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Maiassa Selimane

A Circulação Geral da Atmosfera: Causas; Circulação Regional e Local; e o processo


de Formação das nuvens e precipitação

Universidade Católica de Moçambique


Nampula, 2022
Maiassa Selimane 

A Circulação Geral da Atmosfera: Causas; Circulação Regional e Local; e o processo de


Formação das nuvens e precipitação

 
 

II Trabalho de Campo de caracter avaliativo, disciplina de


Climatologia, curso de Licenciatura em Ensino de
Geografia, orientado pelo Docente: Júlio Pacheco
 

 
 

Universidade Católica de Moçambique

Nampula, 2022
Índice
1. Introdução.................................................................................................................................4

2. Desenvolvimento......................................................................................................................4

2.1. Conceituação.........................................................................................................................4

2.1.1. Circulação Atmosférica.....................................................................................................4

2.1.2. A circulação geral da atmosfera........................................................................................4

2.1.3. Células atmosféricas.........................................................................................................5

2.2. Causas da circulação geral da atmosfera..............................................................................5

2.3. Circulação Regional e Local.................................................................................................6

2.3.1. Circulação Regional..........................................................................................................6

2.3.2. Circulação Local...............................................................................................................7

2.4. Processo de Formação das nuvens e precipitação................................................................7

2.4.1. Formação das nuvens........................................................................................................7

2.4.2. Formação da precipitação.................................................................................................8

2.4.2.1. Tipos de precipitações...................................................................................................9

3. Metodologia..............................................................................................................................9

4. Conclusão...............................................................................................................................10

Bibliografia....................................................................................................................................10
1. Introdução

O presente projecto tem como tema: ‘Circulação Geral da Atmosfera: Causas; Circulação
Regional e Local; e o processo de Formação das nuvens e precipitação’. Portanto, O excesso de
calor é transportado do equador para os polos, enquanto o excesso de frio dos pólos é trazido
para as latitudes mais baixas, num movimento contínuo, que tendem a manter certo equilíbrio em
toda a atmosfera. Esse movimento da atmosfera é denominado Circulação Geral.

O objetivo geral deste trabalho é, portanto, discutir a matéria com relação circulação geral da
Atmosfera com o intuito de viabilizar a melhor compreensão sobre a temática, contribuindo na
compreensão dos fenómenos atmosféricos, para a formação do aluno. Para este trabalho, a
metodologia utilizada para a elaboração desde trabalho se baseia em uma revisão bibliográfica. A
estrutura parte com introdução, seguida da revisão da literatura; na terceira parte apresentam-se a
metodologia, e por último a conclusão, para além da bibliográfica.

2. Desenvolvimento

2.1. Conceituação

2.1.1. Circulação Atmosférica 

A Circulação Atmosférica é o processo de movimentação do ar ou das massas de ar,


ocasionado pelas diferenças de pressão e temperatura existentes na atmosfera terrestre. (Pena,
s/d).

2.1.2. A circulação geral da atmosfera

Adicionando, “a circulação geral da atmosfera representa o “escoamento médio do ar” ao redor


do globo, que é criado pelo aquecimento desigual da superfície da terra. Portanto, a circulação
geral é função do transporte de calor em direcção aos pólos” (Soares, s/d, p.1).

Com a dinâmica da movimentação das massas de ar em nível global. As células atmosféricas são
conhecidas como célula de Hadley, célula de Ferrel e a célula Polar (Martins et al. 2008, citado
pelos Jardim; Fereira e Piuzana, 2016, p.62).
2.1.3. Células atmosféricas

De acordo com Pena, a  formação das células atmosféricas se dividem em três:

 A célula de Hadley ocorre nas zonas de baixas latitudes, ou seja, nas regiões localizadas
entre a Linha do Equador e os Trópicos de Câncer e de Capricórnio. Ela se origina pelo
aquecimento da região próxima à zona equatorial que promove a subida do ar e seu
deslocamento em direção aos trópicos, região na qual resfriam e descem, e retornando ao
Equador, onde o ciclo se reinicia.
 A célula de Ferrel ocorre nas zonas de médias latitudes e caracteriza-se por um
movimento dos ventos que ocorrem próximos à superfície em direção as áreas polares.
Nesse processo, as massas de ar resfriam e sobem, retornando para o seu local de origem
completando o ciclo.
 A célula Polar ocorre nas zonas de altas latitudes, mais próximas aos pólos. As massas
de ar oriundas das outras células, ao chegarem aos pólos, tornam-se carregadas de
umidade e sofrem uma brusca queda de temperatura, dispersando-se para as regiões
tropicais, o que provoca a ocorrência de fenômenos climáticos associados ao frio e à
elevada umidade (INMET, 2015, cit. em Jardim; Fereira &Piuzana, 2016, p.62).

2.2. Causas da circulação geral da atmosfera

Os raios solares atingem a Terra de forma diferenciada ao longo de sua extensão, é possível
perceber a dinâmica da movimentação das massas de ar a nível global (Pena, s/d).

O mesmo autor avança que a célula tropical se origina graças ao elevado aquecimento da região
próxima à zona equatorial, que faz com que o ar suba e se desloque em direção aos trópicos,
onde ele vai aos poucos se resfriando e, consequentemente, descendo e retornando ao equador,
onde reinicia o ciclo; na célula de Ferrel, as massas de ar vão se resfriando e subindo,
retornando para o seu local de origem e completando o ciclo; e na polar, as massas oriundas das
outras células, ao chegarem aos polos, ficam carregadas de humidade e sofrem uma brusca
queda de temperatura, dispersando-se, assim, para as regiões tropicais, provocando a ocorrência
de fenômenos climáticos associados ao frio e à elevada humidade.
De acordo com Sentelhas & Angelocci (2012), “a circulação geral da atmosfera também se
modifica acentuadamente tanto temporalmente como espacialmente, devido ao aquecimento
diferenciado entre continentes e oceanos, configuração de encostas, sistemas orográficos e
topografia, originando circulações e ventos “locais”.

A formação das massas de ar ocorre quando um grande volume de ar permanece em repouso, ou


se move lentamente sobre áreas de terra ou de água que têm condições regularmente uniformes
na superfície, o ar tende a adquirir as mesmas propriedades da superfície sobre a qual repousa ou
se desloca (AYOADE, 1996, cit. em Jardim; Fereira &Piuzana, 2016, p.63).

2.3. Circulação Regional e Local


2.3.1. Circulação Regional

Na circulação geral da atmosfera são gerados sistemas de ventos conhecidos como “estes
polares”, “ventos de oeste” e “ventos alísios”.

(i) de nordeste entre cerca de 30º N e o equador, e de sudeste entre 30º S (esses “ventos”
existem e são chamados de "ventos alísios") - CÉLULA DE HADLEY;
(ii) de sudoeste entre 30º N e 60º N, e de noroeste entre 30º S e 60º S (esses “ventos”
existem e são chamados de "ventos de oeste”) - CÉLULA DE FERREL;
(iii) de nordeste entre 60º N e 90º N, e de sudeste entre 60º S e 90º S (esses “ventos”
existem e são chamados de "ventos polares”) - CÉLULA POLAR.

As massas de ar são grandes volumes que, ao se deslocarem lentamente ou estacionarem, sobre


uma região adquirem as características térmicas e de umidade dela. As massas de ar são
denominadas conforme sua região de origem e o tipo de superfície com as quais elas estavam em
contato (Sentelhas & Angelocci, 2012).

Quando ocorre o encontro de duas massas de ar, elas não se misturam imediatamente. A massa
mais fria (mais densa) é sobreposta pela massa mais quente (menos densa), formando uma zona
de transição, denominada de frente, em que:

 Se a massa fria avança em direção à massa quente, a frente é denominada FRIA


 Se a massa quente avança em direção à massa fria, a frente é denominada QUENTE.
2.3.2. Circulação Local

Para Sentelhas & Angelocci (2012), destacam que “(…) devido ao aquecimento diferenciado
entre continentes e oceanos, configuração de encostas, sistemas orográficos e topografia,
originam circulações e ventos locais”, nomeadamente:

a) Brisa Marítima – ocorre durante o dia, quando o oceano encontra-se relativamente mais
frio que o continente;
b) Brisa Terrestre – ocorre durante a noite, quando o continente encontra-se relativamente
mais frio que o oceano;
c) Brisa de Vale (ou anabática) - ocorre durante o dia, devido à diferença de temperatura
entre o vale (>) e os espigões (<);
d) Brisa de Montanha (ou catabática) – ocorre durante a noite, pois o ar frio que se forma,
sendo mais denso, escoa pela encosta indo se depositar na baixada. Durante noite de
intenso resfriamento a brisa catabática pode provocar a “geada de canela”, que é a
queima pelo frio dos vasos condutores das plantas, fazendo com que a parte aérea morra e
haja rebrota próximo ao solo.
2.4. Processo de Formação das nuvens e precipitação

O processo de condensação por si só não é capaz de promover a ocorrência de precipitação, pois


nesse processo são formadas gotículas muito pequenas, denominadas de elementos de nuvem,
que permanecem em suspensão na atmosfera, não tendo massa suficiente para vencer a força de
flutuação térmica.

2.4.1. Formação das nuvens

De acordo com Cecchini (s/d), diz que as nuvens formam-se através de:

1. Aquecimento diferencial da superfície

Sol aquece a superfície, as parcelas de ar ascendem adiabaticamente, de seguida observa-se o


resfriamento, saturação por último a formação de nuvens.

2. Levantamento por orografia


As montanhas forçam o ar a subir, formando nuvens mesmo sem condições termodinâmicas
favoráveis.

3. Convergência ou levantamento por frentes frias/quentes

Convergência de massas de ar com diferentes características (ar frio com maior intensidade),
levanta o ar quente, criando uma convergência horizontal centralizada dai o levantamento do ar
por continuidade de massas (nuvens).

4. Resfriamento radiativo

O resfriamento durante a noite, a temperatura reduz, mesmo sem necessitar de ascencão do ar,
formando neblinas em noites sem nuvens, dai manhas com nuvens.

2.4.2. Formação da precipitação

Entende-se por precipitação a água proveniente do vapor de água da atmosfera depositada na


superfície terrestre sob qualquer forma: chuva, granizo, neblina, neve, orvalho ou geada
(Carvalho & Silva, 2006, p.33).

Elementos necessários a formação:

- humidade atmosférica : (devido à evapotranspiração);

- mecanismo de resfriamento do ar : (ascensão do ar húmido): quanto mais frio o ar,


menor sua capacidade de suportar água em forma de vapor, o que culmina com a sua
condensação. Pode-se dizer que o ar se resfria na razão de 1oC por 100 m, até atingir a
condição de saturação;

- presença de núcleos higroscópios;

- mecanismo de crescimento das gotas:

• coalescência: processo de crescimento devido ao choque de gotas pequenas


originando outra maior;

• difusão de vapor: condensação do vapor d’água sobre a superfície de uma gota


pequena (Carvalho & Silva, 2006, p.33).

Para que ocorra o resfriamento do ar húmido, há necessidade de sua ascensão, que pode ser
devida aos seguintes fatores: ação frontal de massas de ar; convecção térmica; e relevo. A
maneira com que o ar húmido ascende caracteriza o tipo de precipitação.
2.4.2.1. Tipos de precipitações

Precipitações ciclónicas - resultam da ascensão do ar quente sobre o ar frio na zona de contato


entre duas massas de ar de características diferentes. Se a massa de ar se move de tal forma que o
ar frio é substituído por ar mais quente, a frente é conhecida como frente quente, e se por outro
lado, o ar quente é substituído por ar frio, a frente é fria.

Precipitações Convectivas - São típicas das regiões tropicais. O aquecimento desigual da


superfície terrestre provoca o aparecimento de camadas de ar com densidades diferentes, o que
gera uma estratificação térmica da atmosfera em equilíbrio instável. Se esse equilíbrio, por
qualquer motivo (vento, superaquecimento), for quebrado, provoca uma ascensão brusca e
violenta do ar menos denso, capaz de atingir grandes altitudes. Essas precipitações são de grande
intensidade e curta duração, concentradas em pequenas áreas (chuvas de verão).

Precipitações Orográficas - Resultam da ascensão mecânica de correntes de ar úmido


horizontal sobre barreiras naturais, tais como montanhas. (Carvalho & Silva, 2006, p.34).

No entanto, consta que a frente fria (…) provoca a ocorrência de chuvas durante a passagem do
sistema frontal e queda na temperatura, e da frente quente, que promovem chuvas amenas antes
da passagem do sistema frontal e logo após aumento da temperatura, existem ainda as frentes
oclusas e as frentes estacionárias. Nesses dois últimos casos, as chuvas são intensas e por
períodos prolongados (Sentelhas & Angelocci, 2012). Continuando, os autores esclarecem que
na frente estacionária, não há predomínio de avanço de uma massa em direção à outra, fazendo
com que o sistema fique estacionário sobre uma região, provocando chuvas contínuas.

3. Metodologia

A metodologia utilizada para a elaboração desde trabalho se baseia em uma revisão bibliográfica
abarcando os assuntos que abordam directamente a circulação do ar atmosférico, sobre os
fenómenos de climatologia na terra.
4. Conclusão

Com esta trabalho percebemos que os tópicos relativos à circulação geral da atmosfera, que
marca o percurso do tempo e do clima. As condições climáticas de um local dependem da
combinação dinâmica dos diversos factores condicionadores, dos quais os mais importantes
foram discutidos neste trabalho com mais destaque a circulação geral da atmosfera, circulação
zonal, circulação local, e formação de nuvens e precipitação. Portanto, a dinâmica da circulação
das massas de ar, associada a outros factores como as oscilações das temperaturas dos oceanos e
da terra, é responsável por desencadear uma série de fenômenos climáticos sobre as mais
diversas regiões do globo terrestre.

Bibliografia

Carvalho, Daniel Fonseca & da Silva, Leonardo Duarte Batista (2006). Precipitação. disponível
em http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/HIDRO-Cap4-
PPT.pdf. Acesso em 28/05/2022

Cecchini, Micael Amore (s/d). Nuvens: formação e principais características. Disponível em


http://www.fap.if.usp.br/~hbarbosa/uploads/Teaching/IntroFisAtmos2019/aula21.pdf. Acesso
em 28/05/2022

Jardim, Jamila Paula; Ferreira, Ana Paula Fernandes & Piuzana, Danielle. (2016). Circulação
geral da atmosfera: proposta da construção de um globo terrestre como prática de ensino.
Revista Eletrônica Geoaraguaia. V 6, n.1, p. 57 a 70.

Pena, Rodolfo F. Alves (s/d). Circulação Atmosférica. Disponível em


https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/circulacao-atmosferica.htm. Acesso em
28/05/2022

Precipitação. Disponível em
http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/daniel/Downloads/Material/Pos-graduacao/Manejo%20e
%20conservacao%20do%20solo%20e%20da%20agua/manejo%2. Acesso em 28/05/2022

Sentelhas, Paulo Cesar & Angelocci, Luiz Roberto (2012). Atmosfera Terrestre. Movimentos
Atmosféricos. Disponível em
http://www.leb.esalq.usp.br/leb/aulas/lce306/Aula4_antiga_2012.pdf. Acesso em 28/05/2022

Soares, Jacyra (s/d). Os movimentos da atmosfera – Circulação Geral da Atmosfera. disponível


em http://www.dca.iag.usp.br/material/apereira/aca115/textos/Aula_4.pdf. Acesso em
28/05/2022

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