos da sala do
pasteurizador ......................................................................................................................................... 48
Figura 11 - Não conformidades observadas na sala de guarda de utensílios ....................................... 49
Figura 12 - Não conformidades em relação aos três primeiros S observadas no laboratório anexo ao
laticínio.................................................................................................................................................. 50
Figura 13 - Utensílios e objetos organizados na sala de processamento de leite. .................................. 53
Figura 14 - Caixas organizadoras identificadas com etiquetas. ........................................................... 54
Figura 15 - Armários instalados na sala de guarda de insumos ........................................................... 55
Figura 16 - Armário da sala de guarda de insumos com as gavetas identificadas e organizadas ........ 55
Figura 17 - Gavetas organizadas – Armário da sala de guarda de insumos ......................................... 56
Figura 18 - Armários organizados e identificados – Sala de guarda de insumos ................................. 56
Figura 19 - Armário organizado com vidraria e material para análises sob a pia da sala de guarda de
insumos. ................................................................................................................................................ 57
Figura 20 - Utensílios organizados – Sala de guarda de utensílios ...................................................... 58
Figura 21 - Depósito de reagentes organizado e limpo – Sala anexa ao laticínio ................................ 59
Figura 22 - Sala de guarda de alimentos em desconformidade com o programa 5S............................ 63
Figura 23 - Desconformidades observadas na sala de utensílios e almoxarifado ................................ 64
Figura 24 - Laboratório de alimentos em desconformidade com o programa 5S ................................ 65
Figura 25 - Sala de processamento de vegetais. ................................................................................... 66
Figura 26 - Prateleira da sala de guarda de alimentos organizada após plano de ação ........................ 69
Figura 27 - Sala de utensílios e almoxarifado após plano de ação ....................................................... 70
Figura 28 - Armário de vidraria e material para análise de alimentos - Laboratório de análise de
alimentos ............................................................................................................................................... 72
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 .Os termos do 5S e suas derivações ....................................................................................... 20


Tabela 2–Organização de utensílios em função da disponibilidade para uso ...................................... 27
Quadro3 - Visão Geral do Programa 5S .............................................................................................. 32
Tabela 4 -Ferramentas de gestão da qualidade. .................................................................................... 34
Tabela 5 - Plano de ação 5W1H para a implantação do Programa 5S – Planta Laticínio do IFTM -
Campus Uberaba ................................................................................................................................... 43
Tabela 6 - Plano de ação para correção das não conformidades diagnosticadas na avaliação dos quatro
primeiros Sensos do Programa 5S nas Plantas de Processamento do Laticínio .................................... 52
Tabela 7 - Plano de ação para implantação do Programa 5S – Planta Processamento de Vegetais ..... 62
Tabela 8 - Plano de ação para correção das não conformidades diagnosticadas na avaliação dos quatro
primeiros Sensos do Programa 5S na Planta de Processamento de vegetais – IFTM Uberaba. ........... 67
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 16

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................ 18


2.1 GESTÃO DA QUALIDADE – HISTÓRICO ......................................................................... 18
2.2 DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA 5S ...................................... 19
2.3 A ORIGEM DO 5S.............................................................................................................. 21
2.4 CARACTERIZAÇÃO DOS 5 SENSOS ............................................................................ 22
2.4.1 Seiri – Senso de Utilização e Descarte ....................................................................... 23

2.4.2 Seiton – Senso De Ordenação ..................................................................................... 25

2.4.3 Seiso - Senso de Limpeza ............................................................................................ 28

2.4.4 Seiketsu - Senso de Higiene e Saúde .......................................................................... 29

2.4.5 Shitsuke - Senso de Autodisciplina ........................................................................... 30

2.5 IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA 5S COMO PRÉ-REQUISITOS PARA


IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE .................... 33
2.6 FERRAMENTAS DE APOIO À IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO DA
QUALIDADE .................................................................................................................................. 33
2.7 MELHORIA CONTÍNUA – PDCA .................................................................................. 34
2.7.1 Melhoria continua - 5W2H ......................................................................................... 35

2.7.2 A aplicação do Programa 5 S na área alimentícia .................................................... 36

3 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................... 37
3.1 ETAPAS PRINCIPAIS DO PROGRAMA 5S.................................................................. 38
3.1.1 Preparação ................................................................................................................... 38

3.1.2 Implantação ................................................................................................................. 39

3.1.3 Manutenção.................................................................................................................. 39

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................. 40


4.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTUDO ........................................................................ 40
4.1.1 Planta de Processamento do Laticínio (lay out) .............................................................. 40

4.1.2 Planta de Processamento de Vegetais ............................................................................... 41

4.2 PLANEJAMENTO DESTINADO À IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5 S NA


PLANTA DE PRODUÇÃO DE LATICINIOS DO IFTM CAMPUS UBERABA ................... 41
4.3 IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5S ........................................................................... 43
4.3.1 Preparativos para o lançamento dos 5S .................................................................... 43

4.3.2 Aplicação do Check list diagnóstico de avaliação dos três primeiros sensos do
Programa 5S das plantas de processamento da agroindústria – Setor laticínio.................... 43

4.3.3 Descrição das não conformidades evidenciadas nas Salas do setor de processamento
do laticínio .................................................................................................................................... 44

4.3.4 Descrição das não conformidades evidenciadas na Sala de insumos e embalagens


45

4.3.5 Descrição das não conformidades evidenciadas na Área de pasteurizador de leite


47

4.3.6 Descrição das não conformidades evidenciadas na Sala de guarda de utensílios .. 48

4.3.7 Descrição das não conformidades evidenciadas no Laboratório ............................ 49

4.3.8 Elaboração do plano de ação para o setor de Laticínios .......................................... 51

4.3.9 Implantação do Programa 5Sno setor de Laticínios ................................................ 52

4.3.9.1 Sala de processamento........................................................................................... 52

4.3.9.2 Sala de insumos e embalagens .............................................................................. 54

4.3.9.3 Sala utensílios ........................................................................................................ 58

4.3.9.4 Laboratório ............................................................................................................ 59

4.4 PLANEJAMENTOPARA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5 S NA PLANTA DE


PRODUÇÃO DE VEGETAIS DO IFTM CAMPUS UBERABA............................................... 60
4.4.1 Aplicação do Check list diagnóstico de avaliação dos três primeiros sensos do
Programa 5S das plantas de processamento da agroindústria– Setor Vegetais .................... 62

4.4.1.2 Descrição das não conformidades evidenciadas no Almoxarifado – Utensílios ... 63

4.4.1.3 Descrição das não conformidades evidenciadas na Área do Laboratório de alimentos


64

4.4.1.4 Área de Processamento ......................................................................................... 65

4.4.2 Elaboração do plano de ação para adequação do setor de processamento de vegetais


ao Programa 5S ........................................................................................................................... 66

4.4.3 Implantação do Programa 5S no setor de processamento de vegetais ................... 68

4.4.3.1 Sala de Insumos e Produtos Prontos...................................................................... 68


4.4.3.2 Almoxarifado e Sala de Utensílios ........................................................................ 69

4.4.3.3 Laboratório ........................................................................................................... 70

4.4.3.4 Área de equipamentos ........................................................................................... 72

4.5 AÇÕES PARA CONTINUIDADE E MANUTENÇÃO DO PROGRAMA .................. 73


4.5.1 Atuação do comitê de manutenção ............................................................................ 73

4.5.2. Dificuldades de implantação do programa 5S ................................................................ 74

4.6 PANORAMA GERAL DOS SETORES EM RELAÇÃO AOS SENSOS AVALIADOS


75

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 78

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 79

APÊNDICES ...................................................................................................... 84
APÊNDICE 1- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ....................... 84
APÊNDICE 1.2 - QUESTIONÁRIO SOBRE O PROGRAMA 5S ........................................ 86

ANEXO............................................................................................................... 88
ANEXO A -CHECK LIST DE AVALIAÇÃO – DIAGNÓSTICO INICIAL DOS 5S
APLICADOS NAS PLANTAS DE PROCESSAMENTO DA AGROINDÚSTRIA ................. 88
16

1 INTRODUÇÃO

A qualidade exigida em processos, produtos e serviços está cada dia mais aparente.
Desta forma, as indústrias e instituições em geral precisam garanti-la a partir de filosofias,
metodologias e ferramentas de qualidade (GODOY E MATOS, 2004). O termo qualidade
apresenta diversos significados e entendimentos para pessoas e locais diferentes. Também,
pode ser entendido como um atributo de produtos ou de serviços, quando se referir a tudo que
é produzido pelas pessoas (MOREIRA, 2008).

Muitas organizações, de finalidades lucrativas ou não, e de acordo com as suas


próprias características, investem constantemente em programas que apresentam como foco a
qualidade em seus processos, por entenderem que suas atividades produtivas necessitam
sempre de melhorias contínuas (MOREIRA, 2008).

Conforme relata Moreira (2008), as duas últimas décadas testemunharam uma onda de
inovações em matéria de gestão e práticas de controle para dar condições às empresas
manterem-se competitivas e atuantes no mercado. Por isso, evidencia-se ser cada vez maior a
preocupação de conciliar diferentes práticas de gestão. Livramento, Oliveira e Moraes (2015),
entendem que a expectativa de que sempre vai existir uma nova perspectiva e/ou alternativa ou
ainda um novo entendimento quanto este ou aquele conceito faz com que as empresas se
motivem no sentido de buscar sempre estar à frente das outras, independente delas serem
concorrentes ou não.

Efetivamente, a gestão da qualidade diz respeito a todas as pessoas envolvidas no


Sistema de Valores de uma organização. Contudo, a implantação de um modelo de gestão pela
qualidade enfrenta algumas barreiras, pois propõem novas relações entre os diversos atores do
processo e prioriza o alcance da Missão e Objetivos Estratégicos da organização, em detrimento
de benefícios individuais ou locais (VASCONCELLOS et al, 2012).

O programa 5S não é um processo de gestão da qualidade, mas uma ferramenta para


atingir o nível desejado de qualidade, por meio de um aprendizado contínuo e da geração de
um ambiente favorável ao desenvolvimento dos processos empresariais (CAMPOS, 2005).

Campos (2005), ressalta que tais processos, abordados pelo 5S não são apenas os
voltados para a qualidade, mas também para diversas iniciativas de melhoria, como por
exemplo, produtividade, segurança, saúde mental e física, qualidade de vida.
17

Segundo Santos et al. (2006), vê-se os 5Ss como importante programa participativo e
propulsor da qualidade, oferecendo conhecimento necessário a todos os participantes para o
desempenho e manutenção, adequadas às suas funções.
Diante dessa abordagem e, por ser o 5S um programa integrado, cujos sensos agem
interligados, proporcionando resultados surpreendentes em todos os aspectos, tanto na vida dos
participantes quanto no ambiente organizacional, este trabalho teve por finalidade implantar o
programa 5s como ferramenta de gestão da qualidade na agroindústria do Instituto Federal do
Triângulo Mineiro -Campus Uberaba, com o objetivo principal de contribuir para uma melhoria
da qualidade no ambiente de produção de alimentos, com vistas a promover uma adequação
física e operacional, nos setores de processamento de leite e vegetais, bem como contribuir para
a formação dos novos profissionais, oportunizando sua participação na implementação do
programa nesses setores.
Como objetivos específicos o trabalho buscou elaborar um diagnóstico das condições
das instalações em relação a essa ferramenta de gestão da qualidade, implementar o programa
5S e proporcionar a sua manutenção por meio da criação de um Comitê constituído por usuários
do setor, responsável pela condução do programa. As plantas de processamento de leite e de
vegetais da agroindústria são utilizadas por acadêmicos e professores para aulas práticas dos
cursos de graduação em Tecnologia de Alimentos, Curso Técnico em Alimentos, Agronomia e
Zootecnia e também aulas práticas do curso de Mestrado em Ciência e Tecnologia de
Alimentos. Além disso os alimentos processados no setor também são consumidos no refeitório
e em eventos promovidos pelo Instituto.
18

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 GESTÃO DA QUALIDADE – HISTÓRICO

Para referenciar o conceito de qualidade é precioso buscar na história, a trajetória que o


termo ao longo do tempo tem traçado em diversas formas de gerenciamento das ferramentas de
gestão da qualidade. Atualmente existem numerosos livros, artigos e jornais científicos com o
título Gestão Total da Qualidade (GTQ). Contudo quase todas estas publicações foram
produzidas muito recentemente – depois de 1990(SANTOS et al.,2006).
Antes do termo GTQ aparecer, as designações Qualidade Total ou Controle Total de
Qualidade eram mormente utilizadas nas publicações ocidentais e a designação Company Wide
Quality Control era o termo dominante nas publicações japonesas publicadas nos anos de 1970
e 1980 (SANTOS et al.,2006).
Embora a gestão de qualidade seja um assunto que ganhou grande notoriedade a partir
do início da década de 1980, não se trata, contudo, de uma invenção moderna. A história da
qualidade pode ser narrada de muitas e variadas formas. Um grande número de acadêmicos
concorda que o conceito ou a filosofia da qualidade existe desde há muito tempo, discordando
somente quanto ao seu início. Em relação a este ponto os seus argumentos variam, sustentando
uns que o conceito de qualidade existe desde algumas centenas de anos e outros falam em
milhares de anos. Para o âmbito dessa pesquisa o período de tempo diz respeito a Figura 1.
(SANTOS et al.,2006)

Fonte: Gestão da Qualidade – de Deming ao Modelo de Excelência, 2016.


Figura 1 - Linha temporal do programa 5S ao longo dos anos.
19

Santos et al. (2006) destaca que a abordagem sistemática da qualidade, ou o


nascimento do controle de qualidade moderno está associada à década de 1930 com a aplicação
da carta de controle desenvolvida por Walter A. Shewhart à produção industrial. Santos et al.
(2006) entende que a noção de qualidade é algo inerente ao ser humano, projetando- se em
diversos atos, mesmo nos mais corriqueiros e automáticos, da sua vida diária.

O consumidor que aos sábados circula pelo mercado apalpando as frutas, cheirando as
ervas e questionando aos vendedores a procura de frutas, peixes e legumes de qualidade,
rejeitando os produtos que não respeitam os padrões por ele definidos e adotados. A qualidade
das colheitas, a qualidade das casas e a qualidade das vias de comunicação foram tão
importantes no passado para o desenvolvimento das comunidades como são hoje (SANTOS et
al, 2006).

2.2 DEFINIÇÕES E CARACTERÍSTICAS DO PROGRAMA 5S

O 5S ou Programa 5S como também é conhecido é um conjunto de cinco conceitos


simples que, ao serem praticados e absorvidos, são capazes de modificar o humor, o ambiente
de trabalho, a maneira de conduzir as atividades rotineiras e as atitudes. Em um contexto amplo,
a qualidade de vida (VANTI,1999).

Considerado por diversos estudiosos como passo inicial e base de sustentação de


qualquer sistema de gestão da qualidade, o termo 5S tem sua origem nas iniciais de cinco
palavras japonesas, todas iniciadas com a letra ‘S’. Seiri, Seiton, Seiso, Seiketsu, e Shitsuke
(LAPA, 2010). Na interpretação dos ideogramas que representam essas palavras, do japonês
para o inglês, conseguiu-se encontrar palavras que iniciavam com a letra ‘S’ e que tinham um
significado aproximado do original em japonês. Porém, o mesmo não foi possível com a
tradução para o português (LAPA, 2008).

A melhor forma encontrada para expressar a abrangência e profundidade do


significado desses ideogramas foi acrescentar o termo "Senso de" antes de cada palavra em
português que mais se aproximava do significado original. Desta forma, o termo original “5S”
ficou mantido, mesmo na língua portuguesa. Em Português são conhecidos como os Sensos de
Utilização, Organização, Limpeza, Saúde e Higiene e Senso de Autodisciplina. Esses cinco
Sensos, conforme ressalta Vanti (1999), podem ser considerados como um princípio
organizador, mobilizador e transformador de pessoas e organizações.
20

Lapa (2010), considera que o termo “Senso de” significa "exercitar a capacidade de
apreciar, julgar e entender". Significa ainda a "aplicação correta da razão para julgar ou
raciocinar em cada caso particular”.

JAPONÊS INGLÊS PORTUGUÊS


Utilização
Arrumação
1º S Seiri Sorting Senso de Organização
Seleção

Ordenação

2ºS Seiton Systematyzing Senso de Sistematização


Classificação

Limpeza
3º S Seisou Sweeping Senso de Zelo

Asseio
Higiene
4º S Seiketsu Sanitizing Senso de Saúde
Integridade

Autodisciplina

5º S Shitsuke Self-disciplining Senso de Educação


Compromisso

Fonte: Lapa,1998 – Programa de Qualidade 5S


Tabela 1 .Os termos do 5S e suas derivações

Costa (1996), caracteriza o Programa 5S como um instrumento eficaz para a formação


de hábitos saudáveis de vida entre os profissionais, alunos e comunidades nas quais estão
inseridos. A autora enfatiza que por ser uma metodologia de fácil compreensão e aplicação, o
5S é capaz de produzir resultados expressivos em um prazo relativamente curto, e que o
programa tem sido desenvolvido de maneira criativa e participativa em muitas organizações,
compondo uma forma realmente eficaz de se educar para a cidadania. O programa 5S é uma
filosofia de trabalho que busca gerar a disciplina na empresa através de consciência e
responsabilidade de todos, de forma a tornar o ambiente de trabalho agradável, seguro,
produtivo e eficiente (ISHIKAWA, 1989).
21

2.3 A ORIGEM DO 5S

O programa 5S consolidou-se no Japão. Uma ideologia calcada em uma tradição


passada de pais para filhos como princípios educacionais que os acompanham até a fase adulta.
É também entendida como uma filosofia de vida, um valor cultural (ZIARESKI, 2011).
O Japão foi o grande disseminador da qualidade para o mundo. Para Ribeiro (1994),
depois de ocidentalizada essa prática, também ficou conhecida como house keeping, termo que
quer dizer “arrumar a casa” e que pode ser praticada em qualquer ambiente.
Originário do Japão e proposto pela equipe do professor Kaoru Ishikawa, na década
de 1950, os 5S surgiram logo após a 2ª Guerra Mundial, momento em que o país passava pela
necessidade de eliminar a sujeira e a desorganização estrutural das fábricas e a destruição das
cidades deixada pela guerra (ABRANTES,1997).
De acordo com Biasoli (2005), os conceitos do programa 5S, adotados pelo povo
japonês, foi e continua sendo, a base da qualidade total que transformou em menos de 20 anos,
uma nação destruída pela guerra e sem recursos materiais, numa potência industrial e
econômica.
A prática do 5S objetiva incluir valores de utilização, organização, limpeza,
padronização e disciplina no local de trabalho (OSADA, 1992). No Japão o método do
programa 5S foi iniciado nos setores de manufaturas e então difundido para outras indústrias e
setores de variados serviços. O sistema de Produção da Toyota fornece um exemplo bem
conhecido dos princípios do 5S na prática, as primeiras versões foram baseadas nos 3S e após
tornou-se 5S (RIBEIRO, 1994).
Na definição de Silva (2005), o 5S recebe esse nome por se tratar de um programa com
cinco conceitos diferentes, derivados de palavras japonesas, que exprimem princípios básicos
da organização, mas que juntos buscam fazer diferença na Gestão de Qualidade Total (Total
Quality Management – TQM). Grifo (1998) afirma que, os processos de gestão da qualidade,
implementados pelos japoneses começaram pelo Programa 5S, e que não se trata de um
programa da qualidade e sim de um instrumento a mais para se atingir o nível de qualidade,
dentro de um esforço de instrução das pessoas, na busca por um ambiente saudável e de
educação continuada.
Os cinco conceitos foram introduzidos no Brasil na década de 1990, através da
Fundação Cristiano Ottoni, instituição ligada à Universidade Federal de Minas Gerais, e desde
22

então o seu reconhecimento no mundo empresarial vem sendo difundido e praticado (SILVA,
1996). Sua aplicação porém, não se limita somente a empresas de manufatura mas tem sido
utilizado com sucesso em empresas de serviços, em escritórios, supermercados, hospitais,
escolas, prefeituras e mesmo em residências estendendo para a atmosfera familiar (LAPA,
2010).

2.4 CARACTERIZAÇÃO DOS 5 SENSOS

França (2004) enfatiza que por ser teoricamente muito simples, as pessoas costumam
não compreender toda a sua abrangência, restringindo seu alcance ao mundo físico. Perde-se a
grande oportunidade que o 5S oferece: que é a mudança de conduta das pessoas, quanto aos
hábitos e atitudes. Entende o autor que, o 5S deve acontecer em três dimensões distintas: física,
intelectual e comportamental.
Sendo a parte mecânica a mais fácil de se perceber e executar, muitas vezes, o
programa se restringe a ela. É importante que as três dimensões citadas sejam bem
compreendidas, para que todas sejam trabalhadas. A física ou mecânica está ligada às coisas
materiais, aos objetos que nos cercam. A intelectual, ou dos processos, diz respeito à
metodologia utilizada para a execução de uma tarefa, à tecnologia aplicada. A comportamental
está ligada às nossas atitudes, à maneira que reagimos quando expostos a diferentes situações
no nosso dia a dia. É importante que essas três dimensões caminhem juntas, interligadas entre
si (FRANÇA, 2004).

Fonte: França, 2009


Figura 2 - Três dimensões do 5S.
23

2.4.1 Seiri – Senso de Utilização e Descarte

Alguns autores chamam Seiri de senso de utilização, outros de Senso de organização,


seleção. Contudo são apenas termos que não mudam em nada o significado de real desse senso.
O Seiri, ‘senso de utilização’, consiste em deixar somente o que é extremamente
necessário. Significa usar recursos disponíveis, com bom senso e equilíbrio, identificando
materiais, equipamentos, ferramentas, informações e dados necessários e desnecessários,
descartando ou dando a devida destinação àquilo considerado “inútil” ao exercício das
atividades (OSADA, 1992).
Lapa (2010), considera que, ter senso de utilização é identificar materiais, necessários
e desnecessários, descartando ou destinando ao local certo àquilo considerado útil ao exercício
das atividades naquele local.
No entanto, o hábito de guardar é um instinto natural das pessoas e encontramos muitos
obstáculos quando se deseja descartar algo. Todavia, o critério de sucesso deste senso deve
transpor barreiras, pois o ponto chave dele é saber identificar "o porquê do excesso" de modo
que medidas preventivas possam ser adotadas para evitar que o acúmulo destes excessos voltem
a ocorrer. Na terminologia da Qualidade, esta ação é denominada de "bloqueio das causas"
(LAPA, 2010).
Ribeiro (1994), destaca que para implementar o senso de utilização deve-se realizar
algumas ações, das quais estão:
 Analisar tudo que está no local de trabalho;
 Separar o que é necessário do que não é;
 Verificar a utilidade de cada coisa e manter o estritamente necessário;
 Adequar os estoques às necessidades do ambiente;
 Criar o hábito de compartilhar os materiais de trabalho com os demais;
 Promover o “Dia da Limpeza ou Descarte”, quando todos devem selecionar os itens
desnecessários a execução de suas tarefas e dar um destino adequado a eles.
Ribeiro, (1994) ressalta que “Organizar e selecionar é separar as coisas necessárias das
que são desnecessárias, dando um destino para aquelas que deixaram de ser úteis para aquele
ambiente”.
O benefício do senso de utilização está na liberação de espaço físico, a diminuição de
acidentes, a diminuição de custos de manutenção, a reutilização de recursos, a melhoria do
24

ambiente de trabalho, entre outros (KNOREK, 2007). França (2004), considera que o senso de
utilização traz como benefícios:
 O bem-estar pessoal;
 Maior produtividade das pessoas, das máquinas e dos materiais, evitando o retrabalho;
 Prevenção de acidentes;
 Boa impressão aos clientes.
Utilizar os recursos disponíveis dá a esse conceito um sentido amplo, o que significa,
bom senso e equilíbrio, evitando ociosidades e carências (SILVA, 1996). O Senso de utilização
pode ser aplicado em casa (na cozinha, na despensa, na geladeira, no quarto das crianças etc.),
na escola, no lazer etc. Como exemplo, basta verificar aquele espaço da casa onde é colocado
tudo que não serve, os brinquedos quebrados que não se usam mais, a roupa velha, as revistas
e jornais que jamais serão lidos novamente, dentre outros exemplos (LAPA, 2010).
Lapa (1996), amplia o sentido do primeiro Senso e discorre que sua abrangência atinge
extensões mais profundas além das físicas. Numa outra dimensão, para o autor, ter Senso de
Utilização é preservar consigo apenas os sentimentos como amor, amizade, sinceridade,
companheirismo, compreensão, descartando aqueles sentimentos negativos como a mágoa,
criando atitudes positivas para fortalecer e expandir a convivência, apenas com sentimentos
valiosos.
Silva, (1995), destaca que para uma ação imediata, o Senso de Utilização e descarte
significa manter no ambiente apenas os recursos necessários e sua aplicação pode ser
demonstrada como no fluxograma (figura 3).
25

Fonte: Silva, 1996.


Figura 3 -Fluxograma do Senso de Utilização

2.4.2 Seiton – Senso De Ordenação

Segundo Osada (1992), “Arrumar significa guardar, tendo em mente a eficiência, a


qualidade e a segurança, ou seja, procurar a forma ideal de se guardar as coisas”.
Com a prática do primeiro senso (de utilização) apenas o essencial para a execução
das tarefas permanecerá no ambiente de trabalho. O próximo passo a ser dado é desenvolver
um arranjo físico ordenado para organizar de maneira mais funcional o local de trabalho, isto
é, dispor os recursos eficiente e eficazmente de modo a facilitar o fluxo de pessoas, materiais e
informação e gerar um sistema de controle visual (KNOREK, 2007).
O ‘senso de ordenação’ pode ser definido como “um otimizador da área de trabalho”,
pois consiste em definir critérios e locais apropriados para estocagem, depósitos de ferramentas
e materiais, armazenamento e fluxo de informações, ou seja, “fazer com que as coisas
necessárias sejam utilizadas com rapidez e segurança, a qualquer momento” (HABU et al,
1992).
Este senso exige que as pessoas pratiquem hábitos do tipo: se ligar, desligue; se
desarrumar, arrume; se usar, deixe como estava antes; se precisar, deixe fácil de acessar.
26

Todavia, arrumar somente não é suficiente. Uma metodologia deve ser adotada para assegurar
a eficiência da sistemática, colocar em ordem, criar um padrão (HABU et al,1992).
Segundo Ribeiro (1994), para implementar o senso de ordenação, sistematização e
classificação alguns procedimentos devem ser tomados, dentre eles:
 Reorganizar a área de trabalho;
 Classificar os objetos (padronizando por nomes) e guardá-los segundo esta
classificação;
 Utilizar cores fortes e etiquetas para identificação;
 Utilizar quadros de aviso como fonte de informação;
 Praticar o sistema FIFO, first in first out (ou PEPS, primeiro a entrar primeiro a sair).
Ordenar é “guardar as coisas necessárias, de acordo com a facilidade de acessá-las
levando em conta a frequência de utilização, o tipo e o peso do objeto, como também uma
sequência lógica praticada, ou de fácil assimilação. Quando se tenta ordenar as coisas,
necessariamente o ambiente fica mais arrumado, mais agradável para o trabalho e,
consequentemente, mais produtivo” (RIBEIRO, 1994).
De modo a facilitar o seu uso e manuseio, Lapa (2010), destaca que ter Senso de
Ordenação é definir locais apropriados e critérios para estocar, guardar ou dispor materiais,
equipamentos, ferramentas, utensílios, informações e dados, facilitando a procura, localização
e guarda de qualquer item. Popularmente significa "cada coisa no seu devido lugar".
Pelo senso de ordenação, os benefícios gerados são inúmeros, pois em um ambiente
ordenado, o trabalho é mais objetivo, a produtividade é maior e eficiente, reduz-se custos,
acidentes de trabalho, economiza-se tempo, entre outros benefícios. Este segundo senso busca,
a otimização do sistema (KNOREK, 2007).
Para uma “arrumação” bem-sucedida é preciso preparar um desenho (layout) do local
onde se quer implantar o Senso de Ordenação. O arranjo deve ser simples para que permita
obter apenas o que se precisa e quando precisa (CAMPOS et al (2011).
Segundo Patten (2008), o maior desafio é colocar as coisas onde elas melhor atendam
seu propósito funcional em vez de pôr o local de trabalho em ordem, já que a organização é
com frequência confundida com o ato de guardar tudo em armários ou gavetas. Há uma evidente
melhora no fluxo de materiais e o compartilhamento entre os usuários no seu ponto de uso.
Osada (1992), propõe uma forma de disponibilizar os objetos, conforme mostrado na tabela 02.
27

Item Estocagem
 Coisas usadas com muita frequência  Em locais de fácil acesso

 Coisas usadas constantemente


 Em local onde possam ser facilmente
retiradas e estocadas e onde possam ser
descobertas com facilidade

 Coisas usadas esporadicamente  Certifique-se de colocá-las novamente no


seu local de origem, ou seja, um quadro
com silhuetas, codificação por cores, etc.

 Numerados e codificados por cor, tanto na


 Arquivos prateleira quanto na ordem

Fonte: Adaptado de Osada, 1992.


Tabela 2–Organização de utensílios em função da disponibilidade para uso

Ainda como definição de locais apropriados, adota-se como critério a facilidade para
estocagem, identificação, manuseio, reposição, retorno ao local de origem após uso, consumo
dos itens mais velhos primeiro, dentre outros (LAPA, 2010).
Do mesmo modo que o Senso de Utilização, este Senso se aplica no dia-a-dia. Não é
incomum as cenas de correria pela manhã à procura da agenda, dos documentos, dos cadernos,
das chaves do carro, dos documentos do carro. Encontrar documentos, recibos, a declaração do
imposto de renda do ano anterior. Estas e outras cenas são evitáveis com aplicação do Senso de
Ordenação (LAPA, 2010).
Ampliando a dimensão do segundo senso, para o autor, ter Senso de Ordenação é
distribuir adequadamente o tempo dedicado ao trabalho, ao lazer, à família, aos amigos. E ainda,
não misturar preferências profissionais com as pessoas, ter postura coerente, serenidade nas
decisões, valorizar e elogiar os atos bons, incentivar as pessoas e não somente criticá-las.
28

2.4.3 Seiso - Senso de Limpeza

A prática do Senso de Limpeza é eliminar a sujeira ou objetos estranhos com a intenção


de manter limpo o ambiente (parede, armários, o teto, gaveta, estante, piso), bem como manter
dados e informações atualizados para garantir a correta tomada de decisões. O mais importante
neste conceito não é o ato de limpar, mas o ato de "não sujar". Isto significa que além de limpar
é preciso identificar a fonte de sujeira e as respectivas causas, de forma que se possa bloquear
as causas (LAPA, 2010).
O autor discorre que a filosofia principal neste senso não consiste somente no ato de
limpar, mas no ato de não sujar. Estende-se também este senso para a informação, que deve ser
armazenada corretamente e atualizada frequentemente para garantir que dados inúteis e
dispersos não afetem as tomadas de decisões. Quando se tratar de equipamentos a limpeza deve
ser realizada de forma metódica e encarada como inspeção. Pois, assim, possibilitará a detecção
de falhas.
O senso de limpeza e zelo requer comportamentos, como: se sujar, limpe; crie formas
de não sujar; entre outros. Ampliando o conceito além do físico, ter Senso de Limpeza é
procurar ser honesto ao expressar, ser transparente, sem segundas intenções com os amigos,
com a família, com os subordinados, com os vizinhos e etc. (LAPA, 2010).
E para praticar este senso algumas medidas devem ser tomadas, dentre elas:
 Educar para não sujar;
 Todos devem se comprometer com a limpeza de cada um;
 Descobrir e eliminar as causas da sujeira;
 Limpeza e clareza na comunicação;
 Ter em mente que não sujar é mais importante que limpar;
A implantação deste senso eliminará todo tipo de poluição, sonora (ruídos e gritos),
visual (bagunça e sujeira) e ambiental (intrigas, fofocas e discussões).
De acordo com as considerações de Lapa (1998), os benefícios deste senso é
proporcionar ao ambiente de trabalho melhorias como a capacidade de detectar falhas de
equipamentos; reduzir a taxa de deterioração dos equipamentos, prolongando a sua vida útil e,
portanto, uma maior economia; o aumento da autoestima no trabalho, etc.
Para Ribeiro (1994), o conceito transmitido neste terceiro senso é que limpar deve ser
uma tarefa presente na rotina do trabalho, mas o não sujar deve ser um hábito.
29

2.4.4 Seiketsu - Senso de Higiene e Saúde

O quarto senso denominado Senso de higiene, saúde e integridade, é alcançado com a


prática dos sensos anteriores. Consiste em garantir ambiente não hostil e livre de agentes
poluentes, nutrir boas condições sanitárias nas áreas comuns (banheiros, cozinha, restaurantes
etc.), zelar pela higiene pessoal, gerar e disponibilizar informações e comunicados de forma
clara e, no sentido mais amplo do senso, ter ética no trabalho e manter relações interpessoais
saudáveis, tanto dentro quanto fora da empresa (HABU et al,1992).
Ribeiro (1994), entende que a importância do quarto senso essencial para garantir a
sustentação dos 3S iniciais, visto que a melhoria da qualidade de vida no trabalho ou no
ambiente de sua implantação estimula a adesão e comprometimento de todos com a nova
filosofia e atitude. Para a prática deste senso alguns procedimentos devem ser adotados, dentre
eles:
 Ter implementado os três primeiros sensos
 Valorizar a aparência pessoal e da empresa;
 Evitar todas as formas de poluição;
 Manter condições para colocar em prática o controle visual;
 Cuidar da saúde dos colaboradores (alimentação, exercícios físicos, exames periódicos,
 Utilização de equipamentos de segurança – EPI, etc.).
Senso de saúde e higiene significa, para Lapa (2010), criar condições favoráveis à
saúde física e mental, garantir ambiente não agressivo e livre de agentes poluentes, manter boas
condições sanitárias nas áreas comuns (lavatórios, banheiros, cozinha, restaurante etc.), zelar
pela higiene pessoal e cuidar para que as informações e comunicados sejam claros, de fácil
leitura e compreensão.
Significa ainda, em sentido mais profundo, ter comportamento ético, promover um
ambiente saudável nas relações interpessoais, sejam sociais, familiares ou profissionais,
cultivando um clima de respeito mútuo nas diversas relações.
França (2004), entende que o Senso promove a segurança e eficiência dos
funcionários; faz com que a empresa melhore a sua imagem perante o cliente; e ainda promove
um ambiente mais leve, criativo, quebrando o peso da área de trabalho, através de uso de
aquários, plantas que auxiliam num clima mais ameno, quadros de paisagens, músicas de
relaxamento, etc. De certa forma, tudo que possa contribuir positivamente para um bom
ambiente e de alguma forma desacelerar as pessoas.
30

O grande benefício desse Senso é a melhora da qualidade de vida no trabalho, a


melhoria do relacionamento interpessoal, a diminuição do absenteísmo, a melhoria da
produtividade, etc. Desta forma este senso busca condições favoráveis à integridade tanto física
quanto mental dos trabalhadores (KNOREK, 2007).

2.4.5 Shitsuke - Senso de Autodisciplina

O senso de autodisciplina, educação e compromisso, como definido por Lapa (1998),


procura corrigir o comportamento inadequado das pessoas e consiste em uma nova fase, de
forma que todos deverão adaptar seus hábitos. Todos os envolvidos devem seguir e
comprometer-se com as normas, os padrões e os procedimentos formais e informais,
introduzindo os conceitos de melhoria contínua na vida pessoal, profissional, (aquisição de
conhecimentos) e no ambiente de trabalho como um todo.
Segundo Habu et al (1992), a consolidação deste senso é que vai determinar a mudança
de valores e esta deve ser difundida e enraizada em toda organização. Para o autor, este senso
é o mais trabalhoso de ser praticado, pois envolve mudança de conduta e mudança de costumes.
O autor entende que é intrínseco do ser humano ser resistente à qualquer mudança.
Quer seja por medo, comodismo ou interesse, a mudança sempre se apresenta de forma
complexa de aceitar num primeiro momento.
Para Campos et al (2011) para implementar este Senso, algumas ações devem ser
tomadas, dentre elas:
 Não acobertar erros;
 Tomar providências mediantes aos erros;
 Elaborar normas objetivas e claras;
 Compartilhar visão e valores;
 Melhorar a comunicação em geral;
 Educar, não treinar;
 Criticar de forma construtiva e recebê-las sem tomar como algo pessoal.
Este é o senso de maior acuidade no 5S. Não que os demais não tenham importância,
porém por ser este o que trabalha a dimensão social, ou seja, hábitos, valores, comportamentos
e crenças. De forma abrangente, o Senso de Autodisciplina é o que faz com que os indivíduos
“aprendam a aprender” (HABU et al 1992).
31

Os benefícios que este senso traz para a organização são inúmeros. Dentre eles, a
melhoria do relacionamento interpessoal, aprimoramento pessoal, educação, cortesia,
compromisso, predisposição ao desenvolvimento de trabalho em grupo devido ao aumento da
responsabilidade e estimulo a criatividade, melhoria da qualidade devido ao cumprimento das
normas e padrões, desenvolvimento de um cenário favorável a administração participativa
(GOMES et al, 1998).
O 5S aplicado de forma correta é capaz de alterar este sistema de valores, cunhado
pelas relações dos indivíduos no grupo, pois constitui na organização um ambiente de trabalho
agradável, onde não só a parte física é alterada e melhorada continuamente, mas também a
prática dos “bons hábitos” na realização das tarefas e nos relacionamentos intra e interpessoais
são mantidos e/ou adotados (CAMPOS, 2005).
Com seus passos simples, envolvendo todos da organização e com resultados
facilmente mensuráveis, trazendo benefícios para todos tanto na vida pessoal e profissional
quanto para instituição, o 5S é sem dúvida uma ferramenta importante para conseguir o
comprometimento de todos, o que é crucial para efetivação de qualquer processo de mudança.
Ampliando o Senso, ter Autodisciplina significa ainda desenvolver o autocontrole
(contar sempre até dez), ter paciência, ser persistente na busca dos sonhos, anseios e aspirações,
respeitar o espaço e a vontade alheia (LAPA, 1996).
A alteração de hábitos e atitudes pessoais é um dos fatores relevantes e observados em
alguns trabalhos de implantação do programa. Segundo Jordão (2011) o Senso da
autodisciplina, última etapa do programa, necessita de todos os envolvidos, uma colaboração
maior e um esforço para consolidar as melhorias alcançadas com a prática dos “4S” anteriores.
Esse senso indica o momento em que as pessoas se conscientizam da necessidade de buscar o
autodesenvolvimento, a ética e a manutenção dos valores reais do trabalho e da vida pessoal.
Torquato e Araújo (2008) em um estudo realizado sobre a “avaliação do programa 5S
numa instituição de ensino”, ressalta que o Programa 5 “S” é uma ferramenta válida para mudar
hábitos e comportamentos e que a sua adoção contribuiu fortemente para que os alunos
internalizassem e adotassem a filosofia dos sensos de utilização, ordenação, limpeza, saúde e
autodisciplina.
Ribeiro (2009), entende que, com a implantação dos 5S, há uma redução de risco de
acidente em função da organização e padronização, há uma significante melhoria do layout
interno, aumenta a produtividade, quanto ao envolvimento e comprometimento, a melhoria
também é significante, a movimentação excessiva é eliminada com a organização e
32

padronização. O autor considera que a disciplina é o ponto elevado para a busca de novas
melhorias no ambiente. Considerada uma ferramenta fácil de aplicar, porém sendo o mais difícil
à persistência na manutenção do processo, o programa 5S vem sendo adotado por diversas
modalidades de empresas e instituições desde a sua descoberta.
Uma visão geral do Programa 5Sé apresentada no Quadro 4, Osada (1992), sobre o
significado, objetivos e atividades de cada um dos Sensos.
Quadro3 - Visão Geral do Programa 5S

SIGNIFICADO OBJETIVOS ATIVIDADES

Eliminar o desnecessário.
Kaisen (programa de melhorias
Distinguir o necessário do continuas) e padronização baseada
Estabelecer critérios para eliminar
SEIRI (ORGANIZAÇÃO) desnecessário e eliminar o nos aspectos fundamentais.
o desnecessário e obedecê-los.
desnecessário. Exemplos:
Limpar a parte externa;
Organizar o depósito.
Local de trabalho e equipamentos
em ordem.
Ambiente de trabalho arrumado.
Eliminar o tempo gasto
Layout e arrumação eficientes
Definir um arranjo simples que procurando as coisas.
(incluindo qualidade e segurança).
SEITON (ORDEM) permita obter apenas o que você Exemplos:
Aumento da produtividade por
precisa, quando precisa. Sistema PEPS de gerenciamento
meio da eliminação do tempo
de estoques (o primeiro que entra
gasto procurando as coisas.
é o primeiro que sai);
Avisos facilmente legíveis.
Limpeza mais eficiente.
Não sujar, eliminação total do lixo Limpeza e inspeção de
Eliminar o lixo. a sujeira e os e da sujeira. equipamentos e ferramentas.
materiais estranhos, tornando o Descobrir os pequenos problemas, Exemplos:
SEISO (LIMPEZA) local mais limpo. por meio de inspeções de limpeza. Divulgação de campanhas de
Limpeza como uma forma de Compreender que limpeza é limpeza.
inspeção. inspeção; Limpar até os locais que não são
Tratar das causas da sujeira. observados pela maioria das
pessoas.
Gerenciamento visual inovador.
Codificação por cores.
Gerenciamento visual inovador,
Manter as coisas organizadas, Exemplos:
para revelar as anormalidades.
arrumadas e limpas, incluindo os Placas de temperatura;
SEIKETSU (HIGIENE) Mudar a percepção das pessoas
aspectos pessoais e os Marcos de inspeção;
quanto à importância da higiene
relacionados à poluição. Propiciar instalações adequadas
pessoal.
para higiene pessoal dos
funcionários.

Participação total no
desenvolvimento de bons hábitos 5S em um minuto.
e locais de trabalho que sigam as Comunicação e feedback.
regras. Responsabilidade individual.
SHITSUKE (DISCIPLINA) Fazer naturalmente a coisa certa.
Comunicação e feedback como Exemplos:
rotinas diárias. Horário para exercícios;
As pessoas devem seguir as regras Uso de sapatos de segurança.
e os procedimentos estabelecidos.
33

Fonte: Osada, 1992

2.5 IMPORTÂNCIA DO PROGRAMA 5S COMO PRÉ-REQUISITOS PARA


IMPLANTAÇÃO DE PROGRAMAS DE QUALIDADE E PRODUTIVIDADE

Sendo uma filosofia base para criar sistemas de qualidade e aumento de produtividade,
destaca-se a importância da filosofia dos 5S para preparação de implantação de programas de
qualidades nas organizações. Nesse sentido, evidencia-se, segundo Silva (1994), que os 5S
podem criar um ambiente propício à implantação de programas de qualidade e produtividade.

Para Godoy e Matos (2004), a importância do programa 5S se dá pelas profundas


mudanças que a filosofia gera no ambiente, pela simplicidade de compreensão, por ser de fácil
aplicação e gerar resultados visíveis e imediatos. Os 5S também constitui a base para a
implementação de um sistema de gestão bem estruturado e pode ser aplicado em qualquer
organização.

2.6 FERRAMENTAS DE APOIO À IMPLANTAÇÃO DE SISTEMAS DE GESTÃO


DA QUALIDADE

As ferramentas de gestão representam um conjunto de práticas disponíveis para o uso


no sistema de gestão da qualidade total das organizações. Tais métodos são implantados pelas
diversas áreas da empresa ou instituição à medida que surgem necessidades específicas
(BALLESTERO-ALVAREZ, 2010).

FERRAMENTAS O QUE É PARA QUE UTILIZAR

Para facilitar a coleta de


FOLHA DE
Planilha para a coleta de dados dados pertinentes a um
VERIFICAÇÃO
problema

Diagrama de barra que ordena as


DIAGRAMA DE Priorizar os poucos, mas
ocorrências do maior para o
PARETO vitais.
menor
34

Estrutura do método que


DIAGRAMA DE Ampliar a quantidade de
expressa, de modo simples e fácil,
CAUSA causas potenciais a serem
a série de causa de um efeito
E EFEITO analisadas
(problema)

DIAGRAMA DE Gráfico cartesiano que representa Verificar a correlação entre


DISPERSÃO a relação entre duas variáveis duas variáveis

Diagrama de barra que representa Verificar o comportamento


HISTOGRAMA a distribuição da ferramenta de de um processo em relação à
uma população especificação

São fluxos que permite a visão


Estabelecer os limites e
FLUXOGRAMA global do processo por onde passa
conhecer as atividades
o produto

Gráfico com limite de controle


GRÁFICO DE Verificar se o processo está
que permite o monitoramento dos
CONTROLE sob controle
processos

É um conjunto de ideias ou
sugestões criado pelos membros Ampliar a quantidade de
BRAINSTORMING
da equipe que permite avanços na opções a serem analisadas.
busca de soluções

É um documento de forma Para planejar as diversas


organizada para identificar as ações que serão
5W1H
ações e a responsabilidade de desenvolvidas no decorrer
cada um. do trabalho.

Fonte: Campos, 1999.


Tabela 4 -Ferramentas de gestão da qualidade.

2.7 MELHORIA CONTÍNUA – PDCA

De acordo com Xenos (2004), o melhoramento de processo é feito pela definição de


metas para a sua manutenção constante. O método universal para atingir as metas é o giro
35

sistemático do ciclo PDCA. Este método foi defendido pelo americano William Edwards
Deming (BALLESTERO-ALVAREZ, 2010).
O ciclo do PDCA é utilizado para controlar o processo, com as funções básicas de
planejar, executar, verificar e atuar corretamente. Para cada uma dessas funções, existe uma
série de atividades que devem ser realizadas. O sucesso na aplicação das técnicas de gerência
de processos depende de essenciais e invisíveis insumos: a motivação e o comprometimento de
todos os propósitos estabelecidos. O uso das ferramentas nessas atividades tem o objetivo de
facilitar a execução das funções, além de dar agilidade e evitar desperdiçadores de tempo
(CAMPOS, 1999).
Cada letra do ciclo corresponde a um termo do vocabulário americano que se traduz
em:
P – PLAN (Planejar) Antes da execução de qualquer processo as atividades devem ser
planejadas, com as definições de onde se quer chegar (meta) e do caminho a seguir (método).
D – DO (Executar) É a execução do processo com o cuidado do registro de dados que permitam
o seu controle posterior. Nesta fase é essencial o treinamento.
C – CHECK (Verificar) Fase de monitoração e avaliação, onde os resultados da execução são
comparados com o planejamento (metas e métodos) e registrados os desvios encontrados
(problemas).
A – ACTION (Atuar Corretivamente) Definição de soluções para os problemas encontrados
com contínuo aperfeiçoamento do processo.

2.7.1 Melhoria continua - 5W2H

Rossato (2016) afirma que o método 5W1H auxilia na organização com a identificação
de ações e responsabilidades de forma precisa, definindo as ações e responsabilidades de
execução para uma tarefa. A ferramenta 5W1H é composta dos seguintes levantamentos:
a) WHAT - O que será feito (etapas);
b) HOW - Como deverá ser realizada cada tarefa/etapa (método);
c) WHY - Por que deve ser executada a tarefa (justificativa);
d) WHERE - Onde cada etapa será executada (local);
e) WHEN - Quando cada uma das tarefas deverá ser executada (tempo);
f) WHO - Quem realizará as tarefas (responsabilidade).
g) HOW MUCH - Quanto custa (quanto custará para executar a ação).
36

2.7.2 A aplicação do Programa 5 S na área alimentícia

Lazzarotto et al (2011) aplicaram o programa 5S no Laboratório de Industrialização de


Vegetais da Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Medianeira com o intuito de
verificar as deficiências do laboratório, em pelo menos quatro dos cinco sensos avaliados.
Buscando a partir da implantação do Programa 5S padronizar e melhorar os procedimentos
realizados no mesmo. De acordo com a avaliação feita, dos cinco sensos avaliados, quatro
apresentaram médias inferiores a 7, e apenas o senso de limpeza obteve média acima de 8,
constatando a deficiência da disciplina do local em estudo.
Lançanova et al (2011) utilizaram a Ferramenta 5S em uma Panificadora de Laranjeiras
do Sul-Paraná com o objetivo de implantar os três primeiros sensos em uma panificadora do
município de Laranjeiras do Sul, a fim de melhorar a organização. Após a implantação, a autora
concluiu que as mudanças viabilizaram uma melhor organização de materiais, reduzindo o
tempo de preparo e facilitando assim o trabalho.
Brumano et al (2014), realizaram um estudo de caso sobre implantação de programa 5S
em uma usina de beneficiamento de leite de pequeno porte, utilizando-o como base para
implantação dos programas exigidos pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento,
órgão federal de fiscalização de indústrias de origem animal. Os autores concluíram que esse
trabalho permitiu apresentar a importância do Programa 5S para o desenvolvimento da
qualidade na empresa e que os resultados mostraram uma melhoria geral dos setores no que diz
respeito aos cinco sensos do programa, resultando na diminuição do número de não
conformidades.
Também em uma unidade de laticínio, Silva (2010) propôs o 5S como modelo de gestão
da qualidade para entreposto de captação de leite. O trabalho foi realizado seguindo a
metodologia de implantação do programa 5S nos ambientes de processamentos, laboratório e
áreas administrativas, com o objetivo de melhorar os ambientes e criar hábitos adequados e
comprometimento dos funcionários da empresa.
Rossato et al (2016) desenvolveram um estudo com o objetivo de propor estratégias para
implantação do Programa 5S em uma Cooperativa do segmento do agronegócio, visando, após
a implantação a otimização da eficácia e a flexibilidade por meio de planejamento, organização
e compreensão de cada atividade.
37

3 MATERIAL E MÉTODOS

Para o estudo foi utilizado o método da pesquisa-ação que, segundo Tauchen (2007),
consiste no engajamento do pesquisador com o trabalho, procurando soluções práticas para os
problemas reais, advindos no decorrer do projeto de pesquisa.
Dessa forma, o trabalho caracterizou-se como pesquisa-ação, uma vez que a
pesquisadora participou de todas as fases da pesquisa, desde a identificação da situação
problema ao desenvolvimento das etapas de implantação da solução do problema identificado,
oferecendo diretivas junto ao estudo e conduzindo a organização, para a melhoria do seu
ambiente, através do programa 5S.
A metodologia aplicada para a implantação do Programa 5S como Ferramenta de
Gestão da Qualidade nas plantas de Processamento de Agroindústria do Instituto Federal foi
dividida em dois momentos.
O estudo foi realizado em duas, das três plantas de processamento da agroindústria, do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro – Campus Uberaba,
no período de junho a dezembro de 2016.
No primeiro momento, procedeu-se a descrição do ambiente e dos seus setores
distintos, em seguida, elaborou-se o cronograma de implantação do 5S, com o intuito de
estruturar as sequências das ações a serem realizadas.
A agroindústria é composta por três unidades de processamento de alimentos, sendo
uma planta de processamento de laticínios, uma planta de processamento de vegetais e a planta
de abate e processamento de carnes. Esta última planta não foi objeto do estudo em função da
indisponibilidade de tempo e recursos disponíveis. No setor de carnes o programa poderá ser
implementado posteriormente.
As três plantas de processamento da agroindústria são utilizadas para produção
didática de alimentos, pelo fato de ser local das aulas práticas para os cursos Técnico em
Alimentos, Graduação em Tecnologia de Alimentos e Mestrado Profissional em Ciência e
tecnologia de alimentos, também em Ciência e Tecnologia de Alimentos e aula práticas dos
cursos de Agronomia e Zootecnia. O setor também é responsável pelo processamento de alguns
alimentos destinados ao refeitório e para eventos promovidos pela Instituição.
A agroindústria contava com três funcionários na época do estudo, sendo um servidor
fixo que é também o coordenador do setor, uma funcionária terceirizada e a então pesquisadora
que no período da execução do trabalho também fazia parte do quadro de funcionários do setor.
38

Para a implantação do Programa 5S, foi utilizada a metodologia adaptada de França


(2004), a qual apresenta os passos guia para a implantação do programa nas plantas de
processamento da agroindústria.
O material utilizado para esta atividade foi uma máquina fotográfica, caderno, folhas
de check list e caneta para diagnosticar a situação antes do trabalho executado.

3.1 ETAPAS PRINCIPAIS DO PROGRAMA 5S

Elaborou-se o cronograma de implantação do Programa 5S de acordo com a atualidade


do setor em estudo, o qual foi composto por três etapas principais, que são: preparação,
implantação e manutenção.
Para implantação do Programa 5S foi utilizado o método PDCA, onde montou-se um
plano de ação 5W1H (variação do 5W2H), descrevendo o planejamento das etapas de
implantação considerando cada um dos sensos do 5S.

3.1.1 Preparação
Primeira etapa a ser estabelecida para a implantação dos 5Ss, dividida nas seguintes fases:
a) Sensibilização das pessoas envolvidas - a sensibilização das pessoas envolvidas foi
feita através de pequenas reuniões e palestras, apresentando-lhes os fundamentos e
benefícios dos 5Ss, os resultados de outras organizações e o modelo básico de
implantação;
b) Estruturação do comitê dos 5Ss - formado pela pesquisadora exercendo a função de
facilitadora, pela funcionária exercendo a função de colaboradora e por alunos do
primeiro período do curso de Tecnologia de Alimentos com a função de mantenedores
do programa após a implantação. O comitê discutiu a melhor estratégia de implantação
e a forma mais adequada de ação para que se fosse ajustado à filosofia dos 5S e para a
sua manutenção periódica.
c) Registro da situação atual - Check list – utilizando um modelo de check list adaptado
de Sousa et al (2013), (anexo A), para documentação e avaliação dos setores do estudo,
em relação aos 4 primeiros ‘S’ do programa 5S, registrando com fotos e anotações a
situação atual, destacando os pontos das não conformidades das plantas de produção da
agroindústria, visando criar um material para sensibilização dos colaboradores do setor,
bem como relatar a evolução dos 5S no decorrer de sua implantação;
39

d) Plano de implantação – definiu-se os objetivos e as metas a serem alcançadas dentro


do plano de ação para que esses fossem cumpridos;

3.1.2 Implantação
Segunda etapa do processo, que consistiu nas fases necessárias para implantar os 4 primeiros
S nas plantas de processamento da agroindústria. Sendo divididas em:
a) Preparativos para o dia do lançamento dos 5Ss - após consolidado o plano de
implantação, a próxima fase foi o dia do lançamento dos 5Ss. Foi definido o mês
de julho para o lançamento para que coincidisse com as férias letivas, pois assim as
áreas de implantação do programa não seriam utilizadas para ministrar aulas e
estariam livres para a realização dos trabalhos. Para os preparativos foi
providenciado vassouras, baldes, rodos, sacos para lixo, produtos de limpeza
equipamentos adequados de proteção individuais e máquina fotográfica, para
registros.
b) Dia do lançamento dos 5S - este evento é de suma importância por ser o marco do
início dos 5Ss. Foi definido o dia 11 de julho de 2016 para esta atividade. Nesta
data, a pesquisadora saiu em visita aos locais selecionados onde seria feita a
implantação do programa 5S. O material utilizado para esta atividade foi uma
máquina fotográfica, caderno, folhas de check list e caneta para diagnosticar a
situação antes e depois do trabalho executado.
c) Resultados - os resultados e as melhorias, depois da implantação do programa,
puderam ser visualizados através de fotos. Esse material será utilizado para
demonstrar e divulgar as melhorias ocorridas no ambiente, assim como a evolução
ou alguns problemas dos 3 primeiros ‘S’ que possam voltar a ocorrer, caso a
manutenção das atividade diárias não sejam eficientes.

3.1.3 Manutenção
Ultima etapa a ser cumprida, consistindo na melhoria contínua da filosofia dos 5S.
a) Ações para manutenção e continuidade do Programa.

A formação do comitê deu-se início a partir de uma palestra proferida pela


pesquisadora, sugerida por uma Professora do curso de graduação de Tecnologia de Alimentos
a seus alunos do primeiro período, com o intuito de envolvê-los e sensibilizá-los quanto ao
40

desenvolvimento da pesquisa já que como alunos eles são os principais usuários das plantas de
processamento da Agroindústria. Antes da palestra foi aplicado aos alunos um questionário com
09 perguntas objetivas sobre o programa 5S e após a participação eles fizeram um segundo teste
para validar a absorção do conhecimento sobre o tema (Apêndice 1,2).
Após a palestra e realização dos testes a pesquisadora fez o convite para a formação
da equipe do comitê de manutenção da implantação do programa. O convite se estendeu aos 12
alunos presentes, sendo que 5 deles demonstraram interessem em participar. Os alunos que
aceitaram o convite para participar do comitê de manutenção assinaram um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 1).
Treinamento constante - consiste em continuar motivando os envolvidos no trabalho,
para o progresso dos 5S no ambiente, buscando-se, sempre, a melhoria contínua, através de
auditorias, reuniões, palestras e treinamento aos novos integrantes da instituição. A ideia é que,
após consolidado o comitê de manutenção do programa 5S implantado nas plantas de
processamento da agroindústria, a pesquisadora faça o acompanhamento junto aos alunos,
coordenando-os e acompanhando a evolução do trabalho. Após a formação do comitê, para dar
início à sensibilização do grupo, a pesquisadora realizou uma reunião com os alunos para
apresentar o Programa 5S, destacando os benefícios do mesmo, com o objetivo de preparar a
equipe para o programa.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTUDO

4.1.1 Planta de Processamento do Laticínio (lay out)

A planta de processamento do laticínio é composta por três salas de processamentos


onde acontecem as aulas práticas do curso de Tecnologia de Alimentos, Bacharelado em
Zootecnia, Engenharia Agronômica, Mestrado Profissional e Técnico em Alimentos, a
fabricação de derivados lácteos como, queijos, doces de leite e iogurte; uma sala de
armazenamento de insumos; uma sala de guarda de utensílios; uma área comum onde está
instalado um pasteurizador de leite desativado, três câmaras de refrigeração, sendo uma delas
desativada e uma sala do lado externo onde são realizadas as análises rotineiras do leite.
41

4.1.2 Planta de Processamento de Vegetais

A composição da planta de processamento de vegetais é feita por um ambiente


ampliado, onde são instalados vários equipamentos utilizados na produção de polpas de frutas
desidratadas, minimamente processados, doces e conservas. No local existem mais três
ambientes, sendo cada um utilizado para uma função, sendo um laboratório para as análises dos
alimentos produzidos nas aulas práticas; uma sala de guarda de insumos e produtos prontos e
um almoxarifado, local de guarda de materiais de limpeza, descartáveis e utensílios, além de
duas câmaras, uma de congelamento e outra desativada que é utilizada para guardar objetos
variados.

4.2 PLANEJAMENTO DESTINADO À IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5 S NA


PLANTA DE PRODUÇÃO DE LATICINIOS DO IFTM CAMPUS UBERABA

A partir das reuniões iniciais, a pesquisadora responsável pela implantação estabeleceu


um cronograma, descrevendo o planejamento das etapas iniciais de implantação do programa
5S da planta de processamento de leite e derivados lácteos. As etapas estão descritas na tabela
5, utilizando o plano de ação 5W1H. O plano de ação 5W1H permite considerar todas as tarefas
a serem executadas ou selecionadas de forma cuidadosa e objetiva, assegurando sua
implementação de forma organizada.

O quê? Onde? Por quê? Quando? Quem? Como?


Definir locais para
Reunião para Pesquisadora começar o trabalho e
Sala de aula da Definir
definir os locais e Colaboradora do as atividades
agroindústria
de implantação responsabilidades específicas de cada
setor
membro

-Sala de Julho de 2016


processamento
Sala de insumos e
Realizar
Diagnóstico do embalagens; Realizando visitas in
levantamento das
local – Check -Sala utensílios; loco e apontando as
não conformidades
list -Área do Não conformidades
Pesquisadora
pasteurizador de
leite,
Laboratório

Para capacitar os
alunos que formam Teoria do 5S e
Palestra sobre o Sala de aula da Julho e novembro de
o comitê de apresentação do
agroindústria 2017
programa 5S manutenção do
diagnóstico
programa
42

- Separando o que é
Manter no
útil do inútil.
ambiente apenas o
- Realizando descarte
Aplicação do que é necessário
consciente do material
primeiro senso: para a execução
inutilizado
Utilização das atividades no
- Descartando o que
Descarte ambiente de
não tem utilidade
processamento de
- Armazenando em
leite
ambiente próprio;
- Solicitando reparos
Julho/agosto de 2016
Organizando
materiais conforme
Organizar os utilidade e
-Sala de materiais que serão funcionalidade de uso
processamento utilizados nas Ex.:
Aplicação do Sala de insumos e atividades de - embalagens
segundo senso: embalagens; forma criteriosa e separadas de insumos
Ordenação -Sala utensílios; Pesquisadora e
identificá-los e em locais fechados e
Organização -Área do Colaboradora do setor
identificados – gavetas
pasteurizador de com termômetros
leite, identificadas;
Laboratório Gaveta identificada
com jalecos, toucas,
luvas e aventais
descartáveis

Cumprindo de acordo
com orientação de
Higienizar normas de
utensílios, higienização para
ambientes de laticínio
armários, Julho/agosto de 2016
Aplicação do a ordem sequencial da
equipamentos, limpeza; utilização de
terceiro senso: produtos de acordo
piso, teto, paredes
Limpeza com especificidade do
ambiente e utensílios;
limpando
equipamentos que não
possam ser
descartados ou
enviados para outro
lugar

A partir de um roteiro
padrão para verificar
possíveis problemas
Avaliação dos
Auditorias Novembro de Pesquisadora e comitê dos 3 primeiros ‘S’
Plantas de resultados 2017/dezembro e voltem a ocorrer nos
periodicamente setores: sujeira,
processamento do conservação e
laticínio desgastes de
identificações.

Para atuar nas não Dezembro Pesquisadora e Comitê


Ações corretivas Definir ações para
conformidades de manutenção
/2017/janeiro/2018 e atuar nas correções
apresentadas nas
necessárias
auditorias periodicamente
43

Cumprindo
Desenvolver procedimento,
Após implantação
definição das
habilidades como manutenção e
Aplicação do Todos responsabilidades,
disciplina e consolidação dos 4 S,
quinto senso: promoção da auto
e sempre
Autodisciplina comprometimento inspeção e
autocontrole, melhoria
contínua pessoal e dos
setores.

Fonte: A autora
Tabela 5 - Plano de ação 5W1H para a implantação do Programa 5S – Planta Laticínio do IFTM - Campus
Uberaba

4.3 IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5S

As próximas etapas do processo consistiram nas fases necessárias para implantar os


5S nas plantas de processamento de leite da agroindústria divididas em:

4.3.1 Preparativos para o lançamento dos 5S

Após consolidado o plano de implantação, a próxima fase foi o dia do lançamento do


5S. Foi providenciado, vassouras, baldes, rodos, sacos para lixo, produtos de limpeza
equipamentos adequados de proteção individuais e máquina fotográfica, para registros,
 Dia do lançamento dos 5S
Após essas definições foi estabelecido o Dia do lançamento dos 5S.Este evento foi de
grande importância, por ser o marco do início do programa. Foi definido o dia 11 de julho de
2016 para esta atividade.
Nesta data, a visita se deu aos locais selecionados para a implantação do programa 5S.

4.3.2 Aplicação do Check list diagnóstico de avaliação dos três primeiros sensos do
Programa 5S das plantas de processamento da agroindústria – Setor laticínio

Utilizando o modelo de Check list, proposto por Sousa et al (2013), em julho de 2016
foi realizado o diagnóstico de cada um dos setores que fazem parte da planta de processamento
do laticínio: sala de insumos e embalagens, os setores de produção de queijos, manteiga e
requeijão, doce de leite e pasteurização de leite, sala de guarda de utensílios e laboratório. Nesse
diagnóstico foram identificados os principais pontos de não conformidade existentes na
estrutura, nos procedimentos, e na organização do setor.
44

O modelo do check list diagnóstico de avaliação do programa 5S realizado nas plantas


de processamento do laticínio e vegetais da agroindústria do IFTM Campus Uberaba está
apresentado no Anexo A.

4.3.3 Descrição das não conformidades evidenciadas nas Salas do setor de


processamento do laticínio

Quanto ao Senso de Utilização, de forma geral, nas salas de processamento foram


identificados alguns equipamentos industriais (Figura 4), como uma iogurteira, um tacho de
doce de leite e uma batedeira, sem utilização há muito tempo. Esses equipamentos são de
estrutura para processamento industrial, sendo portanto equipamentos muito grande e por isso
a dificuldade de remoção e transferência para outro local.
No que se refere à ordenação, segundo Senso, foi identificado a ausência de um local
adequado para a secagem dos panos, denominados Morim, utilizados na produção de alguns
tipos de queijos, os quais ficavam pendurados nos puxadores das janelas (Figura 4).
A não conformidade identificada em relação ao terceiro Senso era o um acúmulo de
poeira muito grande nesses equipamentos, caracterizando falta de manutenção no quesito
limpeza, além disso eles eram usados como suporte que servia de apoio para outros objetos sem
utilidade para o local.

A B C

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 4 - Equipamentos e estruturas em desconformidade com os 5S – Instalados na salas de processamento do
laticínio
A. Iogurteira industrial.
B. Taxo para produção de doce de leite.
C. Panos utilizados na produção de queijos.
45

Ainda em relação ao terceiro Senso, foi observado na sala de processamentos que as


paredes estavam com limo nos locais onde a pintura já estava gasta, tanto em volta dos fogões
quanto na parede sobre a pia.

4.3.4 Descrição das não conformidades evidenciadas na Sala de insumos e embalagens

No diagnóstico Senso de Utilização, realizado na sala de insumos e embalagens, foram


observadas duas balanças estragadas empilhadas em cima da pia, duas embaladoras a vácuo,
sendo que uma delas era destinada a grãos, não fazendo parte porém, desse local. Na sala
também eram armazenados, em um único armário, vários itens juntos sem um padrão de
organização.

D E F

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 5 - Balanças estragadas empilhadas e embaladora de grãos
D. Embaladora de grãos.
E. Vidros desorganizados
F. Materiais diversos desorganizados

Avaliando pela ótica do segundo S, Senso de Organização, foi observado alimentos


como bases para a produção de iogurtes, embalagem abertas, sacos de açúcar também com a
embalagem rompida e sem proteção, recipientes com produtos não identificados, embalagens
que eram utilizadas para embalar os alimentos processados encontravam –se desprotegidas e
junto com objetos como canetas, papeis, lâmpadas, cadernos e etc.
46

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 6 – Armário com objetos e alimentos armazenados em desconformidade com o 5S.
G. Objetos diverso no armário da sala de insumos e embalagens

Um momento crítico observado nesse armário foram os sacos de condimentos, (Figura


7) em grande quantidade, com suas embalagens rompidas, datas de validade vencidas e com
insetos no seu interior. Nesse diagnóstico, foi observado um grau maior de não conformidades
encontradas em relação aos três primeiros Sensos.

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 7 - Condimentos em embalagens sujas e com insetos.
H. Condimentos em desconformidades no armário da sala de guarda de insumos

No diagnóstico realizado na sala de insumos foi observado que mesmo após a limpeza,
constantemente há um acúmulo de terra nos cantos das paredes, em cima das tubulações, sendo
esta terra aparentemente desprendida das frestas do teto, caracterizando uma não conformidade
para o 3º Senso (Figura 8).
47

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 8 - Acúmulo de terra nas tubulações de energia – Sala de guarda de insumos
I. Acúmulo de terra na sala de insumos.

Além disso, foi encontrado a presença de sujeira e insetos mortos nas janelas, telas e nos
cantos das paredes e pisos.

4.3.5 Descrição das não conformidades evidenciadas na Área de pasteurizador de leite


A planta do laticínio da agroindústria, em uma determinada época teve sua produção
em escala maior, tendo sido instalado todos os equipamentos com capacidade para produção
industrial. Muitos desses equipamentos não foram desinstalados devido à normas de patrimônio
público. Por isso o setor permaneceu com muitos equipamentos fixados, sedo que um deles é o
pasteurizador de leite.
Ainda na sala do pasteurizador de leite, no que se refere ao Senso de Utilização, foi
observado a presença de material para higienização do setor, vassouras e rodos dentro de um
balde, ao lado de uma pilha de garrafas plásticas dentro de sacos plásticos abertos e as suas
tampas também empilhadas, ambas destinadas ao envase de iogurtes (Figura 9).

J K L
48

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 9 - Objetos armazenados em desconformidade com o 5S na Sala do pasteurizador de leite
J. Material de limpeza
K. Embalagens para produção de iogurte
L. Lixeiras e galões de leite

Quanto ao segundo Senso, observou-se ausência de um plano operacional de


higienização, armazenamento incorreto e inseguro das embalagens para iogurtes. Quanto ao
terceiro Senso, observou-se como não conforme o acúmulo de poeira e insetos no ambiente,
principalmente sobre toda a instalação do pasteurizador de leite e no pallet onde ficavam as
garrafas plásticas para armazenar iogurtes. Outra observação foi em relação aos extintores que
estavam com a data de validade vencida.

M N

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 10 - Desconformidades em relação ao terceiro S. Poeira acumulada nos objetos da sala do
pasteurizador
M. Insetos e sujeiras no pallet
N. Poeira no encanamento

4.3.6 Descrição das não conformidades evidenciadas na Sala de guarda de utensílios

Os pontos críticos observados na sala de guarda de utensílios relacionados ao Senso


de Utilização foi o armazenamento de insumos junto com utensílios e reagentes usados em aulas
práticas. Os materiais de limpeza do setor também eram armazenados nesta mesma sala, numa
prateleira próxima à dos utensílios.
Caracterizando a não conformidade em relação ao Senso Ordenação, foram visualizadas
várias embalagens de alimentos, como açúcar e vinagre, abertos em duplicidade, sem que uma
49

e outra tivesse acabado; ali também eram guardados em grande quantidade, alimentos com data
de validade vencida; manuais, receitas, papeis e etiquetas; tampas de panelas encaixadas
diretamente na parede, vasilhas sem tampas, ralos enferrujados e as prateleiras onde esses itens
eram expostos estavam enferrujadas também. Quanto ao Senso de Limpeza, a poeira foi um
item observado juntamente com a ausência do procedimento operacional para limpeza
frequente do setor (Figura 11).

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 11 - Não conformidades observadas na sala de guarda de utensílios
O. Utensílios; alimentos com data de validade vencidas; produtos para análises

4.3.7 Descrição das não conformidades evidenciadas no Laboratório

Do lado externo do laticínio, na plataforma de recepção, há um pequeno espaço


reservado para a realização das análises de leite. Nesse espaço, considerado até o momento do
diagnóstico, o laboratório anexo do laticínio, foram observadas todas as não conformidades
relacionadas aos três primeiros Sensos.
No que se refere ao primeiro Senso, constatou-se grande quantidade de materiais em
desuso, como embalagens vazias de produtos de limpeza, embalagens de produtos químicos
vazios, caixas de papelão rasgadas, restos de armários enferrujados e material de laboratório
deteriorado e muitos produtos para análises já com a data de validade vencida, além de vidraria
quebrada (Figura 12).
Quanto ao Senso de Ordenação, verificou-se a ausência de um sistema de descarte e de
rotulagem de resíduos seguindo as Normas Legais de segurança e Técnicas vigentes, além de
muitos reagentes sem rótulos de identificação. Também não foi encontrado nenhum plano de
50

gerenciamento de resíduos da instituição. A não conformidade em relação ao terceiro Senso foi


a sujeira acumulada no ambiente. Havia muita poeira, insetos, teias de aranha e mofo nas
embalagens e também muitas vidrarias com restos de substancias sem identificação nenhuma.

P Q R

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 12 - Não conformidades em relação aos três primeiros S observadas no laboratório anexo ao laticínio.
P. Restos de material de análises dispostos no piso
Q. Reagentes químicos sem ordem de arrumação
R. Materiais diverso

A finalização do diagnóstico das não conformidades da planta de processamento do


laticínio deu-se com a verificação do quarto Senso, Higiene e Saúde.
Segurança, saúde e padrão de higienização foram os quesitos observados no setor em
geral. Um dos itens ressaltados foi quanto ao uso de Epi’s. Verificou-se que não havia roupa
específica para a funcionária do setor entrar nas câmaras frias, (casaco de proteção térmica)
para frio, tampouco havia aventais de proteção térmica para temperaturas altas, para uso da
colaboradora nas atividades em que ela utilizava os fogões para processamentos de doces,
pasteurização do leite e etc.
No item segurança, os extintores estavam com suas cargas com as datas de validade já
vencidas. A ausência de um DML –Depósito de Material de Limpeza também foi destacado no
diagnóstico inicial realizado pela pesquisadora.
A pesquisadora, com o intuito de entender a funcionalidade dos procedimentos
realizados pela funcionária, do setor durante a fabricação dos alimentos, tanto em aulas práticas,
quanto em processamentos para uso interno do Instituto (refeitório e café da manhã de alguns
eventos), fez alguns acompanhamentos e observou que a funcionária ficava muito cansada
devido ao desgaste físico, causado pela locomoção e transporte dos utensílios e equipamentos
que ela fazia durante a realização das atividades, principalmente por ser somente ela para
51

atender os dois setores de processamento, laticínio e vegetais, além do auxílio que ela presta no
abatedouro.
Alguns dos eletrodomésticos utilizados nos procedimentos, como os liquidificadores,
são de porte industrial, portanto, pesados para carregar, utensílios como os caldeirões, tábuas
de polietileno e grandes panelas ficavam na sala de guarda de utensílios e o transporte deles
pela colaboradora lhe causava, ao final do dia, um maior cansaço físico.
Outra observação feita pela pesquisadora é que os materiais descartáveis como
aventais, jalecos e luvas que os alunos usavam nas aulas práticas ficavam sob os cuidados da
funcionária em um local restrito. Com isso, o trabalho de ir e vir causava um cansaço físico ao
final das atividades.

4.3.8 Elaboração do plano de ação para o setor de Laticínios

Após a realização do Check list na planta de processamento do laticínio, foi criado um


plano de ação (Tabela 6) para as possíveis correções das não conformidades observadas no
laticínio para na sequência fazer a implantação do programa 5S no setor.

O quê? Como?
Quem? Onde?
(Não conformidades)
Na impossibilidade de retirá-los,
Objetos em desuso:
fazer a higienização e solicitar
Iogurteira, tacho de doce de leite Sala de processamento
ao coordenador que seja feita
batedeira industrial
uma manutenção para verificar
se ainda funcionam

Solicitar conserto dos


Balanças estragadas equipamentos estragados, retirar
Embaladoras de grãos Pesquisadora embaladora de grãos e enviar
Insumos com validade vencidas e para local de origem; descartar
Armário com defeito na Sala de insumos e embalagens todo e qualquer alimento com
Funcionária do setor
prateleira validade vencida, assim como
Embalagens soltas e sujas embalagens sujas; solicitar
Poeira no ambiente conserto dos armários;
Proceder limpeza do ambiente

Embalagens para iogurtes; Retirar embalagens do pallet;


Pasteurizador de leite proceder a higienização do
Área do pasteurizador de leite,
Material para limpeza pasteurizador e da sala em geral;
Retirar material de limpeza e
destiná-los a local certo
52

Descartar alimentos vencidos;

Alimentos com embalagens retirar reagentes dando destino

abertas; vasilhas sem tampas; Sala utensílios; certo; conscientizar a funcionária

reagentes para pesquisa; para somente abrir um alimento

alimentos vencidos quando não tiver outro já sendo


usado

Embalagens vazias de produtos Retirar e descartar todas as


de limpeza, embalagens de embalagens vazias e objetos
produtos químico vazios, caixas deteriorados; encaminhar ao
de papelão rasgadas, restos de setor de responsável por
armários enferrujados, material Pesquisadora descarte, os frascos com
Laboratório
de laboratório deteriorado e reagentes vencidos para o devido
muitos produtos para análises, descarte; solicitar ao
com a data de validade vencida, coordenador do setor armários
ausência de armários, para a guarda dos materiais
Sujeira acumulada Proceder limpeza do local

Tabela 6 - Plano de ação para correção das não conformidades diagnosticadas na avaliação dos quatro primeiros
Sensos do Programa 5S nas Plantas de Processamento do Laticínio

4.3.9 Implantação do Programa 5Sno setor de Laticínios

4.3.9.1 Sala de processamento

A partir do resultado do diagnóstico, e posterior elaboração do plano de ação, a


pesquisadora, com a colaboração da funcionária do setor, partiu para a implantação do 5S nos
setores da planta de processamento do laticínio. De acordo com as não conformidades
observadas, o processo de implantação iniciou-se nas salas de processamento de doce de leite,
queijo e iogurte.

De acordo com Oliveira (2013), parte do princípio que o primeiro Senso, Utilização,
aborda a liberação de áreas no local de trabalho, ou seja, identifica os itens necessários e
desnecessários existentes e mantem apenas o que realmente precisa usar, o trabalho foi iniciado
pela separação do que realmente é útil ao ambiente. Porém, como em toda mudança podem
surgir alguma limitação, não foi possível retirar os equipamentos que estavam desativados, pois
além de não ter um local de guarda específico, eles possuem patrimônio público e é necessário
que haja um planejamento para definição do que fazer. Dessa forma, sugeriu-se que fosse feito,
por pessoal técnico, uma verificação dos equipamentos para saber se ainda podiam funcionar e
a partir de aí proceder uma manutenção periódica.
53

Ainda no Senso de Utilização, procedeu-se a retirada dos objetos que estavam


acumulados em cima dos equipamentos, partindo para o Senso de Organização/Ordenação,
quando foi solicitado ao pessoal do setor de manutenção, a pintura nas salas de processamento.

Para Ballestero-Alvarez (2010), após liberar o espaço e organizá-lo, deve-se limpá-lo e


descobrir quais as rotinas ou trabalhos, daquela área específica que geram sujeira, modificando-
as quando possível e executando a limpeza necessária.

O Senso de limpeza foi realizado pela funcionária do setor. A pesquisadora orientou que
houvesse uma rotina de limpeza do setor como um todo e não somente após os processamentos,
procurando sempre fazê-la imediatamente após o uso das salas e que incluísse nessa rotina a
higienização dos equipamentos em desuso, além das paredes e janelas.

Seguindo a filosofia do quarto Senso, Saúde e higiene, cuja ideia é padronizar e manter
os três primeiros sensos no dia a dia e também cuidar da saúde mental e do corpo das pessoas
no ambiente de trabalho (BALLESTERO-ALVAREZ, 2010), a pesquisadora, após observar a
rotina de atividades da funcionária do setor propôs uma mudança na logística de arrumação das
salas de processamento.

A pesquisadora, sabendo da existência de algumas prateleiras desmontadas e


armazenadas em um depósito do abatedouro, solicitou ao coordenador do setor que estas fossem
levadas para o laticínio. Com o auxílio de um funcionário de outro setor, a pesquisadora montou
as prateleiras e as colocou na sala de processamento, onde foram organizados todos os objetos
necessários durante os processamentos. Liquidificadores, batedeiras, utensílios em geral, foram
expostos de forma que tornasse funcional e prática as atividades da funcionária durante a
produção dos alimentos, diminuindo consideravelmente o desgaste físico da mesma (Figura
13).

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 13 - Utensílios e objetos organizados na sala de processamento de leite.
S. Utensílios e eletrodomésticos organizados
54

4.3.9.2 Sala de insumos e embalagens

Seiri é organização, que nada mais é que a eliminação das coisas sem utilidade para
aquele local. Aquilo que não é utilizado e que tem como foco a solução dos problemas, sendo
de grande importância dentro do 5S (MASIERO, 2007). A implantação dos três primeiros “S”
do programa 5S na sala de insumos e embalagens se deu com a liberação do armário para
conserto das prateleiras que estavam caídas. Em seguida, a pesquisadora, com o auxílio da
funcionária, fez a seleção dos objetos, retirando e descartando embalagens inutilizáveis e com
alimentos vencidos, embalagens vazias e sujas, potes sem tampas; material de papelaria
deteriorado, etc.
Os equipamentos que estavam estragadas, como as balanças, foi solicitado o conserto;
a embaladora de grãos, que não fazia parte do ambiente foi retirada e enviada para o setor de
vegetais. Feita a seleção e descarte do que não ia ficar no armário partimos para a organização
do que necessitava permanecer na sala.
A característica do Seiton é arrumação, que tem por objetivo guardar cada coisa no seu
lugar, de forma apropriada, adotando-se como critério o fácil armazenamento, identificação,
manuseio, reposição e utilização dos itens mais antigos primeiro (FIFO – First In First On), ou
seja, agilidade para se encontrar o que necessita no momento (BERTAGLIA, 2003).
Para a realização desse trabalho, a pesquisadora solicitou algumas caixas
organizadoras (Figura 14), as quais foram utilizadas para guardar embalagens plásticas, panos
e materiais descartáveis avulsos. As caixas receberam etiquetas com identificação do que havia
no seu interior, o que proporciona o acesso rápido ao item desejado.

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 14 - Caixas organizadoras identificadas com etiquetas.
T. Caixas organizadas e etiquetadas conforme o segundo senso.
55

Durante a implantação do programa nas plantas de processamento do laticínio foi


solicitado pela pesquisadora alguns armários que estavam na marcenaria do Instituto (Figura
15). Assim que concluídos eles foram instalados na sala de insumos e embalagens. A partir da
instalação dos armários a pesquisadora deu continuidade à implantação do Programa 5S no
ambiente. Tudo foi organizado de forma que o acesso fosse facilitado aos usuários.

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 15 - Armários instalados na sala de guarda de insumos
U. Armário instalado

Desse modo, cada gaveta do armário foi utilizada com objetos específicos para uso do
setor (figura 16).

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 16 - Armário da sala de guarda de insumos com as gavetas identificadas e organizadas
V. Gavetas identificadas e organizadas

Os materiais descartáveis como toucas, luvas, máscaras, aventais e jalecos foram


organizados em gavetas específicas, (Figura 17), assim como materiais de aferição e análises
usados nas aulas, termômetros, lacto densímetros, aerômetros de baumé e materiais de
56

papelaria, cada um mantidos em gavetas próprias e identificadas com etiquetas confeccionadas


pela pesquisadora, propiciando identificação e fácil acesso.

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 17 - Gavetas organizadas – Armário da sala de guarda de insumos
W. Gavetas com materiais específicos e identificados

Nos armários destinados aos alimentos, foram armazenados os insumos para o


processamento de iogurtes, todos identificados quanto ao conteúdo quando em potes que não
eram de origem. Os vidros usados para embalar doce de leite também ficaram em uma parte do
armário com suas respectivas tampas (figura 18).

X
A

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 18 - Armários organizados e identificados – Sala de guarda de insumos
X. Armário organizado.

Durante o diagnóstico verificou-se que havia muitos reagentes e materiais utilizados


nas análises que estavam espalhados em três ambientes diferentes. Então, a pesquisadora
57

solicitou que também fosse instalado outro armário embaixo da pia para armazenamento dos
reagentes.
Como o laboratório anexo ao laticínio ainda era muito precário e pequeno, ficou
decidido que a sala também seria local para algumas análises de leite realizadas em aulas
práticas, assim como para o armazenamento de todo material para as aulas, facilitando a
atividade dos usuários.

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 19 - Armário organizado com vidraria e material para análises sob a pia da sala de guarda de insumos.
Y. Material para análises organizados

Para Lapa (1998), é preciso manter o ambiente de trabalho limpo, com boas
condições sanitárias, frisar aos usuários do ambiente sobre a importância de se manter bons
hábitos higiênicos, por meio de informações e comunicados claros, para que possam ser
compreendidos por todos.
Após a execução dos dois sensos anteriores, a pesquisadora com o auxílio da
funcionária fez a limpeza do ambiente. Nessa etapa já não havia materiais em excesso e os que
faziam parte do ambiente estavam em seus devidos lugares. Isso facilitou para que a limpeza
fosse executada de forma eficiente, caracterizando a implantação do terceiro Senso, limpeza.
Um ambiente limpo, organizado, com insumos protegidos e monitorados quanto as
datas de validade e separados de produtos contaminados, embalagens usadas nos
acondicionamentos dos alimentos produzidos no laticínio também protegidas e as boas
condutas para o uso compartilhado do ambiente, caracterizará a implantação do quarto Senso,
Saúde e Higiene na sala de insumos e embalagens.
58

4.3.9.3 Sala utensílios

O primeiro Senso aplicado na sala de utensílios iniciou-se com a retirada de todos os


objetos, para proceder a seleção do que seria descartado para lixo, sendo guardado em outro
lugar ou reaproveitado em outro ambiente. Seguindo a metodologia do Senso, após a seleção,
verificou-se que as prateleiras onde armazenavam os utensílios estavam deterioradas e
necessitando de troca. A pesquisadora, solicitou que fosse montada outra prateleira de metal
que comportasse todo material necessário ao funcionamento das atividades de produção de
alimentos no setor.
De posse dos objetos selecionados, procedeu-se o descarte daqueles que não seriam
úteis ao local. Colheres de madeira já danificadas, caixas vazias, ralos enferrujados, peneiras
queimadas, panelas furadas e papeis velhos e rasgados foram descartados. O material de
limpeza foi armazenado em uma prateleira separada, ficando como providência futura a
instalação de um DML (depósito de material de limpeza). Alimentos que ali também estavam,
após a seleção, foram descartados os que estavam com datas de validade vencidas. As facas e
os ralos e os materiais cortantes foram armazenados em caixas organizadoras, identificadas com
etiquetas. Já com a prateleira montada, iniciou-se a organização e disposição dos utensílios,
que começou pelos menos utilizados frequentemente, dispostos na parte superior do móvel.
Dando sequência à implantação do programa 5S, após a seleção e descarte dos objetos
iniciou-se o processo de limpeza, lavando todo o ambiente, paredes e piso. Com o Senso de
utilização executado, a limpeza praticada e a devida ordenação e disposição dos utensílios no
ambiente, encerrou-se a metodologia dos três primeiros “S”.

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 20 - Utensílios organizados – Sala de guarda de utensílios
59

4.3.9.4 Laboratório

Para implantar os três primeiros Sensos do Programa 5S no laboratório, anexo ao


laticínio, a pesquisadora iniciou o trabalho com a retirada de todos os objetos que estavam
armazenados na sala, liberando o espaço para a instalação de um armário, onde todo o material
que após a seleção e descarte seria armazenado. Enquanto os funcionários faziam a instalação
do armário, a pesquisadora fazia a seleção e descarte do material de laboratório. Foram
descartados todos os objetos como caixas vazias, restos de armários enferrujados; a vidraria que
estava quebrada, assim como as substancias não identificadas, os restos de reagentes e soluções,
foram embalados e identificados para serem descartados de forma correta.

Após seleção e descarte dos itens e instalação dos armários foi definido que o
laboratório seria transformado em local de guarda de regentes e material de laboratório usados
com pouca frequência, funcionando como estoque de produtos fechados. No local também
ficaram os equipamentos que aguardavam para ser consertados.

Seguindo a metodologia do Senso de Ordenação - Organização (do japonês Seiton),


cuja filosofia dita que “após mantermos em nosso ambiente o que é útil, iremos organizar os
materiais de acordo com um padrão” (ISHIKAWA, 1989) sendo este dependente de qual
material estamos lidando. A partir disso a organização dos reagentes químicos foi feita
procurando seguir um padrão de compatibilidade de segurança de laboratório, que além de
proporcionar um menor tempo gasto para encontrar o que precisamos, reduz o risco de acidente
devido a materiais que estejam em locais de risco e incompatíveis.

A1

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 21 - Depósito de reagentes organizado e limpo – Sala anexa ao laticínio
A1. Material organizado e limpo
60

Concluindo a implantação dos dois primeiros Sensos, iniciou-se uma grande limpeza
no ambiente, lavando as paredes, piso, janela e porta, assim como a limpeza de todos os objetos
armazenados ali.
Partindo da filosofia de que o Senso de Higiene e Saúde também procura padronizar e
manter os três primeiros sensos no dia a dia, além de cuidar do corpo e da mente de seus
colaboradores, ou seja, tornar saudável o ambiente de trabalho, foram estabelecidos planos de
limpeza mensais e semanais de acordo com as necessidades de cada ambiente. Dessa forma,
sugere-se avaliar e administrar os resultados já alcançados e verificar os que ainda possam ser
melhorados.

4.4 PLANEJAMENTOPARA IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA 5 S NA PLANTA


DE PRODUÇÃO DE VEGETAIS DO IFTM CAMPUS UBERABA

A seguir estão descritos os passos do planejamento para implantação do Programa 5S


no setor de vegetais, utilizando a tabela do plano de ação 5W1H.

O quê? Onde? Por quê? Quando? Quem? Como?


-Sala de insumos
e produtos prontos Realizando visitas in
Diagnóstico do Realizar levantamento das Julho/agosto de
dos vegetais; loco e apontando as
não conformidades 2016
local – Check -Sala utensílios; não conformidades
Pesquisadora
list -Área do
Laboratório de
alimentos

Palestras Teoria do 5S e
Sala de aula da Para capacitar os alunos
Julho de 2017 apresentação do
agroindústria que formam o comitê
diagnóstico

- Separando o que é
útil do inútil.
Sala de insumos e
- Realizando
Aplicação do produtos prontos; Manter no ambiente apenas
descarte consciente
primeiro Almoxarifado e o que é necessário para a Julho e agosto de
do material
senso: Sala utensílios; execução das atividades no 2016 Pesquisadora e
inutilizado
Utilização -Área do ambiente de Colaboradora do
Laboratório de - Descartando o que
Descarte processamento de vegetais setor
alimentos não tem utilidade
- Armazenando em
ambiente próprio;
- Solicitando reparos

Aplicação do Sala de insumos e Organizar os materiais que Organizando


segundo senso: produtos prontos; serão utilizados nas materiais conforme
61

Ordenação Almoxarifado e atividades de forma utilidade e


Organização Sala utensílios; criteriosa e identificá-los funcionalidade de
-Área do uso Ex.:
Laboratório de - embalagens
alimentos
separadas de
insumos e em locais
fechados e
identificados –
Armário de vidraria,
reagentes para
análise em alimentos
organizados e
identificados;
Manuais de
utilização dos
equipamentos
próximos deles

Cumprindo a
frequência e
procedimentos de
higienização
eficiente; utilização
Sala de insumos e Higienizar utensílios,
de produtos de
produtos prontos; armários, equipamentos,
Aplicação do Pesquisadora e limpeza de acordo
Almoxarifado e piso, teto, paredes
terceiro senso: Colaboradora do com especificidade
Sala utensílios; Câmara desativada
Limpeza setor do ambiente,
-Área do
Laboratório de equipamentos e
alimentos utensílios; cuidando
para manter limpos
os equipamentos que
não possam ser
descartados ou
enviados para outro
lugar
Cumprindo normas
de segurança,
Manter um bom clima na Final de Julho e
Aplicação do organização e relações qualidade e
Planta de saudáveis no ambiente agosto de 2016
quarto senso: convívio; normas de
processamento de como um todo, Todos
Higiene e conduta dos usuários
conservando a higiene
vegetais do setor, saúde e
Saúde física, mental e do
ambiente, através da cuidados com a
padronização de hábitos,
normas e procedimentos segurança e o uso de
Epi’s; Ética e
respeito mútuos
Cumprindo
Planta de procedimento,
Aplicação do Desenvolver habilidades Após consolidado os definição das
processamento de Todos
quinto senso: como disciplina e 4 primeiros S responsabilidades,
vegetais promoção da auto
Autodisciplina comprometimento e sempre
inspeção e
autocontrole,
melhoria contínua
62

pessoal e dos
setores.

A partir de um
roteiro padrão para
verificar possíveis
Novembro de 2017 Pesquisadora e problemas dos 3
Auditorias Plantas de Avaliação dos resultados e periodicamente comitê primeiros ‘S’ voltem
processamento da
a ocorrer nos
agroindústria
setores: sujeira,
conservação e
desgastes de
identificações.

Ações Pesquisadora e
Plantas de Para atuar nas não Definir ações para
corretivas Dezembro 2017 e Comitê
processamento da conformidades atuar nas correções
periodicamente
agroindústria apresentadas nas auditorias necessárias

Fonte: adaptado de SAEPRO, 2014


Tabela 7 - Plano de ação para implantação do Programa 5S – Planta Processamento de Vegetais

4.4.1 Aplicação do Check list diagnóstico de avaliação dos três primeiros sensos do
Programa 5S das plantas de processamento da agroindústria– Setor Vegetais

O diagnóstico de avaliação dos três primeiros Sensos iniciou-se no final de julho de


2016. Nessa avaliação inicial foram identificados os principais pontos das não conformidade
existentes na estrutura, nos procedimentos, e na organização dos ambientes de processamento
de vegetais.

4.4.1.1 Descrição das não conformidades evidenciadas na Sala de insumos e produtos


prontos

De forma geral, foram identificados como não conformes uma grande quantidade de
produtos armazenados já com a data de validade vencida. Esses produtos eram ingredientes
usados em produção de alimentos. A grande quantidade de produtos encontrados em estoque é
que causou o vencimento desses alimentos, visto que a produção de doces, geleias e picles é
relativamente pequena por ser realizada em aulas práticas.
No diagnóstico foi verificado que alguns doces e geleias estocados não tinham rótulos
de identificação, data de fabricação e validade. Outra não conformidade encontrada foi de que
a sala, além de abrigar os insumos utilizados nos processamentos, também era local de descanso
e refeição da funcionária do setor. Nesse local havia uma mesa com pertences pessoais da
funcionária, uma TV e algumas cadeiras. No local havia uma prateleira espaçosa, em grande
parte vazia e com muita poeira.
63

B1

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 22 - Sala de guarda de alimentos em desconformidade com o programa 5S.

4.4.1.2 Descrição das não conformidades evidenciadas no Almoxarifado – Utensílios

O Senso de Utilização e o de Ordenação no almoxarifado - Utensílios foi o que obteve


maior índice de observação de não conformidades do setor, pois foi o ambiente de maior
desorganização e sujeira acumulados. O espaço abrigava materiais em excesso ou
desnecessários. Estava presente nesse espaço uma prateleira onde ficavam as panelas, fôrmas,
bacias, peneiras, baldes, ou seja, todos os utensílios utilizados no processamento de alimentos;
além de um armário onde eram guardadas as embalagens descartáveis, os sacos para lixo,
vassouras e produtos de limpeza. Estes últimos estavam em uma prateleira pequena de metal já
bem deteriorada.
As lixeiras, baldes, latões para leite e muitos outros objetos eram dispostos diretamente
sobre o piso, (Figura 23), reduzindo o espaço e dificultando a entrada e movimentação no
ambiente. Além dessa desordem, o que mais chamava a atenção pela não conformidade era a
quantidade de insetos mortos no chão.
64

C1

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 23 - Desconformidades observadas na sala de utensílios e almoxarifado
C1. Utensílios, material de limpeza, e diversos objetos espalhados na sala de utensílios.

4.4.1.3 Descrição das não conformidades evidenciadas na Área do Laboratório de alimentos

A área considerada laboratório de alimentos era utilizada para a realização de algumas


análises rápidas durante as aulas de processamento de alimentos. Nesse local eram realizados
os testes de sólidos solúveis totais (brix) e pH (acidez) dos alimentos. As não conformidades
evidenciadas estavam relacionadas a falta de um padrão de organização e limpeza. Inicialmente
verificou-se como estava o armário de vidraria e o armário sob a pia. No armário de vidrarias
foi observado alguns materiais de papelaria, restos de substancias em frascos não identificados,
material de análises com insetos, substancias químicas acondicionadas junto com insumos de
produção de alimentos e vidraria quebrada.
O armário sob a pia era utilizado para guardar utensílios de cozinha como pratos,
jarras, copos e potes vazios. Por esse fato, havia uma incompatibilidade de uso do local no
65

momento de uma análise, pois muitas vezes a funcionária precisava retirar esses objetos o que
acabava atrapalhando o professor que estava em atividade. Nas gavetas foram identificados
muitos papeis velhos e alguns inúteis, de acordo com a avaliação da funcionária. Verificou-se
também que a bancada, usada para as análises encontrava-se quebrada.

D1

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 24 - Laboratório de alimentos em desconformidade com o programa 5S
D1. Materiais diversos no laboratório

4.4.1.4 Área de Processamento

Na área comum do setor de processamento de vegetais, estão dispostos os


equipamentos utilizados na produção de produtos de origem vegetal, onde a funcionária tinha
o hábito de higienizar com frequência, porém, não há um padrão de higienização, além disso
durante as visitas para o diagnóstico das não conformidades percebeu-se que o hábito de deixar
pertences pessoais na entrada do setor era frequente.
Sendo o setor local de processamento de alimentos para consumo, ora em atividade
aula, ora para abastecer o refeitório com os produtos processados, é evidente a necessidade de
um manual de boas práticas de manipulação de alimentos, além da identificação e manuais dos
equipamentos utilizados nas atividades de produção.
66

E1

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 25 - Sala de processamento de vegetais.
E1. Equipamentos utilizados no processamento de vegetais

Uma não conformidade também observada no setor, foi a data de validade da carga do
extintor que estava vencida. Assim como diagnosticado na planta de processamento do laticínio,
no setor de processamento de vegetais não há uma preocupação com o uso de Epi´s, no que se
refere à proteção térmica. Não há no setor roupas específicas para a entrada na câmara de
congelamento, assim como não possuía aventais para proteção de calor, caracterizando uma
não conformidade em relação ao quarto Senso, (Higiene e Saúde).

4.4.2 Elaboração do plano de ação para adequação do setor de processamento de


vegetais ao Programa 5S

Após a realização do diagnóstico na planta de processamento de vegetais, a


pesquisadora, reuniu-se com a funcionária do setor com a finalidade de compartilhar as
observações diagnosticadas assim como os registros das fotos do ambiente. Na sequência foi
elaborado um plano de ação para as possíveis adequações das não conformidades da planta de
processamento de vegetais e na sequência propor a implantação do programa 5S no setor.

O quê?
Quem? Onde? Como?
(Não conformidades)
Alimentos com datas de validade
vencidas; Pesquisadora Fazendo o descarte dos alimentos
Alimentos sem rótulos de identificação e e impróprios para consumo e sem
Sala de insumos e
com aspecto deteriorado; Funcionária identificação;
produtos prontos
Objetos pessoais; do setor
67

Ausência de padrão de armazenamento; Solicitando a retirada dos objetos


Limpeza precária pessoais e disponibilizando local
adequado;
Criando padrão de ordem no
armazenamento dos insumos
Promovendo limpeza correta e
criando hábito rotineiro.
Embalagens vazias;
Armário de embalagens desorganizado; Descartar objetos sem utilização;
Objetos diversos expostos no piso; Descartar embalagens vazias;
Sujeira Organizar armário de embalagens;
Almoxarifado e Sala
Ausência de rotina de limpeza Realizar limpeza do local;
de Utensílios
Estabelecer rotina de higienização
Retirar e organizar objetos nos
armários;

Desorganização nos armários; Descartar vidrarias quebradas;

Vidraria quebrada; Retirar utensílios de cozinha e


Pesquisadora
Utensílios de cozinha; Laboratório encaminhar para local correto;

Frascos com substâncias não Fazer o descarte de substancias não

identificados identificadas;

Sujeira Realizar higienização;


Estabelecer rotina de limpeza e
padrão de organização

Sugerir a elaboração de um Manual


de Boas Práticas;
Ausência de Manual de Boas Práticas;
Disponibilizar os manuais dos
Ausência de manual de utilização dos
equipamentos;
equipamentos;
Solicitar ao setor responsável a
Extintor com carga vencida;
manutenção dos extintores;
Ausência de Ep´s de segurança térmica;
Solicitar Epi´s térmicos;
Ausência de padrão de higienização
Área de equipamentos Estabelecer um padrão e rotina de
higienização

Tabela 8 - Plano de ação para correção das não conformidades diagnosticadas na avaliação dos quatro primeiros
Sensos do Programa 5S na Planta de Processamento de vegetais – IFTM Uberaba.
68

4.4.3 Implantação do Programa 5S no setor de processamento de vegetais

4.4.3.1 Sala de Insumos e Produtos Prontos

A partir do resultado do diagnóstico e posterior elaboração do plano de ação, a


pesquisadora, com a colaboração da funcionária do setor, iniciou a implantação dos três
primeiros “S” nos setores da planta de processamento de vegetais. De posse das não
conformidades observadas, o processo de implantação foi executado a partir da sala de insumos
e produtos prontos.
Seguindo o passo do primeiro Senso, Seiri – Senso de Seleção, Utilização e Descarte,
foi feita na sala de insumos e produtos prontos, a retirada de todos os materiais dispostos na
prateleira, assim como a mesa e os pertences pessoais da funcionária, para em seguida realizar
a seleção do que ia ficar no local.
O senso de ordenação traz benefícios como: facilidade e rapidez para encontrar
materiais; reduz acidentes de trabalho que podem ocorrer devido à desorganização; facilita a
comunicação entre os usuários; evita a compra de materiais em duplicidade e
desnecessariamente; facilidade no controle de pedidos de compras para reposição de estoques
e boa apresentação do ambiente de trabalho (FILHO, 2003).
Após a retirada dos materiais, fez-se a seleção, descartando todos os produtos
alimentícios cuja data de validade estava vencida, alimentos deteriorados, doces com vidros
sem rótulos de identificação e embalagens vazias. Após o descarte dos produtos impróprios,
iniciou-se o segundo Senso, Ordenação.
Durante as visitas, a pesquisadora observou que os vidros utilizados para acondicionar
geleias, doces e picles ficavam armazenados no abatedouro, dificultando a funcionalidade das
atividades de processamento. Com isso foi solicitado que os vidros, assim como todo material
de apoio aos processamentos do setor de vegetais ficassem disponibilizados na sala de insumos,
visto que o espaço na prateleira era grande e que era possível dispô-los de forma padronizada e
acessível aos usuários do setor.
A disposição dos objetos e alimentos seguiu uma regra de organização, orientada pela
pesquisadora, que dividiu a prateleira em três compartimentos, sendo uma para as embalagens
de vidros, outra para os insumos, pectinas, ácido cítrico e etc. e outra para produtos acabados,
conservas, geleias, doces e licores. Após a finalização do Senso de Ordenação, a pesquisadora
reuniu-se com a funcionária para então planejar a possibilidade de transferir seu local de
69

descanso para a sala do almoxarifado, pois o espaço era maior e também a sua acomodação
seria mais tranquila. Definiu-se então que a funcionária passaria a ocupar a outra sala para seu
descanso.
Após a prática dos primeiros Sensos, realizou-se a limpeza geral na área. Toda a sala
foi devidamente lavada, inclusive os locais menos acessíveis: portas, teto, e janelas. A prateleira
foi devidamente limpa com pano úmido e detergente neutro e posteriormente higienizada com
álcool.

F1

Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora


Figura 26 - Prateleira da sala de guarda de alimentos organizada após plano de ação
F1. Alimentos organizados

4.4.3.2 Almoxarifado e Sala de Utensílios

Conforme Ribeiro (2006), o Senso de Utilização refere-se à prática de verificar todos


os materiais entre outros itens na área de trabalho de modo a manter somente os que forem
essenciais para o trabalho que está sendo realizado. Sendo os demais guardados ou descartados.
Este processo conduz a uma diminuição dos obstáculos à circulação, elevando a produtividade
no trabalho.
Para aplicar o Senso de utilização no almoxarifado e sala de utensílios, partiu-se do
princípio da filosofia do programa 5S - Senso de Utilização, buscando primeiro pela liberação
de toda a área. Em seguida, fez-se a seleção dos itens necessários dos desnecessários ao
ambiente para então manter no local apenas o necessário.
De maneira simples a pesquisadora, com o auxílio da funcionaria fez a separação e
descarte dos objetos deixando somente os utensílios, (panelas, fôrmas, caldeirões, bacias e
peneiras), embalagens, material descartável (toalhas de papel e copos) e os utensílios de cozinha
retirados do armário do laboratório.
70

Os materiais de limpeza, bem como as lixeiras, vassouras e rodos foram enviados para
uma câmara desativada e organizados de forma fácil e acessível para a sua utilização. Na
continuidade do processo de implantação do Programa 5S, o segundo Senso, Ordenação, cuja
filosofia procura organizar os setores e suas dependências, de modo a melhorar o layout
(disposição de mesas, armários, materiais etc.) e padronizar a identificação dos locais,
(RIBEIRO, 2006), a organização do almoxarifado possibilitou um ambiente visivelmente
organizado, com a disposição padronizada dos utensílios na prateleira e também dos materiais
descartáveis no armário. A organização da sala facilitou a circulação livre e possibilitou o
acesso fácil aos objetos e materiais, criando um ambiente visualmente saudável (Figura 27).
Segundo Osada (1992), a limpeza pode ser uma ferramenta de assistência para elevar
a vida útil dos equipamentos, a harmonia do ambiente, a qualidade, a segurança e o moral de
todos os outros elementos envolvidos nos processos de produção. Para o autor, eliminar
totalmente a sujeira, os pequenos defeitos e os erros são pontos-chaves de inspeção do Programa
5S.O terceiro Senso, Limpeza, foi o passo realizado após a liberação e organização da sala.
Procedeu-se a limpeza de todo o ambiente, abrangendo paredes, piso, móveis e janelas.

G1 H1 I1
Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora
Figura 27 - Sala de utensílios e almoxarifado após plano de ação
G1. Sala vazia para limpeza do ambiente
H1. Prateleira organizada e funcional
I1. Armário de descartáveis organizado

4.4.3.3 Laboratório

Lapa (1998) aponta que, ao analisar a execução de tarefas é comum notarmos que
muitas ações não agregam valor ao trabalho produtivo. Estas ações podem ser o manuseio,
transporte de materiais, peças ou ferramentas, procura de itens, mudança de posição, entre
outros. É sabido que nestas situações há perda de tempo, além de que os movimentos de
71

desperdício não colaboram para que as pessoas se concentrem na execução do trabalho.


Realizando a identificação dos itens necessários, descartando os itens desnecessários, e
dispondo estes itens em locais adequados ao uso ou aplicação, para que sejam reconhecidos e
acessados facilmente, utilizados e recolocados no lugar após o uso, juntamente com a limpeza
e a disciplina de manter o ambiente de trabalho organizado, formam ações que aumentam a
eficiência do trabalho.
Para Andrade (2002), as condições do ambiente de trabalho, após a aplicação dos sensos
de utilização, organização e limpeza, passa a ter uma relação mais intima com a melhoria no
processo produtivo, proporciona maior produtividade através da conscientização dos usuários,
gerando ações voltadas para o uso adequado dos recursos disponíveis, reduz consideravelmente
os desperdícios o que gera melhor aproveitamento do tempo.
A implantação dos três primeiros Sensos no laboratório da planta de processamento de
vegetais, iniciou-se com a retirada de todos os objetos do armário de vidraria e também do
armário sob a pia, liberando espaço para o arranjo e organização seguinte. Após a liberação do
espaço, a pesquisadora realizou o descarte dos objetos quebrados assim como os frascos com
restos de alimentos.
Os alimentos cujas embalagens estavam rompidas foram descartados e os reagentes com
datas de validade vencidas foram acondicionados de forma a serem enviados ao setor
responsável para descarte. Os utensílios de cozinha, pratos, copos, bandejas, foram enviados ao
almoxarifado e organizados nas prateleiras.
Encerrando a primeira etapa de melhoria do programa 5S, iniciou-se a organização do
ambiente. Reagentes utilizados em análises de alimentos foram organizados no armário sob a
pia, seguindo o padrão do Senso de ordenação, de acordo com a frequência de uso, posicionando
as substancias já abertas na frente e os frascos ainda fechado na parte de trás do armário. Quanto
à bancada quebrada, a pesquisadora solicitou ao setor responsável que fosse consertada. Para a
implantação do Senso de limpeza, após a organização dos itens, o ambiente foi lavado pela
funcionária do setor.
72

J1
Fonte: Arquivo pessoal da pesquisadora
Figura 28 - Armário de vidraria e material para análise de alimentos - Laboratório de análise de alimentos
J1. Armário de vidrarias e material para análises

4.4.3.4 Área de equipamentos

Na área de processamento de vegetais estão disponibilizados vários equipamentos,


dentre esses mesas, fogões e freezers, como também uma câmara de congelamento, todos
destinados ao processamento dos vegetais. Estes por sua vez necessitam de manutenção
constante para que seu funcionamento seja preciso. Para tanto a pesquisadora, com o apoio de
um professor, usuário do setor, solicitou a visita de um técnico para fazer alguns testes dos
equipamentos e verificar a viabilidade de funcionamento, principalmente daqueles sem uso há
muito tempo.
O princípio do senso de ordenação, definido como “um otimizador da área de
trabalho”, consiste em definir critérios e locais apropriados para estocagem, depósitos de
ferramentas e materiais, armazenamento, arranjo de móveis e equipamentos e fluxo de
informações, ou seja, “fazer com que as coisas necessárias sejam utilizadas com rapidez e
segurança, a qualquer momento” (HABU et al,1992). O senso exige também que as pessoas
tenham hábitos do tipo: se ligar, desligue; se desarrumar, arrume; se usar, deixe como estava
antes; se precisar, deixe fácil de acessar, trabalhe com eficiência e segurança.
Seguindo as orientações do Senso de Ordenação, a sequência da melhoria iniciou-se
com a compilação dos manuais específicos de utilização dos equipamentos utilizados no
processamento de vegetais, fornecidos pelos fabricantes. Em seguida, a pesquisadora fez a
fixação dos mesmos juntos aos equipamentos, com o intuito de fornecer aos usuários as
informações de uso inerentes a eles durante as atividades.
73

De acordo com o princípio do Senso de Limpeza, cuja ordem é que se mantenha


sempre limpo os equipamentos e o ambiente de trabalho, o manual exposto junto aos
equipamentos tem agregada esta funcionalidade de indicar que, após o seu uso seja feita a sua
limpeza seguindo os passos de sua orientação para esta atividade.
Adotando a premissa do quarto senso Seiketsu, que busca condições favoráveis à
integridade tanto física quanto mental dos trabalhadores, cujos hábitos como não fazer o que é
prejudicial e estabelecer condições de asseio e segurança aos trabalhadores e ao ambiente Habu
et al (1992), a pesquisadora solicitou ao setor responsável pela segurança do trabalho do
Instituto que se fizesse a manutenção dos extintores os quais se encontravam com a carga já
vencida.
O quarto “S”, responsável por padronizar e manter os três primeiros sensos deverá ser
concretizado de acordo com as manutenções realizadas pelo comitê de manutenção que fará as
auditorias aos setores periodicamente.

4.5 AÇÕES PARA CONTINUIDADE E MANUTENÇÃO DO PROGRAMA

4.5.1 Atuação do comitê de manutenção

Ribeiro, (2006) entende que pode ser que com o tempo alguns problemas como guarda
de coisas desnecessárias, desordem, sujeira, problemas de conservação, desgaste de
identificações voltem a ocorrer, necessitando de novas adequações. O autor acredita que para
dar sustentação à implantação do programa 5S se faz necessário que as ações de continuidade
do programa continuem ao longo do tempo.
Já, para Cordeiro (2013), tão importante quanto implantar o programa é mantê-lo. A
autora acredita que a manutenção do Programa só será efetiva se houver envolvimento,
colaboração e conscientização de todos da corporação.
A manutenção é a última etapa a ser cumprida, para a melhoria contínua do programa,
de modo a dar seguimento à implantação do 5S. A pesquisadora, em conjunto com professores
e alunos, propôs a criação de um Comitê do Programa, para dar continuidade e manutenção do
programa 5S nas plantas de processamento da agroindústria.
Uma das funções do comitê e a elaboração do Manual de Boas Práticas de Fabricação
de Alimentos, o qual é necessário ao setor, por tratar-se de um local de produção de alimentos,
e visando atender às normas sanitárias exigidas pela legislação. O comitê de manutenção do
74

programa 5S também terá como planejamento a solicitação dos Epi´s térmicos assim como
melhorias que vierem a ser necessárias ao setor, no que for concernente ao programa de
qualidade.

O comitê de manutenção do programa é formado por seis alunos do curso de


Graduação em Tecnologia de Alimentos e foi criado após a palestra de sensibilização. Após
responderem ao questionário, verificou-se que apenas um dos alunos não tinha conhecimento
do programa 5S. Os outros já haviam trabalhado em empresas que usavam o programa ou já
tinham tido contato superficial com o 5S.

Após a formação do comitê, para dar início ao trabalho com o grupo, a pesquisadora
realizou uma primeira reunião com os alunos para apresentar de fato o Programa 5S, destacando
os benefícios do mesmo, com o objetivo de preparar a equipe para a manutenção do programa.
A apresentação contou com a visualização de slides com imagens, apresentando as noções
básicas do programa, os conceitos e suas características.
Espera-se que além da manutenção do trabalho nos setores, os alunos vivenciem na
prática o Programa 5S colaborando ainda para a sua formação profissional como Tecnólogos
em alimentos, além de serem multiplicadores da filosofia.

Por meio da atuação do Comitê, acredita-se que será estimulada a vivência do quarto
“S”, Seiketsu - Higiene e Saúde, senso que procura padronizar e manter os três primeiros Sensos
no dia a dia, buscando pela prática constante do senso de autodisciplina por meio de auditorias.

Portanto a consolidação do programa 5S após a implantação será possível a partir das


auditorias periódicas realizadas pelo Comitê de manutenção 5S. As auditorias serão realizadas
com a supervisão e orientação da pesquisadora. O comitê será responsável por acompanhar e
manter as melhorias implantadas. Com os resultados das auditorias será possível detectar as não
conformidades e elaborar planos de ação para conter essas deficiências.

4.5.2. Dificuldades de implantação do programa 5S

Juran (1993), define processo como sendo qualquer combinação específica de


máquinas, ferramentas, métodos, materiais ou pessoas empregadas para atingir características
de qualidade específicas num produto ou serviço. O 5S um programa que pode ser adaptado à
qualquer ambiente que o necessite, sendo que em alguns dos momentos de implantação possam
surgir limitações. A partir de observações de processos de implantação do Programa 5S em
75

organizações foi possível perceber que alguns fatores podem vir a dificultar a implantação do
mesmo.
Ribeiro (2006), destaca que os modelos de implantação do Programa 5S tratam tão-
somente da metodologia, sem prever as dificuldades naturais que possam ocorrer durante os
diversos estágios. Dentre as dificuldades que o autor relata, o não comprometimento da
supervisão e a resistência das pessoas à prática do Programa 5S é um fator limitante do sucesso
da implantação do programa, pois a mudança em geral é algo que assusta os seres humanos.
Mudança representa sair de uma zona de conforto onde se encontra resultados esperados e
consistentes para um novo ambiente, em que o resultado pode não ser o esperado e podem
ocorrer variações.
No trabalho em questão, a dificuldade encontrada foi o número reduzido de
funcionários para efetivar a implantação do programa, pois em todo os setores havia somente
uma funcionária terceirizada, a qual era a responsável pela execução de todas as tarefas nas
plantas de produção da agroindústria. As funções da funcionária vai desde a higienização de
todo o setor até a produção de todos os alimentos processados nos mesmos.
Diante desse fato e havendo a possibilidade do programa implantado se perder, a
solução percebida pela pesquisadora para amenizar esse problema foi a criação do comitê de
manutenção, formado por alunos que por ainda estarem nos períodos iniciais do curso de
Tecnologia de Alimentos passarão por aulas práticas nas plantas de processamento, o que
contribuirá com uma visão ampla da necessidade manter um ambiente de produção com
qualidade e também de serem os multiplicadores da ideia para os alunos que vierem a fazer
parte do comitê futuramente e para todos os usuários da agroindústria.

4.6 PANORAMA GERAL DOS SETORES EM RELAÇÃO AOS SENSOS


AVALIADOS

O diagnóstico foi realizado em princípio na planta de processamento do laticínio e em


sequência realizou-se a avaliação na planta de processamento de vegetais. Porém em um
levantamento geral da situação dos ambientes em estudo, tanto o laticínio quanto a planta de
processamento de vegetais tiveram os três primeiros “S” mais críticos em termos de não
conformidades em relação ao programa 5S.
Nas duas plantas de processamento, dentro dos parâmetros preconizados pelo programa,
o Senso mais crítico observado foi em relação à organização. Em todas as salas de apoio à
76

produção foram observados muitos objetos disponibilizados sem local definido e sem nenhum
critério de arrumação. Materiais, alimentos, produtos químicos e equipamentos de mesma
utilização espalhados em ambientes diferentes, sem uma centralização específica. Acredita-se
que a ausência de armários para a guarda desses materiais seria o motivo desta não
conformidade.
O segundo momento não conforme observado no diagnóstico foi a ausência de um
padrão de higienização dos setores. O teto, as janelas e paredes não estavam incluídos na rotina
de limpeza. A higienização do piso e mesas se limitava às salas de processamento quando havia
uso das mesmas. Uma vez ou outra, sem cronograma específico, havia uma “faxina geral” nos
setores. A falta do padrão de limpeza possivelmente possibilitou o acúmulo de sujeira em
determinados locais das plantas de processamentos. A falta de manutenção constante gerou um
acúmulo de equipamentos estragados e em locais impróprios.
O diagnóstico do Senso de Utilização e descarte teve um grau maior de não
conformidades apenas em dois ambientes, muito material para ser descartado foi encontrado no
laboratório anexo ao laticínio e na sala de guarda de utensílios e almoxarifado da planta de
vegetais. Muitas caixas vazias, restos de produtos de limpeza, substâncias e reagentes químicos
e objetos variados foram descartados durante o processo de implantação.
A ausência de Epi´s térmicos, extintores com cargas vencidas ressaltou a não
conformidade observada em relação ao que preconiza o Senso de Saúde e padronização.
A partir da Planilha do plano de ação do Programa 5S iniciou-se o processo de
implantação do programa 5S na planta do laticínio e na planta de processamento de vegetais.
O Programa 5S é o requisito básico para se atingir um Sistema de Qualidade e por isso
ele é o primeiro passo rumo à implantação de qualquer outro programa de qualidade a ser
implantado.
O Senso de Utilização, que teve o menor grau de não conformidade foi realizado sem
maiores problemas. A aplicação do senso de utilização permitiu a identificação dos
equipamentos e materiais úteis ao processamento de alimentos e que necessitavam permanecer
no local. Todo material que não tinha serventia de uso foi avaliado e descartado do ambiente.
A aplicação do senso de ordenação propiciou que fossem analisados os locais
específicos de organização dos equipamentos, materiais e utensílios utilizados na produção,
sendo estes disponibilizados em locais centralizados e organizados de forma prática facilitando
o acesso a todos os usuários.
A instalação dos armários com gavetas e devidamente identificados com etiquetas, nas
77

salas de insumos e laboratório proporcionou uma melhora na ordenação de produtos e objetos


específicos, arrumados e identificados de acordo com a sua natureza, assim como a
disponibilização de prateleiras na sala de processamento do laticínio que facilitou a disposição
de todo o material que é utilizado nas aulas práticas e na produção em geral. Esta funcionalidade
ocasionou uma diminuição do desgaste físico da funcionária do setor contribuindo para a sua
qualidade de vida.
Através da implantação do senso de limpeza foi possível analisar as condições e
critérios de limpeza e higienização do ambiente, equipamentos, materiais, produção, áreas de
acesso e demais materiais utilizados. A aplicação desse Senso permitiu ainda que se pensasse
no próximo passo que será a implantação de um sistema de controle sanitário que preconize as
condições higiênico-sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para estabelecimentos que
elaboram e ou industrializam alimentos, conforme estabelecido pelas legislações específicas,
por tratar-se de ambiente de indústria de alimentos.
A aplicação do senso de saúde tornou possível a verificação dos itens que podem
prejudicar a saúde dos usuários e também da funcionária, como a ausência de roupas e aventais
térmicos, a manutenção frequente dos equipamentos como os fogões e dos extintores.
A implantação do 5ºS, senso de autodisciplina, somente será concluída após as
auditorias que serão realizadas em momentos oportunos pela equipe do comitê de manutenção
do programa 5S e após a consolidação dos quatro S.
78

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o objetivo de implantar o programa 5s como ferramenta de gestão da qualidade na


agroindústria, e após a realização do diagnóstico de verificação das não conformidades,
concluiu-se que os setores avaliados encontravam-se em desconformidades em relação ao que
estabelece o programa.
Após esta avaliação realizou-se as correções, o que originou como resultado uma
melhoria geral dos setores em relação aos três primeiros Sensos: utilização, organização e
limpeza, desta forma conclui-se que a implantação do 4º Senso será realizada a partir da atuação
do comitê de manutenção.
O resultado final desse trabalho será efetivamente concluído somente quando todas as
etapas dos quatro primeiros S forem vivenciadas pela comunidade usuária das plantas de
processamento da agroindústria, o que tornará possível a implantação do último Senso -
Shitsuke - Senso de autodisciplina
79

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84

APÊNDICES

APÊNDICE 1- TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO:


Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar do Comitê de manutenção
do Programa 5S, etapa de consolidação da pesquisa “Implantação do programa 5s como
ferramenta de gestão da qualidade nas plantas de processamento do laticínio e vegetais
da agroindústria do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo
Mineiro - Campus Uberaba”
Neste estudo pretendemos implantar o programa 5S, como ferramenta de gestão da
qualidade nas plantas de produção da Agroindústria, com o objetivo principal de contribuir para
uma melhoria da qualidade no ambiente de produção de alimentos, com vistas a promover uma
adequação física e operacional, nos setores de processamento de leite e vegetais, bem como
contribuir para a formação dos novos profissionais, oportunizando sua participação na
implementação do programa nesses setores.
Para este estudo adotaremos os seguintes procedimentos: aplicação de uma lista de
verificação das condições atuais do ambiente em pesquisa; preenchimento de um questionário,
com 09 questões objetivas relacionadas ao conhecimento do Programa 5S; treinamento sobre o
assunto da pesquisa; reuniões mensais no setor para as auditorias locais; produção de relatórios
sobre as visitas; produção de um manual de boas práticas dos setores de produção, laticínio e
vegetais.
Para participar deste estudo você não terá nenhum custo, nem receberá qualquer
vantagem financeira. Você será esclarecido (a) sobre o estudo em qualquer aspecto que desejar
e estará livre para participar ou recusar-se a participar. Poderá retirar seu consentimento ou
interromper a participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em
participar não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é atendido (a)
pelo pesquisador. O pesquisador irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo.
Você não será identificado em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo.
Espera-se, como benefício da sua participação na pesquisa, que você adquira mais
conhecimento sobre o Programa 5S e com isso contribuir para a melhoria da qualidade do
ambiente de produção além de proporcionar-lhe melhor desempenho como futuro profissional.
O risco de sua participação está relacionado à observação, caso ocorram, de práticas
85

inadequadas frente aos questionários aplicados que podem causar relativo constrangimento.
Este estudo apresenta risco mínimo, isto é, o mesmo risco existente em atividades rotineiras,
uma vez que você não será submetido a nenhuma intervenção que possa lhe causar danos
físicos, psicológicos ou sociais. Apesar disso, você tem assegurado o direito a ressarcimento ou
indenização no caso de quaisquer danos eventualmente produzidos pela pesquisa.
Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome ou o
material que indique sua participação não será liberado sem a sua permissão. Os dados e
instrumentos utilizados na pesquisa ficarão arquivados com o pesquisador responsável por um
período de 5 anos, e após esse tempo serão destruídos. Este termo de consentimento encontra-
se impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador responsável, e
a outra será fornecida a você.
Eu, __________________________________________________, portador (a) do documento
de Identidade ____________________, fui informado(a) dos objetivos do presente estudo de
maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei
solicitar novas informações e modificar minha decisão de participar se assim o desejar. Declaro
que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre
e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas.

__________________, ____ de ______________ de 20____ .


______________________________
Assinatura do (a) participante
_____________________________
Assinatura do (a) pesquisador(a)
Nome do Pesquisador Responsável: Cláudia Aparecida Vieira
Endereço: Rua Olívio do Nascimento, 82
CEP: 38050-402/Uberaba - MG
Fone: (34) 99955-1681
E-mail: claudiavieira@iftm.edu.br
Nome do Pesquisador Orientador: Deborah Santesso Bonnas
Endereço: IFTM Campus Uberlândia
CEP: 38.400-450/Uberlândia – MG
Fone: (34) 3233-8834
E-mail: deborahb@iftm.edu.br
86

APÊNDICE 1.2 - QUESTIONÁRIO SOBRE O PROGRAMA 5S

AGROINDÚSTRIA - IFTM - CAMPUS UBERABA

NOME:_____________________________________________________________
CURSO:___________________________________PERÍODO_________
COLABORADOR(A):___________________________________SETOR:__________
O programa 5S é uma filosofia de trabalho criada em qual país?

a) Brasil
b) Alemanha
c) Japão
d) China
1) Qual o principal objetivo do programa 5S?
a) Estimular novas ideias
b) Aprender cultura japonesa
c) Criar ações preventivas e corretivas
d) Mudança de atitude em relação ao local de trabalho
2) Que nome se dá ao primeiro senso?
a) Ordenação
b) Capacitação
c) Utilização
d) Humor
3) O que o primeiro senso ensina?
a) Destine objetos sem uso para venda, doação, reciclagem...
b) Tenha só o necessário e na quantidade certa
c) Separe o que serve do que não serve
d) Todas anteriores
4) Qual frase pode resumir o segundo senso (Ordenação)
a) Um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar
b) Tenha só o necessário e na quantidade certa
c) Mais importante que limpar é não sujar
d) Ordem e progresso
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5) Quais são os principais benefícios do 3º senso (Limpeza)?


a) Bem estar pessoal, maior segurança, ambiente saudável
b) Deixar tudo ais bonito
c) Praticar exercícios físicos
d) Economizar material de limpeza
6) Qual desses itens não pertence ao 4º Senso (Saúde e Higiene)
a) Saúde física, mental e emocional
b) Iluminação e ventilação do local, ergonomia dos móveis
c) Colocar rótulos e etiquetas para identificar gavetas e arquivos
d) Um bom clima de trabalho, respeitando colegas
7) Por que o 5º Senso é tão importante?
a) Porque ele é o último
b) Porque nos ensina como agir com educação
c) Porque ele possui metas
d) Porque ele consolida os bons hábitos aprendidos em todo o programa
8) Qual dessas opções não é um benefício gerado pelo programa 5S?
a) A redução de desperdício de tempo e materiais
b) Melhoria do ambiente de trabalho
c) Redução de acidente no trabalho
d) Redução de calorias
9) Quem foi o criador da filosofia 5S?
a) Kaoro Ishikawa
b) Isaac Newton
c) Euclides da Cunha
d) Tsutomu Seki
88

ANEXO

ANEXO A -CHECK LIST DE AVALIAÇÃO – DIAGNÓSTICO INICIAL DOS 5S


APLICADOS NAS PLANTAS DE PROCESSAMENTO DA AGROINDÚSTRIA

Setor Auditado: Planta de processamento: Vegetais ( ) Laticínios ( )

Auditor(es): Pesquisadora

Legenda: NA- NÃO


1-Não conforme 2- Conforme
APLICÁVEL

1º S – SEIRI (UTILIZAÇÃO)

ITENS NOTA

1.Existem somente materiais e/ou objetos necessários para a execução das tarefas do setor?

2.Existe material, objetos, sem utilização no setor de processamento e salas de apoio?

3.Existem equipamentos em desuso, bem conservados e limpos no local de processamento?

4.O acesso a itens utilizados nas atividades de processamento está adequado? Fácil, funcional e seguro?

5.Existem vazamentos, pintura desgastada, mofo, avisos desgastados no ambiente?

6.Existem materiais e objetos em excesso ou desnecessários no posto de trabalho?

7.A quantidade de armários, prateleiras, cadeiras, coletores de lixo está adequada?

8. Há embalagens vazias, restos de materiais, utensílios danificados, nas áreas de apoio ao processamento?

Média:
89

OBSERVAÇÕES:

2º S – SEITON (ORGANIZAÇÃO)

ITENS NOTA

1.Existem objetos que não pertencem ao setor de processamento?

2.Os materiais estão bem estocados, livres de deterioração, oxidação, umidade, e estão identificados?

3.Os insumos usados na produção dos alimentos estão em locais próprios, com as datas de validade em
dia, seguros e livres de contaminantes?

4.Embalagens para armazenamento dos alimentos processados estão em local próprio, limpos, livres de
contaminantes?

5.Os materiais de apoio, como Epi´s descartáveis; utensílios e equipamentos estão bem localizados em
locais de fácil acesso?

6. Existe local definido para cada utensílio?

7.Os equipamentos estão identificados de forma clara e de acordo com o uso?

8. Existe material sucateado na área?

9.De modo geral, o aspecto visual do setor de processamento do laticínio encontra-se organizado?

Observações
90

3º S – SEISO (LIMPEZA)

ITENS NOTA

1.Existem equipamentos, utensílios, ferramentas, dispositivos, etc. sujos ou em mal estado de


conservação?

2.Existe poeira, insetos, água ou produto químico, derramado pelo chão?

3. Existem restos de alimentos derramados no chão, respingados nas paredes ou depositados nos ralos de
contensão?

4.Existem focos de sujeiras, terras, lixos no ambiente em geral?

5.Paredes e equipamentos em geral necessitam de manutenção ou limpeza?

6. Há um plano de limpeza diário, semanal e mensal no setor de processamento?

7. Os produtos de limpeza estão em conformidade com a legislação?

8. De modo geral o setor passa a impressão de ser um ambiente limpo?

Observação:

4º S – SEIKETSU (SAÚDE)

ITENS NOTA

1.As lâmpadas, luminárias estão limpas e em funcionamento?

2.Os uniformes estão limpos e adequados para o setor?

3. Existem Epi´s para as atividades específicas realizadas no setor de processamento?

4.Há funcionalidade nas atividades realizadas pelos funcionários do setor?


91

5.Os colaboradores zelam pela limpeza e cuidados do seu ambiente de trabalho?

6. Existem planos para descarte de resíduos e materiais de laboratório?

Observações:

5º S – SHITSUKE (AUTO-DISCIPLINA)

ITENS NOTA

1.De modo geral, há uma boa convivência, respeito mútuo, conservação do patrimônio público do setor?

2.No local de trabalho, todas as condições estão seguras, livre de acidentes?

3.De modo geral o setor passa a impressão de ser um ambiente disciplinado?

Observações:

Fonte: Sousa, 2013 – Qualidade na prática, sistemas de gestão

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