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de Riscos
Roger Abdala
Inclui bibliografia
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Unidade I 7
Introdução
1.1. Conceitos de Análise de Acidentes
1.2. Riscos
1.3. Fatores que determinam o risco
1.4. Controle das Exposições
1.5. Controle do comportamento
1.6. Análise de acidentes específicos
1.7. Tipos de Análises
1.8. Fases de uma análise
Unidade II 27
Controle de Riscos
2.1. Teoria das Causas de Acidentes
2.1.1 Teoria do dominó
2.1.2 Teoria da causalidade múltipla
2.1.3 Teoria da casualidade pura
2.1.4 Teoria da probabilidade tendenciosa
2.1.5 Teoria Propensão de acidente
2.1.6 Teoria da transferência de energia
Unidade III 35
Sistema De Gestão De Riscos
3.1. Fundamentos da Gestão de Riscos
3.2. Política de Controle e Gestão de Riscos
3.3. Diretrizes de Controle e Gestão de Riscos
3.4. Estratégias de Controle e Gestão de Risco
3.5. Sistema Organizacional e Operacional de Gestão de
Riscos
3.6. Implementação e Operação
3.6.1. Recursos, funções, responsabilidades, prestações de
contas e autoridades
3.6.2. Competência, treinamento e conscientização
3.6.3. Comunicação, participação e consulta
3.6.4. Documentação
3.6.5. Controle de documentos
3.7. Controle operacional
3.8. Metodologia de Controle e Gestão de Riscos
3.9. Programas de Controle e Gestão de Riscos
3.10 Monitoramento de riscos
Unidade IV 85
Análise E Controle De Riscos
4.1. Identificação de Perigos
4.2. Avaliação de riscos
4.2.1.Preparação e resposta a emergências
4.3. Verificação
4.3.1. Monitoramento e medição do desempenho
4.3.2. Avaliação do atendimento a requisitos legais e outros
4.3.3. Investigação de incidente, não conformidade, ação
corretiva e ação preventiva
4.4. Não conformidade, ação corretiva e ação preventiva
4.4.1. Controle de registros
4.4.2. Auditoria Interna
4.5. Análise Crítica Pela Direção
4.4. Melhoria Contínua do SGSST
4.5. Certificação Do SGSST
Referências
Unidade I
1. Introdução
7
cuja eficiência na gestão da segurança do trabalho já
está comprovada.
É importante ressaltar que, às vezes, duas con-
dições que notadamente são tidas como seguras
quando separadas, podem tornar-se inseguras quan-
do combinadas. O comportamento dos trabalhado-
res varia de acordo com o ambiente e o meio físico
nos quais se encontram. Por exemplo, máquinas de
serrar provocam numerosos acidentes quando co-
meçaram a serem utilizadas a partir de 1960, devido
a um movimento perigoso conhecido como “retro-
cesso”, o qual ocorria de surpresa quando os dentes
da ferramenta encontravam um ramo, um nó ou um
ponto de maior dureza na madeira.
O “retrocesso” foi responsável por centenas de
mortes e ferimentos antes da invenção de um meca-
nismo de proteção. Este mecanismo de proteção foi
adotado e resultou em um enorme avanço na preven-
ção de acidentes causados pelo uso de serras de corte.
Qualquer pessoa que já usou uma máquina
ruidosa, instável e afiada sabe por experiência que
elas são muito perigosas. Daí a cautela extrema
que os novatos possuem ao usá-las. No entanto,
depois de muitas horas de trabalho, os trabalha-
dores acabam perdendo consciência do perigo e
começam a usar a serra com menos cuidado. Algo
semelhante acontece com o dispositivo de prote-
ção. O trabalhador, ao saber da existência de um
8
mecanismo de proteção, pode se tornar menos
cauteloso ao executar suas atividades.
Classificar os comportamentos e as condições de
trabalho em seguros ou inseguros resulta em atrasos
na prevenção e em análises de controle e gerência de
riscos. Espera-se que os profissionais focalizem-se na
gestão dos sistemas que podem resultar na prevenção
de acidentes de trabalho. Se houver uma compreensão
sobre as características das pessoas, do ambiente físi-
co de trabalho, da tecnologia e da organização, haverá
avanço considerável na prevenção de acidentes. Estes
exemplos destacam a natureza dinâmica das pessoas e
do trabalho. Se um componente for alterado, o outro
não permanece inalterado e o efeito final sobre segu-
rança pode ser difícil de prever.
A divisão simples dos comportamentos e das
condições entre seguros e não seguros não contribui
no avanço de ações na área de prevenção e seguran-
ça do trabalho.
Se nós compreendermos que as pessoas, suas ta-
refas, os equipamentos utilizados e o ambiente de tra-
balho compõem um sistema dinâmico, aí sim teremos
como avançar de maneira considerável na prevenção
de acidente e outras não conformidades de trabalho.
Os seguintes exemplos expõem a natureza di-
nâmica do trabalho. Se um componente ou outro for
modificado, há mudanças definitivas na segurança,
dificultando a antecipação de ações de segurança.
9
Na aviação e em outros sistemas nos quais a fa-
bricação automatizada é elevada, foi observado que
um aumento ainda maior na automatização dos pro-
cessos de trabalho não necessariamente gerou uma
melhoria da segurança.
Por outro lado, trabalhadores com pouco tempo
de experiência ou novatos comumente não compreen-
dem todas as funções das máquinas tão bem quanto
àqueles mais experientes. Desconhecimentos dos pro-
cessos por parte dos trabalhadores, em geral, podem
aumentar o nível de acidentes. Isso também ocorre
quando o trabalhador é muito autoconfiante e, por ve-
zes, ignora procedimentos básicos de segurança.
Tradicionalmente, a prevenção tem sido ba-
seada na aprendizagem de acidentes e quase aci-
dentes para investigar separadamente suas causas
e podermos tomar medidas para reduzir ou elimi-
nar os acidentes de trabalho. O problema é que,
na ausência de teorias apropriadas, não somos
capazes de desenvolver métodos de pesquisa que
permitam gerir todos os fatores importantes para
a prevenção. A aplicação de métodos e técnicas de
pesquisa pode fornecer um diagnóstico bastante
preciso das causas de acidentes, mas sempre se li-
mitando ao caso específico analisado. É possível
que existam condições e fatores envolvidos nas
causas de acidentes aos quais os pesquisadores
não compreendam ou identifiquem e a generali-
10
zação dos resultados de um acidente para outras
situações por si só é um risco de análise.
De maneira positiva, é notável que, atualmen-
te, há progressos significativos na área de gestão de
segurança com base na previsão e antecipação de
riscos. Desenvolveram-se várias técnicas e análise
as quais fazem parte da rotina de análises de ris-
co na área de segurança do trabalho. A partir deste
fato outros estudos sistemáticos são usados para
identificar os riscos potenciais e tomar medidas
apropriadas preventivas.
Um dos mais recentes avanços na gerência
de riscos é o conceito de cultura de segurança.
A cultura não é uma entidade tangível. Ela é um
conceito abstrato, mas é presente em todas as or-
ganizações e na sociedade. É crucial estudarmos
sobre cultura de segurança para compreender as
possibilidades de prevenção.
11
na pode evitar que lesões ocorram ou que esta cadeia
de eventos resulte em algo errado.
A intervenção humana deve ser levada em con-
sideração ao avaliar a extensão total dos riscos no
local de trabalho. A suposição de que eventos que
acabam produzindo lesões são exclusivos de alguns
locais de trabalho deve ser reavaliada. Além disso, a
magnitude do problema deve ser determinada de-
pendendo da existência de riscos e a frequência e
resultados de acidentes e de quase acidentes.
Em caso de acidente, a magnitude do proble-
ma pode ser estimada comparando o número de
acidentes (taxa de incidência) com a sua gravidade
(dias de trabalho perdidos). No entanto, se há pre-
tensão de realizar um cálculo estimado, os estudio-
sos e os profissionais da área de segurança do tra-
balho deverão avaliar a presença de fatores de risco
no ambiente de trabalho, ou seja, daqueles fatores
que podem provocar acidentes.
Um panorama completo pode ser obtido apli-
cando-se um sistema global de análise e registros. A
aplicação de um sistema de gerenciamento de riscos
pode facilitar a compreensão das relações básicas e
essenciais para compreender as causas dos acidentes.
A determinação de fatores de risco é essen-
cial para estimar com precisão a magnitude das
não conformidades de trabalho ou dos riscos ocu-
pacionais que são a gênese de acidentes. É possí-
12
vel conhecer os fatores de risco mais importantes
analisados quando se tem informações detalhadas
sobre cada parte da situação dos trabalhadores e
os trabalhadores no momento do acidente, o que
estavam fazendo e manipulando. Isso significa
estabelecer parâmetros de compreensão sobre o
que eles usaram, o que causou danos e lesões e
outras questões relacionadas.
1.2. Riscos
13
máquinas ruidosas durante períodos prolongados, o
que pode causar danos na capacidade de audição.
14
• Exposições fisiológicas (cargas pesadas, pos-
turas inadequadas ou trabalho repetitivo);
• Exposições biológicas (vírus, bactérias, fun-
gos, sangue ou animais);
• Exposições psicológicas (trabalho em iso-
lamento, ameaça de violência, assédio, horários de
trabalho variáveis, requisitos de trabalho incomum).
O conceito de fator nocivo está relacionado ao
acidente de trabalho, uma vez que é neste ambiente
que ocorre o dano aos trabalhadores. Além disso, o
fator nocivo corresponde aos locais nos quais eles
estão expostos ao tipo de ações que provocam le-
sões agudas. O dano ou prejuízo é reconhecido ime-
diatamente no momento em que estas lesões ocor-
rem, porque são fáceis de identificar. A dificuldade
inerente a este tipo de dano encontra-se no contato
inesperado da vítima com o agente de lesão.
Seguem exemplos de alguns dos fatores sus-
ceptíveis a causar interferência prejudicial, aciden-
tes com lesões e que são muitas vezes relacionadas
com várias formas de fontes de energia ou ativida-
des ocupacionais:
• Ligados às operações de corte de energia, ci-
são ou raspagem, normalmente relacionadas com
objetos pontiagudos, como facas, serras e ferramen-
tas de última geração;
• Ligados às operações de prensagem e com-
pressão de energia, normalmente aplicado a vários
15
tipos de máquinas de moldagem, como prensas e
ferramentas de fixação;
• Conversão de energia cinética em energia po-
tencial: por exemplo, quando alguma coisa atinge ou
cai em um trabalhador;
• Conversão da energia potencial para uma
energia individual cinética, como quando um traba-
lhador cai de um lugar alto para um inferior;
• Aquecimento e refrigeração, eletricidade, som,
luz, radiação e vibração;
• Tóxicos ou corrosivos;
• Energia pelo qual o corpo é submetido a es-
tresse excessivo, e movimentação de cargas pesadas
ou torção do corpo;
• Fatores mentais e estresse psicológico, como a
ameaça de violência.
16
• Medidas de segurança de eliminação e substi-
tuição: os perigos do lugar de trabalho em forma de
fontes de exposição ou outros fatores nocivos po-
dem ser eliminados ou mitigados mediante a substi-
tuição (por exemplo, de um produto químico menos
danoso pode ser utilizado no lugar de outro mais
prejudicial). Deve-se levar em conta que esta medida
não é possível em todos os casos, e que as ditas fon-
tes e fatores sempre estarão presentes no ambiente
(principalmente no ambiente de trabalho).
• Medidas técnicas de segurança: Muitas vezes cha-
madas de controles técnicos, consistem em colocar pes-
soas separadas dos fatores prejudiciais, pelo isolamento
dos elementos danosos ou a instalação de elementos de
barreiras entre os trabalhadores e os fatores que podem
causar ferimentos. A automação, o controle remoto, o
uso de equipamentos de proteção e auxiliares e a prote-
ção de máquinas são exemplos deste tipo de medidas.
• Medidas de segurança relacionadas com a or-
ganização: Eles também são conhecidos como ad-
ministrativos e consistem em isolar as pessoas de fa-
tores prejudiciais, seja através da adoção de métodos
de trabalho especiais ou da separação no tempo ou
no espaço. Alguns exemplos dessas medidas incluem
a redução do tempo de exposição, os programas de
manutenção preventiva, o isolamento de trabalha-
dores com equipamentos de proteção individual e a
organização eficaz do trabalho.
17
1.5. Controle do comportamento
18
oportunidades técnicas e organizacionais (bem como
físicas e psicológicas) que se presta para a ação. A di-
reção, os supervisores e os integrantes do ambiente
geral de trabalho devem apoiar o programa de segu-
rança e lidar com os riscos assumidos, a concepção
e implementação de métodos de trabalho tendo em
vista a segurança, a utilização segura de ferramentas
apropriadas, à definição clara das tarefas, a criação e
o monitoramento dos procedimentos de segurança
e fornecendo instruções claras sobre o modo mais
seguro de lidar com materiais e equipamentos.
• A vontade de agir com segurança: No que diz
respeito ao arranjo de trabalhadores a se comportar
de maneira a garantir a segurança no local de tra-
balho, os fatores técnicos e de organização são de
grande importância, mas também o são, e não me-
nos importante, os fatores de tipo social e cultural.
Comportar-se de forma segura, resulta, por exemplo,
em dificuldades ou requerem muito tempo, ou não
é bem considerado ou valorizado pela administração
ou por seus companheiros, os riscos aumentam. A
direção deve mostrar claramente o seu interesse pela
segurança, tomar as medidas adequadas para priori-
zar e demonstrar uma atitude positiva em relação à
necessidade de um comportamento seguro.
A informação sobre as causas de acidentes
cumpre os seguintes objetivos:
• Exibe os erros e indica o que precisa mudar.
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• Indica os tipos de fatores prejudiciais que cau-
sam acidentes (ou quase acidentes) e detalha as situ-
ações que dão origem a danos e lesões.
• Identifica e descreve as circunstâncias sub-
jacentes que determinam a presença de potenciais
perigos e situações risco, cuja modificação ou elimi-
nação beneficia a segurança ocupacional.
Uma análise exaustiva dos danos, das lesões e
das circunstâncias as quais se produzem os acidentes,
facilita a aquisição de informações do tipo geral. Da-
dos de outros acidentes semelhantes podem facilitar
alguns fatores importantes, mas gerais, revelando as-
sim relações causais cuja determinação não é imedia-
ta. Por outro lado, a informação específica e detalhada
que fornece ao estudo de acidentes concreto e ajuda
a estabelecer as circunstâncias precisas que devem ser
consideradas. O estudo de uma lesão específica geral-
mente fornece dados que não podem ser conseguidos
com uma análise geral, mas este, ao mesmo tempo,
pode indicar fatores que o estudo individual nunca
mostraria. Os dados obtidos com estes dois tipos de
análise são importantes para facilitar a determinação
de relações causais evidentes e diretas em cada caso.
20
terminar as causas de um acidente e os fatores de
trabalho específico que contribuíram para a sua
ocorrência. Permite avaliar até que ponto se havia
determinado o risco e decidir sobre as medidas
de segurança técnicas e organizacionais a serem
tomadas, assim como determinar se uma maior
experiência no posto de trabalho poderia ter di-
minuído esse risco. Fornece ainda uma visão mais
clara das ações que poderiam ter evitado o risco
e a motivação necessária dos trabalhadores para a
sua realização.
Em segundo lugar, se adquirem conhecimen-
tos que servem para analisar acidentes semelhan-
tes no âmbito da empresa e em outros mais gerais.
Neste sentido, é importante para coletar dados so-
bre o que se segue:
• Identidade do local de trabalho e a atividade
ocupacional em si, ou seja, informações relativas ao
setor ou indústria, ramo de atividade, e os processos
e as tecnologias que caracterizam o trabalho;
• Natureza e gravidade do acidente;
• Fatores causadores do acidente, como fontes
de exposição, forma como aconteceu e situação de
trabalho específica que o desencadeou;
• Condições gerais do local de trabalho e da si-
tuação de trabalho (incluindo os fatores citados an-
teriormente).
21
1.7. Tipos de Análises
22
aplicação de medidas corretivas e nas iniciativas de
prevenção específicas.
• Análise para descobrir que áreas especiais têm
despertado curiosidade por alguma razão (uma for-
ma de análise de revisão ou controle): São exemplos
deste tipo de estudo as análises da incidência de um
determinado risco de lesão ou descoberta de um ris-
co não previamente identificado durante o exame de
outro fator de risco previamente conhecido.
23
Análise Geográfica
Análise Empresarial
24
Exercícios
4. Defina “acidente”.
25
Unidade II
2. Controle de Riscos
1
Organização: companhia, corporação, firma, empresa, instituição ou associa-
ção, ou parte dela, incorporada ou não, pública ou privada, que tem funções e
estrutura administrativa
27
2.1. Teoria das Causas de Acidentes
28
2. Falha do trabalhador;
3. Ato inseguro ligado a riscos mecânicos e físicos;
4. Acidente;
5. Danos ou lesão.
29
Embora Heinrich não ofereça qualquer evidên-
cia em apoio de sua teoria, esta apresenta um ponto
de partida útil para a discussão e uma base para fu-
turas pesquisas.
30
tude incorreta, a falta de conhecimentos e uma con-
dição física e mental inadequada.
Ambientais: nesta categoria incluem-se a pro-
teção inapropriada de outros elementos de trabalho
perigosos e a deterioração dos equipamentos por
uso e a aplicação de procedimentos inseguros.
A principal contribuição desta teoria é mostrar
que um acidente raramente ocorre com o resultado
de uma única causa de ação.
31
vimento de ações medidas para prevenir acidentes
é escassa ou ausente.
32
O controle de energia pode ser conseguido das
seguintes formas:
• Retirada da fonte;
• A mudança do desenho ou especificação dos
elementos do posto de trabalho,
• Manutenção preventiva.
A trajetória da transferência de energia pode ser
modificada mediante:
• Isolamento da trajetória;
• Instalação de barreiras;
• Instalação de elementos de absorção,
• Colocação de isolamento.
A adoção das seguintes medidas pode ajudar ao
receptor da transferência de energia:
• Limitação da exposição,
• Uso de equipamentos de proteção individual.
33
Exercícios
34
Unidade III
3. Sistema De Gestão De Riscos
35
atividades produtivas surgiu às normas de gestão da
SST (SEIFFERT, 2008, p. 11). Ou seja, com base
em tal realidade, houve-se a necessidade de um Sis-
tema de Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho
(SGSST), o qual permite a uma organização contro-
lar seus riscos de acidentes e doenças ocupacionais e
consequentemente melhorar o desempenho da SST
(OHSAS 18001, 2007, p. 11).
Para tanto, foi desenvolvida a norma OHSAS
18001 (Occupational Health and Safety Series – Sé-
rie de Avaliação da Segurança e Saúde no Trabalho),
com a primeira versão publicada em 1999 e a se-
gunda versão revisada e publicada em 2007, a qual
é acompanhada pela OHSAS 18002 (Diretrizes para
implementação da OHSAS 18001). A OSHAS 18001
foi desenvolvida devido à necessidade de uma nor-
ma reconhecida em Sistema de Gestão da Segurança
e Saúde no Trabalho (OHSAS 18001, 2007, p. 05).
O SGSST é baseado no ciclo PDCA (Plan-Do-
-Check-Act = (Planejar-Executar-Verificar- Atuar)
(OHSAS 18001, 2007, p. 09).
Segundo MARSHALL JUNIOR (2006, p. 88):
36
consolidando a padronização das práticas. As quatro fa-
ses são mostradas na figura e explicadas a seguir:
37
• Execução (Do): É preciso fornecer educação e
treinamento para execução dos métodos desenvol-
vidos na fase de planejamento do SGSST. Ao longo
da execução devem-se coletar os dados que serão
utilizados na fase de verificação;
• Verificação (Check). É quando se verifica se o pla-
nejado foi consistentemente alcançado através da
comparação entre as metas desejadas e os resultados
obtidos. Normalmente, usa-se para isso ferramentas
de controle como folhas de verificação, histogramas,
entre outras. É importante ressaltar que essa com-
paração deve ser baseada em fatos e dados e não
opiniões ou intuição;
• Agir corretivamente (Act): Nessa fase têm-se duas
alternativas. A primeira consiste em buscar as causas
fundamentais a fim de prevenir a repetição dos efei-
tos indesejados, no caso de não terem sido alcança-
das as metas planejadas. A segunda, em adotar como
padrão o planejado na primeira fase, já que as metas
planejadas foram alcançadas.
38
Figura 6 - Modelo de SGSST baseado no ciclo PDCA (Fonte: OHSAS 18001,
2007, p. 09).
39
a) O acidente é um fenômeno de natureza mul-
tifacetada, que resulta de interações complexas entre
fatores físicos, biológicos, sociais e culturais;
b) Todos os acidentes podem ser evitados;
c) O controle de riscos de uma atividade não pode
ser controlado por uma pessoa de maneira isolada.
Vale ressaltar que o princípio de que todo aci-
dente pode ser evitado não está relacionado a aci-
dentes catastróficos, como terremotos, maremotos,
queda de aviões, etc. Ou seja, estudaremos este prin-
cípio relacionando-o com situações de riscos ineren-
tes ao desenvolvimento da atividade.
E qual o objetivo de um sistema de gerencia-
mento e controle de riscos ou, de maneira mais sim-
plificada, de uma gestão de riscos? Vejamos:
O objetivo da gestão de riscos é manter os riscos
associados à organização abaixo dos valores tolerados.
40
a) A preservação da vida e da segurança do pes-
soal tem prioridade sobre a preservação dos bens;
b) Responsáveis por uma atividade ocupacional
devem ser responsáveis também pelos riscos decor-
rentes desta atividade.
41
Figura 8 - Exemplo de Programas de Gestão da SST (Fonte: BENITE, 2004,
p. 56).
42
O programa “5S” é um dos mais difundidos
nas organizações, se devidamente implementado,
é um dos programas que podem ser utilizados no
SGSST. É praticamente impossível encontrar uma
fábrica japonesa suja e desorganizada, fato que era
corriqueiro no Japão derrotado pós-guerra. Foi no
final da década de 1960 que nasceu o movimento 5S,
como parte do esforço empreendido para recons-
truir o país, contribuindo, assim, em conjunto com
outros métodos e técnicas, o reconhecimento da
poderosa inscrição “made in Japan” (MARSHALL
JUNIOR, 2006, p. 115).
“O 5S é uma filosofia voltada s mobilização
dos profissionais, através da implementação de mu-
danças no ambiente de trabalho, incluindo a elimina-
ção de desperdício, arrumação de salas e limpeza.”
(MARSHALL JUNIOR, 2006, p. 116).
43
O objetivo principal do 5S é mudar a maneira
de pensar dos profissionais, buscando que tenham
um comportamento melhor em toda a vida, seja
profissional ou familiar. Incentivando a capacida-
de criativa de cada colaborador da organização. A
metodologia das atividades está divida em sensibili-
zação e perpetuação, e a efetiva implementação do
programa ocorre em duas fases (MARSHALL JU-
NIOR, 2006, p. 117):
44
Como resultado o programa pode proporcio-
nar: eliminação de estoques intermediários; elimi-
nação de documentos sem utilização; melhoria nas
comunicações internas; melhorias nos controles e na
organização dos documentos; maior aproveitamen-
to dos espaços; melhoria do layout; maior conforto
e comodidade; melhoria do aspecto visual da área;
mais limpeza em todos os ambientes; padronização
dos procedimentos; maior participação dos profis-
sionais; economia de tempo e de esforços; melhoria
geral do ambiente de trabalho; entre outros. (MAR-
SHALL JUNIOR, 2006, p. 119).
45
3.4. Estratégias de Controle e
Gestão de Risco
46
pel preponderante para o desenvolvimento de uma
cultura de segurança, e no nosso caso, uma cultura
que vise estabelecer critérios de um trabalho seguro,
analisando-se os riscos inerentes das atividades pro-
fissionais desenvolvidas na organização e o conse-
quente controle dos possíveis riscos produzidos por
estas atividades.
A liderança deve, portanto, investir seu próprio
tempo para o desenvolvimento da segurança orga-
nizacional.
47
ceber este apoio, controlar, por sua vez, os riscos de
sua interação, ou seja, um controle micro dos riscos.
Para exemplificar o exposto, pode-se dizer que
deve haver um equilíbrio entre a política de saúde
e segurança ocupacional da organização e a busca
pela produtividade e competitividade empresarial.
Uma organização não deve priorizar o lucro fren-
te à saúde e segurança dos seus trabalhadores. De-
mandas de trabalho não devem subjugar a capaci-
dade física e cognitiva do indivíduo e da equipe de
trabalho como um todo.
Quando isso ocorre, situações de risco aumen-
tam, pois o trabalhador não reconhece sua impor-
tância organizacional, busca reduzir sobrecargas psí-
quicas com eventuais reclamações de seus superiores
imediatos e mediatos ao não satisfazer as imposições
pesadas de produção e comumente acabam por au-
tomatizar atitudes, esquecendo-se de cumprir etapas
de segurança e, em alguns casos, preferem burlar es-
tes procedimentos de segurança em busca de ganhos
que, em sua opinião, são maiores, como conseguir
cumprir a produção diária imposta por seu líder ime-
diato, ou seja, assume o risco ao em vez de cumprir
as regras de segurança.
Erra ele por pensar desta forma e erra a or-
ganização por permitir que a demanda de produ-
ção seja mais valorizada do que o cumprimento
de um trabalho seguro e por permitir que haja
48
uma sobrecarga de trabalho física e psíquica no
ambiente de trabalho.
A estrutura organizacional deve, ao contrário,
dar suporte e apoio aos colaboradores da organiza-
ção no que tange ao exercício de atividades seguras.
Em geral, as empresas possuem uma equipe especia-
lizada de saúde e segurança do trabalho que dá este
apoio e suporte para as outras unidades e setores da
organização. Esta equipe especializada deve contri-
buir para a segurança da organização, para o cumpri-
mento das diretrizes de segurança e para o alcance
dos objetivos e missão organizacional.
Cabe a esta equipe incentivar todos os compo-
nentes e indivíduos da organização o entendimento
de que ela não é a única responsável pela manutenção
de um ambiente seguro, ou seja, a equipe de saúde e
segurança do trabalho de uma organização incentiva
cada trabalhador a entender que ele também é res-
ponsável pela segurança, ou seja, a equipe gerencia a
segurança macro e o trabalhador a segurança micro,
considerando sua função e seu posto de trabalho.
Uma sugestão para que haja um trabalho coeso
e que contribua para esta relação de responsabilida-
des macro e micro é a criação e o trabalho constante
de comitês de segurança e saúde ocupacional na or-
ganização, fazendo com que cada membro do comi-
tê assuma responsabilidades que contribuam para a
atuação holística da saúde e segurança ocupacional.
49
Os comitês de saúde e segurança do trabalho são cons-
tituídos pelo dirigente de uma unidade organizacional e
seus imediatos, começando pelo número um da organi-
zação, com seu corpo gerencial, e terminando com os
supervisores de primeira linha e sua equipe de execu-
tantes. Nesses comitês são tratados temas de seguran-
ça relativos às áreas de responsabilidade de seus com-
ponentes. Os comitês interfuncionais são constituídos
por pessoas de especialidades diferentes e envolvidas
nos programas das diversas áreas de ação da função se-
gurança. Nesses comitês os componentes adquirem a
visão global e executam as ações locais em suas áreas
especializadas (CARDELLA, 2007).
2
SSO – Saúde e Segurança Ocupacional
50
e especialistas que executam em geral um trabalho
específico e de acordo com as competências dos in-
tegrantes do GT. Espera-se do GT a conclusão, por-
tanto, de um trabalho técnico.
Falamos sobre a relação dos sistemas organiza-
cionais e seu impacto no trabalhador em seu posto
de trabalho. Mas, qual o papel do trabalhador ou de
um sistema operacional para o controle de riscos?
Veremos que cada indivíduo é responsável pela se-
gurança do trabalho, pois os indivíduos em conjunto
formam o corpo de trabalho e a própria organiza-
ção, com seus limites e potencialidades, cultura, ex-
periência e recursos técnicos. Citamos alguns exem-
plos de sistemas operacionais:
a) Integração de trabalhadores de empresas ter-
ceirizadas;
b) Controle de EPIs – Equipamentos de Prote-
ção Individual;
c) Estatística de acidentes;
d) Permissão para o trabalho – PT.
51
• Garantir a disponibilidade de recursos necessários
para estabelecer, implementar, manter e melhorar con-
tinuamente o SGSST;
• Definir funções, alocando responsabilidades e pres-
tações de contas e delegando autoridades, objetivando
facilitar a gestão eficaz da SST. Estas definições devem
ser documentadas e comunicadas;
• Indicar um representante (por exemplo, diretor ou
gerente, dependendo do porte da organização) com
responsabilidade específica da SST, independe de ou-
tras responsabilidades, e com funções e autoridade
determinadas para: assegurar que o SGSST seja esta-
belecido, implementado e mantido; e assegurar que o
desempenho do SGSST, seja relatado, a Alta Direção
para análise crítica e melhoria contínua do SGSST. O
profissional indicado como representante da Alta Dire-
ção deve ter o seu nome comunicado a todos os níveis
da organização.
• Garantir que todos profissionais com responsabilida-
des administrativas demonstre o seu comprometimento
com a melhoria contínua do SGSST; e
• Garantir que todos os profissionais da organiza-
ção assumem responsabilidades por aspectos da
SST sobre as quais eles exercem controle, incluindo
a conformidade com os requisitos aplicáveis de SST
da organização.
52
Independentemente das responsabilidades de
todos os profissionais da organização em relação à
SST é a Alta Direção que deve ser a responsável final
pela SST e pelo SGSST. (OHSAS 18001, 2007, p. 20).
Segundo a OHSAS 18002 (2008, p. 47), “o ter-
mo “prestação de contas” significa “responsabilida-
de” final e está relacionada à pessoa que tem que
prestar contas caso algo não seja feito, não funcione
ou falhe em atender os seus objetivos.”
53
• Experiência: é o conhecimento prático obti-
do por meio de fatos ou eventos, considerado como
fonte de conhecimento, tal como as capacitações
adquiridas pelo trabalho em dada atividade por um
longo período de tempo, como operação de máqui-
nas em geral. (MELLO, 2008, p. 98)
54
da e arquivar os registros associados. Igualmente, a
organização deve estabelecer, implementar e manter
procedimento para conscientizar os seus profissio-
nais em relação aos seguintes itens (OHSAS 18001,
2007, p. 21):
• Das consequências reais ou potenciais da SST,
das atividades do trabalho, de seu comportamento,
e dos benefícios para a SST da melhoria dos seus
profissionais;
• De suas funções e responsabilidades em re-
lação ao SGSST, em especial para os requisitos de
preparação e resposta a emergências; e
• Das potenciais consequências da inobservân-
cia de procedimentos especificados.
55
Visando eliminar as dificuldades da comunica-
ção a organização deve estabelecer, implementar e
manter procedimentos para: comunicação interna
nos diversos níveis e funções da organização; co-
municação as partes interessadas; e recebimento,
documentação e repostas a comunicações pertinen-
tes oriundas de partes interessas externas (OHSAS
18001, 2007, p. 22).
Como o processo de divulgação da política, nos
diversos níveis da organização, é um fator determi-
nante para a efetiva implementação do SGSST, inú-
meros recursos podem ser utilizados para a efetivida-
de da divulgação, ressaltando que a única barreira é a
falta de criatividade de buscar alternativas adequadas
à cultura, necessidades ou limitações orçamentárias
das organizações (SEIFFERT, 2008, p. 154):
• Cartazes, quadros e placas;
• Camisetas;
• Informativos periódicos e folders;
• Utilização no verso do holerite do colaborador;
• Papel de parede e protetor de tela do colaborador;
• Informações complementares nos crachás
dos funcionários e visitantes.
Participação e consulta
Os profissionais devem conhecer os detalhes
de sua efetiva participação na SST, além de saber
quem é(são) seu(s) represente(s) em relação a SST.
56
Igualmente, os profissionais devem demonstrar a
sua participação na SST, para tanto, é indispensável
que a organização estabeleça, implemente e man-
tenha procedimentos para que os profissionais de-
monstrem (OHSAS 18001, 2007, p. 22):
• Seu envolvimento apropriado na identificação
de perigos, na avaliação de riscos e na determinação
de controles;
• Seu envolvimento apropriado na investigação
de incidentes;
• Seu envolvimento no desenvolvimento e aná-
lise crítica das políticas e objetivos de SST;
• Consulta quando existirem quaisquer mudan-
ças que afetem a sua SST;
• Representação nos assuntos de SST.
57
Tabela 1 - Exemplos de comunicação compartes interessadas. (Fonte: BENI-
TE, 2006, p. 66).
58
3.6.4. Documentação
59
Figura 10 - Estrutura documental de um SGSST. (Fonte: OHSAS 18001,
2007, p. 22).
60
devidamente dimensionada, evitando deste modo o
controle impraticável de documentos. É imprescin-
dível que documentos do SGSST sejam usados na
revisão correta, eliminando a possibilidade de práti-
cas incorretas (MARANHÃO, 2006, p. 61).
Objetivando eliminar as dificuldades em re-
lação ao controle de documentos do SST, a orga-
nização deve estabelecer, implementar e manter
procedimento para SST (OHSAS 18001, 2007, p.
223): aprovar documentação quanto a sua adequa-
ção antes de seu uso; analisar criticamente e atua-
lizar, quando necessário, e reaprovar documentos;
garantir que as eventuais alterações e a atual si-
tuação de revisão dos documentos seja revisada;
garantir que os documentos disponibilizados nos
pontos de consulta estejam atualizados; garantir a
identificação e legibilidade dos documentos; ga-
rantir o controle dos documentos de origem ex-
terna; garantir que os documentos obsoletos se-
jam utilizados indevidamente.
Os registros são um tipo especial de documen-
tos e devem ser devidamente controlados (OHSAS
18001, 2007, p. 223). A Figura 11 apresenta um
exemplo utilizado para o controle de distribuição de
cópias de documentos do SGSST.
61
Figura 11 - Exemplo de planilha de controle de documentos. (Fonte: BENITE,
2006, p. 35).
3
SST – Saúde e Segurança do Trabalho
62
plo de aplicação de controle operacional (BENITE,
2004, p.69).
63
Figura 13 - Eficiência dos controles operacionais. (Fonte: BENITE, 2004,
p.70).
64
• Eliminação da necessidade de um equipamen-
to cortante em uma determinada atividade;
• Eliminação de atividades em que o trabalha-
dor esteja exposto à altura;
• Eliminação do uso de produtos inflamáveis,
explosivos e/ou tóxicos.
65
Controle sobre o homem
Este tipo de controle está embasado na cons-
cientização dos trabalhadores e diretamente vincula-
do a eficácia da implementação da “Consulta e Co-
municação” e do “Treinamento, Conscientização e
Competência”. Exemplos de tipos de controle sobre
o homem (BENITE: 2004):
• Utilização de EPI;
• Instruções de segurança documentada;
• Folhetos orientativos;
• Placas de segurança.
66
Figura 14 - Processo de Controle e Gestão de Riscos. Fonte: Cardella (2007).
67
Exemplificando-se o ilustrado no parágrafo an-
terior, uma das metodologias de análise pode iniciar
dividindo-se a organização em algumas áreas e setores
de acordo com a natureza da tarefa ou a proximidade
das áreas. Ressalta-se que esta divisão é apenas para
facilitar a metodologia de análise, pois toda interven-
ção deve ser executada e pensada de maneira holística,
ou seja, completa e interligada, pois veremos que os
riscos mesmo que aparentemente de cunho unifocal
ou micro em geral possuem contribuintes macro ou
organizacionais, o que pode ser iniciado a partir de
outras áreas de onde ele foi mapeado inicialmente.
A divisão didática da organização para que se
faça uma análise inicial de riscos pode seguir os se-
guintes exemplos:
a) Atividades da organização:
a. Atividades inerentes a produção e à natureza
principal da empresa.
b) Atividades externas à organização:
a. Exemplo: acidentes durante um jogo de fute-
bol, acidentes com familiares de um empregado da
organização.
c) Transportes:
a. Por apresentar riscos especiais e específicos
relacionados à natureza da tarefa de transportes.
d) Atividades correlatas:
a. Exemplo: contratação de novos funcionários,
serviços executados por empresas terceirizadas.
68
e) Produtos da organização:
a. Os produtos da organização possuem carac-
terísticas específicas de empresa para empresa, des-
ta forma, as atuações devem levar em consideração
às características do produto, como seu potencial
de risco, suas características intrínsecas, tamanho,
quantidade, forma de armazenamento e descarte,
volume, etc.
69
que um ciclo de vida é o conjunto de estados pelos
quais um produto ou processo percorre desde o seu
nascimento/início até a sua desativação e finalmente
disposição no meio ambiente. Cada estado do ciclo
de vida é denominado de fase.
Segundo Cardella (2007), um sistema de con-
trole de riscos objetiva manter determinado risco
abaixo do valor tolerado. Este mesmo autor chama
de “filtro de riscos” todo e qualquer sistema que tem
por finalidade controlar um risco.
Podemos definir da seguinte maneira os ci-
clos de vida dos 03 tipos de objetos mais comuns
numa organização: instalações e equipamentos,
produtos e pessoas:
• Instalações e equipamentos:
o Implantação:
›Projeto conceitual, projeto básico de de-
talhamento, aquisição, construção e montagem,
condicionamento.
o Operação;
o Desativação.
• Produtos:
o Implantação:
› Desenvolvimento, produção, armazena-
gem, transporte, distribuição.
› Operação (uso)
›Desativação (disposição de resíduos).
70
• Pessoas:
o Implantação:
› Seleção, transformação, treinamento;
o Operação:
› Trabalho normal;
o Desativação:
› Pré-desligamento e desligamento.
4
SSO – Saúde e Segurança Ocupacional
71
munidade organizacional e seja aprovada e man-
tida pela alta direção.
72
O monitoramento pode ser definido como “a
verificação periódica dos atributos de um objeto”
(CARDELA, 2007). Este objeto pode ser exempli-
ficado em nosso caso em máquinas, equipamentos,
instalações, setores, homens, processos, materiais
etc. Enfim, o monitoramento de segurança engloba
qualquer objeto que pode afetar o nível de saúde e
segurança numa organização.
Esta monitoração em geral requer a utilização
de ferramentas ou instrumentos para elucidação
diagnóstica. Em geral, usam-se softwares, instru-
mentos de medida, planilhas eletrônicas, indicadores
etc. para agilizar, dar rapidez aos monitoramentos e
padronizar metodologias de pesquisas.
Monitoramento de segurança é a verificação
periódica de atributos de um ou mais objetos que
afetam a saúde e segurança ocupacional.
É importante ressaltar que o monitoramento
é uma das principais etapas de um programa de
controle e análise de riscos. Isso se torna claro no
sentido que o monitoramento está intimamente
relacionado com a quantificação de riscos e seus
desvios estatísticos. O monitoramento de riscos
também contribui para se conhecer a realidade de
segurança organizacional.
A partir daí pode-se manter, adaptar, comple-
mentar, e/ou criar novas estratégias para que os re-
sultados encontrados sejam compatíveis ao que se
73
espera ou ao que foi definido na fase de planejamen-
to de um programa de segurança na organização.
74
campo envolve uma autorização para trabalho, com
a monitoração proativa verifica-se se os termos desta
autorização estão sendo cumpridos e se a documen-
tação está preenchida corretamente.
As evidências provenientes da monitoração
proativa e da experiência operacional devem ser re-
troalimentadas e utilizadas para revisar e, se necessá-
rio, aperfeiçoar a implementação de controles.
Os dados da monitoração reativa, como relató-
rios de investigações de acidentes, contribuem para
os avaliadores de risco no sentido de fazer estimati-
vas subjetivas da probabilidade e consequências de
eventos perigosos e de selecionar controles de risco
apropriados.
Em seguida a uma avaliação de risco inicial, os
dados reativos podem ser usados em base contínua
para monitorar a eficácia dos controles.
Há vários exemplos de indicadores de medidas
de desempenho que uma organização pode adotar
para monitorar o desempenho de Saúde e Seguran-
ça Ocupacional. Cabe a cada organização definir ou
desenvolver seus indicadores de acordo com as suas
realidades e circunstâncias específicas.
As necessidades de informações variam em ní-
veis diferentes e em partes diversas de uma organi-
zação. Por exemplo, o pessoal de maior graduação
precisa de indicadores de resultado para confirmar
se o sistema de Saúde e Segurança Ocupacional está
75
funcionando eficazmente (BS 8800, 1996). Já a nível
operacional, outros indicadores de desempenho po-
dem ser necessários para monitorar a implementa-
ção e eficácia de controles de risco.
A seleção de indicadores de resultado apropria-
dos depende dos objetivos escolhidos e das particu-
laridades da organização.
O que se segue são exemplos de indicadores de
resultado proativos e reativos relevantes para uma
gama de objetivos. As listas incluem exemplos de da-
dos de monitoração tanto qualitativos quanto quan-
titativos (BS 8800, 1996).
5
S&SO – Saúde e Segurança Ocupacional
76
i) a eficácia do treinamento em S&SO;
j) o número de avaliações de risco completadas
em proporção àquelas requeridas;
k) a extensão do atendimento aos controles de
risco;
l) a extensão do atendimento aos requisitos legais;
m) a quantidade e eficácia dos rodízios de ge-
rentes de alto nível nas posições de SSO;
n) a quantidade de sugestões do pessoal para
aperfeiçoamentos de SSO;
o) as atitudes do pessoal em relação a riscos e
controles de risco;
p) a compreensão do pessoal quanto aos riscos
e aos controles de risco;
q) a frequência das auditorias de SSO;
r) o tempo para implementar as recomendações
das auditorias de SSO;
s) a frequência e eficácia das reuniões dos co-
mitês de SSO;
t) a frequência e eficácia das reuniões de SSO
com o pessoal;
u) os relatórios dos especialistas em SSO;
v) o tempo para implementar ações relativas a
queixas ou sugestões;
w) os relatórios de vigilância de saúde;
x) relatórios de amostra sobre exposição pessoal;
y) os níveis de exposição do local de trabalho
(por exemplo, ruído, poeira, vapores);
77
z) a utilização de equipamentos de proteção in-
dividual.
6
O temo “ato inseguro” foi extinto pela alteração na NR-01 em 04.03.2009
através da Portaria n° 84, alterou-se o item 1.7 da NR-01.
78
Como explicamos anteriormente, o uso de in-
dicadores na padronização de metodologias de pes-
quisas de monitoramento é importante para o en-
tendimento e capacitação das equipes de trabalho,
bem como para facilitar a criação e/ou adaptação de
estratégias de controle de riscos.
Segundo Cardela (2007), podemos definir indica-
dor como um símbolo que é criado ou utilizado para
representar uma realidade. Interessante ressaltar que os
monitoramentos produzem indicadores. Apesar disso,
a organização poderá predefinir alguns indicadores que
serão utilizados na padronização quantitativa e qualita-
tiva dos programas de segurança organizacional.
Exemplo de Fatores de riscos:
• Estado físico das instalações industriais;
• Nível de agressividade dos agentes e/ou ma-
teriais utilizados;
• Cultura organizacional e políticas de segurança;
• Comportamento dos trabalhadores.
Os fatores de riscos, portanto, estão relaciona-
dos a três categorias ou classes:
• Ambiental (física);
• Organizacional;
• Comportamental (cognitiva).
79
• Fidelidade – qualidade de um objeto de man-
ter-se sem desvios, ou seja, de não sofrer distorções.
80
Se um ou mais indicadores forem fiéis e sensí-
veis, porém possuem um tempo de resposta muito
baixo, talvez seja necessário que a organização opte
por escolher indicadores mais eficientes na elucida-
ção das informações buscadas pela organização. Ou
seja, para se definir os indicadores é importante que
a organização analise as propriedades dos mesmos
(fidelidade, sensibilidade e tempo de resposta) para
que contemple as necessidades organizacionais de
monitoração e controle de riscos.
Neste capítulo, estudamos que o controle de
riscos tem como objetivo manter os riscos dentro de
certos limites de tolerância. Vimos que em todas as
atividades existem riscos.
Definimos um sistema de gestão e controle de
riscos como um conjunto de instrumentos utilizados
por uma organização para planejar, operar e contro-
lar suas atividades com o objetivo de controlar seus
riscos (CARDELLA, 2007).
Estudamos, ainda, que o gerenciamento e con-
trole de riscos podem ser realizados em todas as or-
ganizações, sendo elas grandes, médias ou pequenas.
Estudamos sobre a importância de uma políti-
ca organizacional. Vimos que ela tem o objetivo de
estabelecer as principais regras de comportamento
de uma organização.
Descrevemos que um sistema organizacional
deve permitir e controlar os riscos de uma manei-
81
ra macro e que o trabalhador deve, ao receber este
apoio, controlar os riscos de sua interação, ou seja,
um controle micro dos riscos.
Estudamos que a hierarquia de um processo de ge-
renciamento de riscos compreende as seguintes etapas:
• Identificar os perigos;
• Avaliar os riscos;
• Comparar se os riscos são tolerados;
• Tratar os riscos.
Por fim, identificamos a importância de um
monitoramento de segurança, o qual é definido
como a verificação periódica de atributos de um
ou mais objetos que afetam a saúde e segurança
ocupacional, e que dentre as propriedades a serem
consideradas para seleção de indicadores de mo-
nitoramento citam-se: a fidelidade, a sensibilidade
e o tempo de resposta.
82
Exercícios
83
Unidade IV
4.Análise E Controle De Riscos
85
te analisado. A padronização de análise em cada par-
te ou elemento do risco é importante para futuras
comparações com outros riscos ou reanálise após
intervenções no risco primário.
Os mecanismos de produção de danos decor-
rem de relações entre o agente agressivo e o alvo, ou
de falhas nos sistemas que compõem a organização.
Na primeira relação (agente agressivo x alvo),
três fatores são concorrentes na produção dos pos-
síveis danos: o agente agressor, o alvo e a exposição.
Segundo Cardela (2007) pode-se utilizar a se-
guinte fórmula para compreensão desta relação:
D = Aa . E . Av
Onde:
D = dano decorrente da ação do agente agres-
sivo sobre o alvo;
Aa = agente agressivo;
E = exposição;
Av = alvo.
86
Desta maneira, fica claro que para o controle
do dano as intervenções podem ser focadas sobre
um ou mais fatores, anulando-se ou reduzindo-se
dentro de limites estabelecidos possíveis não con-
formidades relacionadas ao perigo.
Segundo Cardela (2007), como cenário, poderí-
amos exemplificar a seguinte situação: uma máquina
ruidosa. Para que ocorra algum dano é necessário
que: (a) a máquina esteja em atividade; (b) haja pes-
soas no campo de ação de ação agressiva do ruído;
(c) essas pessoas sejam expostas sem proteção.
Em relação aos possíveis danos causados por
falhas em sistemas da organização, podemos dizer
que toda organização possui sistemas, sejam eles
formais ou informais.
Estes sistemas podem ser organizacionais (cul-
tura organizacional, sistemas de gestão, liderança) ou
operacionais (ex.: sistemas de usinagem, de armaze-
namento, de transporte, etc.).
Segundo Cardela (2007), as falhas que ocorrem
em sistemas organizacionais são chamadas de causas
básicas, enquanto as falhas em sistemas operacionais
são chamadas de causas imediatas de danos.
87
rigo pode ser definido como aquilo que possui pro-
priedades para causar danos.
Algumas definições de perigo são:
“Perigo é uma condição ou um conjunto de
circunstâncias que têm o potencial de causar ou
contribuir para uma lesão ou morte” (Sanders e
McCormick, 1993, p. 675).
Propriedade ou capacidade intrínseca de mate-
riais, equipamentos, métodos e práticas de trabalho
que possuem potencial para causar danos.
Para se identificar perigos é necessário que a
organização e seus agentes identifiquem primeira-
mente situações de perigo, as quais são exemplifi-
cadas a seguir:
• Substâncias perigosas;
• Agentes perigosos;
• Produtos perigosos;
• Situações perigosas;
• Eventos perigosos;
• Operações perigosas;
• Etc.
88
Existem algumas técnicas bem difundidas na
comunidade acadêmica e profissional de análise ris-
cos e identificação de perigos.
89
Perigo é a situação que contém “uma fonte de
energia ou de fatores fisiológicos e de comporta-
mento/conduta que, quando não controlados, con-
duzem a eventos/ocorrências prejudiciais/nocivas”
(Shinar, Gurion e Flascher, 1991, p. 1095, apud. Gri-
maldi e Simonds, 1984, p. 236).
Perigo: Fonte ou situação com potencial para
provocar danos em termos de lesão, doença, dano à
propriedade, meio ambiente, local de trabalho ou a
combinação destes.
Risco: Combinação da probabilidade de ocor-
rência e da consequência de um determinado evento
perigoso.
Podem-se incluir outras definições relacionadas
ao tema. Algumas destas importantes definições são
transcritas a seguir:
Risco Tolerável: risco que foi reduzido a um
nível que pode ser suportado pela organização, le-
vando em conta suas obrigações legais e sua própria
política de SST7.
Acidente: evento não planejado que resulta em
morte, doença, lesão, dano ou outra perda.
Avaliação de risco é um processo para estimar/
calcular o(s) risco(s) proveniente(s) de perigo(s), levan-
do em consideração a adequação de qualquer controle
existente, e decidindo se o risco é ou não aceitável.
7
SST – Saúde e Segurança do Trabalho
90
Os riscos estão associados a eventos peri-
gosos. Os riscos possuem características de fre-
quência bem como de gravidade. Desta forma, é
primordial que durante a avaliação de riscos seja
avaliada a frequência de ocorrência dos mesmos,
bem como as possíveis consequências dos danos
que podem ser causados.
Esta análise, em geral, deve ser quantitativa,
na medida em que informações quantitativas po-
dem ser mais facilmente comparadas posterior-
mente após medidas de controle. Informações
qualitativas também são importantes, principal-
mente quando intervenções buscam reduzir fato-
res agressores, como as propriedades e caracte-
rísticas de agentes. Para uma completa análise e
monitoramento, os dados quantitativos e qualitati-
vos devem ser trabalhados em conjunto. A Tabela
3 ilustra um exemplo simples de categorização de
frequências de riscos.
Categoria Qualitativa Caracterização
Possível teoricamente,
mas altamente impro-
Extremamente
0 vável. Não se espera
baixa
que venha a ocorrer em
qualquer situação
Não se espera que venha
a ocorrer. Pode ocorrer
em situações muito espe-
1 Muito baixa
ciais. Ações de redução
tornariam inviável a
atividade.
91
Espera-se que possa
ocorrer raramente no
2 Baixa
exercício da atividade ou
na vida útil da instalação.
Espera-se que venha
a ocorrer com relativa
3 Média facilidade no exercício da
atividade ou na vida útil
da instalação.
Espera-se que venha com
4 Alta muita facilidade no exer-
cício normal da atividade.
Tabela 3 – Categorias de frequência. Fonte: Cardela (2007, p. 112)
92
Lesões que
provocam
sofrimentos
Torções muito
passageiros e
leves, cortes pro-
não levam à
vocados por folha
incapacidade
2 Leve de papel, picadas
para o trabalho
de abelha, contato
ou atividades
com corpos ou
normais do
materiais quentes.
quotidiano;
queimaduras de
1º grau.
Lesões que
não resultam
em danos
permanentes,
Torções leves,
mas provocam
contato com subs-
sofrimentos e
Média tâncias quentes,
3 incapacidade
baixa ação de corpos
temporária por
cortantes ou per-
período menor
furantes.
que uma sema-
na. Fraturas,
queimaduras,
cortes.
Lesões que
não resultam
em danos
permanentes,
Quedas, contato
mas provocam
com corpos ou
sofrimentos
materiais com
consideráveis
4 Média temperatura
e incapacidade
elevada, ação de
temporária por
corpos cortantes
período maior
ou perfurantes.
que uma sema-
na. Fraturas,
queimaduras,
cortes.
93
Lesões que re-
sultam em per-
Exposição a
da permanente
ruídos de elevado
de funções, mas
nível de pressão
não afetam de
sonora, corpos e
forma acentu-
5 Média alta materiais a tem-
ada as essen-
peraturas muito
ciais a uma
elevadas, ação de
vida normal.
corpos cortantes
Surdez parcial,
ou perfurantes.
queimaduras e
cicatrizes.
Lesões que Projeções de líqui-
incapacitam dos muito quentes
para o traba- ou muito corro-
6 Grave lho ou outras sivos sobre os
atividades. olhos; ação de má-
Cegueira, perda quinas prensantes
de membros. ou cortantes.
Descarga elétri-
ca em voltagem
elevada ou mesmo
baixa se a pessoa
Muito
7 Uma morte. estiver molhada;
grave
inalação de gases
tóxicos em con-
centração elevada;
quedas.
Explosões, vaza-
Extre-
Algumas mor- mentos de gases
8 mamente
tes. tóxicos, desaba-
grave
mentos.
Explosões de
grandes quantida-
des de material,
Grande número bolas de fogo de
9 Catastrófica
de mortes. grandes dimen-
sões, radiações
por fontes de
elevada atividade.
Tabela 4 - Categorias de consequências. Fonte: Cardela (2007, p. 115).
94
Entre as diversas metodologias existentes, na
identificação de perigos e avaliação de riscos, es-
taremos apresentando uma das mais usuais, a sa-
ber: Análise Preliminar de Riscos (APR). A APR
idealizada pelo Departamento de Defesa dos
Estados Unidos é uma técnica que consiste na
formação de grupos de trabalho, multifuncionais
(não apenas da equipe de SST), que utiliza um
formulário específico, objetivando a análise de
cada uma das origens levantadas, a fim de iden-
tificar os perigos existentes, em quais situações
estes perigos ocorrem, quais danos podem gerar
e realizar uma avaliação de riscos.
A APR é concluída por meio de raciocínio
coerente, ou seja, através de um processo base-
ado na realização de hipóteses através de dados
observáveis, permitindo indicar a ocorrência de
uma determina origem, mas jamais por intuição,
ou melhor, por hipóteses infundadas, as quais in-
dependem de raciocínio ou de análise (BENITE,
2006, p. 50). A Figura 16 e Figura 17 apresentam
exemplos de escalas para a avaliação de riscos
(BENITE, 2006, p. 51).
95
Figura 16 Exemplo de APR (Fonte: BENITE, 2006, p. 50).
96
Figura 17 - Exemplo de escalas para avaliação de riscos (Fonte: BENITE,
2006, p. 51).
97
Implementação e manutenção
Para um domínio operacional eficaz e efi-
ciente das operações e atividades associadas ao(s)
perigo(s) identificado(s), no qual a implemen-
tação de controles for imprescindível para ge-
renciar o(s) risco(s) da SST, a organização deve
implementar e manter: todos os controles opera-
cionais aplicados à organização, bem como a inte-
gração de tais controles com o SGSST; controles
relacionados a produtos, serviços e equipamentos
adquiridos; controles relacionados a terceirizados
e outros visitantes no local de trabalho; proce-
dimentos documentados; critérios operacionais
(OHSAS 18001, 2007, p. 24).
98
para responder as situações de emergência, quando
realizável, envolvendo as partes interessadas pertinen-
tes, conforme apropriado; sistematicamente analisar
criticamente e, onde necessário, revisar seus procedi-
mentos de preparação e resposta a emergências.
As emergências variam em escala e, exemplifi-
cando, podem incluir (OHSAS 18002, 2008, p. 72):
incidentes que ocasionam lesões ou doenças graves;
incêndios e explosões; liberação de materiais/gases
perigosos; desastres naturais; acidentes de transito;
entre outros.
Os procedimentos de emergência devem consi-
derar os seguintes elementos a cada hipótese identi-
ficada (BENITE, 2006, p. 35):
• Objetivo: qual o objetivo básico do plano,
considerando a hipótese de emergência;
• Preparação: definição de recursos necessários
que devem estar disponíveis para uma eventual situ-
ação de emergência;
• Atendimento: como a organização deve se
mobilizar para atuar em uma situação de emergên-
cia, ou seja, como é feita a detecção, comunicação,
avaliação e mobilização dos recursos disponibiliza-
dos para controlar a emergência.
99
Figura 18 - Exemplos de definição de hipóteses de emergências
4.3.Verificação
4.3.1. Monitoramento e medição
do desempenho
100
• Indicadores Proativos: são aqueles capazes de
detectar ou medir resultados ou impactos negativos
em fases suficientemente precoces, a fim de gerar
informações que levem a ações, que permitam ou
que possibilitem interromper o curso evolutivo, re-
verter o processo e evitar o fato ou sua ocorrência
(Hopkins, 1994);
• Indicadores Reativos: são aqueles capazes de
detectar ou medir resultados ou impactos após a
ocorrência cuja análise, ainda que post factium, auxi-
liem com informações para realimentar o processo
de melhoria contínua (Hopkins, 1994).
A OHSAS 18002 cita alguns exemplos de me-
didas proativas e medidas reativas. São exemplos
de medidas proativas: avaliações do atendimento a
requisitos legais e outros; avaliação da eficácia dos
treinamentos de SST; utilização de exames médi-
cos; avaliações das atividades, entre outras (OHSAS
18002, 2008, p. 79). São exemplos de medidas reati-
vas: monitoramento de doenças, ocorrências e taxas
de incidentes e doenças, taxas de incidentes com per-
da de tempo, taxas de doenças com perda de tempo;
ações requeridas após avaliações por órgãos de fis-
calização; e ações após recebimento de comentários
de partes interessadas (OHSAS 18002, 2008, p. 80).
Para Hopkins, os indicadores reativos são ques-
tionáveis, pois o fato de não ocorrer uma não con-
formidade (acidente) não indica que o ambiente de
101
trabalho esteja seguro, em contrapartida os indica-
dores proativos proporcionam condições para ante-
cipar as não conformidades reais ou potenciais (BE-
NITE, 2004, p. 81).
A OHSAS 18001 faz as seguintes exigências
para atender ao requisito monitoramento e medição
do desempenho:
• A organização deve estabelecer, implementar
e manter procedimento para monitorar e medir sis-
tematicamente o desempenho da SST; e
• Caso seja requerido equipamento(s) para mo-
nitorar e medir sistematicamente o desempenho da
SST, a organização deve estabelecer, implementar e
manter procedimento para a calibração e manuten-
ção de tal(is) equipamento(s).
102
4.3.3. Investigação de incidente, não conformi-
dade, ação corretiva e ação preventiva
Investigação de incidente
A investigação de acidente tem como objetivo
prevenir a repetição de incidentes e identificar opor-
tunidades de melhoria e também pode proporcionar
o aumento da conscientização global sobre a SST
na organização. Para tanto, todos os incidentes de-
vem ser investigados, sempre no momento apro-
priado, sendo recomendado que a organização defi-
na procedimento(s) para relatar, investigar e analisar
incidentes, e que tal(is) procedimento(s) enfoque a
eliminação da causa(s)-raiz subjacente(s) do inciden-
te (OHSAS 18002, 2008, p. 83).
A OHSAS 18001 determina que a organização
estabeleça, implemente e mantenha procedimento
para registrar, investigar e analisar criticamente inci-
dentes, com os seguintes desígnios (OHSAS 18001,
2007, p. 26):
• Determinar deficiências de SST que não se
manifesta claramente e outros fatores que possam
estar causando ou contribuindo para a ocorrência de
incidentes;
• Identificar a necessidade de ações corretivas;
• Identificar oportunidades para ações preventivas;
• Identificar oportunidades para a melhoria
contínua; e
103
•Comunicar os resultados de tais investigações.
104
e potencias e executar ações corretivas e preventi-
vas pertinentes.
O referido procedimento deve definir: identifi-
cação e correção de não conformidades e executar
ações para mitigar as consequências para a SST; in-
vestigação de não conformidades, determinação de
suas causas e execução de ações para evitar a repeti-
ção da não conformidade; avaliação da necessidade
de ações para prevenir não conformidades e a imple-
mentação das ações apropriadas; registro e comuni-
cação dos resultados alcançados; e analise critica das
ações executadas.
A Figura 19 apresenta uma sequência e a inter-re-
lação entre os termos definidos (BENITE, 2006, p. 88).
105
as quais destacamos o Método de Análise e Solu-
ção de Problemas (MASP) e conhecidas ferramentas
como (BENITE, 2006, p. 88):
106
Tabela 5 - Representação utilizada na Árvore de Falhas (BENITE, 2006, p. 88).
107
Figura 21 - Exemplo de aplicação do Diagrama Causa-Efeito (BENITE, 2006,
p. 88).
108
• Brainstorming: técnica usada para ajudar a
criar o máximo de ideias possíveis em um curto perí-
odo de tempo. O objetivo é buscar sugestões/ideias
através de grupo de trabalho, para as interferências
sobre as causas e efeitos de problemas e sobre a to-
mada de decisão.
109
Os termos identificação, armazenamento, pro-
teção, recuperação, retenção e descarte dos registros,
são entendidos como (MELLO, 2008, p. 72):
• Identificação: código ou título pelo qual o
registro é conhecido. Os registros são identificados
como Anexos dos Procedimentos ou das Instruções
de Trabalho do SGSST.;
• Armazenamento: a forma e o local onde os
registros são guardados. Os registros em papel são
arquivados em pastas suspensas, entre outras, e os
magnéticos, são gravados em discos rígidos, CD-
-ROM ou disquetes;
• Proteção: o tipo de proteção necessária para
impedir uma possível perda ou deterioração do re-
gistro, como, por exemplo, backup distante de cam-
pos magnéticos, em ambiente com temperatura con-
trolada, etc.;
• Recuperação: a forma ou ordem como os re-
gistros são recuperados para consulta depois de ar-
mazenados. Os registros são arquivados seguindo a
indexação indicada no documento, de forma a faci-
litar a sua localização. Os registros podem ser inde-
xados por ordem alfabética, numérica, cronológica,
alfanumérica ou por assunto;
• Tempo de retenção: o tempo necessário que
o registro deve ser mantido para fins de comprova-
ção da SST praticada, como seis meses, cinco anos,
etc. O tempo de retenção do registro do SGSST no
110
arquivo deve ser definido conforme a sua aplicabili-
dade, respeitando sempre o tempo mínimo exigido
por lei. O tempo de descarte do registro deve ser
identificado no SGSST;
• Descarte: a forma de disposição do registro da
SST depois de vencido o tempo de retenção, como,
por exemplo, lixo, picotamento, incineração, etc.
111
resse na organização, tais como clientes, ou por ou-
tras pessoas em seu nome.
• Auditorias de Terceira Parte: são auditorias
externas que são realizadas por organizações ex-
ternas de auditoria independente, tais como or-
ganizações que provêem certificados ou registros
de conformidade.
112
• Estabelecer, implementar e manter procedi-
mento para tratar: das responsabilidades, competên-
cias e requisitos para se planejar e conduzir audito-
rias, a fim de relatar os resultados e reter registros
associados; e da determinação dos critérios, escopo,
frequência e métodos; e
• Garantir que tanto a seleção de auditores
como a condução de auditorias sejam objetivas e im-
parciais.
A Figura 22 apresenta as etapas para o progra-
ma de auditoria, seguindo a mesma lógica do ciclo
PDCA (SEIFFERT, 2008, p. 115).
113
4.5. Análise Crítica Pela Direção
114
A Alta Direção da organização deve analisar
criticamente o SGSST, em intervalos planejados,
objetivando a sua contínua adequação, pertinência e
eficácia. As análises críticas pela Alta Direção devem
(OHSAS 18001, 2007, p. 28):
• Incluir a avaliação de oportunidades de me-
lhoria;
• A necessidade de alterações do SGSST;
• A necessidade de alterações da política de SST;
• A necessidade de alterações dos objetivos de SST;
• Ser registradas. Os referidos registros devem
ser arquivados, como, por exemplo, atas de reunião.
115
consulta e devem: ser coerentes com o comprome-
timento da organização com a melhoria contínua da
SST; incluir quaisquer decisões e ações relacionadas
a possíveis mudanças no desempenho da SST, na
política de SST; nos objetivos de SST; nos recursos
e nos demais elementos do SGSST (OHSAS 18001,
2007, p. 28).
116
Figura 24 - Esforços para melhoria contínua do SGSST. Fonte: MARSHALL
JUNIOR, 2006, p. 95
117
4.5. Certificação Do SGSST
118
voluntária e nenhuma empresa é obrigada a fazê-la.
A seguir apresentaremos alguns esclarecimentos e
curiosidades em relação às questões de certificação
(MARANHÃO, 2006, p. 120):
• A certificação existe desde o século XII (certi-
ficação da qualidade prata, na Inglaterra);
• O processo de certificação naval tem pelo me-
nos 300 anos;
• A certificação pode ser de empresa, produto,
processo, pessoa, etc., que resumimos pela palavra
“item”;
• A certificação pode ser mandatória ou voluntária:
o Certificação mandatória ou obrigatória: é
quando a certificação é exigida por legislação apli-
cável, como forma de proteger a sociedade (ris-
cos à saúde, segurança, meio ambiente, etc.). São
exemplos de certificação mandatória: certificação
ou “registro” de remédios no Ministério da Saúde;
certificação aeronáutica; certificação profissional
(médicos, advogados, engenheiros, etc.) para exer-
cício da profissão;
o Certificação voluntária: é quando a certifica-
ção é solicitada e realizada em benefícios de uma
determinada organização, para vários fins: aprova-
ção, registro, credenciamento, propaganda, etc.
119
formidade do SGSST em relação à OHSAS 18001.
O contrato de certificação do SGSST, objeto do
nosso estudo, pode ou não incluir auditoria de pré-
-certificação. Não há regras previamente definidas
para recomendar ou não da certificação do SGSST,
em uma eventual auditoria de certificação de tercei-
ra parte. Em geral, as não conformidades são clas-
sificadas em maiores e menores e definem sobre a
aceitação da certificação. Normalmente, o Certifi-
cado de Registro ou Certificação tem a validade de
três anos, sendo que, após a emissão do certificado,
o SGSST da organização será submetido a audito-
rias de manutenção, semestrais ou anuais (variam
conforme o contrato).
É importante que a recomendação de certifi-
cação não seja o objetivo maior do projeto, mas o
funcionamento eficaz do SGSST e, por conseguinte,
a melhoria da SST (MARANHÃO, 2006, p. 121).
Em outras palavras, caso a SST não seja capital
para a organização e os seus profissionais não este-
jam motivados e convencidos da sua importância,
de nada irá adiantar, ter um SGSST certificado, uma
vez, que a certificação do SGSST não é o passapor-
te para o céu e tampouco a garantia que as pessoas
mudaram a forma de entender os conceitos da SST
(MORAES, 2004 p. 54).
Neste capítulo, identificamos alguns exemplos
de objetos de análise de riscos (CARDELA, 2007):
120
• Organização;
• Área;
• Sistemas e subsistemas;
• Processos, funções, operações;
• Atividades, etapas;
• Intervenção.
Vimos que há uma relação entre os danos e
as falhas em sistemas da organização. Enfatiza-
mos que toda organização possui sistemas, sejam
eles formais ou informais. E que estes sistemas
podem ser organizacionais (cultura organizacio-
nal, sistemas de gestão, liderança) ou operacionais
(ex.: sistemas de usinagem, de armazenamento,
de transporte, etc.).
Por fim, definimos que a avaliação de risco é
um processo para estimar/calcular o(s) risco(s)
proveniente(s) de perigo(s), levando em considera-
ção a adequação de qualquer controle existente, e
decidindo se o risco é ou não aceitável.
Para que haja melhoria num sistema de gestão
é necessário girar o ciclo PDCA. Atitudes e coragem
para mudanças são imprescindíveis para a melhoria
contínua organizacional.
Visando o aprimoramento do SGSST foram
desenvolvidas normas e guias para o assunto, tendo
a Grã-Bretanha com participação de destaque neste
processo, através da British Standards seu organis-
mo normalizador.
121
A certificação do SGSST é o reconhecimento
formal emitido por um órgão credenciado (acredi-
tado ou reconhecido formalmente), o Organismo
Certificador Credenciado (OCC), atestando a con-
formidade de itens, processo ou atividades avaliadas
durante uma auditoria ou inspeção contra os respec-
tivos requisitos especificados por uma norma, os cri-
térios de auditoria. A certificação da OHSAS 18001,
assim como da ISO 9001 e ISO 14001 é sempre vo-
luntária e nenhuma empresa é obrigada a fazê-la.
122
Exercícios
1. O que é perigo?
2. O que é risco?
123
Referências
125
– SMS: Por que as coisas continuam dando errado?
Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde Editora, 2004
.
MORAES, G. Sistema de Gestão de Segurança
e Saúde Ocupacional OHSAS 18.001 e ISM Code
Comentados. Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde
Editora, 2006.
126