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DEPARTAMENTO DE FÍSICA
METEOROLOGIA
INTERAÇÃO ATMOSFERA OCEANO
TRABALHO DE INVESTIGAÇÃO
Discentes:
Atija Issa
Vânia Langa
Osvaldo Quissico
Docente:
Alberto Mavume
Índice
Índice................................................................................................................................................a
1. Introdução ............................................................................................................................... 1
1.1. Objectivos......................................................................................................................... 2
3. Metodologia .......................................................................................................................... 12
4.1.4. Impactos das alterações climáticas sobre a sociedade (saúde e a segurança humana)
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5. Conclusão.............................................................................................................................. 19
6. Bibliografia ........................................................................................................................... 21
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1. Introdução
O fenómeno La-Niña, ou episódio frio do Oceano Pacífico, é o resfriamento anómalo das águas
superficiais no Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental. De modo geral, pode-se dizer
que La-Niña é o oposto do El Niño, pois as temperaturas habituais da água do mar à superfície
nesta região situam-se em torno de 25º C, ao passo que, durante o episódio La-Niña, tais
temperaturas diminuem para cerca de 22º a 23º C. As águas mais frias estendem-se por uma
estreita faixa, com largura de cerca de 10 graus de latitude ao longo do equador, desde a costa
Peruana, até aproximadamente 180 graus de longitude no Pacífico Central. Assim como o El
Niño, La-Niña também pode variar em intensidade.
Os eventos históricos de La-Niña desde 1950 são divididos em tipo Pacífico Oriental (EP) e
Pacífico Central (CP), e as características de desenvolvimento da SSTA, bem como as
diferentes respostas da atmosfera tropical, são posteriormente analisadas usando vários
conjuntos de dados.
A classificação de diferentes tipos La-Niña é baseada nos índices Niño3 e Niño4 normalizados
e no padrão de distribuição SSTA durante a fase madura. La-Niña está localizado sobre o
Pacífico central equatorial perto da linha de data, mais a oeste do que o de EP La-Niña.
A resposta diferente da circulação atmosférica tropical entre EP e CP La-Niña é mais
significativa na alta troposfera do que na baixa troposfera. No entanto, os padrões de
precipitação tropical durante a fase madura.
Durante os episódios de La-Niña, os ventos alísios ficam mais intensos que a média
climatológica. O Índice de Oscilação Sul (o indicador atmosférico que mede a diferença de
pressão atmosférica à superfície, entre o Pacífico Ocidental e o Pacífico Oriental) apresenta
valores positivos, os quais indicam a intensificação da pressão no Pacífico Central e Oriental,
em relação à pressão no Pacífico Ocidental.
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1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
Estudar o efeito de fenómeno La-Ninã na região continental
2. Revisão Bibliogáfica
2.1. El-Niño e La-Niña- Oscilação Sul (ENOS)
O fenómeno chamado de El Niño Oscilação Sul (ENOS) é caracterizado como um fenômeno
de grande escala e que ocorre no Oceano Pacífico tropical. Ele é uma combinação de dois
mecanismos que, de forma muito marcante, demonstram o vínculo existente entre a atmosfera
e o oceano. A Oscilação Sul (OS) representa o componente atmosférico, enquanto o El Niño
(EN) representa o componente oceânico deste fenómeno (Toyama, 2014). Ele é uma
combinação de dois mecanismos que, de forma muito marcante, demonstram o vínculo
existente entre a atmosfera e o oceano. A Oscilação Sul (OS) representa o componente
atmosférico, enquanto o El Niño (EN) representa o componente oceânico deste fenômeno
(Toyama, 2014).
O fenómeno ENOS apresenta duas fases, na figura 1 estão representadas a fase quente e fria,
respectivamente.
Figura-2: Mapas da anomalia da temperatura da superfície do mar no Oceano Pacífico durante um forte La Niña (topo,
dezembro de 1988) e El Niño (embaixo, dezembro de 1997). (NOAA Climate.gov staff, 2016)
Longitude Longitude
Figura 3: Circulação observada no oceano e na atmosfera na região do Pacífico Equatorial em anos neutros para o
ENOS. Fonte: (NOAA Climate.gov staff, 2016)
Na Figura 3 observa-se a termoclina, que nada mais é do que a fronteira entre a água
quente superficial e a água fria do fundo do oceano. Em condição normal, ela apresenta
uma inclinação para o oeste, ou seja, aproxima-se da superfície a leste, na costa da América
do Sul, e é mais profunda a oeste, na Indonésia. Nessa região do globo as águas superficiais
do oceano Pacífico são quentes, e por consequência o ar é bastante quente e húmido, o
que se deve à grande evaporação local, caracterizando esta região como sendo de baixa
pressão, o que cria condições para intensa ocorrência de chuvas. E esse ar que ascende na
região tropical, no Oceano Pacífico oeste, tende a circular na atmosfera e a descer sobre
as águas frias do Oceano Pacífico leste (região de alta pressão), definindo a Célula de
Circulação de Walker. Porém, na região leste o que ocorre é o inverso, ou seja, a ausência
de nebulosidade e de chuvas significativas (NOAA Climate.gov staff, 2016)
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Nas condições de El Niño, os ventos alísios são enfraquecidos e podem até mesmo ter o
seu sentido invertido, passando a soprar de oeste para leste no Pacífico Equatorial, fazendo
com que a ressurgência das águas frias e profundas no Oceano Pacífico leste e a presença
das águas quentes a oeste diminuam. Uma das explicações para a redução e até mesmo
inversão no sentido dos ventos alísios é a de que como a diferença de temperatura entre o
Oceano Pacífico leste e oeste diminui, a diferença de pressão atmosférica entre esses dois
locais também diminui, reduzindo, assim, a intensidade e a presença dos ventos alísios.
Com isso, o nível da superfície do mar a oeste se reduz e sobe cerca de 25 cm no lado leste
do Oceano Pacífico (Toyama, 2014)
Nas condições descrita anteriormente a termoclina tem sua inclinação reduzida (Figura 3),
apresentando profundidade maior do que em condições normais no Pacífico leste (costa
oeste da América do Sul), e sendo mais rasa que o normal no Pacífico oeste (Indonésia).
A termoclina pode ainda assumir, em condições muito intensas de El Niño, a forma de
uma superfície plana ao longo de todo o Pacífico tropical. (Calderon & Borsato, 2017)
Longitude Longitude
Os efeitos causados pelo fenómeno La Niña, não se diferem dos efeitos causados pelo El Niño,
pois, a maior concentração de águas quentes a oeste do Pacífico gera uma área onde a evaporação
também é maior, o processo da célula de circulação de Walker se intensifica fazendo com que o
ar quente suba na região de águas mais quentes, e ao mesmo tempo o ar mais frio desça na região
oposta, tornando se um ciclo. (Calderon & Borsato, 2017)
Em anos de La Nña, verifica se também anomalias de temperatura da superficie do mar (TSM),
comparando ao El Niño, os desvios são relativamente menores, enquanto observam se anomalias
até 4,5ºC acima da média em anos de El Niño, em anos de La Niña as maiores anomalias
observadas não chegam a 4ºabaixo da média. (SALINI, 2011)
Por outro lado, sobre a região do Pacífico leste, próximo ao Peru e Equador, verifica-se a presença
de águas mais frias e pressão atmosférica mais elevada. Nessa região também se manifesta um
ramo subsidente da Célula de Walker (que inibe a formação de nuvens). (Inema, 2001)
Figura 6: Ilustração esquemática da circulação atmosférica de grande escala no sentido zonal (Célula de Walker)
modificado em associação ao episódio La Niña sobre o Oceano Pacífico Fonte: (Inema, 2001)
Esses eventos estão relacionados com a célula de Walker (Figura 1) ou célula do Pacífico que, por
sua vez, está relacionada à variação da pressão atmosférica entre as porções leste e oeste do Oceano
Pacífico, o que promove uma circulação celular zonal na região Equatorial. As circulações do tipo
Walker são marcadas pelas zonas de ascendência acima dos continentes, na porção oeste dos
oceanos (fonte quente) e pelas zonas de subsidência acima das partes orientais dos oceanos (fonte
fria). As variações do campo de pressão atmosférica da célula de Walker sobre o Pacífico, em
associação com a variação térmica da superfície oceânica, originam os fenômenos El Niño, La
Niña e Oscilação Sul, também conhecidos como ENOS (MENDONÇA; DANNI-OLIVEIRA,
2007).
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3. Metodologia
Salientar que o trabalho corrente consiste de uma revisão bibliográfica que visa estudar o
impacto da La Ninã nas região continental, para a elaboração do mesmo, fez-se o uso de
material já elaborado, tal como livros, artigos científicos e websites que serão citados ao longo
do trabalho.
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4. Resultados e Discussão
Gráfico 2- As alterações da temperatura minima de Gaberone, Botswana (a linha vermelha representa os dados reais
referentes à 1910 a 2000 e a protecção baseada em cenários de alterações climáticas IS92a referente ao período que
vai até 2080. Fonte: (Lesolle, 2012)
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Gráfico 3- Pluviosidade futura e actual prevista. Gaberone, Botswana (dados reais referentes à 1910 a 2000 e a
projecção baseada em cenários de alterações climáticas IS92a referente ao período que vai até 2080. Fonte:
Computado pelo autor com base em dados meteorológicos.
Figura 7: Relações entre os impactos das alterações climáticas e vulnerabilidades, a segurança alimentar e o turismo
enquanto actividades de desenvolvimento socioeconómico.
E
D
C F
G
B
5. Conclusão
Feito o trabalho, e respondo aos objectivos traçados, conclui se que:
La-Niña é um fenómeno referido ao arrefecimento em grande escala das temperaturas da
superfície do oceano no Oceano Pacífico equatorial central e oriental, associado a
alterações na circulação atmosférica tropical, nomeadamente ventos, pressão precipitação.
Geralmente apresenta impactos opostos sobre o tempo e o clima como o El Niño, que é a
fase quente do chamado El Niño Oscilação Sul (ENOS).
As regiões mais afectas pelo fenómeno La Niña são: África (Oriental e Austral), Austrália,
Indonésia, parte do continente Asiático (China e Japão), Canadá, Perú, Brasil, Argentina.
As alterações da pluviosidade são melhor expressas por meio de alterações de intensidade,
eventos de pluviosidade extrema (tempestades) e alterações da época chuvosa (início, fim
e duração), dentre estes impactos, destacam se outra característica de pluviosidade
observável que é o aumento do número da actividade ciclónica na região Sudoeste do
Oceano Índico. A época ciclónica tropical para a região da SADC decorre de Novembro a
Abril, esperando-se a maior frequência de ocorrência em Janeiro e Fevereiro. A presença
de ciclones na região dá origem à inundação extensiva, resultando em perdas económicas
e na destruição de infra-estruturas, culturas e meios de sobrevivência nos países a Este da
região da SADC.
Sobre os efeitos futuros que se podem manifestar, prevê-se que as alterações climáticas
causadas pelo ENOS venham exacerbar os padrões de migração induzida por razões
ambientais. Falndo especificamente da região da SADC, viu se que um dos desafios para
a zona da África Austral, consiste em identificar opções de políticas adequadas tendentes
a responder ao fenómeno. A SADC precisa de identificar estratégias de resposta à
adaptação às alterações climáticas, devendo estas estratégias abordar e aprimorar a
capacidade de a região responder à pressão adicional das alterações climáticas.
La Niña tem a sua importancia destacada porque é usada por governos para mobilizar o
planejamento em setores sensíveis ao clima, como agricultura, saúde, recursos hídricos e
gestão de desastres. Na área da agricultura, a ocorrência da La Niña pode implicar em certas
regiões o aumento do volume da preciptação, e noutras, a diminuição do volume da
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6. Bibliografia
2. Calderon, G., & Borsato, V. d. (2017). O fenômeno La Niña e sua influência na
disponibilidade hídrica no município de. Campo Mourão.
3. Inema. (2001). o que é La Nina? Inema , 3.
4. KLAUS, W. (s.d.). Obtido de Disponível em: <https://www.esrl.noaa.gov/psd/enso/mei/>.
5. Lesolle, D. (2012). DOCUMENTO DE POLÍTICA SOBRE AS ALTERAÇÕES
CLIMÁTICAS DA SADC: AVALIAÇÃO DAS OPÇÕES DE POLÍTICAS PARA OS
ESTADOS MEMBROS DA SADC . SADC POLICY ANALYSIS & DIALOGUE
PROGRAMME.
6. Miro, J. M., & de Souza, V. C. (2019). A RELAÇÃO ENTRE OS FENÔMENOS EL NIÑO
E LA NIÑA E O CLIMA DA BAIXADA CAMPISTA, NORTE DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO. Ceará: universidade Federal do Ceará.
7. NOAA Climate.gov staff. (18 de Janeiro de 2016). El Niño and La Niña: Frequently asked
questions. Obtido de CLIMATE.gov: https://climate.gov/news-features/understanding-
climate/el-ni%C3%B1o-and-la-ni%C3%B1a-frequently-asked-questions
8. SALINI, M. F. (2011). A Influência do Fenômeno El Niño Oscilação Sul- ENOS(La Niña
e El Niño) Na Ocorrência De Inundações No Vale Do Taquari-RS. Lajeado.
9. Toyama, l. (2014). Impactos do fenômeno El Niño Oscilação Sul na variabilidade
climática e seus efeitos na produtividade da cultura da cana-de- açúcar em diferentes
regiões brasileiras. Piracicaba: Universidade de São Paulo.