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PROF.

REGINALDO MILANI
 Conceito de Risco Ambiental
 Metodologia de Avaliação de Risco Ambiental.

 Plano de Contingência.

 Estudo de Caso.

 Conceito Básico de Impacto Ambiental.

 Conceito de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)

 Elaboração de EIA-RIMA.

 Contabilidade de Recursos Naturais.


 Nota da Prova ( P1 e P2) – peso – 60%

 Nota de Trabalhos - peso – 40%

 Obs:Os trabalhos serão distribuídos ao


longo do período semestral.
 O que é Risco Ambiental?
 “Podemos definir risco ambiental como a
magnitude e probabilidade de um efeito adverso
ocorrer.”

 Dessa forma, para se avaliar um risco, deve-se


determinar o dano (que tipo de dano o agente
causará) e a exposição (que população estará
exposta ao agente, a que concentração e a duração
da exposição)
 De acordo com a Society for Risk Analysis , é o
potencial de ocorrência de resultados adversos
indesejados para a saúde ou vida humana, para o
ambiente ou para os bens materiais.
 Formalmente, Risco pode ser definido como o

produto da probabilidade de ocorrência de um


determinado evento pela magnitude das
conseqüências:

 R=PxC
 Muito dos impactos negativos considerados nas
Avaliações de Impactos Ambientais somente se
manifestam em caso de funcionamento anormal do
empreendimento analisado. Por exemplo, durante a
operação de um duto de petróleo, não se espera
que os cursos d’água venham a ser poluídos com o
produto transportado e o aspecto ambiental
“emissão de óleo” normalmente não faz parte dos
problemas identificados.
 No entanto, se o duto romper, o petróleo poderá
contaminar o solo e os recursos hídricos
superficiais e subterrâneos.
 Assim,é necessário identificar o aspecto
ambiental “risco de vazamento de petróleo”.

 Da mesma forma, se a barreira impermeável


instalada na base de um aterro de resíduos
sólidos apresentar problemas, a água
subterrânea poderá ser poluída, mas se a
barreira funcionar adequadamente não se
esperam problemas com a qualidade das
águas.
 Perguntas do tipo: “ o que aconteceria se....”
são muitas vezes feitas ao se analisar a
viabilidade ambiental de um projeto.

O resultado do mau funcionamento do


empreendimento podem ser mais
significativos do que os impactos decorrentes
de seu funcionamento normal.
 São situações que tipificam risco ambiental.
 O risco ligado a acidentes tecnológicos é,
legitimamente, uma preocupação a ser levado
em conta na análise dos impactos ambientais
desses empreendimentos.
 Caso: industria química em Seveso, na Itália em

1976.
 Rompimento de uma válvula de um vaso de

pressão contendo solventes organoclorados.


 Gás elevou-se a 50 m, e na dispersão espalhou

dioxina em 1.430 ha.(Always e Aires)-1993.


 Outros riscos são menos evidentes, por
exemplo, a emissão de efluentes líquidos
contendo metais pesados ou determinados
compostos orgânicos representam uma situação
de risco.
 Exemplo: Baia de Minamata (Japão- 1958) –

lançamento de mercúrio usado como


catalisador usado no processo de produção do
cloreto de vinila, matéria prima do PVC.
 143 mortes, 899 reconhecidas como afetadas

pela doença de Minamata.


 Tambem a emissão contínua de poluentes no ar
representa situações reconhecidas de risco à saúde.
 Por exemplo, a incineração de resíduos sólidos
resulta na emissão de uma certa quantidade de
poluente no ar, mesmo com a utilização de sistemas
de controle e abatimento das emissões.
 É o caso do grupo de substâncias químicas conhecido
como dioxinas e furanos, reconhecidos como
carcinogênicos.
 A população que vive nas imediações de
incineradores esta exposta ao risco de contrair
doenças respiratórias ou mesmo câncer.
 No caso da Baia de Minamata, trata-se de riscos
crônicos, ao contrário daqueles decorrentes do mau
funcionamento tecnológico, que são riscos agudos.
 Para os dois tipos de riscos, agudos e crônicos, há
duas formas de análise de risco, uma voltada para
análise de situação aguda, como os acidentes
industriais ampliados, e outra para situações
crônicas , como a exposição da população a
agentes físicos (ruídos) ou químicos (como
substâncias químicas presente na água de
abastecimento doméstico)
 Kolluru (1993) prefere dividir a análise de risco em
três classes:
 Análise de Segurança (avaliação de risco
probabilística e quantitativa).
 Avaliação de riscos à saúde.
 Avaliação de riscos ecológicos.
 Embora o conceito de risco seja o mesmo, as
características de cada situação são tão diferentes
que levam ao desenvolvimento de diferentes
ferramentas. Entretanto, a análise de riscos
tecnológicos é privilegiada, pois guarda mais
proximidade com a avaliação de impacto ambiental
 TIPOLOGIA DE RISCOS AMBIENTAIS:

 1- Riscos Naturais:
1.1 – Atmosféricos.
1.2- Hidrológicos.
1.3- Geológicos.
1.4- Biológicos.
1.5 – Siderais.
 2 – Riscos Tecnológicos:
2.1 – Agudos.
2.2 – Crônicos.
 Riscos de origem atmosférica – aqueles oriundos de
processos e fenômenos atmosféricos. Podem ser de
temporalidade curta (tornados, tromba d’água,
raios, etc.) e temporalidade longa ( secas, etc.).
 Riscos de fenômenos hidrológicos - relativo aos
corpos hídricos (inundações..).
 Riscos Geológicos – podem ser divididos em
processos endógenos, como sismos e atividades
vulcânicas e os de origem exógena, como
escorregamentos, assoreamentos, processos
erosivos, etc...
 Riscos Biológicos – relativo à atuação de agentes
vivos, como organismos patogênicos.
 Riscos Siderais - que tem origem fora do planeta,

como a queda de meteoritos.


 O reconhecimento de um risco depende de
inúmeros fatores, dentre os quais inclui-se o tipo
de risco.
 No âmbito dos riscos tecnológicos, é mais facil

reconhecer um risco agudo do que um risco


crônico.
 Tal situação decorre primordialmente do fato de que
no primeiro caso, há facilidade de se estabelecer
uma relação entre causa e efeito, ou seja, o efeito é
imediato.
 No caso dos riscos crônicos, como o nome diz,
manifesta-se a médio e longo prazo.
 Por exemplo, um vazamento de navio traz efeitos
imediatos e visíveis, enquanto a liberação contínua
de pequenas quantidades de poluentes, não só
trazem efeitos de longo prazo, mas tambem tornar
incerta a conexão entre causa e efeito. Em tal
situação, o reconhecimento do risco é mais difícil.
 A gestão Ambiental utiliza vários termos do
palavreado comum, como impacto, avaliação,
ambiente e risco. Elas foram apropriadas do
vernáculo e fazem parte do jargão profissional
desse campo, criando diversas ambigüidades na
sua interpretação.

 Um dos termos mais recorrentes é o perigo.


 Existem uma gama variada de substâncias, ou

seres vivos perigosos, propriedades físicas e


situações que podem ser consideradas perigosas.
 Situações que não envolvam substâncias ou seres
vivos tambem podem representar um perigo: Ex-
Degradação do solo e as alterações de suas
principais características causado por práticas
incorretas de manejo do solo.
 Ex: Super exploração por culturas.
 Elementos antropicos podem se tornar perigosos em
diversas situações, em especial quando não estão
planejadas . Ex: o Abandono de uma construção sem
conservação pode levar a situações perigosas de
comprometimento da estabilidade das mesmas.
 Segundo Kolluru (1996), Risco é formado por um
conjunto de fatores, dentre eles a natureza do perigo,
acessibilidade ou acesso de contato (potencial de
exposição), características da população exposta
(receptores) e a probabilidade de ocorrência e
magnitude da exposição.
 Para que o risco de um evento que cause dano possa
acontecer, é necessário que exista algo ou alguém para
sofrer tal dano, e que necessariamente esteja ao
alcance de tal evento.
 Assim, um perigo só causa dano se existir um receptor
e uma via de exposição que ligue o perigo ao receptor.
 A avaliação de risco ambiental (ARA) é uma
atividade correlata à avaliação de impacto
ambiental (AIA), mas as duas se desenvolvem “em
contextos separados, por comunidades
profissionais e disciplinares diferentes”.
 A avaliação de risco é realizada em três etapas

diferentes:
 Identificação dos perigos.

 Análise das conseqüências e estimativas dos riscos.

 Gerenciamento dos riscos.


 Identificação dos perigos – determinar quais situações ou
condições tem o potencial de acarretar conseqüências
indesejáveis.
 Análise das conseqüencias e estimativa de risco - é uma
tentativa de estimar matematicamente as probabilidades de
um evento e a magnitude de seus efeitos.
 Avaliação dos Riscos - é a aplicação de um juízo de valor
para discutir a importância dos riscos e suas conseqüências
sociais, econômicas e ambientais.
 Gerenciamento dos Riscos - é um termo que engloba o
conjunto de atividades visando alternativas de minimização
dos riscos e suas conseqüências.
 O desenvolvimento tecnológico humano acontece através de
descobertas científicas.
 No entanto, todo avanço científico leva a um lugar comum
em todas as áreas: a incerteza.
 Os resultados almejados podem ou não ser alcançados e,
mesmo quando eles se positivam, conseqüências inesperadas
podem vir a aparecer devido à ignorância de fatos, tanto
benéficos como prejudiciais.
 Um exemplo seria o dos trabalhos pioneiros com
radioatividade, que permitiu diversas benesses em inúmeros
campos do conhecimento, e ao mesmo tempo causou a
morte de vários pesquisadores.
 Podemos enumerar outra descoberta que produziu
efeitos negativos, qual seja, a invenção da dinamite
por Alfred Nobel.

 O grande porte das instalações industriais a partir


da Revolução Industrial, aliado ao aumento da
população acarretou um elevado potencial de
danos, tanto ambientais como materiais e humanos.
 Esses fatores proporcionaram o surgimento de

subprodutos indesejáveis, posteriormente


chamados de contaminantes.
 A chave na busca de soluções para esse dilema, a
Avaliação de Riscos Ambientais, tem se tornado um
instrumento transparente e igualitário, o qual fornece
as informações necessárias para que se possam
tomar decisões bem fundamentadas e se busque o
equilíbrio sócio-ecológico.
 As diferenças entre as Nações, suas leis e costumes
são enormes, assim como seu grau de
desenvolvimento.
 Desse modo não é de se estranhar que a percepção
dessa realidade seja desigual, mas motivada pela
mesma causa: os grandes acidentes.
 Esta combinação perigosa levou e ainda leva a diversos
problemas, muito dos quais se perpetuam no tempo e
podem apresentar resultados irreversíveis para o
ambiente em diversas magnitudes, desde local, como o
desaparecimento de uma espécie endêmica até global
como a intensificação do Efeito Estufa.
 A necessidade de se minimizar os riscos aos danos
ambientais provenientes do progresso econômico e
social esta cada vez mais claro, apesar de ser muito difícil
quantificar e julgar a relação humana com o meio, assim
como a ponderação entre a proteção ambiental e o
impacto sobre o crescimento.
 ESTIMATIVA DE RISCO – é uma tentativa de estimar
matematicamente as probabilidades de um evento e
a magnitude de suas conseqüências.
 AVALIAÇÃO DE RISCO – é a aplicação de um juízo
de valor para discutir a importância dos Riscos e
suas conseqüências sociais, econômicas e
ambientais.
 GERENCIAMENTO DE RISCO – é uma ferramenta que
utiliza os resultados provenientes da Avaliação de
Risco em prol de diminuir as chances e as
conseqüências dos Riscos (Carpenter-1995).
 Em uma análise de Risco, alem de se buscar
identificar os perigos e estimar o risco, ou seja,
estimar matematicamente as probabilidades de
ocorrência do evento e a magnitude das
conseqüências, deve-se propor medidas de
gerenciamento (preventivas e ações de emergência no
caso do acidente ter ocorrido).
 Os estudos de Risco podem ser integrados ao EIA ou
ser conduzidos como avaliação em separado do EIA.
 No Estado de São Paulo, a ARA é analisada em
separado, pela CETESB, enquanto o EIA é analisado
pelo DAIA-SMA.
 Analise de Risco - é um estudo que visa a
identificação dos perigos de uma atividade, projeto
ou área, seguido pela estimação do risco existente
para possíveis receptores, podendo ser tanto bens,
pessoas ou meio ambiente.

 O seu objetivo é propor medidas de gerenciamento,


tanto preventivas quanto ações emergenciais em um
eventual acidente, em prol de diminuir o risco e
minimizar as conseqüências adversas (dano).
 Etapas da análise de Risco:

A) Caracterização do Empreendimento e da Região:


 O primeiro passo para a realização da Análise de

Risco é a compilação de dados relativo às


características do empreendimento, incluindo o
máximo de informações sobre atividades
desenvolvidas, servindo como base para o
desenvolvimento do trabalho.
 1 - Da Região:

1.1 – Descrição física e geográfica da região.


1.2 – Características Climáticas.
1.3 – Mananciais.
1.4 – Áreas Litorâneas (se for o caso).
1.5 – Fauna e Flora da Região.
1.6 – Distribuição Populacional da Região.
 2 – Do Empreendimento:

2.1 – Descrição Física e layout da instalação, em


escala.
2.2 – Carta Planialtimétrica que apresentem a
circunvizinhança ao redor da instalação.
2.3 – Substâncias químicas identificadas através da
nomenclatura oficial e número CAS, incluindo
quantidades, formas de movimentação,
armazenamento e manipulação, contemplando suas
características físico-químicas e toxicológicas.
2.4 – Descrição do processo e rotinas operacionais,
se ainda em operação.

2.5 – Apresentação de plantas baixas das unidades e


fluxogramas de processos, de instrumentação e de
tubulações.

2.6 – Sistema de proteção e segurança.


 B) Identificação dos Perigos:
 Esta etapa visa identificar os perigos, desde

substâncias, situações, procedimentos, falhas de


operação, desastres naturais, sabotagens ou
eventual seqüência de eventos que possam causar
danos, incluindo cenários acidentais hipotéticos a
serem estudados de forma detalhada.

 Deve-se descobrir com que freqüência tais eventos


podem ocorrer, pois é uma informação necessária
para o calculo numérico do risco ambiental.
 Para a identificação dos perigos existem várias
técnicas, variando com as particularidades de cada
empreendimento.

 Sanches (2006) diz que diversas análises de risco


ambiental não vão alem dessa etapa, passando
direto para a preparação de um plano de
gerenciamento, relacionado ao empreendimento de
baixa complexidade e/ou pouca periculosidade.
 1) Análise Histórica de Acidentes - Consiste no
levantamento de acidentes ocorrido em instalações
de mesma tipologia, utilizando-se bancos de dados
de acidentes ou referências bibliográficas
específicas, conseguindo assim um panorama do
que se pode esperar de perigo no empreendimento
em questão.
 2) Método “ E se ??” (What if ?) - É aplicado
principalmente para processos simples, revendo
cada etapa da operação desde a matéria prima até o
produto final.
 A cada atividade do processo, perguntas “ e se ?”

são formuladas e respondidas, buscando a


identificação de eventos indesejados como falhas
de componentes ou erros de procedimento, sendo
utilizado por especialistas experientes na tipologia
do empreendimento.
 3) Lista de Verificação - Para processos mais
complexos, pode ser elaborada uma metodologia
semelhante a “ e se ..”, mas utilizando-se de uma
seqüência lógica de questões para avaliar as
condições de segurança de uma instalação por meio
de suas condições físicas, equipamentos utilizados
e das operações praticadas
 4) Análise Preliminar de Riscos ou análise preliminar
de perigos (Preliminary Hazard Analysis-PHA).
 É uma técnica que foi desenvolvida especificadamente
para aplicação nas etapas de planejamento de
projetos, visando a uma identificação precoce de
situações indesejadas, o que possibilita adequação
do projeto antes que recursos de grande monta
tenham sido comprometidos.
 Trata-se, portanto de uma técnica de potencial
emprego em estudos de impacto ambiental, pois não
exige detalhamento da instalação industrial a ser
analisada.
 Preparam-se planilhas nas quais para cada perigo
identificado, são levantados suas possíveis causas,
efeitos potenciais e medidas básicas de controle
aplicáveis( preventivas ou corretivas)

 Alem da identificação, os perigos são tambem


avaliados com relação à freqüência de ocorrência e
grau de severidade de suas conseqüências.
 A análise preliminar de perigos pode ser uma etapa

inicial, seguidas de outras ferramentas de análise.


 5) Análise da arvore de falhas (Fault Tree Analysis-
FTA) – é uma técnica dedutiva que parte da montagem
de um diagrama com bifurcações sucessivas – por
exemplo: um sistema de alimentação de água pode
falhar por falta de água no reservatório ou por falha no
sistema de bombeamento; este, por sua vez, pode
falhar em cada uma das bombas.
 O método permite análise quantitativa, atribuindo-se
probabilidades a cada evento, determinando a taxa de
falha de cada componente do sistema.
 O método foi desenvolvido para as industrias
aeronáutica e espacial.

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