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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino à Distância


Curso de Licenciatura em Ensino de História

Tema

Correntes Marítimas

Nome do estudante e código: Estela Lorete Evirie Saguate - 708239779

Curso: Ensino de Geografia

Disciplina: Climatogeografia

Ano de frequência: 1º Ano

Tutor: dr. Azarias Severino Chilengue

Quelimane

Agosto de 2023
Índice

1. Introdução ................................................................................................................................ 3

1.1. Objectivos......................................................................................................................... 4

1.1.1. Objectivo geral ............................................................................................................. 4

1.1.2. Objectivo específico ..................................................................................................... 4

1.2. Metodologia ..................................................................................................................... 4

2. Desenvolvimento teórico ......................................................................................................... 5

2.1. Conceito ........................................................................................................................... 5

2.2. Formação das correntes marítimas ................................................................................... 5

2.3. Tipos de correntes marítimas ........................................................................................... 6

2.4. Principais correntes marítimas ......................................................................................... 7

2.5. Importância das correntes marítimas................................................................................ 7

3. Conclusão ................................................................................................................................ 9

Referências bibliográficas ............................................................................................................. 10


1. Introdução

O presente trabalho, surge no âmbito da disciplina Climatogeografia, leccionada pela


Universidade Católica de Moçambique no regime a distância e tem como tema: Correntes
Marítimas.

Segundo Guitarrara (2023) As correntes marítimas são porções de água que se deslocam
impulsionadas por vários factores que se inter-relacionam, formando verdadeiros “rios” dentro
dos oceanos. Elas se formam em função das diferenças de temperatura e de salinidade da água,
do relevo submarino e das variações de pressão atmosférica e suas influências no deslocamento
das massas de ar e dos ventos.

Possuem velocidade pequena, geralmente de 5 a 10 km/h. Porém, em função do fluxo constante,


disseminam espécies animais e vegetais pelos locais por onde passam, favorecen-do a ampliação
e diversificação biológica no planeta, (Guitarrara, 2023)

Durante o discernir do trabalho, serão discutidos aspectos como a importância do solo, sua
função e saúde do mesmo na agricultura.

Para o desenvolvimento deste trabalho, será feita uma revisão de fontes como artigos e manuais
com ligação directa ao tema em alusão como fulcro para o pontapé de saída no desenvolvimento
teórico do mesmo. Assim, o seu desenvolvimento obedecerá a seguintes estrutura: Introdução;
Desenvolvimento teórico e Conclusão.

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1.1.Objectivos

1.1.1. Objectivo geral

 Descrever o processo das correntes marítimas.

1.1.2. Objectivo específico

 Identificar os tipos de correntes marítimas;


 Caracterizar as correntes marítimas; e

 Reconhecer a importância das correntes marítima.

1.2.Metodologia

É importante salientar a diferença entre metodologia e métodos. A metodologia se interessa pela


validade do caminho escolhido para se chegar ao fim proposto pela pesquisa; portanto, não deve
ser confundida com o conteúdo (teoria) nem com os procedimentos (métodos e técnicas). Dessa
forma, a metodologia vai além da descrição dos procedimentos (métodos e técnicas a serem
utilizados na pesquisa), indicando a escolha teórica realizada pelo pesquisador para abordar o
objecto de estudo.

No entanto, embora não sejam a mesma coisa, teoria e método são dois termos inseparáveis,
“devendo ser tratados de maneira integrada e apropriada quando se escolhe um tema, um objeto,
ou um problema de investigação” (Minayo, 2007, p. 44).

Assim sendo, para a realização deste trabalho, foi necessário antes, uma pesquisa bibliográfica
que segundo Gil (2002, p.44) “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já
elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

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2. Desenvolvimento teórico

2.1.Conceito

Correntes marítimas segundo Schott (1930, p.67), “são grandes porções de água que se deslocam
pelos oceanos de um ponto a outro e que possuem características semelhantes de temperatura e
salinidade”. Elas são formadas em função da diferença de densidade entre as águas quentes e
frias, pela acção de ventos ou pela influência das marés, e podem ser classificadas em quentes ou
frias, (Schott, 1930).

As correntes marítimas influenciam directamente no clima das áreas banhadas por elas e actuam
na redistribuição de calor e humidade pelo planeta, além de serem importantes para os
ecossistemas marítimos.

As correntes marítimas oceânicas são grandes parcelas de água que se deslocam pelos oceanos
de um local para outro. As águas de uma mesma corrente possuem características semelhantes de
temperatura e salinidade. Existem, entretanto, diversas correntes marítimas em movimento e que
dispõem de propriedades distintas, proporcionando transformações no clima das regiões por onde
passam e na temperatura dos mares e oceanos, além de desempenharem importante papel no
desenvolvimento e manutenção do ecossistema marinho.

2.2.Formação das correntes marítimas

Na óptica de Machado (1979), as correntes marítimas podem ser formadas de três maneiras:

 Pela influência das marés, pelos ventos e pela diferença na temperatura, densidade e
salinidade das águas oceânicas.

Maré é o nome que se dá ao movimento de subida e descida das águas dos oceanos, provocado
sobretudo pela ação que a força gravitacional da Lua, satélite natural da Terra, exerce sobre a
superfície oceânica somada à rotação do planeta. As marés ocasionam a formação de correntes
oceânicas, as quais são mais fortes nas áreas próximas da costa. Sua velocidade pode superar oito
nós, sabendo que cada nó equivale a 1,85 km/h, (Machado, 1979).

Os ventos e as massas de ar que se deslocam sobre a superfície dos mares e oceanos são
igualmente causadores das correntes marítimas. O movimento do ar é responsável ainda pelo
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fenómeno denominado ressurgência costeira ou afloramento, caracterizado pela subida das águas
frias de subsuperfície até a superfície.

As águas subsuperficiais são mais frias e dispõem de maior grau de salinidade do que as águas
das camadas superficiais dos oceanos, o que faz com que elas sejam mais densas. Essa
diferenciação na densidade cria um processo chamado de circulação termohalina (referente à
temperatura e salinidade), que corresponde à descida das águas frias e densas e à subida das
águas quentes e com menor teor de sal, gerando assim a movimentação característica das
correntes marítimas. (Machado, 1979).

É importante notar que as correntes oceânicas giram em sentidos diferentes nos hemisférios
Norte e Sul, o que acontece devido ao movimento de rotação do planeta e ao efeito de Coriolis,
uma força inercial que recai sobre corpos cujos referenciais se encontram em rotação.

2.3.Tipos de correntes marítimas

As correntes quentes são mais superficiais, em função das características físicas das águas mais
aquecidas, podendo se deslocar com mais velocidade. Ao se desloca-rem para regiões de águas
frias, favorecem a proliferação de pescado nas zonas de contacto entre as águas com
tem-peraturas diferentes, (Arnaud, 1965).

Arnaud (1965), diz que levando em consideração as suas principais propriedades, as correntes
marítimas são classificadas como quentes ou frias.

 Correntes quentes: são formadas na zona tropical do planeta, próximo da Linha do


Equador, área que recebe calor solar com maior intensidade. São menos densas e, por
essa razão, deslocam-se pela camada superficial do oceano e a velocidades mais elevadas
do que as das correntes frias. Movimentam-se em direcção aos pólos, imputando elevado
teor de humidade para as áreas costeiras por onde passam devido ao elevado grau de
evapotranspiração.
 Correntes frias: são formadas nos polos terrestres, que correspondem às regiões mais
frias do planeta. Por conta disso, são correntes mais densas que se deslocam em
subsuperfície e mais lentamente do que as correntes quentes. Elas se movimentam em
direção aos trópicos.

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2.4.Principais correntes marítimas

As principais correntes marítimas foram nomeadas conforme o seu local de origem, com exceção
da corrente de Humboldt, nomeada em homenagem ao naturalista alemão que a descobriu,
Alexander von Humboldt, (Correia, 1953). Elas estão listadas abaixo, divididas em quentes ou
frias.

Principais correntes quentes

 Corrente do golfo do México;


 Corrente das Guianas;
 Corrente do Brasil;
 Correntes Norte e Sul Equatorial;
 Corrente do Japão;
 Corrente das Monções;
 Corrente Norte Atlântica;
 Corrente do Pacífico Norte;
 Corrente Australiana.

Principais correntes frias

 Corrente de Humboldt (ou corrente do Peru);


 Corrente das Falklands;
 Corrente Antártica;
 Corrente do Atlântico Sul;
 Corrente de Labrador;
 Corrente da Groenlândia;
 Corrente de Benguela;
 Corrente Oyashio.

2.5.Importância das correntes marítimas

As correntes marítimas são importantes para a redistribuição de calor e humidade sobre a


superfície terrestre, actuando como factores climáticos. Além da influência directa sobre as

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massas de ar das regiões banhadas por essas águas, as correntes marítimas são responsáveis por
transferir calor e humidade para as massas de ar que se formam sobre os oceanos e que
caracterizam diversos tipos climáticos no interior dos continentes, (Martonne, 1953).

Ainda no Hemisfério Sul, a corrente de Humboldt, que circula pelo oceano Pacífico, está
directamente atrelada à formação do deserto do Atacama, entre o Peru e o Chile. Isso se deve à
baixa evaporação a que as águas frias dessa corrente estão sujeitas, transferindo pouquíssima ou
nenhuma humidade para o continente.

Para além do seu papel no clima terrestre, as correntes marítimas são importantes para a
dinâmica de muitos ecossistemas marinhos, carreando uma série de nutrientes de subsuperfície
para as águas superficiais, por exemplo, atraindo diversas espécies animais, principalmente
peixes. Esse movimento, por sua vez, impulsiona a actividade pesqueira das áreas onde ocorre.

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3. Conclusão

As correntes marítimas não têm um significado tão preponderante como muitas vezes lhe
atribuem. Sob o aspecto morfológico, foram muitos os que se deixaram levar por ideias
fantasiadas no que se refere ao efeito mecânico da água corrente dos oceanos, acreditando que
estas águas poderiam criar estreitos marítimos completos.

As correntes marítimas exercem a sua actividade no sentido de transportar os materiais mais ou


menos finos que as vagas arrancaram, repartem esse material por outros lugares, depositando-o
depois de certo tempo, segundo o tamanho das partículas. Trata-se geralmente de pequenas
regiões, mas às vezes são vastas as regiões abarcadas. A região pouco profunda que se estende
em frente à costa da Guiana, supõe-se devida em grande parte aos sedimentos do Amazonas,
cujas águas são levadas para NW pela rápida corrente equatorial do Sul. Os materiais de aluvião
que o Amazonas transporta numa hora, estimam-se em 80 milhões de Kg.

Incomparavelmente mais importante é a influência das correntes marinhas no clima. Parece tão
natural que uma corrente, quente ou fria, exerça uma influência correspondente no clima da terra
firme por ela banhada, e particularmente na zona costeira, que poucas vezes se obtém uma
resposta exacta à pergunta de como se exerce esta influência.

As correntes têm uma importância climatológica somente quando o ar frio ou quente, suspendido
na corrente, é levado para o interior dos continentes.

No entanto, pode passar uma corrente fria junto de uma costa sem exercer influência no clima,
desde que soprem ventos terrestres que impeçam o acesso do ar frio marítimo aos continentes.
Na realidade, o vento continental trás como consequência fazer subir até à superfície do mar a
água fria do fundo, a qual, apesar de tudo, faz diminuir consideravelmente a temperatura do ar
nas costas dos continentes.

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Referências bibliográficas

Arnaud, C. (1965). A Oceanografia, Enciclopédia Diagramas, Editorial Estudios Cor.

Correia, A. A. M. (1953). A Geografia do Mar, Sociedade de Geografia de Lisboa, Lisboa.

Gil, A.C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. - São Paulo. Atlas.

Machado, F. (1979). Introdução à Oceanografia, Instituto Universitário dos Açores, Ponta


Delgada.

Martonne, E. de (1953). Tratado de Geografia Física. Geografia, Vol. I, Cosmos, Lisboa.

Minayo, M. C. S. (2007). O desafio do conhecimento. Pesquisa qualitativa em saúde. São


Paulo:HUCITEC.

Schott, G. (1930). Oceanografia Física, Coleccion Labor, Editorial Labor SA, Barcelona.

Guitarrara, P. (2023). Correntes marítimas. Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/geografia/correntes-maritimas.htm. Acesso em 22 de agosto
de 2023.

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