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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Efeitos das mudanças climáticas na sua província

Nome do aluno: Celino Alberto Marinho

Código do aluno: 71231148

Quelimane, Agosto de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de ciências de educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Geografia

Efeitos das mudanças climáticas na sua província

Trabalho de Campo ser


submetido na Coordenação
do Curso de Licenciatura
em Geografia da
UnISCED.
Tutor:

Nome do aluno: Celino Alberto Marinho


Código do Aluno: 71231148
Disciplina: Climatogeografia

Quelimane, Agosto de 2023


Índice
CAPÍTULO I: CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................. 4
1.Introdução......................................................................................................................... 4
Objectivos ................................................................................................................................... 4
1.1.2.Objectivo Geral .......................................................................................................... 4
1.1.3.Objectivos Específicos ............................................................................................... 4
1.1.3.Metodologias .............................................................................................................. 4
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 5
2.Localização e caracterização da província de Niassa....................................................... 5
2.1.Mudanças climáticas ..................................................................................................... 5
3.Mudanças climáticas na província de Niassa .......................................................................... 6
Alteração dos níveis de temperatura e precipitação ............................................................ 6
3.1. O impacto do fluxo termo-pluviométrico na agricultura ............................................. 6
4. Desafios do sector agrário em resposta às mudanças climáticas na província de Niassa7
4.1. Oscilações e Variações Climáticas ............................................................................... 7
4.2. Efeitos das variações climáticas ................................................................................... 8
CAPITULO III: ........................................................................................................................ 10
5. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 10
6.REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 11
CAPÍTULO I: CONTEXTUALIZAÇÃO
1.Introdução
Os impactos das mudanças climáticas incidem no aumento da temperatura e na diminuição
dos níveis de precipitação, podendo reflectir-se sobremaneira na produtividade agrícola,
comprometendo de certa forma, o rendimento deste sector económico. É neste contexto que
nos propusemos a reflectir a forma como as mudanças climáticas têm afectado a agricultura
na província do Niassa, com o objectivo de analisar o impacto das mudanças climáticas na
agricultura. Especificamente caracterizar a alteração da temperatura e precipitação; explicar
como tal alteração podem influenciar na degradação de culturas e apresentar alternativas de
culturas resilientes às mudanças climáticas e outras.

Objectivos
1.1.Objectivo Geral
 Conhecer os efeitos das mudanças climáticas;

1.1.2.Objectivos Específicos
 Definir o conceito de mudanças climáticas;
 Descrever a dinâmica climática da província de Niassa;
 Explicar as causas das mudanças climática.

1.1.3.Metodologias
Este trabalho é meramente bibliográfico onde trouxemos várias teorias de vários autores que
falam sobre o tema: Efeitos das mudanças climáticas na sua província. Para tal, foram
utilizados como fontes para realização desta pesquisa livros, revistas e artigos académicos que
abordam a temática pesquisada. E a partir da qual foi feita uma revisão da temática em
questão, usando recursos de abordagem qualitativa no tratamento do conteúdo pesquisado,
com o objectivo de conhecer os efeitos das mudanças climáticas. No dizer de Gil (1991), a
pesquisa bibliográfica é um trabalho de natureza exploratória, que propicia bases teóricas ao
pesquisador para auxiliar no exercício reflexivo e crítico sobre o tema em estudo. Em
primeiro momento é bastante útil para aguçar a curiosidade do pesquisador e despertar
inquietações sobre o tema a ser estudado

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CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.Localização e caracterização da província de Niassa
A Província do Niassa é uma subdivisão de Moçambique, situada no extremo noroeste do
país. É a maior província do País com cerca de 129 mil km² e tem como Capital a Cidade de
Lichinga, possui 16 Distritos (Lago, Sanga, Chimbunila, Cidade de Lichinga, Ngaúma,
Mandimba, Mavago, Muembe, Mecula, Majune, Marrupa, Cuamba, Metarica, Maúa, Nipepe
e Mecanhelas), 39 Postos Administrativos, 79 Localidades e 5 Municípios (Lichinga,
Cuamba, Marrupa, Metangula e Mandimba). Em língua Nyanja, "Niassa" significa "Lago". A
Província do Niassa está localizada na região norte de Moçambique, e tem fronteira, a norte
com a Tanzânia, a sul com as províncias de Nampula e Zambézia, com a província de Cabo
Delgado a este e a oeste com o Malawi, com o qual também divide o Lago Niassa, um dos
Grandes Lagos Africanos.

2.1.Mudanças climáticas
Conceito
Mudanças climáticas são alterações provocadas no clima a partir de mudanças nas
temperaturas médias globais, nos regimes de chuva e na cobertura vegetal. Essas
transformações podem ser de ordem natural, como os fenómenos atmosféricos que ocorrem
no interior do planeta, ou por meio da acção antrópica (actividades humanas).

Causas das mudanças climáticas


As mudanças climáticas podem ter origem natural ou antrópica, ou seja, provocada pela acção
humana. Se originadas naturalmente, podem ser internas, advindas de processos que ocorrem
no interior da Terra, ou externas, como a variação da energia solar. Uma das actividades
humanas que desencadearam as mudanças climáticas são as actividades industriais, que
liberam gases poluentes e de efeito estufa à atmosfera.

Causas naturais Causas antrópicas


Actividade solar: variação da radiação solar, que Emissão de gases de efeito estufa,
não chega à Terra de maneira uniforme. principalmente de dióxido de carbono.
Variação orbital: elevação ou redução da radiação
Desmatamento da cobertura vegetal para fins
solar em decorrência de alterações no movimento da
agro-pecuários.
Terra em relação ao Sol.
El Niño e La Niña :representam alterações na Queima de combustíveis fósseis nas
temperatura média das águas do Pacífico. indústrias.

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Vulcanismo: as erupções vulcânicas emitem
partículas que reflectem a luz solar, impedindo que
Poluição atmosférica.
chegue à superfície. Dessa forma, ocorre o
resfriamento do sistema climático da Terra.
3.Mudanças climáticas na província de Niassa
Alteração dos níveis de temperatura e precipitação
Mesmo que a Província de Niassa estrategicamente se localize no interior do país, num espaço
geográfico de relevo relativamente alto, onde se encontra o planalto de Lichinga (com altitude
mais saliente do país - 1374 m), as mudanças climáticas afectam significativamente a
temperatura e a precipitação. Os níveis de precipitação tendem a diminuir na última década,
comparando com as décadas anteriores e a temperatura aumenta progressivamente. Essa
manifestação climática enquadra-se no contexto das mudanças climáticas globais que
preocupa os habitantes de todo o planeta.
Os níveis de precipitação na Província de Niassa são irregulares em termos de médias da
queda pluviométrica por ano desde 1980 a 2019, registando baixa pluviosidade em certos
anos, principalmente em 1987, 1992, 1998, 2007 e 2016. A precipitação teve o seu pico em
2002, tendo atingido 1809 mm. Aliado às mudanças climáticas e consequente aumento da
temperatura, desde 2002 até 2019, as quedas pluviométricas tendem a diminuir gradualmente.

Tal manifestação climática diminui o nível de humidade do solo, pelo facto de registar-se
maior evaporação, deixando a terra seca e relativamente quente em todos os períodos do ano.
De acordo com Queface (2007), apud zolho (2010), refere que a diminuição da precipitação e
o aumento da temperatura diurna e anual em Moçambique, poderá de certa forma, prolongar
as secas e abrir espaço para o surgimento de outros problemas associados às mudanças
climáticas, como por exemplo, as cheias e inundações.

3.1. O impacto do fluxo termo-pluviométrico na agricultura


Na Província de Niassa, o aumento da temperatura e a diminuição da precipitação,
influenciam significativamente na degradação das culturas e na baixa produção do sector
familiar e empresarial.
O Plano Estratégico do Niassa 2018-2029, revelou que em 2015 foi realizado um estudo sobre
riscos e adopção às mudanças climáticas de agricultores da Província de Niassa, onde a
percepção dos agricultores de Lichinga ajudaram a perceber que nos últimos anos, o aumento
da temperatura e a diminuição da precipitação, proporcionam o início tardio da queda da
chuva, de Outubro para finais de Novembro ou início de Dezembro e a redução da estacão

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chuvosa, constituindo principais entraves para o desenvolvimento da agricultura e
consequente baixo rendimento neste sector económico (GPN, 2017).

4. Desafios do sector agrário em resposta às mudanças climáticas na província de Niassa


A diminuição dos meses de precipitação, a quantidade da pluviosidade e o recuo dos meses de
início das chuvas, afecta sobremaneira, os excedentes agrícolas, colocando vulneráveis as
famílias que servem da agricultura, como sector base de subsistência (Micoa, 2012).
 Uma das estratégias adoptadas pelo Governo moçambicano no sector agrário em
resposta aos efeitos das mudanças climáticas é o uso de sementes adaptadas às secas e
a implementação de um sistema de preparação do solo, que se adequa às sementes
geneticamente modificadas.

Associado a esta iniciativa, e para garantir a segurança alimentar, o Ministério da Agricultura


desenvolve outras acções como: alargamento das áreas com culturas perenes, através de
produção e distribuição de plântulas; produção intensiva de hortícolas e outras culturas
anuais; multiplicação de rama de batata-doce e estacas de mandioca como material tolerante à
seca e para a substituição de variedades sensíveis a doença de podridão radicular da
mandioca; aquisição e fornecimento de kits de equipamento de protecção e combate as pragas
e doenças; a utilização intensiva de recursos hídricos, através da construção e reabilitação de
sistemas de regadio, represa e fontes de água, bem como a aquisição e montagem do
equipamento de regadio
4.1. Oscilações e Variações Climáticas
De acordo com Torres & Machado (2008, p. 202), chamam-se oscilações climáticas os alto se
baixos das médias de séries consecutivas de 30 anos.
Denomina-se variações climáticas períodos superiores há 30 anos. Oscilações e variações não
diferem se não pela amplitude e duração sendo ligadas pelos mesmos processos de circulação
geral. Entretanto a maior parte dos meteorologistas usa o termo oscilações precisando sua
escala no tempo:
Oscilações geológicas: os períodos se contam em milhões ou milhares de anos;
Oscilações climáticas: período de vários séculos, posteriores à última glaciação quaternária;
Oscilações seculares: períodos de 10, 20, 30 ou 50 anos (considerados no interior de um
século);
Oscilações irregulares: são as oscilações de uma semana a outra, de um mês a outro, de um
ano a outro.

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Varias teorias, em relação as quais não entraremos em detalhes, são usadas para explicar
oscilações.
De acordo com Salgado Labouriau (1994), os factores que podem iniciar ou terminar uma
glaciação são:
 Mudanças no relevo topográfico;
 Mudanças de radiação por efeito de meteoros;
 Mudanças de radiação por efeito de vulcanismo;
 O ciclo solar;
 Teoria de Milankovitch;
 Movimentação Tectónica

4.2. Efeitos das variações climáticas


As variações climáticas ocorridas, sobretudo durante o Pleistoceno, trouxeram várias
consequências para a superfície terrestre, sendo as principais apresentadas a seguir:
 Mudanças no nível do mar;
 Efeitos sobre os continentes maior amplitude térmica em áreas longe de grandes
superfícies hídricas;
 Efeito sobre a quantidade de água na atmosfera;
 Efeitos sobre a distribuição da biota terrestre.
De acordo com Haffer & Prance (2002), as variações climáticas provocaram mudanças
globais na distribuição de florestas tropicais e demais vegetações não-florestais antes e
durante o Cenozóico.

Consequências da Mudanças Climáticas


a) Pressupõe-se que o aquecimento global irá fazer com que haja um derretimento das
calotas polares, com aumento do nível médio do mar e inundação de regiões mais
baixas;
b) O aquecimento global poderá fazer com que a evaporação nas regiões equatoriais
aumente e com isto aumente a frequência e a intensidade dos sistemas meteorológicos,
como furacões e tempestades tropicais;
c) Surgimento de microclimas em locais urbanizados: A cidade é um grande modificador
do clima. A camada de ar mais próxima ao solo é mais aquecida nas cidades do que
nas áreas rurais. A actividade humana, o grande número de veículos, indústrias,
prédios, o asfalto das ruas e a diminuição das áreas verdes criam mudanças muito

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profundas na atmosfera local, modificando também a temperatura e as chuvas da
região. O aumento do calor na cidade modifica a circulação dos ventos, a humidade e
até as chuvas;
d) Alteração do ciclo hidrológico e ocorrência de enchentes devido ao aumento do
escoamento superficial; redução do vapor de água na atmosfera sobre área
desflorestada, aumento da temperatura em cerca de 1º a 3º C, redução da
evapotranspiração e consequente da redução da precipitação caso não haja uma outra
fonte de suprimento de humidade para a área em questão;
e) Alteração ou destruição de ecossistemas;
f) Ocorrência de chuvas acidas: A emissão de poluentes na atmosfera, provenientes dos
automóveis e indústrias, principalmente os provenientes de óxidos de enxofre e óxidos
de nitrogénio, irão reagir com o vapor de água presente na atmosfera produzindo
ácidos nítricos e sulfúricos que irão precipitar juntamente com as gotículas de água de
chuva.
Degradação do ozono atmosférico. No último século, devido ao desenvolvimento industrial,
passaram a ser utilizados produtos que emitem os chamados clorofluorcarbonos (CFCs), um
gás, que passa praticamente ileso pela troposfera e chega até a estratosfera destruindo as
moléculas

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CAPITULO III:
5. CONCLUSÃO
Os resultados da pesquisa deram a perceber que as mudanças climáticas que se manifestam no
mundo e Moçambique no geral e na Província de Niassa em particular, contribuem
significativamente no aumento da temperatura e diminuição da precipitação, com destaque
para a última década (2000 - 2019). Os prejuízos repercutem-se no sector agrário, com
enfoque ao início tardio da sementeira e a degradação das culturas por não se adaptarem com
a estiagem, ameaçando de certa forma, o rendimento agrícola. O uso de culturas adaptativas e
resilientes às mudanças climáticas; as novas tecnologias; o sistema de multicultura; a
valorização e integração de iniciativas locais; disponibilização da informação; incorporação
da temática das mudanças climáticas nas políticas públicas, entre outras estratégias,
constituem alternativas para garantir o equilíbrio dos níveis de produção e assegurar a vida da
população directa ou indirectamente afectada pelos efeitos das mudanças climáticas.

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6.REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Governo da província do Niassa (2017). Plano Estratégico do Niassa 2018-2029. Lichinga
Haffer & Prance (2002). As mudanças climáticas na Província do Niassa. UP-Maputo
Micoa. (2005). Avaliação da vulnerabilidade as mudanças climáticas. Uem-Maputo
Queface (2007). Mudanças climáticas. Vol. 1. Brasil Rio de Janeiro.
Salgado Labouriau (1994). Meteorologia e Climatologia. Versão Digital 2, Brasil
Torres & Machado (2008). Introdução a Climatologia. 4ª Ed, atlas, Brasil,
Zolho, R. (2010). Mudanças Climáticas e as Florestas em Moçambique. Moçambique, CIP.

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