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Antes de mais, é preciso perceber: o suicídio não é uma doença, é um

comportamento. “O que não quer dizer que a maior parte do que está por
detrás de um suicídio não seja, na maioria das vezes, uma doença mental”,
diz ao Expresso Ana Matos Pires, assessora do Programa Nacional para a
Saúde Mental, no Dia Mundial da Prevenção do Suicídio.

Artigo Jornal Expresso: https://expresso.pt/sociedade/2021-09-10-


Suicidio-e-a-principal-causa-de-morte-em-criancas-e-jovens-adultos-em-
Portugal-8a69a853?
fbclid=IwAR35Dn05S5nsCsDgPPz2JhN5n8LOAsyXYj-
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Em Portugal, três pessoas por dia põem termo à sua vida – e o investimento
em saúde mental na infância e na adolescência é “de uma precariedade
absoluta”

Uma em cada seis mortes de pessoas entre os dez e os 29 anos em Portugal


é por suicídio. Na verdade, já “é a principal causa de morte junto de crianças
e jovens adultos no país”, diz ao Expresso Ana Matos Pires, assessora do
Programa Nacional para a Saúde Mental, baseando-se em dados europeus
de 2017 do Institute for Health Metrics & Evaluation. O facto de o número
de mortes ser inferior quando se é mais jovem contribui para que o suicídio
seja a principal causa de morte nesta geração, mas esta é apenas uma parte
da explicação.

“Uma das razões mais importantes — que se aplica tanto a crianças como
adultos — é a pouca atenção que tem sido dada à saúde mental no que diz
respeito à prevenção”, explica Ana Matos Pires no Dia Mundial da
Prevenção do Suicídio.

A médica psiquiatra reconhece que “com a pandemia a saúde mental


ganhou uma maior exposição”, mas realça que “enquanto as estratégias
preventivas e de ação muito precoce não forem desenvolvidas não haverá
eficácia”. E continua assim: “Se isto é verdade para a saúde mental, em geral,
ainda o é mais para a saúde mental na infância e na adolescência, que é de
uma precariedade absoluta — desde logo em recursos humanos. As
estratégias preventivas são diminutas, a ligação à escola (importantíssima!) é
diminuta, o número de pedopsiquiatras no SNS [Serviço Nacional de Saúde]
é reduzidíssimo…”

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