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Canoas/RS
2022
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Canoas/RS
2022
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por estar sempre a frente me dando ânimo e forças para conti-
nuar e nunca desistir,
À minha filha por todo carinho, amor e compreensão minha por ausência.
Minha professora Elis, que nunca desistiu em me apoiar e esteve presente em todos
os momentos,
Aos meus colegas, em especial Luciane e Bia, pelo apoio recíproco, junta a pro-
messa de não desistir.
A todos os amigos que me apoiaram com palavras, foi graça a todo incentivo que re-
cebi durante esses anos que hoje posso celebrar o marco da formatura na minha vida.
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RESUMO
LISTA DE SIGLAS
BR Brasil
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial de saúde
ONU Organização das Nações Unidas
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde
SUS Sistema Único de Saúde
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6
4 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 25
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1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONCEITO
Porém, o suicídio não pode ser considerado de forma causal, nem mesmo
como uma simples atitude que se decidiu naquele momento, mas como o desfecho
de uma sequência de elementos que contribuíram no acúmulo da vivência desta pes-
soa. É um proceder causador que envolve os mais variados e complicados aspectos
emocionais. (BRASIL, 2018).
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Deve-se relevar que foi a única envolvendo este tema em seus dias. (NUNES, 1998)
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De acordo com Cury (2020) a atual sociedade poderia ser denominada como a
era do baixo limiar para a frustração, pequenos problemas tem impacto muito grande,
atitudes como uma rejeição conseguem “arrasar” o dia, ou uma crítica estraga a se-
mana, uma humilhação para a vida.
Vale ressaltar que a palavra suicídio - criada em 1737, por Desfontaines com
origem no latim: sui (si mesmo) e cæderes (ação de matar), conforme Sena e Penso
(2018).
De acordo com Cury (2021), no uso dos smartphones, que se opera na esfera
da virtualidade e somado à virtualidade da consciência, surge ai o aumento exacerbado
da solidão, do isolamento, as pessoas acreditam estar em contato com centenas de
pessoas, mas raramente e muito menos profundamente com quase ninguém, e acres-
centa ainda que, o mais perigoso, é quando a pessoa passa a não ter contato nem
consigo mesma, alerta.
Em conformidade Pereira (2020), cita que o uso das redes sociais é um caminho
sem volta: “a tecnologia faz parte da nossa cultura, já está incorporada em nossas roti-
nas e, principalmente, no dia a dia dos mais jovens”. Sua utilização já ocupa parte da
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rotina da pessoas em geral, independente de idade, classe social, geografia. Vale res-
saltar que em meio a pandemia houve um considerável aumento à utilização da mesma,
chamando atenção de pais e educadores.
Vale ressaltar, na observação de Pereira (2020), que todas as vezes que se ma-
ximiza a capacidade de interpretação, de maneira superficial, e que não se compreende
que há uma maximização virtual, a solidão se torna tóxica, a pessoa passa a não se
conectar consigo mesma e por isso, não conseguirá fazer isso com outros ao seu redor.
A autoestima pode ser definida como a avaliação que a pessoa efetua e, ge-
ralmente, mantém em relação a si própria, a qual implica sentimento de valor
que engloba um componente predominantemente afetivo(8), expresso numa
atitude de aprovação/desaprovação em relação a si mesma(6). A análise de
vários estudos experimentais permite concluir que existe consistente relação
entre baixa autoestima e a conduta suicida. Baixa autoestima leva as pessoas
a se avaliarem como incapazes de solucionar os problemas colocados pela
vida e a antecipar o futuro de forma negativa. (NUNES, 2020).
Nunes (2020), analisa que todas estas práticas, são gatilhos na estimulação do
estado de ansiedade, estimulando inclusive uma necessidade vital de ser o “centro das
atenções”, exatamente por isso que as pessoas buscam nas redes sociais a evidência,
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esperam likes para o personagem que se criou e que começa a agradar a alguns e
talvez a muitos.
O mundo onde estou, rodeado de pessoas, muitas vezes milhares delas, mas
estou só, dentro de mim mesmo, mergulhado na esfera virtual, sem falar das
minhas lágrimas, para que meus filhos aprendam a chorar as deles. Sem que
os professores falem para seus alunos, de seus fracassos, para que estes
entendam que ninguém vai ao pódio sem que aprendam com as frustrações,
quedas e erros, para alcançá-lo. Uma realidade virtual, onde os executivos
não expõem seus riscos, para que seus expectadores entendam que quem
vem sem riscos, triunfa sem glória. (CURY, 2021)
Atitudes de sorrisos perfeitos, corpos sarados, sem ter contato com a realidade
concreta do seu próprio ser, este é um dos maiores gatilhos emocionais da depressão
e de ansiedade na atualidade, afirma Otoni (2021).
Nesse universo virtual, há, ainda, outra problemática que não pode
ser desconsiderada: a forma como as mídias sociais dominam a
REDES SOCIAIS mente e influenciam o comportamento de adolescentes e jovens.
Como esse grupo ainda está em fase de desenvolvimento, a me-
nor capacidade crítica aumenta a vulnerabilidade a essas influên-
cias.
Embora haja muitos fatores que podem levar um adolescente a tentar tirar a
própria vida, é preciso sempre levar em conta a possibilidade de uma doença
mental. A maioria dos adolescentes que tentam o suicídio o faz por causa de
depressão, transtorno bipolar ou transtorno de personalidade limítrofe (boder-
line). (BOTEGA, 2021).
Botega (2021), ainda acrescenta que “esses distúrbios amplificam a dor que um
adolescente pode sentir. É por isso que qualquer adolescente com vontade suicida deve
ser tratado por um profissional médico”, sintetiza.
O diagnóstico da depressão pode ser feito pela análise dos sintomas pelo psiqui-
atra ou por um médico experiente, que diferenciará os sintomas de situações como
estresse, ansiedade (SENA, 2020). Portanto, alguns fatores de riscos são apresentados
pela literatura, que podem potencializar ou são protetores para os sintomas depressi-
vos, como a associação entre a presença de problemas psíquicos e agressividade, bul-
lying escolar e a dependência ao acesso à internet com uso de meios eletrônicos e os
ataques cibernéticos que afetam a integridade social dos adolescentes. (OTONI, 2021).
De acordo com Botega (2021), é necessário observar alguns mitos e verdades
sobre o suicídio:
Uma vez que alguém tenha ideias suicidas ele O pico do risco de suicídio frequentemente
permanecerá nessa condição para sempre. tem curta duração. Embora pensamentos sui-
cidas possam voltar, eles não serão perma-
nentes, e uma pessoa que tenha tido pensa-
mentos suicidas pode superar essa fase e ter
uma vida longa.
Pessoas idosas com doenças mentais são O comportamento suicida requer uma infelici-
suicidas em potencial. dade profunda, mas não necessariamente de-
sordem mental. Muitas pessoas com doenças
mentais não são afetadas por comportamen-
tos suicidas e nem todas as pessoas que tiram
a própria vida têm desordens mentais.
Falar sobre suicídios é uma má ideia e pode Em razão do grande tabu sobre o suicídio,
ser interpretado como encorajamento. pessoas que estão pensando em tirar a pró-
pria vida, não encontram com quem conver-
sar. Ao inverso de encorajar o comportamento
suicida, falar sobre o assunto abertamente
pode dar ao indivíduo outras opções ou
mesmo o tempo suficiente para que ela/ele re-
pense sua decisão, dessa maneira prevenindo
o suicídio.
Fonte: CVV, 2021.
Quando se notam alguns sinais que podem indicar uma intenção de suicídio,
é importante ter uma dose de segurança sobre a avaliação é correta. Em caso
afirmativo, o que se deve fazer é chamar o/a adolescente para uma conversa.
Essa conversa deve ser tão delicada quanto o assunto merece, o adulto deve
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enfatizar que está ali para tentar ajudar, mas o diálogo deve ser franco. (BO-
TEGA, CVV, 2021).
MITO VERDADE
Quem fala em tirar a própria vida Esse é um mito antigo. A ideia por tras dele é que quem fala
não o faz em se matar está apenas querendo chamar atenção e está
sobretudo carente de afeto. Estudos do MS, da OMS indi-
cam basicamente o contrário: a maioria das pessoas que di-
zem que pensam em tirar a própria vida tentam o suicídio
mesmo. Assim, quando alguém falar algo nesse sentido a
recomendação é que o assunto seja levado a sério. Se uma
pessoa está manifestando esse desejo, é porque precisa de
ajuda. Apenas a forma e a urgência dela é que precisam ser
avaliadas.
Levantar o assunto do suicídio O suicídio é uma ação extrema que uma terceira pessoa ra-
pode acabar dando uma ideia a ramente vai tocar nesse assunto antes que o adolescente já
quem não estava pensando nisso. pensado nele algumas vezes. Pelo horror que isso provoca,
as pessoas com intenções suicidas pensam várias vezes no
assunto antes de tomar uma decisão.
[...] se relacionar dá trabalho, seja com quem for, com os amigos, o chefe, os
colegas do serviço. E, na família, então, onde a interação é intensa e muito
próxima, além das diferenças de personalidade, o relacionamento é ainda
mais trabalhoso. Na vida social, por conta da interação pouco frequente, em
certas ocasiões, é possível disfarçar, não perceber ou deixar passar algumas
coisas. Mas no ambiente familiar é diferente. Os que são mais próximos têm
a oportunidade, pelo convívio constante e intenso, de se conhecer com maior
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O que indica que a presença de uma relação saudável da criança com seus
pais é um fator importante na prevenção do surgimento de sintomas depressivos, sa-
lienta-se a necessidade de uma maior divulgação sobre o tema nas escolas e unida-
des de saúde capacitando os profissionais que lidam com crianças, pois desta forma,
é possível prevenir e até mesmo diagnosticar precocemente o aparecimento de sinais
e sintomas que a criança apresentar e efetivar medidas visando o desenvolvimento
emocional saudável desta criança (PEREIRA, 2020)
É difícil e complexo prever quem poderá cometer o suicídio, e ideação suicida,
os familiares devem criar um canal de diálogo com o jovem, se colocando à disposição
para conversar quando necessário, o adolescente precisa sentir-se seguro e acolhido
em sua casa, com a certeza de que não será julgado o tempo todo por suas emoções,
o comportamento suicida é todo e qualquer ato por meio do qual uma pessoa causa
lesão a si própria, independente do grau de letalidade, é considerado comportamento
suicida. O comportamento suicida classifica-se em três categorias distintas: ideação
suicida, tentativa de suicídio e suicídio consumado (CUNHA et al, 2021).
A prevenção é a melhor maneira de lidar com a depressão, muitos estudos
estão sendo realizados por universidades de medicina para enfrentar essa doença da
melhor maneira, hoje achamos na mídia entrevistas importantes e preocupadas em
ajudar estes jovens, pois o índice de suicídio na adolescência vem aumentando no
Brasil e nos EUA prejudicando esses jovens ainda mais nesta fase de isolamento so-
cial (ANTONELI, 2021).
Falta de interesse por coisas que causavam prazer e agora não tem mais graça,
a violência na escola são problemas que vem preocupando os profissionais da edu-
cação, local onde as crianças passam grande parte do seu dia, são identificados mui-
tos problemas relacionados com o comportamento dos alunos, sendo o recreio o mo-
mento onde registram mais problemas relacionados ao bullying (BARROS, 2012).
A criança em seu estágio inicial de desejo em cometer suicídio demonstra sua
insatisfação com a vida através de suas atitudes, como se recusar a ir para a escola ou
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não querer brincar com seus jogos favoritos, ou em uma ação mais explícita, expres-
sando seu desejo pela morte através de palavras. Os pensamentos suicidas são cons-
tantes e a vontade de se expor ao perigo aumenta, levando muitas vezes essa criança
a praticar a automutilação ou fazer uso abusivo de álcool e drogas (MILLER 2003).
Miller (2003) ainda acrescenta que as principais medidas comprovadas de pre-
venção ao suicídio incluem limitar o acesso a meios (como pesticidas e armas de fogo),
identificação precoce, avaliação, manejo e acompanhamento de pessoas afetadas por
pensamentos e comportamentos suicidas, promoção de habilidades socioemocionais
de adolescentes e educação da mídia no relato responsável sobre suicídio.
Existem pesquisas sendo realizadas sobre adolescentes e os resultados apon-
tam para a criação de um programa de apoio nas escolas, com o objetivo de
promover o desenvolvimento de habilidades para que o adolescente consiga lidar
com as questões enfrentadas nessa fase, além de palestra psicoeducativa a
respeito dos temas que permeiam essa fase, que seja um espaço de acolhimento
e confiança para que os adolescentes possam falar sobre sentimentos e dificuldade,
por se tratar de um período de transição, a adolescência se caracteriza como um perí-
odo de amadurecimento, tanto físico, como psicológico, fazendo com que muitas vezes,
o adolescente possa se sentir confuso e inseguro, se não houver suporte emocional e
social neste período, as chances de depressão e suicídio podem aumentar (COSTA
2014)
De acordo com o psiquiatra Luiz Rojas, uma relação familiar positiva constitui um
fator de proteção contra o desenvolvimento de transtornos mentais na adolescência,
tornando importante a percepção dos pais sobre o tema.
Os vínculos são uma das principais chaves para prevenir inclinações suicidas
entre crianças e adolescentes. O apoio familiar é essencial, assim como as
relações sociais, em festas, na família, na escola, nos esportes, etc. Incenti-
var a criança ou adolescente a acreditar em si mesmo, estar aberto a ouvi-lo
e a compartilhar experiências, aprendizados e orientações também é primor-
dial. (ROJAS, 2019).
Algumas medidas podem ser tomadas para intervir na redução à solidão, criar
oportunidades para interação social, aumentar o suporte social pertencendo à uma co-
munidade, tratar a cognição social (ANTONELI, 2021).
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Duvidar – criticar – determinar, são atitudes que os jovens tem que aprender,
mas pra isso é necessário ter um movimento de governo, sociedade, famílias, educa-
dores com a finalidade de ensinar os jovens a trilhar seu caminho com coragem, sa-
bendo que vai enfrentar frustrações.
É relevante que hajam ações urgentes e concretas, pois o suicídio é um risco
eminente e uma problemática urgente de saúde pública, sua prevenção deve ser co-
locada como alta prioridade nacional, somente assim para se frear o alto índice de
morte entre os jovens.
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4 REFERÊNCIAS
CUNHA, Inês Bandeira, et al. A Depressão é uma doença que se trata. In:
https://www.adeb.pt/fies/upload/guias/a-depressao-e-uma-doenca-que-se-trata.pdf.
Acesso em setembro/2021.
NUNES, Marcel Vella. Quais são os principais perigos à saúde mental dos jovens
na atualidade? In: https://psiquiatria.hospitalsantamonica.com.br/wp-content/uplo-
ads/2020/03/ebook-saude-mental-dos-joves-hopsital-santa-monica.pdf. Acesso em
maio/2022.
Organização Mundial da Saúde - OMS. Uma em cada 100 mortes ocorre por suicídio,
revelam estatísticas da OMS. Artigo lançado em 17 jun 2021. Disponível em:
https://www.paho.org/pt/noticias/17-6-2021-uma-em-cada-100-mortes-ocorre-por-sui-
cidio-revelam-estatisticas-da-oms. Acesso em: setembro/2021.
PEREIRA, Genivalda da Silva; SILVA, Isabeline Caliary Costa da; OLIVEIRA, Maria
Graciela da Silva. Depressão infantil: a influência da ambiente familiar sobre o
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SIMÕES, R.M; FAÇANHA, J.D.N; ERSE, M.P.Q.; AMÉLIA, L; SANTOS, J.C. Preven-
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Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.) v.6 n.1 Ribeirão Preto – SP, 2010.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-
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