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DOSSIÊ DO PROFESSOR
Grupo V
Na foz do rio Douro, na margem esquerda (a sul) do estuário do rio Douro e com uma extensão média de
cerca de 800 m, encontra-se um elemento geomorfológico de grande importância – uma restinga
denominada de Cabedelo. A sua formação deve-se à acumulação de areias e outros materiais sedimentares
provenientes da bacia hidrográfica do rio, que ao longo do seu transporte até ao mar, se vão acumulando
junto à foz. Ao longo dos anos algumas das suas características, bem como a sua posição e dimensão, têm
sofrido alterações. A acumulação de areias que se observa à superfície prolonga-se em profundidade,
preenchendo o paleovale wurmiano do Douro, formado num dos últimos episódios glaciares, numa altura em
que o nível do mar estava mais baixo do que o atual e a foz do rio se estabelecia na plataforma continental,
cerca de 30 km a oeste da foz atual.
Este cordão arenoso tem uma certa mobilidade e funciona como uma espécie de válvula reguladora da
circulação marinha e fluvial. Em épocas de cheia pode quase desaparecer, facilitando o escoamento do
caudal fluvial. Em épocas de acalmia da agitação marítima pode lentamente reconstituir-se, criando um
obstáculo à penetração da agitação marítima no estuário. Na atualidade, o canal de navegação do rio Douro
sofre a influência de fortes correntes fluviomarítimas que procedem à sua dragagem natural, isto é, à
remoção de sedimentos. Este processo natural tem sido muito perturbado nas últimas décadas, por vários
fatores antrópicos. A tendência para o recuo do Cabedelo manifesta-se desde os finais do século XIX, tendo
provocado uma migração da linha de costa de mais de 600 metros para o interior. O recuo da restinga tem
aumentado o perímetro do estuário exposto à agitação, com graves consequências para a estabilidade
destas zonas e para a população nela residente. No sentido de se melhorarem as condições de segurança
das zonas ribeirinhas e de acesso à barra e impedir, ou até reverter, o processo erosivo, foram construídos
dois quebra-mares na foz do rio Douro.
Fonte: GOMES, A.; PEREIRA, J; ARAÚJO, A; (2002) – A riqueza geomorfológica e geológicas da praia de Lavadores
(Vila Nova de Gaia) – Um património a Divulgar e a preservar.
GOMES, F.; PINTO, F; PAREDES, G.; (2009) – Estudo da evolução da fisiografia da restinga do rio Douro desde 2002.
SANTOS, I.; TEODORO, A.; PINTO, F.; (2010) – Análise da evolução morfológica da restinga do rio Douro.
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BANCO DE EXERCÍCIOS BioGeo FOCO 11
DOSSIÊ DO PROFESSOR
1. O paleovale wurmiano do Douro formou-se num regime ________ onde dominavam os processos de
________.
(A) regressivo ... erosão e transporte
(B) transgressivo ... erosão e transporte
(C) regressivo ... transporte e sedimentação
(D) transgressivo ... transporte e sedimentação
3. Estimulada pela energia das ondas e das marés que penetram com maior intensidade no estuário,
durante os períodos de fraco caudal fluvial, a extremidade do Cabedelo pode recuar para
(A) montante (norte).
(B) montante (leste).
(C) jusante (leste).
(D) jusante (oeste).
5. A mobilidade natural da restinga do rio Douro tem sido afetada ao longo dos tempos por diversos
fenómenos antrópicos.
Faça corresponder S (sim) ou N (não) a cada uma das letras que identificam as seguintes afirmações,
de acordo com a possibilidade de serem utilizadas como fatores antrópicos que condicionem a
mobilidade natural do Cabedelo e favoreçam o seu recuo.
A – Construção de barragens hidroelétricas ao longo do rio Douro.
B – Enchimento artificial da restinga.
C – Construção dos molhes do porto marítimo de Leixões a norte da foz do rio.
D – Extração de inertes do rio.
E – Construção de diversas pontes rodoviárias e ferroviárias.
F – Variação do nível do mar.
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