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1. INTRODUÇÃO AO SCI

DEFINIÇÃO

“O Sistema de Comando de Incidentes é


uma ferramenta de gerenciamento que tem
como objetivo a estabilização do incidente
e a proteção da vida, da propriedade e do
meio ambiente”

Na década de 70, o problema dos incêndios florestais nos EUA tornou‐se tão grave que
uma série de incêndios devastadores ocorridos na Califórnia acabou por suplantar o
sistema de proteção e controle do Estado;

A falta de conceitos unificados e modelos sistêmicos resultaram em problemas


operacionais sem precedentes. Como resultado, o Congresso Norte‐Americano
recomendou ao Departamento Florestal (U.S. Forestry) que desenvolvesse um sistema
que pudesse resolver a questão;

HISTÓRICO
Sob a coordenação do Departamento, reuniram‐se vários departamentos de bombeiros para
desenvolver um sistema de gestão para emergências. Este
grupo de trabalho ficou conhecido como FIRESCOPE (Firefighting Resources of
California Organized for Potential Emergencies);
Desse trabalho surgiu o Incident Command
System (ICS) que passou a ser utilizado nos EUA
como ferramenta modelo para a gestão de
emergências;

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1970: 13 dias, 16 pessoas morreram, 700 edificações foram destruídas e mais de meio
milhão de acres de terra foram queimados em incêndio florestal na Califórnia;

1. Sequência da evolução do SCI nos EUA:


 1971 - investimento em pesquisa;
 1973 - primeira versão do Sistema de Comando de Incidentes;
 1978 - utilizado também em incêndios urbanos;
 1981 - o SCI é alterado e desenvolvido para atender aos padrões
nacionais de atendimento às emergências e desastres;
 2003 - Diretiva presidencial 5 sobre segurança da pátria (HSPD-5).

CONCEITO DE SCI
“O Sistema de Comando de Incidentes
pode ser conceituado como uma
ferramenta gerencial (modelo), de
concepção sistêmica e contingencial, que
padroniza as ações de resposta em
situações críticas de qualquer natureza
ou tamanho; “

“O SCI permite que seus usuários adotem


uma estrutura organizacional integrada para
enfrentar as demandas e complexidades de
uma situação crítica, sem prejuízo de suas
competências e
limites jurisdicionais. ”

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IMPORTÂNCIA DO SCI
1. O SCI não é algo novo e experimental, pois sua estruturação é
garantida por uma ampla fundamentação teórica, de longa data e aliada à experiência de
inúmeros eventos em vários e diferentes países;
2.Sua correta utilização permite que pessoas de diferentes organizações se integrem
rapidamente em uma estrutura de gerenciamento comum, facilitando a integração das
comunicações e os fluxos de informações
e melhorando os trabalhos de inteligência e de planejamento;
3.O correto emprego do SCI fornecerá um melhor apoio logístico e administrativo
ao pessoal operacional, melhorando a articulação do comando
e seu staff com elementos internos e externos à operação, facilitando relações e trocas e
agregando valor à operação (evitando a duplicação de esforços e ampliando a segurança
dos envolvidos).

FINALIDADE DO SCI
1. Utilizando‐se das melhores práticas de administração, o SCI tem por
finalidade, garantir:
2.Maior segurança para as equipes de resposta e demais envolvidos numa
situação crítica;
3. O alcance de objetivos e prioridades previamente estabelecidas; e
4.O uso eficiente e eficaz dos recursos (humanos, materiais, financeiros,
tecnológicos e de informação) disponíveis.

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APLICABILIDADE DO SCI
 Tremores de Terra;
 Explosões;
Incêndios em edificações com grande densidade de usuários;
 Incêndios em instalações e depósitos de inflamáveis
 Incidentes com produtos perigosos;
 Acidentes em estruturas industriais;
 Intoxicações coletivas;
Acidentes relacionados a substâncias e equipamentos radioativos;
Desastres relacionados à contaminação de mananciais e sistemas
de abastecimento de água;
Desastres relacionados a risco de colapso ou exaurimento de
recursos energéticos;
Desastres relacionados à construção civil: patologias das
edificações, desabamentos de prédios, viadutos, pontes, dentre
outros;
 Rompimento de barragens;
Tufões, tornados, vendavais, tempestades, alagamentos e
inundações;
 Estiagem e quedas intensas da umidade do ar;
 Fugas e motins em estabelecimentos prisionais;
 Raptos e sequestros;
 Atentados terroristas;
Ações individuais, de bando ou quadrilhas organizadas que
comprometam a segurança pública com capacidade para
gerar pânico ou aterrorizar a população.
Escorregamentos e deslizamentos de terra e
subsidências de solo;
 Desocupação de prédios e/ou áreas públicas invadidas;

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Acidentes no transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, aquático e
metroviário;
Incêndios florestais em áreas de relevante interesse ecológico e
que fujam ao controle dos órgãos que têm atribuições específicas
para combatê-los;
Pânico em eventos planejados, como celebrações, desfiles,
concertos, visitas de dignitários, competições esportivas, grandes
aglomerações de público;
Portanto, podemos concluir que o SCI é um Sistema útil a todos os
incidentes sem limites, se usado corretamente;
Objetiva a interação e articulação entre várias instituições;
 O sistema não falha se for utilizado corretamente;
Proporciona utilização e gerenciamento correto dos recursos.

EFICÁCIA DO SCI
Para que o SCI seja eficaz é necessário:

a. Sustentação forte das instituições;


b. Treinamento e exercícios intensivos;
c. Processo de avaliação e de ação corretiva.

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PRINCIPAIS OBJETIVOS DO SCI
 Fornece um modelo de gerenciamento padronizado para situações críticas
de qualquer natureza ou tamanho;

Permite que pessoas de diferentes organizações se integrem rapidamente em uma


estrutura de gerenciamento comum;

Facilita a integração das comunicações e os fluxos de informações, melhorando os


trabalhos de inteligência e planejamento;

 Fornece apoio logístico e administrativo para o pessoal operacional;

Melhora a articulação do comando com elementos internos e externos à operação,


facilitando relações;

Agrega valor à operação evitando a duplicação de esforços e ampliando a segurança


dos envolvidos.

ASPECTOS BÁSICOS DO SCI


Planejamento: Toda a atividade deve ser antecedida por um planejamento
eficiente e direcionado;
Organização: É a base de toda ação em emergência;
Direção: As ações devem basear-se na direção única de uma pessoa ou staff de
comando;
Controle: Através de ações integradas, planejadas e dirigidas.

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Organograma do SCI

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2. PRINCÍPIOS E
FUNÇÕES
2.1 PRINCÍPIOS DE
SCI
O SCI se baseia em 9 princípios (características) que devem ser
seguidos para o efetivo funcionamento da ferramenta:
1. Terminologia comum;
2. Alcance de controle;
3. Organização modular;
4. Comunicações integradas;
5. Plano de ação do incidente;
6. Cadeia de comando;
7. Comando unificado;
8. Instalações padronizadas;
9. Manejo integral dos recursos.

2.2 FUNÇÕES DO
SCI
Inicialmente o Comandante do Incidente desempenha todas as funções. Na medida em
que o incidente cresça em magnitude, complexidade ou necessidade de pessoal o
Comandante poderá ativar seções e designar responsáveis, independentemente dos
limites institucionais.
São 8 funções:
1. Comando do Incidente;
2. Planejamento;
3. Operações;
4. Logística;
5. Administração e Finanças;
6. Segurança;
7. Informação Pública; e
8. Ligação.

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Os Oficiais de Segurança, Informação Pública e Ligação formam o STAFF DO
COMANDO.
Os Oficiais de Planejamento, Administração/Finanças, Logística e Operações formam
o STAFF GERAL.

2.3 SEÇÕES DO SCI:


As seções são níveis de estrutura com responsabilidade funcional no incidente.
As seções estão subordinadas diretamente ao CI e estão sob a
responsabilidade de um chefe.
São 4 seções:
1. Planejamento;
2. Operações;
3. Logística; e
4. Administração/Finanças.

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3. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO
SCI
3.1 A ESTRUTURA DO SCI ESTÁ BASEADA EM 8
FUNÇÕES:
1. Comando do Incidente
2. Segurança
STAFF DO
3. Informação Pública COMANDO
4. Ligação
5. Planejamento
6. Logística STAFF
GERAL
7. Operações
8. Administração/Finanças

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3.2 EXEMPLO DE ESTRUTURA COM DOIS
NÍVEIS:

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4. INSTALAÇÕES DO SCI

1. DEFINIÇÃO:

“Instalações são espaços físicos ou


estruturas fixas ou móveis, designadas
pelo Comandante do
Incidente (CI) para cumprir uma
função específica no SCI.” (SENASP,
2008).

4.2 INSTALAÇÕES:
Ao se estabelecer uma instalação devemos considerar os seguintes fatores:
A. Quais as necessidades prioritárias do incidente.
B. Qual o tempo necessário para colocar a instalação em operação.
C. Qual o custo para estabelecer e operar a instalação.
D. Quais elementos ambientais podem afetar a instalação.

4.3 INSTALAÇÕES PRINCIPAIS:


Dentre as instalações padronizadas no SCI temos três que são mais utilizadas:
 Posto de Comando (PC);
 Área de Espera (E);
 Área de Concentração de Vítimas (ACV).

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Posto de Comando (PC):
O PC sempre será instalado:
Local a partir de onde as funções de comando são
exercidas.
Comumente se utiliza a viatura do Oficial-de-Socorro
como PC.
O PC será sinalizado por um retângulo de fundo alaranjado com as letras “PC” em
preto com medidas de 90cm x 110cm.

Considerações para estabelecer o PC:

 Deve estar em um local seguro (fora da zona de risco);


Deve permitir (mantendo a condição anterior) uma visão integral da cena do
incidente;
 Deve possuir possibilidades de expansão caso o incidente necessite;
 Possuir disponibilidade de comunicação;
 Preferencialmente com vistas a Área de Espera e fácil controle de acesso.
Sala de situação Viatura do oficial

Motor Home - Ônibus

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Área de Espera (E):
A Área de Espera é um local, delimitado e identificado, para onde deverão se dirigir
os recursos operacionais que se integrarão ao SCI.
É nesta instalação onde ocorre a recepção e cadastramento dos recursos (check in).
É identificado por um circulo de fundo amarelo com a letra “E” em preto, com 90 cm
de diâmetro.

Áreal de Concentração de Vítimas (ACV):


É o local, no cenário do incidente, onde estarão
concentradas as vítimas
aguardando o momento exato para serem
transportadas ao hospital de referência.
A Área de Concentração de Vítimas é sinalizada com um círculo de fundo
amarelo com as letras “ACV” em preto, com 90cm de diâmetro.
Dentro da ACV as vítimas são constantemente monitoradas e reclassificadas
pela equipe de atendimento pré-hospitalar, equipe esta que atua em 4 divisões:
1. Transporte;
2. Estabilização e monitoramento;
3. Triagem; e
4. Manejo de mortos.

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4.4 OUTRAS INSTALAÇÕES
POSSÍVEIS:
Base (B);
 Acampamento (A);
 Helibase (H);
 Heliponto(H1).

Base (B):
A Base é a instalação de onde são coordenadas e
administradas as funções logísticas do incidente.
Em eventos muito grandes pode haver Bases auxiliares. A
Base é um bom local para se estabelecer o PC.
É sinalizada com um “B” em um círculo de
fundo amarelo, com diâmetro de
90cm.

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Acampamento (A):
Os acampamentos são instalações temporárias que serão mantidas para dar suporte de
alimentação, hidratação, área de repouso e serviços sanitários.
É identificado por um círculo de fundo amarelo com a letra “A” preta, com
diâmetro de 90cm.

Helibase (H):
Lugar de ABASTECIMENTO E MANUTENÇÃO de
ESTACIONAMENTO,
helicópteros.
É identificado por um círculo de fundo
amarelo de 90cm de diâmetro com a letra
“H” preta ao centro.

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Heliponto (HP):
Local preparado para que os helicópteros possam
aterrissar, decolar, carregar e descarregar pessoas,
equipamentos e materiais.
É identificado pelas letra “H” seguida de um número
(“H1”, “H2”…etc) em um circulo amarelo de 90cm de
diâmetro.

Instalações do SCI

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5. GERENCIAMENTO DOS
RECURSOS

1. DEFINIÇÃO

“Recursos são definidos como pessoal, equipes,


equipamentos, suprimentos e instalações disponíveis
ou potencialmente disponíveis para serem utilizadas
no apoio ao gerenciamento do incidente ou nas
atividades operacionais de resposta. ”

5.2 CLASSIFICAÇÃO
Os recursos são classificados em classe e tipo:
1.Classe - Tem a ver com a função do recurso a ser empregado: Salvamento;
Transporte; Combate.
2.Tipo – está relacionado com a capacidade do recurso: Capacidade de carga;
Número de pessoas; Capacidade de trabalho.

5.3 RECURSO ÚNICO


É um equipamento e seu complemento em pessoal que pode ser designado
para uma ação tática em um incidente: Uma viatura e sua guarnição; Um helicóptero e
seus tripulantes.
O responsável deste recurso único é denominado líder.

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5.4 EQUIPE DE INTERVENÇÃO
É o conjunto de recursos únicos da mesma classe e tipo (Ambulâncias são uma
equipe de intervenção, ABTs já compõe outra equipe) com um só líder e comunicações
integradas.
Esta equipe deve estar atuando
dentro de uma mesma
geográfica, sendo área respeitado
alcance de controle.
o

5.5 FORÇA TAREFA


É qualquer combinação de recursos únicos de diferentes classes e ou tipos,
sendo constituída para uma necessidade operacional particular, devendo ter um só
líder e comunicações integradas.

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5.6 ESTADO DOS RECURSOS
Os recursos podem estar dentro de um dos três estados, conforme seu
emprego/situação:
Disponível – Recurso pronto para ser empregado, em condições de uso e já na área de
espera

Designado – Recurso que está sendo empregado no teatro de operações

Indisponível – Recurso Danificado, inviável ou que por alguma razão não possa ser
aplicado

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SIMULADO:
ROMPIMENTO DE BARRAGEM

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