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SISTEMAS DEPOSICIONAIS
Delta do Rio Paraíba do Sul e Dunas do Cabo Frio
SUMÁRIO
1.Objetivo.......................................................................................................................2
2.Introdução...................................................................................................................4
5.Conclusão......................................................................................................................13
6.Bibliografia...................................................................................................................14
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2.INTRODUÇÃO
As áreas costeiras são ambientes dotados de uma dinâmica bastante complexa e ativa, onde é
possível observar a interface entre continente, oceanos e atmosfera sob a ótica de diferentes
processos de sedimentação, erosão e modificação do relevo (GUERRA & CUNHA, 1998).
Os deltas são áreas que apresentam, em planta, morfologia similar a um leque, posicionado na
foz de um rio. São compostos por sedimentos transportados pelo próprio rio, em quantidades
superiores a capacidade de remobilização das marés, ondas e correntes presentes na área de
foz (DAVIS, 1984). De acordo com a dominância das capacidades de transporte de cada
processo envolvido na remobilização de sedimentos, o delta pode ser classificado como
dominado pelo rio, quando o acumulo sedimentar adquire morfologias condicionadas pelo rio;
dominado por marés, quando o acumulo sedimentar do rio se torna retrabalhado pelas marés;
e dominado por ondas, quando o acumulo sedimentar do rio é retrabalhado pelas ondas que
incidem na costa (DAVIS, 1984).
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O rio Paraíba do Sul representa o maior rio do Vale do Paraíba (SP), onde nasce, e do estado
do Rio de Janeiro onde deságua no oceano Atlântico. Junto à foz desenvolve-se um sistema
deltaico, fruto das características naturais e da alta geração de sedimentos onde a bacia
hidrográfica se insere, a Serra do Mar. O delta apresenta grande variação morfológica, devido
à intensa deposição sedimentar, adquirindo características progradantes, representadas por
uma extensa planície de cordões litorâneos.
Figura 1. Localização da área, com ênfase para a bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul.
A zona terminal do rio Paraíba do Sul é uma planície costeira associada a um delta dominado
pela ondulação, estando localizada na porção nordeste do estado do Rio de Janeiro (Figura 1).
Apresenta uma área de aproximadamente 2.500 km², estendendo-se para o interior do estado
até ao contato com as rochas do embasamento e os depósitos terciários do Grupo Barreiras.
A desembocadura do Rio Paraíba do Sul apresenta características morfológicas bastante
peculiares, onde predominam sistemas de barreiras regressivas ou cristas de praia ajustadas de
forma assimétrica nos dois flancos a partir da desembocadura fluvial. A assimetria pode ser
definida pelas características fisiográficas da disposição das barreiras. No flanco sul
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predominam feições mais baixas e com distâncias menores entre as cristas e depressões,
suavemente capeadas por sedimentos eólicos, conforme mostra a (Figura 2). Já as barreiras
formadas no lado setentrional, são mais altas a com depressões alongadas formadas por
sistemas lagunares aprisionados pela emersão de barras.
Figura 2. Delta do Rio Paraíba do Sul formado por feições regressivas associadas a ondas.
O sistema deltaico é caracterizado por duas zonas com distinto comportamento morfológico:
o litoral progradante, entre Porto de Manguinhos e Cabo de São Tomé; e pelo litoral
retrogradante entre Cabo de São Tomé e Macaé (BASTOS & SILVA, 2000) (Figura 3). A
planície costeira apresenta altitude máxima de 12 m e diversas lagoas e lagunas. A Lagoa
Feia, a maior da região, representa um testemunho de uma paleolaguna formada entre 6.000 e
4.000 anos A.P., quando o rio Paraíba do Sul construiu um delta desenvolvido num sistema
barreira/laguna. (MARTIN et al., 1993).
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Figura 3. Detalhe do delta do rio Paraíba do Sul (Google, 2015), em azul principais massas
d' água. Nesta imagem é possível observar a morfologia deltáica, composta por cristas
acrecionárias arenosas.
sedimentos na zona costeira adjacente e inversão do sentido da deriva litorânea. Desta forma
foram definidas sucessivas fases de progradação e erosão da foz através de um efêmero pontal
arenoso que crias as condições morfológicas para diversas fases erosivas e deposicionais, que
tiveram como resultante o recuo da linha de costa entre 1956 e 1979 de cerca de 100 m (Dias
e Gorini, 1980; Dias, 1981).
Além disso, a planície deltaica do rio Paraíba do Sul foi intensamente perturbada pelo
homem, com a construção de uma extensa rede de canais artificiais de drenagem,
responsáveis pelo rebaixamento do lençol freático e ressecamento de muitas lagoas e
pântanos, e diques marginais artificiais, construídos ao longo do rio Paraíba do Sul para
impedir o seu transbordo junto a áreas com ocupação antropogênica (MARTIN et al., 1993).
Além das intervenções na planície deltaica e zona costeira, o rio Paraíba do Sul vem sofrendo
inúmeras intervenções no seu curso desde a área de formação, no estado de São Paulo, a partir
do encontro dos rios Paraitinga e Paraibuna. A construção de barragens ao longo do percurso
e a transposição para o rio Guandú, na cidade do Rio de Janeiro, modificaram
significativamente, ao longo dos últimos 60 anos, o volume de água do rio e a capacidade de
carga de sedimentos (MARENGO & ALVES, 2005).
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5.CONCLUSÃO
A análise sistemática de imagens permite o estudo detalhado de como a linha de costa da área
em questão evolui, permitindo ainda perceber a influência das intervenções humanas.
Através da observação de imagens de satélite é possível perceber a regressão da linha de costa
na área terminal, planície deltaica inferior, do rio Paraíba do Sul (Figura 4) e progradação nas
áreas simetricamente mais afastadas da desembocadura (Figura 5). O processo de erosão
associado à foz do rio causou a diminuição das áreas emersas nesta região. A feição
morfossedimentar do esporão arenoso de Atafona, presente no ano de 1973, deixou de existir
completamente durante a série temporal analisada (Figura 5).
Figura 4. Imagem Landsat do ano de 2014 (composição RGB) com a marcação da linha de
costa em 1973 (rosa) e em 2014 (amarelo).
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Figura 5. Imagem Landsat do ano de 2014 (composição RGB), detalhando a área de foz do
rio Paraíba do Sul, com as marcações da linha de costa de 1973 (rosa), áreas onde ocorre
progradação (amarelo) e área de erosão do esporão arenoso (verde).
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6.BIBLIOGRAFIA
1.http://lsie.unb.br/ugb/sinageo/7/0159.pdf
2. Braspor%202015%20-%20Artigo%2010.pdf
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