Você está na página 1de 12

UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

FACULDADE GEOCIENCIA E AMBIENTE

Efeito das mudanças climáticas no mundo e em Moçambique

Licenciatura em ensino de geografia com habilitações em história

Alec Manganhe
Ercénio Nhabangue
Esperança José
Fernando Daniel
Samuel Estetche
Juvenalia Adelino
Zacarias Alves

Chimoio
Abril de 2023
Alec Manganhe
Ercénio Nhabangue
Esperança José
Fernando Daniel
Samuel Estetche
Juvenalia Adelino
Zacarias Alves

Efeito das mudanças climáticas no mundo e em Moçambique

Trabalho de pesquisa a ser apresentado ao


departamento de faculdade de Geociências e
Ambiente, curso de Licenciatura em Ensino de
Geografia com habilitações em História para efeitos
de avaliação na cadeira de: Temas transversais-4.
Sob orientação do Mestre: Gonçalves Catandica

Chimoio

Abril de 2023
Indice
1. Introdução...........................................................................................................................4

1.1. Objectivos.......................................................................................................................4

1.1.2. Geral.................................................................................................................................4

1.2.3. Especifico.........................................................................................................................4

1.3.4. Metodologia do trabalho..................................................................................................4

2. Efeito das mudanças climáticas no mundo e em Moçambique..........................................5

2.1. Causas das mudanças climáticas.....................................................................................5

2.1.2. Principais consequências das alterações climáticas.........................................................6

3. Efeito das mudanças climáticas no mundo.........................................................................7

3.1. Tabela 1: Efeitos globais das alterações climáticas nas diversas regiões do Mundo......7

3.1.2. Efeito das mudanças climáticas em Moçambique...........................................................9

4. Conclusão..........................................................................................................................11

5. Referências Bibliográficas................................................................................................12
1. Introdução

Estamos num caminho insustentável e é importante repensar as estratégias de


desenvolvimento e os nossos estilos de vida, num contexto de crescente gravidade das
consequências das alterações climáticas. As alterações climáticas são identificadas como um
dos grandes problemas da actualidade e do futuro que afectam a sociedade, o ambiente e a
economia, pelo que se exige o envolvimento de todos na resolução deste problema. Vários
autores defendem que o número de fenómenos climáticos extremos resultantes desta
variabilidade climática continuará a aumentar, fazendo com que alguns locais da Terra se
tornem intoleráveis ao Homem.

1.1. Objectivos

1.1.2. Geral
 Conhecer os efeitos das mudanças climáticas no mundo e em Moçambique.

1.2.3. Especifico
 Indicar as causas das mudanças climáticas;
 Destacar principais consequências das alterações climáticas;
 Descrever efeitos das mudanças climáticas no mundo e em Moçambique.

1.3.4. Metodologia do trabalho


Para a elaboração do presente trabalho de carácter avaliativo, o grupo recorreu ao Método de
Pesquisa das referências bibliográficas. De acordo Lakatos e Marconi (2003, p 221).

Os métodos procedimento constituem etapas mais concretas da pesquisa explicando objectos


menos abstractos, isto é, relacionam-se especificamente com as fases das pesquisas.
2. Efeito das mudanças climáticas no mundo e em Moçambique

O conceito de mudança climática faz referência às alterações do clima através do tempo.


Segundo (IPCC, 2007), as mudanças do clima estão associadas tanto à variabilidade natural
quanto à variabilidade originada como consequência das actividades do homem (razões
antropogênicas).

Segundo (Le treut et al., 2007), a mudança climática resulta da evolução do sistema climático
no tempo que pode ser influenciada por dinâmicas internas próprias e devida às alterações em
factores externos denominados de forsantes. Estas forsantes externos incluem: fenómenos
naturais como erupções vulcânicas e variações solares, bem como mudanças na atmosfera
induzidas pelo homem.

Enquanto para Davis (2011), as mudanças climáticas ocorrem tanto naturalmente em função
do sistema climático regional e global, quanto em resposta à influência adicional devido à
actividade humana.

O sistema climático actua dentro de um complexo funcional interligado, composto por


elementos como a superfície da terra, os oceanos e águas, camadas de gelo e neve, a
atmosfera e corpos viventes, esses elementos interagem através de processos naturais como o
balanceamento entre a atmosfera e os oceanos, o efeito estufa, os processos de evaporação,
entre outros, isto com a finalidade de manter o equilíbrio entre a energia que é recebida pelo
sol e posteriormente sua liberação no espaço, sendo a condição necessária para conservar a
estabilidade do clima (IPCC, 2007).

2.1. Causas das mudanças climáticas

As alterações climáticas são um fenómeno de larga extensão e devem-se a fenómenos


internos (causas naturais) e externos (causas antropogénicas) (Silva e Paula, 2009).

O aquecimento global é um processo que resulta no aumento da temperatura média da


atmosfera e dos oceanos e que segundo observações vem ocorrendo desde meados do século
XIX, provocado essencialmente pelas emissões de gases de efeito estufa, sendo um dos
principais o CO2 (dióxido de carbono), o CH4 (metano) e o N2O (óxido nitroso) (IPCC,
2007).

Existe um grande embate quanto às causas das mudanças climáticas no planeta, não se sabe
se são por causas naturais decorrentes das mudanças cíclicas do clima, que resfria e aquece
em diversas localidades, ou se são provocadas pelos homens, as chamadas causas
antropogênicas (IPCC, 2007).

Muitos cientistas e meteorologistas, portanto, têm afirmado com veemência que a maior
influência do aumento das temperaturas no planeta é decorrente das ações dos homens,
aponta-se como principais responsáveis pelas emissões de CO2 a queima de combustíveis
fósseis e a desflorestação, que provocam a libertação de forma quase instantânea para a
atmosfera de enormes quantidades deste gás (IPCC, 2007).

As medidas corretas a serem tomadas focam-se essencialmente na necessidade de investir em


fontes de energia renovável (vento, sol, ondas) e na transição para uma economia de baixo
consumo de carbono.

No seu Pacote Energia-Clima, a União Europeia acordou uma redução, até 2030, de pelo
menos 40% das emissões de GEE(Gases de efeito de estufa) na Comunidade,
comparativamente a 1990.

Portugal adoptou o Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC 2020/2030),


que visa assegurar a redução gradual das emissões nacionais de GEE, e a Estratégia Nacional
de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC 2020), procurando melhorar o nível de
conhecimento sobre as alterações climáticas e a adaptação das diferentes políticas públicas
sectoriais e respectivos instrumentos de operacionalização.

2.1.2. Principais consequências das alterações climáticas


De acordo com o quarto relatório do IPCC (2013), os estudos efetuados confirmam que estas
consequências são já notórias, nomeadamente no aumento da temperatura da superfície
terrestre e dos oceanos, com consequente degelo das calotes polares e aumento global do
nível médio das águas do mar. De uma forma resumida, estão previstas como principais
consequências das alterações climáticas (Goodess, 2012; IPCC, 2007; Santos e Miranda,
2006):

 Aquecimento global;
 Aumento da frequência de fenómenos climáticos extremos;
 Subida do nível médio das águas do mar;
 Perda de cobertura de gelo nos polos;
 Alterações na disponibilidade de recursos hídricos;
 Alterações nos ecossistemas e perda de biodiversidade;
 Desertificação;
 Interferências na agricultura;
 Impactes na saúde e bem-estar da população humana;
 Deslocamentos populacionais.

3. Efeito das mudanças climáticas no mundo

As alterações climáticas são um problema global com diferentes impactes segundo a região
do planeta e necessitam de acções concertadas e complementares entre os níveis local,
nacional e internacional relativamente à sua mitigação e adaptação. A vulnerabilidade às
alterações climáticas depende de diversas variáveis, no entanto, existe uma especial
preocupação com os países em desenvolvimento, como a China ou a Índia, onde a
vulnerabilidade social, a pobreza e a desigualdade intensificam os problemas climáticos
existentes (Rua, 2013).

Os efeitos das Mudanças Climáticas incluem ainda efeitos económicos negativos devido a
recessão económica em virtude da baixa produção agrícola (IPCC, 2001).

Segundo Maroun (2007), MC refere-se à qualquer mudança no clima influenciada quer seja
directa ou indirectamente pela actividade humana e que é adicional à variabilidade natural do
clima ao longo do tempo.

As alterações climáticas têm sido identificadas como um dos grandes problemas da


actualidade e do futuro que afectam a sociedade, o ambiente e a economia, ameaçando o
desejado conceito de “desenvolvimento sustentável” (Borrego et al., 2009; APA, 2009).
Neste cenário de alterações no clima e de aumento das consequências negativas que delas
advém, surge a necessidade de estudar os seus impactes económicos, sociais e ambientais
(Warner et al., 2008).

3.1. Tabela 1: Efeitos globais das alterações climáticas nas diversas regiões do
Mundo

ÁFRICA  Aumento de regiões áridas;


 Insegurança alimentar acrescida, devido à grande
dependência de uma agricultura subdesenvolvida;
 Aumento das temperaturas;
 Grandes fluxos migratórios em direcção à Europa.
ÁSIA  Grande vulnerabilidade às alterações climáticas, sobretudo
nos países em desenvolvimento do continente;
 Derretimento de gelo nos Himalaias, com consequentes
inundações;
 Elevação do nível médio das águas do mar, afectando e
deslocando os milhões de pessoas que vivem em zonas
costeiras baixas;
 Maior frequência de fenómenos climáticos extremos, como
secas e cheias;
 Forte escassez de água;
 Pouca produtividade agrícola.
EUROPA  Aumento do nível médio das águas do mar;
 Aumento de fenómenos climáticos adversos, como
inundações, precipitações extremas e ondas de calor;
 Redução da disponibilidade de água, sobretudo na Europa
do Sul.
Contudo tem alta capacidade de adaptação às alterações
climáticas. No entanto, Europa do Sul, Mediterrâneo e
Europa do Ártico são mais vulneráveis.
AMÉRICA  Salinização e desertificação de solos agrícolas;
 Aumento de inundações;
 Aumento de fenómenos climáticos extremos.
 Aumento de inundações.
Contudo, vulnerabilidade baixa devido à grande
capacidade de adaptação.
REGIÕES POLARES  Rápida fusão das calotes glaciares polares;
 Redução na espessura e extensão das camadas de gelo;
 Erosão costeira.
AUSTRÁLIA E  Aumento de inundações costeiras, resultantes do aumento
NOVA ZELÂNDIA do nível médio das águas do mar;
 Aumento da gravidade e frequência de fenómenos
climáticos extremos, como tempestades;
 Perda de biodiversidade, agricultura e silvicultura,
resultantes de secas e do aumento de incêndios florestais.
No entanto, grande capacidade de adaptação às alterações
no clima.
Fonte: Síntese elaborada a partir de Chirala, 2013; Santos e Miranda, 2006.

3.1.2. Efeito das mudanças climáticas em Moçambique


Moçambique é um país onde a ocorrência de eventos extremos do clima constitui a grande
barreira para o rápido desenvolvimento económico sustentável pelos danos humanos e
materiais até a perda de culturas que a ocorrência desses eventos extremos, com uma
frequência de pelo menos um evento em cada ano acarreta. Como consequência a população
vive numa situação de ameaça e instabilidade. INGC (2009).

Moçambique é um país vulnerável às mudanças climáticas devido à sua localização


geográfica (com cerca de 2,700 Km de costa, maior parte dos rios internacionais
atravessarem o país antes de desaguarem no Oceano Índico, superfícies abaixo do nível das
águas do mar); temperaturas altas; aridez e pobreza dos solos; ocorrência de doenças
endémicas; deficiente vias de comunicação; alto nível de analfabetismo, elevada taxa de
crescimento populacional; pobreza absoluta e dependência dos recursos naturais que por sua
vez dependem da quantidade de precipitação. INGC (2009)

A localização geográfica é um dos principais factores que contribui para a vulnerabilidade do


País aos eventos extremos, na medida em que alguns dos ciclones tropicais e depressões são
formadas no Oceano Índico, atravessam o Canal de Moçambique e afectam a parte costeira.
Com a subida da temperatura global, aumentará a frequência e severidade de secas no interior
do País e de cheias nas regiões costeiras. São exemplos os eventos de cheias que tiveram
lugar em 2000 no sul e em 2001 no centro de Moçambique. (Sanches, 2000).

Os principais eventos extremos são as secas, cheias e ciclones tropicais. Outros problemas
ambientais que assolam o País incluem epidemias, pragas, queimadas, deflorestamento e
erosão.
Situação da seca no país

A experiência mostra que a seca tem impacto negativo em diferentes áreas de actividade,
podendo causar diferentes efeitos tais como:

 Perda de culturas;
 Secagem de pontos de água (poços, lagoas, lagos, riachos, rios etc.);
 Redução da produtividade primária nas zonas costeira, afectando negativamente a
pesca;
 Redução de áreas de pastagem;
 Subida de preços dos produtos agrícolas e de primeira necessidade;
 Subida de importações de alimentos;
 Aumento de apelos para ajuda externa;
 Perda de vidas humanas e de animais;
 Eclosão de doenças, e;
 Perda de Biodiversidade.

Situação das cheias no país

Os efeitos negativos das cheias são amplamente conhecidos tanto a nível mundial como em
Moçambique, trazendo as seguintes consequências:

 Inundações;
 Perdas de vidas e propriedades;
 Perda de culturas;
 Eclosão de doenças;
 Deslocados;
 Perda de Biodiversidade, e;
 Ruptura das actividades normais em diferentes áreas
4. Conclusão

Concluindo estamos num caminho insustentável e é importante repensar as estratégias de


desenvolvimento e os nossos estilos de vida, num contexto de crescente gravidade das
consequências das alterações climáticas. As alterações climáticas são identificadas como um
dos grandes problemas da actualidade e do futuro que afectam a sociedade, o ambiente e a
economia, pelo que se exige o envolvimento de todos na resolução deste problema. Vários
autores defendem que o número de fenómenos climáticos extremos resultantes desta
variabilidade climática continuará a aumentar, fazendo com que alguns locais da Terra se
tornem intoleráveis ao Homem.

Para além do aumento deste tipo de fenómenos, o número de impactes negativos sobre vidas
humanas e bens materiais tem igualmente aumentado. Tal facto deve-se não só à crescente
gravidade dos desastres naturais e seus impactes, como também ao aumento da exposição das
populações ao risco. Nesse sentido, é primordial que algo seja feito, nomeadamente em
espaços mais vulneráveis a este tipo de problemas, como as zonas costeiras.
5. Referências Bibliográficas

IPPC,(2001).Climate change. Impacts, Adaptation and vulnability, Genebra, Suiça,


2001.95pp

INGC. 2009. Synthesis report. INGC Climate Change Report: Study on the impact of climate
change on disaster risk in Mozambique. [van Logchem B and Brito R (ed.)]. INGC,
Mozambique.

IPCC. Climate Change, (2007) the Science of Climate Change; contribution of Working
Group I to the second assessment report of the intergovernmental panel on climate change.
Cambridge, UK.

IPCC. Climate Change, (2007) the Science of Climate Change; contribution of Working
Group I to the second assessment report of the intergovernmental panel on climate change.
Cambridge, UK.

GOODESS, C. M. (2012). How is the frequency, location and severity of extreme events
likely to change up to 2060. Environmental Science and Policy, N.º 4, 4-14.

SANNCHES. (2000 ). Impactos das Alterações Climáticas em Portugal. Resumo do Projeto


SIAM. Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

SANTOS, F. D., MIRANDA, P. (2006). Alterações Climáticas em Portugal. Cenários,


Impactos e Medidas de Adaptação. Projecto SIAM II. Lisboa.

WARNER, K., HAMZA, M., OLIVER-SMITH A., RENAUD F., JULCA A. (2008). Climate
change, environmental degradation and migration. Nat Hazards, 55 (3), 689-715.

UNRIC (2014). Boletim do Centro Regional de Informação das Nações Unidas para a Europa
Ocidental. Bruxelas: Centro Regional de Informação das Nações Unidas.

Você também pode gostar