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Alessandr a 

Ter ezinha Chaves Cotr im Reis 

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA 
VEGETAÇÃO DE VEREDAS DO CERRADO NO 
OESTE DA BAHIA, BRASIL 

FEIRA DE SANTANA – BAHIA 
2008
10 

U NIVERSIDADE E STADUAL DE F EIRA DE SANTANA 


DEPARTAMENTO DE C IÊNCIAS BIOLÓGICAS 
P ROGRAMA DE P ÓS­G RADUAÇÃO EM B OTÂNICA 

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA 
VEGETAÇÃO DE VEREDAS DO CERRADO NO 
OESTE DA BAHIA, BRASIL 

Alessandra Ter ezinha Chaves Cotr im Reis 

Dissertação  apresentada  ao  Programa  de  Pós­ 


Graduação  em  Botânica  da  Universidade 
Estadual  de  Feira  de  Santana  como  parte  dos 
requisitos  para  a  obtenção  do  título  de  Mestre 
em Botânica. 

ORIENTADOR: DR. FLÁVIO FRANÇA  (UEFS) 


CO­O RIENTADOR: DR. ABEL CONCEIÇÃO (UEFS) 

FEIRA DE SANTANA – BAHIA 
2008
11 

Ficha Catalográfica: Biblioteca Central Julieta Carteado
12 

BANCA EXAMINADORA 

_____________________________________________ 
Prof. Dr. Eduardo Van den Berg 

_____________________________________________ 
Prof(a). Dr(a). Carolin Proença 

_____________________________________________ 
Pr of. Dr . Flávio Fr ança 

Orientador e Presidente da Banca 

Feira de Santana – BA 
2008
13 

Aos meus queridos pais Humberto e Marlene, minha irmã Fabíola, minha sobrinha Sophia, 


a Saul meu esposo e a Manoelito meu filho. 
DEDICO
14 

Agr adecimentos 

A Deus por me permitir vencer mais uma etapa em minha vida. 
A Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), especialmente ao Departamento 
de  Ciências  Biológicas,  através  do  Programa  de  Pós­graduação  em  Botânica,  pela 
oportunidade na realização deste curso. 
Ao  Orientador  Prof.  Dr.  Flavio  França  do  Departamento  de  Ciências  Biológicas  da 
Universidade  Estadual  de  Feira  de  Santana  (UEFS),  pela  orientação,  apoio,  paciência  e 
sobretudo pela amizade demonstrada ao longo desta jornada. 
Ao Co­orientador Prof. Dr. Abel Conceição, do Departamento de Ciências Biológicas 
da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), pelas sugestões, críticas e palavras de 
incentivo.
À Profa. Dra. Efigênia Melo, do Laboratório de Taxonomia da UEFS, pela atenção e 
apoio durante a realização do trabalho. 
Ao MsC. Floriano Pastore pela presteza e atenção que sempre me dispensou, durante a 
identificação das plantas. Seu auxilio foi fundamental, muito obrigada. 
À Prof. Lenise pela atenção, presteza, alegria e disposição dispensada durante a minha 
visita ao Herbário Alexandre Leal Costa (ALCB) ­ UFBA. 
À  Prof.  Dra.  Carolin  Proença  pela  atenção  dispensada  durante  a  minha  visita  ao 
Herbário UN da UnB. 
A  Sidrônio  Bastos,  Ivan  Amorim e  Carla  Fabíola  do  Instituto de  Meio  Ambiente  da 
Bahia, por acreditarem, permitirem e incentivarem a realização deste trabalho. 
Aos  meus  amigos  da  Universidade  do  Estado  da  Bahia  (UNEB),  Campus  IX, 
Barreiras, Glauciana Araújo, Roxana Nascimento, Perla Matos, Bruna Thais e Vinicius Melo, 
pelo apoio na realização dos trabalhos de campo, muito obrigada, nunca vou me esquecer de 
vocês. 
A Jackeline Miclos, Fernanda Paz, Valmir Filho e Renata Damaso, Valmir e Lourdes 
Damaso,  Cristiana  e  Jorge  Costa  obrigada  pela  força  e  palavras  de  incentivo  durante  a 
realização do trabalho. 
Aos Professores da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus IX/Barreiras, 
especialmente  a MsC. Rita Sanches, MsC. Charles Leonel e Dr. Joaquim Neto pelo apoio e 
incentivo na realização dos trabalhos, principalmente os de campo.
15 

Aos meus queridos e inesquecíveis Mestres do CIRCEA em especial Lourdes Souto, 
Genivaldo Cardoso, Padre Carlos, Valdemberg Trindade e Irmã Luna. 
Aos funcionários da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Campus IX, Barreiras, 
em especial a Luza e a Domingas Calistro, Sr. Raimundo, Sr. Carlos, Lauri, que sempre me 
incentivaram mesmo com a correria do dia a dia ... não vou me esquecer de vocês. 
Aos  especialistas  pela  identificação  das  espécies  e  a  atenção  dispensada:  MsC. 
Floriano  Pastore  (UEFS);  Dra.  Efigênia  Melo  (UEFS);  Dra.  Alexa  Oliveira  ­  Paes  Coelho 
(UEFS);    MsC.  Cristiano  Menezes  (UCSal);  Dra.  Adilva  Souza  Conceição  (UNEB);  Maria 
Lenise  Guedes  (UFBA);  MsC.  Luisa  Senna  (UEFS/UNEB);  MsC.  Andreia  Karla  Santos 
(UEFS/UFBA);  MsC.  Cosme  Correia  (UEFS);  Dra.  Nadia  Roque  (UFBA);  Jacqueline 
Miranda Gonçalves (UEFS); Dr. Marcos Sobral (UFMG); Dra. Ana Maria Giulietti (UEFS); 
Dra.  Tânia  Silva  (UEFS);  Dr.  Raymond  Herley;  Dr.  Luciano  P.  Queiroz  (UEFS);  Dra.  Inês 
Cordeiro;  Dr.  Antônio  Luís  Toscano  de  Brito  (UEFS);  MsC.  Daniela  Carneiro­Torres 
(UEFS). 
A Adriana de Olinda Moraes da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), 
pela dedicação, incentivo e atenção dispensada durante toda realização deste trabalho. 
Aos colegas da UEFS Aigara Alves, Ana Paula Couto, Círio Santana, Ivania Oliveira, 
João  Rodrigo,  Patrícia  Cristina,  Paulo  Ricardo,  Tatiana  Cerqueira,  muito  obrigada  pela 
atenção que me foi dispensada durante este período. 
Aos  queridos  colegas  do  Laboratório  de  Taxonomia  (TAXON)  da  UEFS,  Alexa 
Oliveira, Claudia Bastos, Jamile Lima, Reinaldo Alves, Samia Neves, Carla de Lima, Leiton 
Silva  e  Fabio  Peixoto  pela  paciência,  apoio  e  incentivo  durante  a  realização  de  todo  o 
trabalho. 
À  Adriana  Estrela,  secretária  da  Pós­Graduação  em  Botânica/UEFS,  pela  atenção, 
paciência e preocupação em atender todas às nossas solicitações. 
A Josimara e Simony Reis pela elaboração dos mapas das áreas trabalhadas. 
A Gardênia Maria Araújo Aires e Helton Ricardo Carneiro Júnior, secretário da Pós­ 
Graduação de Biotecnologia/UEFS, por serem sempre prestativos. 
Aos funcionários da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), em especial 
aos que trabalham no LABIO. 
Aos funcionários do Herbário HUEFS (UEFS), Msc. Teonildes Sacramento N. Sena, 
Maria José e Silvia Carla pela atenção que sempre me dispensaram. 
À Maria Clara Ferreira do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pela 
preocupação, incentivo e atenção. Obrigada pela força amiga!
16 

À  minha  família,  meu  pai  Humberto  Wagner  Pinto  Cotrim  e  minha  mãe  Marlene 
Chaves  Cotrim,  a  minha  irmã  Fabíola  Diana,  a  minha  sobrinha  Sophia  Maria,  que  sempre 
tiveram  do  meu  lado  em  todos  os  momentos,  torcendo  por  mim,  me  incentivando,  e 
confortando nos momentos mais difíceis e me mostrando o quanto família e importante para 
estrutura de uma pessoa. Muito obrigada família por toda ajuda e apoio! Eu amo vocês muito! 
Aos  meus  avós  Abdias  e  Odete  Cotrim  (in memoriam),  João  e  Dulce  Chaves  (in
memoriam); aos meus tios e tias em especial a Dalva Chaves e Epaminondas Guimarães, Maria 
da Conceição e Eugênio Ramos, Moises e Celeste Pinto; aos meus padrinhos Lédima e Artur 
Matias; aos primos e primas em especial a Virginia Ramos, Andréa e Douglas Guimarães; a 
minha sogra Maria Norma e aos meus cunhados; a Maria de Lourdes minha irmã querida; a 
Gerolina Aranha, Helena Santana e Ana Ribeiro, queridas companheiras, muito obrigada pelo 
incentivo, força, confiança, amor e compreensão, que me tem dispensado ao longo dos anos. 
A Saul Reis que ao longo destes 20 anos juntos vem sempre me incentivando em todos 
os  momentos...  E  nestes  dois  últimos  anos  então.....  tenho  certeza  que  sem  ele  não 
conseguiria,  pois  com  tantas  dificuldades  e  correria,  ele  foi  o  meu  grande  companheiro. 
Obrigada por estar sempre por perto, nas dificuldades, nas horas de estresse, no nervosismo e 
nas  alegrias.  Pois  o  seu  profissionalismo  e  dedicação  durante  as  coletas  de  campo  foi 
preponderante  para  conseguirmos  realizar  este  trabalho...  acordando  de  madrugada  para 
chegar  nas  áreas  de  coletas...  como  são  difíceis  acessos..  coletou  e prensou  material,  tomou 
chuva  e dirigiu pelo cerrado em busca das veredas. Muito obrigada por tudo. Obrigada pela 
vida que temos juntos e pelo nosso lindo e querido filho Manoelito, que acaba de chegar...eu 
sou muito feliz e te amo muito! 
A  todos  aqueles  que  contribuíram  direta  ou  indiretamente  para  eu  conseguir 
concretizar este trabalho, fica o meu sincero agradecimento. 
Muito Obrigada!
17 

SUMÁRIO 

RELAÇÃO DE TABELAS  E FIGURAS ...................................  i 
RELAÇÃO DE SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES ......................  v 
1.  INTRODUÇÃO .............................................................................  1 
2.  OBJ ETIVOS ..................................................................................  7 
3.  MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................  8 
3.1.  Levantamento Bibliográfico ...................................................  8 
3.2.  Área de Estudo .......................................................................  8 
3.3.  Delineamento do Trabalho de Campo ....................................  11 
3.4.  Coleta do material e Identificação do Material Botânico .......  14 
3.5.  Análises dos dados .................................................................  17 
4.  RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................  19 
4.1.  Composição Florística e Diversidade .....................................  19 
4.2  Similariadade ..........................................................................  42 
4.3  Cobertura ................................................................................  52 
4.4  Hábito e Formas de Vida .......................................................  54 
5.  CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................  57 
6.  RESUMO .......................................................................................  58 
7.  ABSTRACT ...................................................................................  59 
8.  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................  66
18 

RELAÇÃO DE TABELAS 

Tabela 1.  Localização  das  áreas  estudadas,  onde:  Rio  de  janeiro  (RJ),  Rio  12
Branco (RB), Cerrado (CE), Borda (B), Meio (M) e Fundo (F). Oeste 
da Bahia, Brasil. 
Tabela 2.  Criptógamas ocorrentes nas parcelas de 10 x 10 m nas veredas Rio de  22 
Janeiro (RJ) e Rio Branco (RB) e em áreas de cerrado circundantes, 
Oeste da Bahia, Brasil. 
Tabela 3.  Fanerógamas ocorrentes  nas  parcelas  de  10  x  10 m  nas  veredas Rio  22 
de  Janeiro  (RJ)  e  Rio  Branco  (RB)  e  em  áreas  de  cerrado 
circundantes, Oeste da Bahia, Brasil. 
Tabela 3.  Análise da estrutura da vegetação das áreas de Cerrado e Veredas.  37 

RELAÇÃO DE FIGURAS 

Figura 1.  Localização  das  áreas  de  estudo  no  Nordeste  do  Brasil  (a),  com 
detalhe da região Oeste do Estado da Bahia, APA ­ Bacia do Rio 
de Janeiro, na Bacia do Rio Grande, Bahia, Brasil (b).  ...................  9 
Figura 2.  Mapa  de  localização  da  vereda  do  Rio  Branco  na  Bacia  do  Rio 
Grande, região Oeste da Bahia, Brasil. ............................................  10 
Figura 3.  Mapa de localização da vereda do Rio de Janeiro na Bacia do Rio 
Grande, região Oeste da Bahia, Brasil. ............................................  10 
Figura 4.  Delimitação  das  áreas  de  coletas  no  cerrado  e  veredas  (zonas  de 
borda,  meio  e  fundo)  dos  Rios  de  Janeiro  e  Branco,  Janeiro  na 
Bacia do Rio Grande, região Oeste da Bahia, Brasil. ......................  11 
Figura 5.  Áreas de coletas na vereda do Rio Branco, APA RJ, Bacia do Rio 
Grande, Oeste da Bahia, Brasil. .......................................................  15 
Figura 6.  Áreas de coletas  na  vereda do Rio de Janeiro, APA RJ, Bacia do
19 

Rio Grande, Oeste da Bahia, Brasil. .................................................  16 
Figura 7.  Famílias com maior número de espécies na vereda do Rio Branco, 
Bahia, Brasil. ....................................................................................  19 
Figura 8.  Famílias  com  maior  número  de  espécies  na  vereda  do  Rio  de 
Janeiro, Bahia, Brasil. ......................................................................  20 
Figura 9.  Distribuição  de  H’  nas  áreas  de  coletas  do  Rio  Branco  e  Rio  de 
Janeiro, Bacia do Rio Grande, Bahia, Brasil. ...................................  38 
Figura 10.  Resultado  da  Análise  de  variâncias  (Two  Way  ANOVA),  obtido 
nas três zonas das veredas e do cerrado adjacente no Rio Branco e 
do Rio de Janeiro, Bacia do Rio Grande, Bahia, Brasil. ..................  39 
Figura 11.  Valores  médios  de  H’,  obtidos  a  partir  da  analise  de  variância 
(Two  way  ANOVA)  nas  áreas  de  solos  mais  secos  e/ou  úmidos, 
obtido  nas  três  zonas  das  veredas  e  do  cerrado  adjacente  no  Rio 
Branco e do Rio de Janeiro, Bacia do Rio Grande, Bahia, Brasil. ...  39 
Figura 12.  Distribuição  da  variável  riqueza  obtida  a  partir  do  numero  de 
espécies  em  cada  subquadricula  de  2  x  2  m  na  vereda  do  Rio 
Branco, Bacia do Rio Grande, Bahia, Brasil. ...................................  40 
Figura 13.  Valores médios da riqueza, obtidos a partir da analise de variância 
nas  áreas  de  solos  mais  secos  e/ou úmidos, obtido  nas  três zonas 
das  veredas  e  do  cerrado  adjacente  no  Rio Branco,  Bacia  do  Rio 
Grande, Bahia, Brasil. ......................................................................  41 
Figura 14.  Dendrograma  de  similaridade  florística  das  áreas  de  cerrado  e 
veredas, obtido por uma matriz de presença/ausência das espécies 
utilizando UPGMA e o quociente de Jaccard. .................................  44 
Figura 15.  Dendrograma  de  similaridade  florística  das  áreas  de  cerrado  e 
veredas  obtido por uma  matriz de presença/ausência  das  espécies 
utilizando UPGMA e o quociente de Sørensen. ...............................  45 
Figura 16.  Dendrograma de similaridade florística obtido por uma matriz de 
presença/ausência  das espécies  utilizando  UPGMA e  o quociente 
de Jaccard, do Rio Branco, Bacia do Rio Grande, Oeste da Bahia, 
Brasil. ...............................................................................................  47 

Figura 17.  Dendrograma de similaridade florística obtido por uma matriz de


20 

presença/ausência  das espécies  utilizando  UPGMA  e  o quociente 


de  Sørensen,  do  Rio  Branco,  Bacia  do  Rio  Grande,  Oeste  da  48 
Bahia, Brasil. .................................................................................... 
Figura 18.  Dendrograma de similaridade florística obtido por uma matriz de 
presença/ausência  das espécies  utilizando  UPGMA  e  o quociente 
de  Jaccard,  do  Rio  de  Janeiro,  Bacia  do  Rio  Grande,  Oeste  da 
Bahia, Brasil. ....................................................................................  49 
Figura 19.  Dendrograma de similaridade florística obtido por uma matriz de 
presença/ausência  das espécies  utilizando  UPGMA e  o quociente 
de  Sørensen,  do  Rio  de  Janeiro,  Bacia  do  Rio  Grande,  Oeste  da 
Bahia, Brasil. ....................................................................................  50 
Figura 20.  Total de espécimes coletadas e respectivas coberturas, nas veredas 
do Rio de Janeiro e do Rio Branco, Bacia do Rio Grande, Oeste da 
Bahia, Brasil. ....................................................................................  53 
Figura 21.  Hábito das plantas encontradas na vereda do Rio de Janeiro, Bacia 
do Rio Grande, Oeste da Bahia, Brasil. ............................................  57 
Figura 22.  Hábito  das plantas  encontradas  na  vereda  do  Rio  do  Rio  Branco, 
Bacia do Rio Grande, Oeste da Bahia, Brasil. .................................  57 
Figura 23.  Formas  de  vida  encontradas  nas  veredas  dos  Rios  de  Janeiro  e 
Branco, Bacia do Rio Grande, Oeste da Bahia, Brasil. ....................  58 
Figura 24.  Formas de vida encontradas na vereda do Rio de Janeiro, Bacia do 
Rio Grande, Oeste da Bahia, Brasil.  ..............................................  59 
Figura 25.  Formas  de  vida  encontradas  na  vereda  do  Rio  Branco,  Bacia  do 
Rio Grande, Oeste da Bahia, Brasil.  ...............................................  59 
Figura 26.  Formas de vida encontradas nas áreas de coleta (cerrado e vereda) 
na  nascente  do  Rio  de  Janeiro,  Bacia  do  Rio  Grande,  Oeste  da 
Bahia, Brasil. ....................................................................................  60 
Figura 27.  Formas de vida encontradas nas áreas de coleta (cerrado e vereda) 
na nascente no Rio Branco, Bacia do Rio Grande, Oeste da Bahia, 
Brasil. ...............................................................................................  61 
Figura 28.  Formas de vida encontradas nas áreas de coleta (cerrado e vereda) 
na nascente no Rio Branco e Rio de Janeiro, Bacia do Rio Grande,  62
Oeste da Bahia, Brasil...................................................................... 
21 

RELAÇÃO DE SÍMBOLOS E ABREVIAÇÕES 

cm  centrímetro (10 ­2  m). 


ha  Hectare. 
km  kilômetro (10 3  m). 
km 2  1 000 000 metros quadrados (m 2 ). 
grau(s): medida do ângulo em relação ao equador ou a um meridiano de 
º  referência. 
ºC  grau(s) Celsius. 
’  horas(s). 
’’  Minuto(s). 
%  percentagem ou porcentagem. 
S  ponto cardeal sul. 
W  ponto cardeal oeste. 
CAPES  Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de nível Superior. 
EMBRAPA  Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. 
APA RJ  Área de Proteção Ambiental Bacia do Rio de Janeiro. 
GPS  Sistema de Posicionamento Global. 
SAD  South  American  Datum  (sistema  geodésico  regional  para  a  América  do 
Sul/ 1969). 
APG  Angiosperm  Phylogeny  Group  (Grupo  para  a  Filogenia  das 
Angiospermas). 
H’  Índice de diversidade de Shannon. 
ALCB  Herbário  Alexandre  Leal  Costa  da  Universidade  Federal  da  Bahia 
(UFBA). 
UB  Herbário da Universidade de Brasília (UnB). 
HUEFS  Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). 
Fig.  Figura ou figuras consecutivas. 
Figs.  Figuras não consecutivas. 
RB  Rio Branco. 
RJ  Rio de Janeiro. 
CE  Cerrado. 
M  Meio. 
F  Fundo. 
B  Borda. 
s.l.  sensu lato: em sentido amplo. 
s.s.  sensu sricto : em sentido estrito. 
sp.  espécie. 
spp  espécies. 
Fn  Fanerófita 
Nf  Nanofanerófitas 
Mf  Microfanerófita 
Hp  Hemicriptófita 
Cm  Caméfita 
Tr  Terófita 
Hd  Hidrófita 
Sf  Saprófita
22 

Reis, Alessandra Terezinha Chaves Cotrim 
R298c  Composição floristica e estrutura da vegetação de veredas do cerrado no 
oeste da Bahia, Brasil / Alessandra Terezinha Chaves Cotrim Reis, 2009. 
79f. : il. 

Orientador: Flavio França 
Co­orientador: Abel Conceição 
Dissertação (Mestrado em Botânica) – Universidade Estadual de Feira 
de Santana, 2008. 

1.  Veredas. 2. Vegetação – Cerrado – Bahia.  3.Cerrado ­ 


Bahia. 4. Floristia – Bahia. I. Universidade Estadual de Feira de Santana. 
II. França, Flavio.  III. Conceição, Abel. IV. Título. 

CDU : 582
23 

INTRODUÇÃO 

O  cerrado  (sensu  lato)  ocorre  predominantemente  na  região  Centro­Oeste  do  Brasil. 
Caracteriza­se  por  ser  um  complexo  vegetacional  que  apresenta  relações  ecológicas  e 
fisionômicas  com  outras  savanas  da  América  Tropical  e  de  continentes  como  África  e 
Austrália  (Beard  1953;  Cole  1958;  Eiten  1972,  1994;  Allem  &  Valls  1987  apud  Sano  & 
Almeida  1998).  Suas  fisionomias  são  resultados  de  um  longo  desenvolvimento  evolutivo, 
durante o qual as plantas se adaptaram às condições ambientais  impostas (Pinto et al. 1990). 
Esta  vegetação  apresenta  variações  fisionômico­florísticas  consideráveis,  desde  formações 
florestais  a  campos  puramente  herbáceos  (Coutinho  1978;  Ferreira  1980;  Eiten  1983,  1990, 
1992;  Klink  et  al.  1993).  A  sua  flora  é  bem  característica  e  diferenciada  dos  biomas 
adjacentes, embora muitas fisionomias compartilhem espécies com outros biomas (Ribeiro et 
al.  2001).  Considerando  que  em  sua  maioria  é  constituído  por  fisionomias  savânicas,  sua 
maior riqueza florística pode se encontrar na flora herbáceo­subarbustiva (Castro et al. 1999). 
Estudos  sobre  este  componente  indicam  a  ocorrência  de  grandes  mudanças  na  composição 
florística  em  diferentes  regiões, demonstrando  tratar­se de uma  flora  sensível  a  variações  de 
clima, solo e intensidade da antropização (Loefgren 1980; Mantovani & Martins 1993; Felfili 
et al. 1998; Filgueiras 2002). 
Do ponto de vista da diversidade, estudos recentes demonstram que a riqueza florística 
encontrada neste bioma pode superar, em muito, o que inicialmente se supunha (Castro et al. 
1999);  estimativas  pouco  precisas  da  riqueza  da flora  têm  sugerido  cerca  de  2.000  a  5.000 
espécies (Ratter et al. 1997; Mendonça et al. 1998; Castro et al. 1999). No entanto, a maioria 
dos  estudos  florísticos  realizados  com  base  em  levantamentos  fitossociológicos,  considera 
principalmente espécies arbustivo­arbóreas (Mantovani & Martins 1993). Desta forma, se por 
um  lado  a  flora  arbustivo­arbórea  deste  bioma  é  relativamente  bem  estudada,  por  outro,  o 
reduzido número de levantamentos da flora herbáceo­subarbustiva restringe seu conhecimento 
a poucas localidades (Ratter et al. 1997; Castro et al. 1999; Araújo et al. 2002; Guimarães et 
al. 2002; Tannus & Assis 2004).
24 

Assim,  diante  da  escassez  de  estudos  para  esse  componente  florístico,  os  dados  são 
pouco  conclusivos  (Ratter  et  al.  1997;  Castro  et  al.  1999;  Filgueiras  2002  apud  Tannus  & 
Assis 2004). 
Entre as  fitocenoses  consideradas próprias do Cerrado (sensu latu) (cerradão, cerrado 
senso stricto, campo cerrado, campo sujo e campo limpo), outras fisionomias, como as matas 
de galeria, veredas e campos úmidos, ocorrem freqüentemente no contexto deste bioma, porém 
de forma menos expressiva (Rizzini 1979; Oliveira Filho et al. 1989; Eiten 1992; Ratter et al. 
1997; Pivello et al. 1999). 
As veredas ocorrem em geral em áreas de nascentes, com elevado nível de umidade do 
solo,  representando  um  ecossistema  de  grande  relevância  para  a  região  do  cerrado,  pois 
participam do controle do lençol freático desempenhando importante papel no equilíbrio dos 
cursos d’água,  funcionando  como  ecossistema  ribeirinho do bioma  cerrado,  importante  para 
perenização  de  córregos,  ribeirões  e  rios  as  jusantes  destes  sistemas  (Araújo  et  al.  2002; 
Ramos et al. 2006). 
A água presente o ano todo nestes ambientes, representa um importante recurso para 
as  populações  locais,  além  de  ser  fator  de  grande  relevância  à  biodiversidade,  constituindo 
sítios  pontuais  de  distribuição  de  diversas  espécies  da  flora  e  da  fauna  do  cerrado  (Castro 
1980;  Boaventura  1988;  Eiten  1994;  Resende  et  al.  1998;  Araújo  et  al.  2002;  Pinto  et  al. 
2005).  De  acordo  Hickman  (1990),  estas  áreas  se  destacam  por  apresentar  importantes 
funções  ecológicas,  entre  estas  a  manutenção  da  produtividade  e  diversidade,  contribuição 
com os processos globais de transferência de gases do efeito estufa (Ewel 1991 apud Oliveira 
2005),  além  dos  consideráveis  efeitos  positivos  sobre  a  redução  da  contaminação  da  água, 
pois, a flora de áreas de nascentes é extremamente importante, não apenas por fornecer abrigo 
e alimento para a fauna silvestre, mas também pela autodepuração das águas, por assimilação 
de nutrientes e retenção de sedimentos (Josephon 1992; Hamilton 1993). 
Fonseca  &  Silva  (1998),  acrescentam  ainda,  que  estes  ambientes  apresentam  valor 
paisagístico  e  papel  social,  uma  vez  que  pequenas  comunidades  de  agricultores  exploram 
sustentavelmente  os  buritis  para  diversas  finalidades.  Assim,  estas  áreas  apresentam 
significado  ecológico,  sócio­econômico  e  estético  paisagístico,  o  que  lhe  conferem 
importância  regional,  principalmente  por  se  tratarem  de  ambientes  nascedouros  das  fontes 
hídricas do Planalto Central Brasileiro, que abastece as três principais bacias hidrográficas do 
Brasil (Ferreira 2005). 
A presença marcante da vegetação herbácea, a qual se estabelece em solos temporária 
ou  permanentemente  encharcados,  conferem  a  estas  áreas  uma  fisionomia  campestre  (Eiten
25 

1963, 1992; Couto et al. 1985; Ratter et al. 1997; Pivello et al. 1999; Ribeiro & Walter 1998; 
Resende et al. 1998; Araújo  et al. 2002). A existência de comunidades vegetais  hidrófilas  é 
caracterizada por dois tipos de vegetação: uma herbáceo­graminosa que ocupa a maior parte 
de sua área e a outra arbórea­arbustiva, onde se destaca a palmeira arbórea Mauritia flexuosa  
(buriti) (Carvalho 1991). De acordo com Ramirez & Brito (1990), os buritizais definem áreas 
tropicais brejosas, uma vez que diferem facilmente da vegetação do cerrado. Quando os vales 
tornam­se mais encaixados e o lençol freático é  mais rebaixado, podem ser encontradas  nas 
veredas  junto  aos  buritizais,  ilhas  de  vegetação  lenhosa  caracterizando  as  matas  de  galeria 
(Guimarães et al. 2002; Felfili et al. 2005). De acordo com Castro (1980) & Carvalho (1991) 
a  ocorrência  dessas  comunidades  vegetais  esta  condicionada  ao  afloramento  do  lençol 
freático, decorrente,  entre  outros  fatores, da  alternância  de  permeabilidades das  camadas  do 
solo, em áreas sedimentares do Terciário. Carvalho (1991) ressalta que as veredas apresentam 
quatro estágios de desenvolvimento: No estágio um, a área de nascente é ocupada por densa 
vegetação  herbácea,  com predomínio  de  espécies  graminoides  e  buritis  jovens.  No  segundo 
estágio,  além  da  vegetação  herbácea  surgem  os  primeiros,  arbustos,  subarbustos  e  plantas 
vasculares  sem  sementes.  No  terceiro  estágio  surgem  às  primeiras  trepadeiras  e  algumas 
espécies  arbóreas  começam a  se  estabelecer  ao  longo  do  canal  de  drenagem;  finalmente  no 
quarto estágio, com o canal de drenagem mais profundo, desenvolve­se uma mata de galeria. 
As veredas estão localizadas principalmente no Brasil Central (EMBRAPA 1982; Lima 
&  Queiróz  Neto  1996;  Guimarães  et  al.  2002),  nas  formações  areníticas  do  Chapadão  das 
Gerais (Boaventura  1988);  abrangendo as  bacias  dos  rios Paranaíba,  São  Francisco,  Grande, 
Tocantins,  Araguaia,  Paraná,  compreendendo  as  regiões  do  Triângulo  Mineiro,  Alto 
Paranaíba, Alto São Francisco e Paracatu (Carvalho 1991). 
Vários trabalhos procuram relatar sobre estes ambientes (Walter 2006; Almeida & Sano 
1998;  Ferreira  2005).  Alguns  se  restringem  ao  estudo dos  solos  (Couto  et al., 1985;  Corrêa, 
1989;  Amaral  1999;  Guimarães  2001;  EMBRAPA  (1982,  1986,  1999);  outros  procuram 
caracterizar solos, água e seus usos (Ramos et al. 2006); Lima & Queiroz Neto (1996), retrata 
a evolução da paisagem; já Melo (1992) e Ramos (2004) caracterizaram veredas no contexto 
geomorfológico.  Grande  parte  dos  trabalhos  realizados  em  áreas  de  veredas  refere­se 
estritamente à descrição da paisagem sem detalhar a composição florística (Magalhães 1966; 
Boaventura 1978; Ferreira 1980; Carvalho 1991; Eiten 1994), outros trazem abordagens sobre 
a fisionomia e estrutura da vegetação (Ribeiro et al. 1983; Almeida et al. 1983; Schiavini & 
Araújo  1989,  Ribeiro  &  Walter  1998);  já  Araújo  et  al.  (2002)  ressaltam  a  estrutura  das 
veredas,  caracterizando  a  composição  florística,  similaridades  e  a  zonação  presente  nestes
26 

ambientes;  Guimarães  et  al.  (2002)  compara  diversidade  florística  encontrada  em  veredas 
antropizada e conservada; Pinto et al. (2005) estudaram diversidade e similaridades entre áreas 
de nascentes em Minas Gerais; Oliveira (2005) estudou a vegetação em função do gradiente de 
umidade do solo, nas zonas de borda meio e fundo em veredas do Triangulo Mineiro; Costa 
(2007) relatou sobre zonação no gradiente vegetacional em áreas de cerrado típico, campo sujo 
e veredas. No entanto, poucas informações encontram­se sistematizadas. 
Algumas coletas botânicas realizadas em áreas de veredas estão incluídas em listagens 
da flora do bioma Cerrado (sensu lato) (Almeida & Sano 1998; Felfilli 2005; Mendonça et al. 
1998); outros estudos florísticos abrangem vários tipos fisionômicos de vegetação de cerrado, 
incluindo  parcialmente  áreas  de  vereda,  também foram  realizados  por  Pereira  et  al.  (1990), 
Silva  Júnior  &  Felfili  (1996)  e  Mendonça  et  al.  (1998)  no  Distrito  Federal  e  Brandão  & 
Gavilanes  (1994)  no  Triângulo  Mineiro.  Muitas  vezes,  os  resultados  quanto  à  composição 
florística tem sido incluído em outras fisionomias similares às  veredas, como brejo e campo 
úmido (Mendonça et al. 1998; Silva Júnior & Felfili 1998; Felfili et al. 2001). Alguns estudos 
procuram relatar sobre áreas de campos úmidos como fisionomias similares a veredas (Eiten 
1963,  1992;  Couto  et  al. 1985;  Schiavini  &  Araújo  1989;  Ratter  et  al.  1997;  Pivello  et  al. 
1998;  Ribeiro  &  Walter  1998  apud  Tannus  &  Assis,  2004).  Estudos  florísticos  detalhados 
sobre  as  veredas  estão  disponíveis  apenas  em  algumas  localidades  (Araújo  et  al.  2002; 
Guimarães et al. 2002; Pinto et al. 2005; Rocha Filho & Lomônaco 2006), o que dificulta o 
reconhecimento  da  biodiversidade  nestes  ambientes,  uma  vez  que  as  informações  ainda 
encontram­se fragmentadas. 
Tendo em vista a importância destes  ambientes estas áreas são considerados Áreas de 
Preservação Permanente (APP), por legislações ambientais federal  nº 4.771/65 e estadual  nº 
6.569/94 (Brasil 1992, 2002, 2006; Bahia 1997). No entanto, mesmo sendo protegidas por lei, 
estas  áreas  vêm  sofrendo  alterações  de  natureza  antrópica,  que  em  muitos  casos  se  tornam 
irreversíveis  (Carvalho  1991),  devido  principalmente  a  sua  baixa  resiliência  (Boaventura 
1988;  Felfili et  al.  2005).  De  acordo  com Meirelles et  al.  (2004),  as áreas  úmidas  têm  sido 
ameaçadas por intervenções antrópicas diretas, como desmatamentos e uso abusivo do lençol 
freático, o que pode levar a exclusão de espécies naturalmente estabelecidas nestes ambientes. 
De  acordo  com  Odum  &  Sarmento  (1998)  áreas  úmidas  em  longo  prazo  serão  mais 
economicamente valiosa em seu estado natural do que quando drenadas ou modificadas para 
outros usos. Conforme Wilson e Keddy (1985), Bertness e Ellison (1987) apud Costa (2007), 
em  ambientes  ribeirinhos  a  freqüência  e  a  magnitude  dos  distúrbios  físicos  determinam  o 
padrão de sucessão e a taxa de substituição de espécies em escala local.
27 

Desta  forma,  uma  das  ações  mais  básicas  à  conservação  destes  ambientes  é  o 
reconhecimento da diversidade, que pode ser medida pelo número de espécies (riqueza), que 
dá  mesmo  peso  a qualquer  espécie,  seja  rara  ou  comum  (Krebs  1986),  ou  pela  abundância 
relativa,  na tentativa de atribuir pesos diferentes  conforme a representatividade das espécies 
(Peet 1974), visto que a vegetação não varia somente pela riqueza de espécies, mas também 
quanto às composições florísticas, estruturas e predominâncias de cada espécie. A estrutura de 
uma comunidade diz respeito aos padrões de composição, riqueza e abundância de espécies e 
das  forças  evolutivas  que  moldam  estes  padrões  (Cody  &  Mooney  1978).  Assim,  para 
caracterizar  níveis  de  organizações  ecológicas,  a  fisionomia  da  vegetação  é  fator 
determinante,  pois  a  fitofisionomia  expressa  condições  do  meio  abiótico  e  biótico  presente 
num dado local. Desta maneira, uma comunidade vegetal deverá apresentar características que 
refletem  condições  do  meio  físico  e  químico  local.  A  mudança  progressiva  nestas 
características  constitui  gradiente  ambiental,  a  uma  faixa  de  transição  relacionada  a  fatores 
ambientais como altitude, temperatura, luminosidade, umidade e nutrientes do solo; assim, a 
variação da abundância das espécies e o estabelecimento das comunidades é uma resposta a 
esses fatores (Mata & Quevedo 1992). 
Em  ambientes  de  veredas,  o  gradiente  ambiental  é  visível  podendo  ser  separado  em 
três partes do centro à borda: 1) zona central (de fundo) que fica sempre alagada, com solo 
permanentemente  saturado  com  água  e  essencialmente  orgânico;  2)  zona  do  meio  que  fica 
parcialmente alagada durante determinado período do ano, com solo mais escuro; 3) zona de 
borda,  parcialmente  em  contado  com a  vegetação  do  entorno  (cerrado  s.l.),  com  solos  mais 
claros e com melhor drenagem (EMBRAPA 1982; Almeida et al. 1983; Araújo et al. 2002). 
Na  Bahia,  estas  áreas  se  encontram  na  região  Oeste  do  estado  e,  assim  como  outras 
regiões  de  domínio  do  cerrado,  são  vistas  como  áreas  de  expansão  agropecuária,  fato  que 
acelera  o  processo  de  antropização,  comprometendo  a  diversidade  e  interferindo  o  fluxo 
hídrico  regional,  uma  vez  que  se  trata  de  áreas  de  nascentes  de  rios  fomentadores  do  Rio 
Grande, e afluentes do Rio São Francisco. 
Considerando  as  peculiaridades  encontradas  nestas  áreas  e  sua  importância  para  o 
bioma cerrado, foi realizado um estudo florístico e estrutural comparativo entre duas áreas de 
cerrado e veredas no Oeste da Bahia, onde foram realizadas análises de diversidade. Espera­se 
que os resultados, deste estudo possam subsidiar políticas públicas de preservação ambiental e 
projetos de recomposição de áreas degradadas.
28 


OBJ ETIVOS 

GERAL 

Determinar e comparar a diversidade da vegetação em duas veredas na Bacia do Rio Grande, 
no município de Barreiras, Bahia. 

ESPECÍFICOS 

­ Caracterizar a composição florística destes ambientes; 
­ Avaliar a similaridade florística entre as áreas; 
­ Determinar a estrutura da vegetação.
29 

METODOLOGIA 

3.1. Levantamento Bibliográfico 

Previamente  às  visitas  de  campo,  foi  realizada  revisão  bibliográfica  relacionada  ao 
ambiente  de  veredas,  existente  em  áreas  de  domínio  de  cerrado.  A  coleta  do  material  que 
subsidiou  a  revisão  bibliográfica  foi  feita  em  bibliotecas,  acervos  botânicos,  herbários, 
dissertações de mestrado e teses doutorado, artigos de revistas, periódicos e acesso à internet 
em sites especializados, tais como o portal da CAPES. Foi realizado levantamento dados, para 
verificação da distribuição geográfica das espécies. 

3.2. Ár eas de Estudo 

O trabalho de campo foi realizado em duas veredas do Oeste da Bahia, no município de 
Barreiras,  na  Área  de  Proteção  Ambiental  Bacia  do  Rio  de  Janeiro,  a  qual  abrange  os 
municípios  de  Barreiras  e  Luiz  Eduardo  Magalhães,  com  uma  área  total  de  351.300  ha. 
(Bahia 2001) (Fig. 1). A vereda do Rio de Janeiro dista cerca de 130 km da sede municipal, 
nas  coordenadas  11 o 52’49,6”S  e  45º49’32,9”W,  a  750  m  s.n.m,  abrangendo  uma  área  com 
aproximadamente 6 km 2 ; a vereda do Rio Branco,  a cerca de 200 km da sede municipal, nas 
coordenadas 11 o 37’12,5”S e 46º02’18,9”W, a  785 m s.n.m.,  com aproximadamente 5 km 2 . O 
clima da região segundo a classificação de Köppen (1948) é Aw (Clima de Savana tropical) 
com  duas  estações  bem  definidas,  com  período  chuvoso  entre  os  meses  outubro  a  março  e 
período seco entre os meses de abril a setembro, com médias pluviométricas variando de 1200 
mm em regiões do vale a 1700 mm em regiões de cerrado de planalto (EBDA 2006). O solo é 
hidromórfico, com transição para Latossolo na medida em que se aproxima da borda. No local 
existem  grandes  empreendimentos  agrícolas,  sendo  que  as  áreas  de  coletas  encontram­se 
inseridas em propriedades particulares, nas Fazendas Sete Belo (Vereda do Rio Branco) (Fig. 
2) e Bananal (Vereda do Rio de Janeiro) (Fig. 3), respectivamente, com produção de grãos.
30 

Fig. 2: Mapa de localização das áreas de coletas no cerrado e na vereda do Rio Branco, Bacia 
do Rio Grande, região Oeste da Bahia, Brasil. 

Fig. 3: Mapa de localização das áreas de coletas no cerrado e na vereda do Rio de Janeiro na 
Bacia do Rio Grande, região Oeste da Bahia, Brasil.
3.3. Delineamento do trabalho de campo 

Parcelas  foram  sorteadas  no  cerrado  e  em  três  zonas  de  cada  vereda:  bor da, 
parcialmente em contado com a vegetação do entorno (cerrado sensu lato), meio, que fica 
parcialmente  alagada  durante  determinado  período  do  ano  e  fundo,  que  fica  sempre 
alagada,  em  solo  essencialmente  orgânico  permanentemente  saturado  com  água  (Fig.  4) 
(EMBRAPA 1982; Almeida et al. 1983; Araújo et al. 2002). Inicialmente uma área de 100 
m x 100 m foi delimitada em cada vereda utilizando­se o mapa da APA Bacia do Rio de 
Janeiro,  foram  incluídas  não  só  a  vereda  propriamente  dita,  mas  também  uma  parte  da 
vegetação do seu entorno (cerrado). A área foi dividida em 10 faixas de 10 m x 100 m e 
três dessas faixas foram sorteadas para a realização da amostragem da vegetação. Em cada 
uma das faixas  sorteadas  foram delimitadas  quatro parcelas de 10  m  x 10  m, perfazendo 
um total de 12 em cada vereda: a) três parcelas na vegetação do entorno da vereda (cerrado 
s.l.); b)  três  parcelas  na  área  de  transição  entre  a  vegetação  do  entorno  e  a  vegetação  da 
vereda propriamente dita (borda); c) três parcelas dentro da vegetação da vereda onde há 
afloramento do lençol freático apenas esporadicamente (meio) e d) três parcelas no centro 
da vereda, onde o lençol freático é permanentemente aflorado (fundo) (Tabela 1). 

Fig.  4:  Delimitação  das  áreas  de  coletas  no  cerrado  e  veredas  (zonas  de  borda,  meio  e 
fundo) do Rio de Janeiro e Rio Branco,  na Bacia do Rio Grande, região Oeste da Bahia, 
Brasil. Fonte: Google Earth 2008.
Tabela  1:  Localização  das áreas  estudadas, onde:  Rio  de  Janeiro  (RJ),  Rio Branco  (RB), 
Cerrado (CE), Borda (B), Meio (M) e Fundo (F). Oeste da Bahia, Brasil. 

Ár ea da Ver eda  Coor denada Geogr afica  Altitude (m)  Coletas 


RJ  760  B 
11º52'44,5"S e 45º49'37,4"O 
RJ  761  B 
11º52'42,9"S e 45º49'37,7"O 
RJ  761  B 
11º52'42,4"S e 45º49'38,9"O 
RJ  761  M 
11º52'44,9"S e 45º49'37,9"O 
RJ  760  M 
11º52'44,4"S e 45º49'38,7"O 
RJ  760  M 
11º52'43,6"S e 45º49'39,8"O 
RJ  759  F 
11º52'45,9"S e 45º49'38,5"O 
RJ  759  F 
11º52'44,3"S e 45º49'40,2"O 
RJ  759  F 
11º52'45,2"S e 45º49'39,1"O 
RJ  765  CE 
11º52'40,0"S e 45º49'36,7"O 
RJ  764  CE 
11º52'38,9"S e 45º49'37,8"O 
RJ  764  CE 
11º52'38,5"S e 45º49'38,7"O 
RB  B 
11°37'17,8"S e 46°02'28,2"O  764 
RB  B 
11°37'17,4"S e 46°02'28,2"O  771 
RB  B 
11°37'17,8"S e 46°02'30,7"O  770 
RB  M 
11°37'17,8"S e 46°02'30,6"O  769 
RB  M 
11°37'17,5"S e 46°02'30,3”O  764 
RB  M 
11°37'17,7"S e 46°02'30,2"O  759 
RB  F 
11°37'17,3"S e 46°02'30,1"O  770 
RB  F 
11°37'17,8"S e 46°02'29,8"O  767 
RB  F 
11°37'17,8"S e 46°02'30,7"O  770 
RB  CE 
11°37'44,6"S e 46º02'57,9"O  828 
RB  CE 
11°37'44,8"S e 46º02'58,4"O  828 
RB  CE
11°37'43,1"S e 46º03'0,0"O  827 
As parcelas de 10 m x 10 m sorteadas tiveram as espécies ocorrentes determinadas, 
sendo  utilizadas  para  determinação  das  composições  florísticas,  riquezas,  similariade, 
formas  de  vida  e  cobertura.  As  parcelas  de  10  m  x  10  m  foram  subdivididas  em 
subparcelas  de  2  m  x  2  m  (Conceição  2003;  Conceição  &  Pirani  2005),  onde  foram 
sorteadas cinco dessas (Fig. 5 e 6). 
Nas subparcelas 2 x 2 m cada cada espécies coletada, se procedeu: a) contagem do 
número  de  espécies;  b)  identificação  da  forma  de  vida  de  acordo  com  o  sistema  de 
Raunkiaer  (1934),  conforme    Mueller­Dombois  &  Ellenberg  (1974),  sendo  consideradas: 
Fanerófitas (Nanofanerófitas (< 2m) e Microfanerófitas (2­5m) (plantas perenes de gemas 
expostas acima de 30 cm do solo), Caméfitas (gemas acima do nível do chão mas apenas 
alguns centímetros (1­30 cm), Hemicriptófitas (mantêm suas gemas rentes ao chão ou seja, 
com crescimento prostado no solo), Geófitas (apresentam estrutura vegetativa em baixo do 
solo),  Terófitas  (plantas  de  ciclo  anual)  e  Hidrófitas  (matem  suas  gemas  submersas  em 
água);  sendo  que  as  caméfitas,  geófitas,  hemicriptófitas  e  terófitas  foram  consideradas 
como  pertencentes  ao  componente  herbáceo­subarbustivo,  enquanto  as  fanerófitas  foram 
consideradas  tanto  no  componente  herbáceo­subarbustivo  como  no  arbustivo­arbóreo 
adaptado Tannus  & Assis (2006);  c) estimativa  da cobertura em classes a saber: 0­10%; 
10­20%;  20­40%;  40­60%;  60­80%  e  80­100%,  conforme  em  França  et  al.,  (2006)  e  d) 
quantificação do número de indivíduos. 
Algumas espécies com indivíduos de tamanho reduzido e difícil individualização, em 
geral  das  famílias  Droseraceae,  Lentibulariaceae,  Eriocaulaceae,  Xyridaceae,  Poaceae  e 
Cyperaceae,  foi estimado a partir de cinco quadrículas de 50 x 50 cm sorteadas em cada 
uma das cinco subparcelas de cada subparcela de 2 x 2m. 
Nos casos de indivíduos ainda mais reduzidos, uma subquadrícula de 10 x 10 cm foi 
sorteada em cada quadrícula. Os indivíduos quantificados nas quadrículas e subquadrículas 
foram estimados para cada subparcela considerando que as proporções de indivíduos das 
quadrículas  e  subquadrículas se  mantêm  nas  subparcelas.  Apenas  nas  famílias  Poaceae  e 
Cyperaceae considerou­se cada tufo isolável como um indivíduo (França et al. 2006). 
Expedições  mensais  foram  realizadas  para  complementação  de  dados  e  coleta  de 
material fértil.
3.4. Coleta e identificação do mater ial botânico 

O material botânico foi coletado seguindo as normas gerais do manejo do material 
fanerogâmico  herborizado  (Mori  et  al.  1989).  As  coletas  das  plantas  vasculares  foram 
realizadas  durante  um  ano  e  os  testemunhos  encontram­se  depositados  no  Herbário  da 
Universidade  Estadual  de  Feira  de  Santana  (HUEFS).  Para  fins de comparações  entre  as 
parcelas, foram coletadas amostras de ramos foliares, jovem e maduro, de espécies estéreis 
(morfotipos).  As  identificações  foram  feitas  utilizando­se  chaves  analíticas,  consultas  a 
especialistas  e/ou através  de  comparação com outras  exsicatas  depositadas  nos  Herbários 
da Universidade Estadual de Feira de Santana – HUEFS, Alexandre Leal Costa – HALC e 
da  Universidade  de  Brasília  UnB  –  UB.  Para  organização  das  espécies  foi  adotado  o 
sistema  de  classificação  de  APG  II  (2003),  exceto para  plantas  vasculares  sem  sementes 
que  considerou  o  sistema  de  Smith  et  al.  (2006).  Todas  as  parcelas  foram 
georreferenciadas através de GPS, datum SAD 69, em graus.
a  b 

c  d

e  f 

Fig.  5:  Áreas  de  coletas  no  cerrado  e  na  vereda  do  Rio  Branco,  APA  RJ,  Bacia  do  Rio 
Grande, Oeste da Bahia, Brasil. Onde: a) área de cerrado; b) vereda do Rio Branco; c) zona 
de borda; d) zona do meio; e) e f) zona de fundo. 
a  b 

c  d 

e  f

Fig. 6: Áreas de coletas na vereda do Rio de Janeiro, APA RJ, Bacia do Rio Grande, Oeste 
da Bahia, Brasil. Onde: a) área de cerrado; b) vereda do Rio de Janeiro; c) zona de borda; 
d) zona do meio; e) e f) vereda zona de fundo. 
3.5. Análises dos dados 

A  similaridade  florística  entre  as  veredas  e  suas  respectivas  zonas  foi  calculada  a 
partir da matriz de presença e ausência das espécies nas parcelas de 10 x 10 m, utilizando­ 
se o índice de Jaccard e Sørensen e método UPGMA (Unweighte Pair Group Method with 
Arithmetic  Mean ),  calculados  pelos  programas  NTSYS­PC  (Rohlf  1997),  SIMQUAL 
(Similarity for qualitative Data ) e PAST (Hammer et al. 2001). 
Utilizou­se o procedimento de bootstrap (Efron & Tibshirani 1986), a fim de estimar 
o  coeficiente  de  variação  (CV)  dos  índices  de  Similariade  de  Jaccard  e  Sørensen  nos 
dendogramas  de  similaridade,  utilizando­se  de  1.000  combinações,  de  acordo  com  o 
procedimento de Tiving et al. (1994). 
Os parâmetros de diversidade utilizados foram: riqueza (número de espécies), índice 
de  Shannon­Wiener (H’)  e  a  equitabilidade  (Krebs  1989;  Pinto­Coelho  2000).  Calculado 
para  cada  parcela  10  x  10  m  e  a  partir  das  quadrículas  2  x  2  m  (Conceição,  2003; 
Conceição & Pirani 2005). 
Os  índices  de  Shannon­Wiener,  assim  como  testes  de  diferenças  entre  os  índices 
foram  calculados  pelo  programa  SDR  IV  (Seaby  &  Henderson  2006).  Foram  feitas 
também análises de variância para as áreas comparando­se a riqueza e índice de Shannon­ 
Wiener (H’), calculadas pelo Programa Statistica 6.0. 
Inicialmente  as  variáveis  foram  testadas  quanto  a  normalidade  (Kolmogorov­ 
Smirnov, p < 0,05 e homocedastacidade  (Levene, p < 0,05) A hipótese testada na ANOVA 
foi a da igualdade entre as médias em cada local H0: µRB  = µRJ  α = 0,05, sendo RB = vereda 
do Rio Branco e RJ = vereda do Rio de Janeiro e em cada habitat  H0: µCE  = µBR  = µM  = µF 
α = 0,05, sendo CE = Cerrado, BR = Borda, M = Meio e F = Fundo). No caso de rejeição 
da  igualdade  admitiu­se  diferença  e  aplicou­se  o  teste  de  Tukey  a  5%  para  discernir  as 
diferenças  entre  os  locais  e  habitats  (α  =  0,05).  Os  resultados  estão  apresentados  em 
gráficos, também elaborados pelo Statistica 6.0 (One way ANOVA e Two way ANOVA) 
(Callegari­Jacques 2003). 
Quanto  não  ocoreu  a  normalidade  das  variáveis  analisadas  para  as  duas  veredas 
estudadas, processou­se o teste para cada veredas em separado. Com relação ao H’ usou­se 
o  índice  calculado  em cada parcela  10  x  10 m  e no  caso da  riqueza usou­se  o  número o 
número de  espécies  contido  nas  quadrículas  2  x  2 m.  Para  a  abundância das  espécies  foi 
considerado apenas número de indivíduos encontrados nas quadriculas 2 x 2m.
Foram  considerados  para  o  cerrado  e  as  veredas  diferentes  gradientes  ambientais, 
onde: as áreas de cerrado e zonas de borda de cada vereda foram considerados ambientes 
secos e as zonas do meio e do fundo como ambientes úmidos. Sendo considerados para as 
analises do gradiente ambiental ambientes secos e úmidos.
a

Fig. 1: Localização das áreas de estudo no Nordeste do Brasil (a), com detalhe da região Oeste do Estado da Bahia, APA ­ Bacia do Rio de Janeiro, na 
Bacia do Rio Grande, Bahia, Brasil (b). Fonte: Google Earth, 2008. 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 

4.1. Composição flor ística e Diversidade 

As  áreas  de  veredas  do  Rio  de  Janeiro  e  do  Rio  Branco  apresentam  alta 
heterogeneidade ambiental e grande diversidade floristica. Foram coletadas nestas áreas 323 
espécies, distribuídas em 83 famílias, sendo 3 espécies  Criptógamas e 320 Angiospermas, e 
apenas  64  comuns  às  duas  veredas.  Na  vereda  do  Rio  de  Janeiro  (abreviada  por  RJ)  foram 
encontradas 167 espécies distribuídas em 57 famílias; já na vereda do Rio Branco (abreviada 
por RB) foram coletadas 226 espécies distribuídas em 58 famílias (Tabelas 2 e 3). As famílias 
com  maior  número  de  espécies  na  vereda  RB  são  Fabaceae  (37),  Poaceae  (21),  Myrtaceae 
(12),  Asteraceae  (11),  Rubiaceae  (10),  Euphorbiaceae  (10)  e  Cyperaceae  (9)  (Fig.  7);  já  na 
vereda  RJ,  as  famílias  com  maior  número  de  espécies  são  Fabaceae  (23),  Poaceae  (16), 
Asteraceae  (10),  Rubiaceae  (10)  e  Cyperaceae  (9)  (Fig.  8).  Em  quatro  veredas  de  Minas 
Gerais, as  famílias mais ricas em espécies  foram Poaceae (64), Asteraceae (63), Cyperaceae 
(54), Melastomataceae (27) e Fabaceae (23) (Araújo et al. 2002); já Guimarães et al. (2002) 
estudando  duas  veredas  em  Minas  Gerais  encontrou  maior  representatividade  para  as  áreas 
úmidas: Poaceae (12), Cyperaceae (20), Lentibulariaceae (9), Eriocaulaceae (8) e Xyridaceae 
(7),  reforçando  a  grande  importância  das  famílias  Poaceae  e  Cyperaceae,  em  ambientes 
similares também em Minas Gerais. 

23%  Fabaceae 
32% 
Poaceae 
Myrtaceae 
Asteraceae 
Euphorbiaceae 
Rubiaceae 
13% 
Cyperaceae 
6% 
6%  7%  outras 
6%  7% 

Fig. 7: Famílias com maior número de espécies na vereda do Rio Branco, Bahia, Brasil.
19% 
Fabaceae 
Poaceae 
44% 
Asteraceae 
Rubiaceae 
Cyperaceae 
13% 
Outras 

8% 
8%  8% 

Fig.8: Famílias com maior número de espécies na vereda do Rio de Janeiro, Bahia, Brasil. 

Quando  se  comparam  as  duas  veredas,  verificou­se  que  as  famílias  Alismataceae, 
Commelinaceae, Clusiaceae, Salicaceae e Velloziaceae acontecem apenas na vereda RB; já as 
famílias  Aristolochiaceae,  Iridaceae,  Sapindaceae, Solanaceae,  Urticaceae  e  Gleicheniaceae, 
apresentaram registros apenas na vereda RJ (Tabelas 2 e 3). 
Analisando as distintas zonas das veredas, constata­se maior riqueza florística entre as 
parcelas  na  zona  da  borda, onde  foram  encontradas  219  espécies,  sendo Fabaceae  a família 
mais rica, seguida de Asteraceae, Rubiaceae, Myrtaceae, Poaceae e Cyperaceae. Tais famílias 
também  foram  importantes  nessa  zona  em  veredas  de  Minas  Gerais  (Araújo  et  al.  2002), 
demonstrando certo padrão florístico. Estudos realizados em bordas de veredas e no cerrado 
propriamente  dito  salientam  a  importância  da  família  Fabaceae,  com  grande  número  de 
espécies  arbustivas  e  arbóreas  do  cerrado  (Goodland  1970  apud  Araújo  et  al.  2002; 
Mantovani & Martins 1993; Castro et al. 1999), sendo importante nas duas veredas estudadas: 
Bauhinia acuruana , Galactia martii, Vigna firmula, entre outras. 
Algumas  espécies  são  restritas  a  vereda  RB:  Sagittaria  guianensis  e  Sagittaria 
rhombifolia ,  Commelina   cf.  elegans,  Kielmeyera  coriacea ,  Casearia   cf.  arborea   e  Vellozia 
froesii. Outras são restritas a vereda RJ: Aristolochia  sp., Sisyrinchium sp. 1, Serjania   sp.1), 
Schwenckia sp. 1, Cecropia pachystachya e Dicranopteris cf. flexuosa . 
Nas  áreas  de borda  são comuns  as  espécies  Anacardium humile,  Tabebuia ochraceae, 
Davilla  elliptica ,  Croton  didrichsenii  e  Manihot  caerulescens.  Nas  zonas  do  meio  foram 
amostradas 132 espécies, merecendo destaque Syngonanthus cf. nitens; já nas áreas de fundo 
foram amostradas 63 espécies, com destaque à Mauritia flexuosa , uma vez que estas espécies 
apresentam grande número de indivíduos. Nas áreas de cerrado ocorreram 127 espécies, onde 
houve maior representatividade as espécies Annona crassiflora  e Annona coriacea . Quando as 
zonas são individualmente avaliadas, borda apresenta maior número de espécies: 99 em RJ,
sendo  exclusivas  deste ambiente  Annona  tomentosa   e  Baccharis  leptocephala;   120  em  RB, 
com  destaque  à  Annona  montana ,  Hymatanthus  obovatus,  Calea  harleyi,  Gochnatia 
oligocephala ,  Ichthyothere  terminalis,  Commelina   cf.  elegans,  Curatella  americana   e 
Chamaecrista desvauxii, entre outras. Ainda na vereda RB, algumas espécies são comuns às 
áreas  de  borda  e  cerrado,  como  Calliandra  dysantha ,  Dimorphandra  mollis,  Copaifera 
langsdorffii,  Sclerolobium  paniculatum  e  Pterodon  cf.  emarginatus.  As  áreas  de  fundo 
apresentaram menor número de espécies: 36 na vereda RB e 27 na RJ (Tabela 4). 
Do  total  de  plantas  coletadas  nas  zonas  do  meio  e  do  fundo  das  duas  veredas,  102 
espécies  (45%)  foram coletadas  em  RB e  93  (55,6%)  em RJ, sendo que  as demais  espécies 
foram coletadas nas áreas de cerrado e borda de cada vereda. 
Os  parâmetros  de  diversidade  nas  veredas  e  respectivas  zonas  estão  na  Tabela  4.  O 
índice de diversidade de Shannon (H’) variou de 1,55 a 3,45 nats/indivíduos; sendo que a área 
de borda da vereda do Rio de Janeiro apresentou 3,459 nats/indivíduos e a do Rio de Branco 
3,21  nats/indivíduos.  Tais  áreas  correspondem  à  área  de  transição  com  o  cerrado,  o  que 
possibilita a ocorrência de algumas espécies de cerrado nessa zona. 

Tabela 2: Espécies de Criptógamas de ocorrência nas parcelas de 10 x 10 m nas veredas do 
Rio de Janeiro (RJ) e do Rio Branco (RB) e em áreas de cerrado circundantes. Oeste da Bahia, 
Brasil. * A. Cotrim et al.
Família  Espécie  Testemunho *  Ver eda 

Gleicheniaceae  Dicranopteris cf. flexuosa  (Schrad.) Underw  302  RB 

Lycopodiaceae  Lycopodiella   sp.1  1013  RJ 

Lycopodiaceae  Lycopodiella  sp. 2  454  RB/RJ 

Tabela 3: Espécies de Fanerógamas de ocorrência nas parcelas de 10 x 10 m nas veredas do 
Rio de Janeiro (RJ) e do Rio Branco (RB) e em áreas de cerrado circundantes. Oeste da Bahia, 
Brasil. * A. Cotrim et al. 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Acanthaceae  Ruellia  sp.  551  RJ 

Alismataceae  Sagittaria  guianensis Kunth.  497  RB 

Alismataceae  Sagittaria rhombifolia  Cham.  368  RB 

Amaranthaceae  Gomphrena agrestis Mart.  582  RJ 

Anacardiaceae  Anacardium humile A.St.­Hil.  652  RB/RJ 

Anacardiaceae  Anacardiaceae Indeterminada 1  1508  RB 

Annonaceae  Annona coriacea  Mart.  1576  RB/RJ 

Annonaceae  Annona crassiflora   Mart.  1589  RB/RJ 

Annonaceae  Annona montana   Macfad.  665  RB 

Annonaceae  Annona tomentosa R.E. Fries  939  RJ 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Annonaceae  Annona sp. 1  1647  RB


Annonaceae  Annona sp. 2  463  RB 

Apocynaceae  Hancornia speciosa  Gómez  1604  RB 

Apocynaceae  Hymatanthus obovatus (Müll. Arg). Woodson  357  RB 

Apocynaceae  Aspidosperma  sp. 1  1628  RJ 

Apocynaceae  Aspidosperma   sp.2  915  RJ 

Apocynaceae  Aspidosperma  sp. 3  1628  RJ 

Apocynaceae  Apocynaceae Indeterminada 2  1628  RB 

Araceae  Spathicarpa  sp.  495  RB 

Arecaceae  Allagoptera   sp.  1539  RB/RJ 

Arecaceae  Mauritia flexuosa  Linn.f.  1040  RB/RJ 

Arecaceae  Mauritiella   sp.  951  RJ 

Arecaceae  Syagrus sp.  1632  RB/RJ 

Aristolochiaceae  Aristolochia sp.  528  RJ 

Asteraceae  Baccharis leptocephala DC.  555  RJ 

Asteraceae  Calea harleyi H.Rob.  534  RB 

Asteraceae  Chromolaena  horminioides DC.  920  RJ 

Asteraceae  Chromolaena odorata  (L.) R.m. Long. & h.  1636  RJ 


Rob. 
Asteraceae  Gochnatia oligocephala (Gardner) Cabrera  432  RB 

Asteraceae  Ichthyothere terminalis (Spring) Malme  297  RB 

Asteraceae  Lessingianthus coriaceus (Less.) H. Rob.  418  RB 

Asteraceae  Vernonia  simplex Less.  1638  RJ 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 


Asteraceae  Vernonia   sp.  940  RJ 

Asteraceae  Asteraceae ­ Indeterminada 1  272  RB


Asteraceae  Asteraceae ­ Indeterminada 3  461  RB 

Asteraceae  Asteraceae ­ Indeterminada 4  926  RB/RJ 

Asteraceae  Asteraceae ­ Indeterminada 5  582  RJ 

Asteraceae  Asteraceae ­ Indeterminada 6  413  RB 

Asteraceae  Asteraceae ­ Indeterminada 7  1526  RB/RJ 

Asteraceae  Asteraceae ­ Indeterminada 8  580  RJ 

Asteraceae  Asteraceae ­ Indeterminada 9  1561  RB 

Asteraceae  Asteraceae indeterminada 10  125  RB 

Bignoniaceae  Arrabidaea brachypoda (DC.) Bureau  1620  RJ 

Bignoniaceae  Tabebuia alba  (Cham.) Sandw.  1587  RB 

Bignoniaceae  Tabebuia ochraceae (Cham.) Standl.  944  RB/RJ 

Bignoniaceae  Jacaranda  sp.  1638  RJ 

Bignoniaceae  Tabebuia  sp. 1  244  RB 

Bignoniaceae  Tabebuia  sp. 2  927  RB/RJ 

Bignoniaceae  Tabebuia  sp. 4  1503  RB 

Bignoniaceae  Tabebuia  sp. 5  1502  RB 

Bignoniaceae  Bignoniaceae Indeterminada 2  403  RB 

Bignoniaceae  Bignoniaceae ­ Indeterminada 5  1631  RJ 

Burmaniaceae  Burmania capitata   (Walter ex J.F.Gmel.) Mart.  1063  RB/RJ 

Burseraceae  Burseraceae ­ Indeterminada 1  412  RB 

Burseraceae  Burseraceae ­ Indeterminada 2  376  RB 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 


Burseraceae  Burseraceae ­ Indeterminada 3  171  RB 

Cariocaraceae  Caryocar brasiliense Camb.  1573  RB


Celastraceae  Celastraceae ­ Indeterminada 1  423  RB 

Celastraceae  Maytenus sp.  230  RB 

Chrysobalanaceae  Hirtella ciliata Mart. ex Zucc.  341  RB 

Chrysobalanaceae  Licania  sp.  957  RJ 

Chrysobalanaceae  Hirtella sp.  312  RB 

Chrysobalanaceae  Chrysobalanaceae ­ Indeterminada 1  381  RB 

Clusiaceae  Kielmeyera coriacea  (Spreng.) Mart.  305  RB 

Combretaceae  Terminalia  sp.  1534  RB 

Commelinaceae  Commelina  cf. elegans Kunth.  224  RB 

Connaraceae  Connaraceae ­ Indeterminada 1  938  RB/RJ 

Convolvulaceae  Merremia digitata  (Sprengel) Hall. f.  1516  RB/RJ 

Convolvulaceae  Convolvulaceae ­ Indeterminada 1  948  RJ 

Convolvulaceae  Convolvulaceae ­ Indeterminada 2  918  RJ 

Cyperaceae  Bulbostylis capillaris (L.) C.B. Clarke  1552  RJ 

Cyperaceae  Bulbostylis lanata   (Kunth) C.B.  1010  RJ 

Cyperaceae  Cyperus cf. sesquifloru s(Torr.) Mattf.  406  RB 

Cyperaceae  Eleocharis cf. acutangula (Roxb.) Steud.  209  RB 

Cyperaceae  Fimbristylis sp. 1  239  RB 

Cyperaceae  Fimbristylis sp. 2  238  RB 

Cyperaceae  Lagenocarpus rigidus Nees  1055  RB/RJ 

Cyperaceae  Rhynchospora filiformes Vahl  380  RB 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Cyperaceae  Rhynchospora   sp 6  1046  RJ


Cyperaceae  Rhynchospora   sp. 7  1008  RJ 

Cyperaceae  Rhynchospora   sp. 8  1059  RJ 

Cyperaceae  Rhynchospora   sp. 9  1038  RJ 

Cyperaceae  Rhynchospora   sp. 10  484  RB 

Cyperaceae  Cyperaceae ­ Indeterminada 2  1029  RB/RJ 

Cyperaceae  Cyperaceae ­ Indeterminada 3  195  RB 

Cyperaceae  Cyperaceae ­ Indeterminada 5  1026  RJ 

Dilleniaceae  Curatella americana  L.  420  RB 

Dilleniaceae  Davilla elliptica A.St.­Hil.  537  RB/RJ 

Dilleniaceae  Davilla  sp.  1640  RB/RJ 

Droseraceae  Drosera comunis A.H.Hil.  1003  RB/RJ 

Ebenaceae  Dyospyrus sp.  664  RB 

Ericaceae  Gaylussacia brasiliensis Meisn.  1068  RJ 

Ericaceae  Ericaceae ­ Indeterminada 1  357  RB 

Eriocaulaceae  Actinocephalus sp.  1042  RJ 

Eriocaulaceae  Eriocaulon longifolium Nees ex Kunth.  1056  RB/RJ 

Eriocaulaceae  Syngonanthus cf. nitens (Bong.) Ruhl.  1017  RB 

Eriocaulaceae  Syngonanthus xeranthemoides Ruhland  1021  RB 

Eriocaulaceae  Syngonanthus sp.  501  RB 

Eriocaulaceae  Eriocaulaceae ­ Indeterminada 1  1033  RB/RJ 

Eriocaulaceae  Eriocaulaceae ­ Indeterminada 2  448  RB 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Erythroxylaceae  Erythroxylum betulaceae Mart.  352  RB


Erythroxylaceae  Erythroxylum cf. affine A.St.­Hil.  430  RB 

Erythroxylaceae  Erythroxylum sp. 1  584  RJ 

Erythroxylaceae  Erythroxylum sp. 2  539  RJ 

Euphorbiaceae  Amanoa sp.  329  RB 

Euphorbiaceae  Croton agoensis  Baill.  921  RJ 

Euphorbiaceae  Croton cf. antisyphiliticus Mart.  410  RB 

Euphorbiaceae  Croton didrichsenii G.L Webster  577  RB/RJ 

Euphorbiaceae  Euphorbia  potentilloides Boiss.  1558  RB/RJ 

Euphorbiaceae  Euphorbia  sp. 1  521  RJ 

Euphorbiaceae  Manihot caerulescens (Pohl) Rog.  943  RB/RJ 

Euphorbiaceae  Manihot sp. 1  400  RB 

Euphorbiaceae  Sebastiania bidentata (Mart. & Zucc.) Pax  196  RB 

Euphorbiaceae  Sebastiania daphnoides Muell. Arg.  389  RB 

Euphorbiaceae  Euphorbiaceae ­ Indeterminada 7  1067  RB/RJ 

Fabaceae  Aeschynomene sp 1.  542  RB/RJ 

Fabaceae  Aeschynomene  sp. 2  919  RJ 

Fabaceae  Bauhinia  acuruana   Moric  1618  RB/RJ 

Fabaceae  Bauhinia   sp. 1  1593  RB 

Fabaceae  Bauhinia   sp.2  1505  RB 

Fabaceae  Bauhinia   sp. 3  1505  RJ 

Fabaceae  Calliandra dysantha Benth.  1548  RB 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Fabaceae  Camptosema  sp.  1572  RB/RJ


Fabaceae  Chamaecrista desvauxii (Collad.) Killip  427  RB 

Fabaceae  Chamaecrista flexuosa  (L.) Greene  578  RJ 

Fabaceae  Chamaecrista rufa (M.Martens & Galeotti)  242  RB 


Britton & Rose­ 
Fabaceae  Chamaecrista  sp.  1547  RB 

Fabaceae  Copaifera langsdorffii Desf.  419  RB 

Fabaceae  Copaifera  sp. 1  182  RB 

Fabaceae  Copaifera  sp. 2  956  RB/RJ 

Fabaceae  Dalbergia  sp. 1  1592  RB/RJ 

Fabaceae  Dimorphandra mollis Benth.  1574  RB 

Fabaceae  Eriosema  sp.  1639  RB 

Fabaceae  Galactia martii DC.  545  RB/RJ 

Fabaceae  Galactia   sp. 1  902  RB 

Fabaceae  Galactia sp. 2  909  RB/RJ 

Fabaceae  Hymenaea stigonocarpa  Mart. ex Hayne  1575  RB 

Fabaceae  Mimosa  sp1  1500  RB 

Fabaceae  Mimosa  sp2  1544  RB 

Fabaceae  Pterodon emarginatus Vogel.  959  RJ 

Fabaceae  Pterodon cf . emarginatus Vog.  1557  RB 

Fabaceae  Sclerolobium paniculatumVogel.  1519  RB 

Fabaceae  Sclerolobium sp.1  541  RJ 

Fabaceae  Sclerolobium sp. 2  553  RJ 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Fabaceae  Senna  sp. 2  1652  RJ


Fabaceae  Senna  sp.1  1532  RB 

Fabaceae  Senna  sp. 2  1652  RJ 

Fabaceae  Senna  sp. 3  1524  RB 

Fabaceae  Stryphnodendron  cf. barbadetiman (Vell) Mart.  415  RB 

Fabaceae  Stylosanthes gracilis Kunth  930  RB/RJ 

Fabaceae  Swartzia  sp.  158  RB 

Fabaceae  Vigna  firmula   (Mart. ex Benth.) Maréchal,  948  RB/RJ 


Mascherpa & Stainier 
Fabaceae  Fabaceae ­ Indeterminada 1  523  RJ 

Fabaceae  Fabaceae ­ Indeterminada 3  950  RJ 

Fabaceae  Fabaceae ­ Indeterminada 4  952  RJ 

Fabaceae  Fabaceae ­ Indeterminada 5  949  RJ 

Fabaceae  Fabaceae ­ Indeterminada 8  333  RB 

Fabaceae  Fabaceae ­ Indeterminada 9  327  RB 

Fabaceae  Fabaceae ­ Indeterminada 10  1530  RB 

Fabaceae  Fabaceae ­ Indeterminada 12  1546  RB 

Fabaceae  Fabaceae ­ Indeterminada 13  1545  RB 

Fabaceae  Fabaceae ­ Indeterminada 14  1549  RB 

Fabaceae  Fabaceae ­ Indeterminada 15  1510  RB 

Gentianaceae  Curtia sp.  455  RB 

Gentianaceae  Irlbachia caerulescens  (Aublet) Griseb.  1022  RJ 

Iridaceae  Sisyrinchium sp.  1653  RJ 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Krameriaceae  Krameriaceae ­ Indeterminada 1  145  RB


Lamiaceae  Amasonia campestris (Abdul.) Moldenke  1658  RB 

Lamiaceae  Eriope  sp.  666  RB 

Lamiaceae  Hiptis sp.  953  RJ 

Lamiaceae  Peltodon tomentosus  Pohl  221  RB 

Lamiaceae  Vitex rufescens A.Juss.  958  RJ 

Lamiaceae  Lamiaceae ­ Indeterminada 1  382  RB 

Lauraceae  Lauraceae ­ Indeterminada 1  1614  RB 

Lauraceae  Lauraceae ­ Indeterminada 2  259  RB 

Lentibulariaceae  Utricularia cf. amethystina A. St. Hil.  1061  RB/RJ 

Lentibulariaceae  Utricularia gibba  L.  1031  RB/RJ 

Lythraceae  Cuphea  antisyphilitica  H.B.K.  1062  RB/RJ 

Lythraceae  Diplusodon sp.  398  RB 

Lythraceae  Lythraceae ­ Indeterminada 1  1507  RB 

Malpighiaceae  Banisteriopsis cf. malifolia (Nees & Mart.) B.  247  RB 


Gates 
Malpighiaceae  Byrsonima basiloba  A.Juss.  1656  RB 

Malpighiaceae  Byrsonima crassifolia (L.) Kunth  935  RJ 

Malpighiaceae  Byrsonima stannardii W. R. Anderson  562  RJ 

Malpighiaceae  Byrsonima umbellata  Mart.  1065  RJ 

Malpighiaceae  Byrsonima verbascifolia  (L.) Rich.  650  RB 

Malpighiaceae  Byrsonima  sp. 1  1596  RB 

Malpighiaceae  Byrsonima  sp. 2  960  RJ 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Malpighiaceae  Camarea  cf. affinis St. Hil.  154  RB


Malpighiaceae  Peixotoa  sp.  519  RB/RJ 

Malpighiaceae  Malpighiaceae ­ Indeterminada 1  1623  RJ 

Malpighiaceae  Malpighiaceae ­ Indeterminada 2  1623  RB 

Malvaceae  Helicteres velutina K.Schum.  443  RB 

Malvaceae  Pavonia  cf. longitricha   Fryxell  257  RB 

Malvaceae  Pavonia  sp.  157  RB 

Malvaceae  Malvaceae ­ Indeterminada 1  665  RB 

Marantaceae  Maranta  sp.  660  RB 

Melastomataceae  Cambessedesia hilariana  (Kunth) DC.  471  RB 

Melastomataceae  Desmocelis villosa (Aubl.) Naud.  462  RB 

Melastomataceae  Macairea radula  (Bonpl.) DC.  488  RB 

Melastomataceae  Mouriri cf. pusa  Gardner  961  RJ 

Melastomataceae  Mouriri sp.  367  RB 

Melastomataceae  Microlicia  sp.  1064  RJ 

Melastomataceae  Melastomataceae ­ Indeterminada 7  490  RB 

Menispermaceae  Cissampelos ovalifolia DC.  544  RJ 

Moraceae  Brosmium cf. gaudichaudii Trécul.  191  RB 

Moraceae  Moraceae ­ Indeterminada 4  1581  RB/RJ 

Moraceae  Moraceae ­ Indeterminada 5  1616  RB 

Myrtaceae  Eugenia disynterica  DC.  1559  RB 

Myrtaceae  Eugenia punicifolia (Kunth.) DC  176  RB 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Myrtaceae  Eugenia sp.  173  RB


Myrtaceae  Myrcia laricina (O. Berg) Burret ex Luetzellb.  442  RB 

Myrtaceae  Myrcia guianensis (Aubl.) DC.  576  RJ 

Myrtaceae  Myrcia  cf. mollis (Kunth) DC.  960  RJ 

Myrtaceae  Myrcia  sp. 1  1512  RB 

Myrtaceae  Myrcia  sp. 10  1613  RB 

Myrtaceae  Myrtaceae ­ Indeterminada 1  152  RB 

Myrtaceae  Myrtaceae ­ Indeterminada 2  133  RB 

Myrtaceae  Myrtaceae ­ Indeterminada 3  331  RB 

Myrtaceae  Myrtaceae  ­ Indeterminada 5  354  RB 

Myrtaceae  Myrtaceae ­ Indeterminada 8  917  RJ 

Myrtaceae  Myrtaceae ­ Indeterminada 9  569  RJ 

Myrtaceae  Myrtaceae ­ Indeterminada 11  1582  RB 

Myrtaceae  Myrtaceae ­ Indeterminada 12  1512  RB 

Nyctaginaceae  Guapira  cf. Noxia  (Netto) Lundell  579  RJ 

Ochnaceae  Sauvagesia  cf. sprengelli A. St. Hil.  270  RB 

Ochnaceae  Sauvagesia linearifolia A. St. Hil.  1023  RB/RJ 

Ochnaceae  Ouratea  cf. spectabilis  (Mart.) Engl.  409  RB 

Olacaceae  Ximenia sp.  1651  RB 

Opiliaceae  Agonandra  brasiliensis Miers  1633  RB 

Orchidaceae  Cyrtopodium sp.  561  RB/RJ 

Orchidaceae  Epistephium  sclerophylum Lind.  1671  RB 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Orchidaceae  Habenaria   cf. secundiflora Barb. Rodr.  1009  RB/RJ


Orchidaceae  Habenaria  sp.  376  RB 

Orchidaceae  Habenaria josephensis Barb. Rodr.  1672  RB 

Orobanchaceae  Buchnera   sp.  1002  RB/RJ 

Phyllantaceae  Phyllanthus orbiculatus LC Rich.  347  RB 

Poaceae  Aristida  riparia  Trin.  934  RJ 

Poaceae  Aristida   sp.  924  RJ 

Poaceae  Axonopus grandifolium Rev.  558  RB/RJ 

Poaceae  Echinolaena inflexa  (Poir.) Chase  547  RJ 

Poaceae  Luziola bahiensis (Steud.) Hitchc.  485  RB 

Poaceae  Luziola fragilis  Swallen  239  RB 

Poaceae  Luziola  sp.  203  RB 

Poaceae  Panicum rupestre Trin  489  RB 

Poaceae  Panicum  sp. 1  1624  RJ 

Poaceae  Panicum sp. 2  1801  RB/RJ 

Poaceae  Paspalum foveolatum  Sdend.  416  RB/RJ 

Poaceae  Paspalum sp. 2  1551  RB/RJ 

Poaceae  Trachypogon spicatus (L.f/Kuntze)  552  RB/RJ 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 3  916  RJ 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 4  928  RJ 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 5  933  RJ 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 6  1020  RJ 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 7  1070  RJ


Poaceae  Poaceae – Indeterminada 8  910  RJ 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 9  498  RB 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 12  314  RB 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 15  452  RB 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 19  1522  RB 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 20  1531  RB 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 21  1535  RB 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 23  1542  RB 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 24  1553  RB 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 25  1550  RB 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 26  1800  RB 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 28  1802  RB/RJ 

Poaceae  Poaceae – Indeterminada 29  1803  RB 

Polygalaceae  Polygala adenosphora  DC.  1005  RB/RJ 

Polygalaceae  Polygala  cf. equisetoides A.St.Hil & Moq.  568  RJ 

Polygalaceae  Polygala  rhodoptera   Mart.  ex A.W. Benn.  1014  RB/RJ 

Polygalaceae  Polygala   sp.  1012  RJ 

Polygalaceae  Polygalaceae  ­ Indeterminada 1  1617  RB/RJ 

Rapateaceae  Cephalostemon ridelianus Koen.  1048  RB/RJ 

Rubiaceae  Alibertia  edulis (Rich.) A. Rich ex DC.  571  RJ 

Rubiaceae  Borreria  cf. crispata   (K. Schum) E.L. Cobral et  1528  RB 


Bacigalupo 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Rubiaceae  Borreria  sp. 2  1635  RJ


Rubiaceae  Chomelia anisomeris Mull. Arg.  178  RB 

Rubiaceae  Galianthe sp. 1  1655  RJ 

Rubiaceae  Declieuxia  fruticosa  (Wild. ex Ruiz & Pav.)  906  RB/RJ 


Kuntze 
Rubiaceae  Diodia sp. 1  1537  RB/RJ 

Rubiaceae  Emmeorrhizia umbellata  (Spreng.) K. Shum.  583  RJ 

Rubiaceae  Ladenbergia   sp.  1066  RJ 

Rubiaceae  Palicouria  rígida   Kunth  954  RB/RJ 

Rubiaceae  Spermacoce capitata Moc. & Sesse  147  RB 

Rubiaceae  Spermacoce  sp.  580  RB/RJ 

Rubiaceae  Staelia sp.  431  RB 

Rubiaceae  Tocoyena formosa  (Cham. & Schltdl.)  408  RB 


K.Schum. 
Rubiaceae  Rubiaceae ­ Indeterminada 3  936  RJ 

Rubiaceae  Rubiaceae ­ Indeterminada 6  190  RB 

Sabiaceae  Casearia   cf. arborea  (Rich.) Urb.  142  RB 

Sapindaceae  Serjania   sp.  904  RJ 

Simaroubaceae  Simarauba sp. 1  961  RJ 

Simaroubaceae  Simarauba sp. 2  910  RJ 

Smilacaceae  Smilax guianensis Vitman  930  RB/RJ 

Solanaceae  Schwenckia  sp.  1637  RJ 

Urticaceae  Cecropia pachystachya  Trec.  1041  RJ 

Velloziaceae  Vellozia froesii L.B. Sm.  405  RB 

Família  Espécie  Testemunho *  Vereda 

Verbenaceae  Verbenaceae ­ Indeterminada 4  1504  RB


Verbenaceae  Lippia sp. 1  546  RJ 

Verbenaceae  Lippia sp. 2  581  RJ 

Vochysiaceae  Qualea grandiflora  Mart.  1605  RB 

Vochysiaceae  Qualea parviflora Mart.  340  RB/RJ 

Vochysiaceae  Vochysia gardneri Warm.  441  RB 

Vochysiaceae  Vochysiaceae ­ Indeterminada 4  941  RJ 

Xyridaceae  Abolboda sp.  1037  RJ 

Xyridaceae  Xyris blanchetiana Malme  1006  RJ 

Xyridaceae  Xyris jupicai L.C. Rich.  1051  RB/RJ 

Xyridaceae  Xyris cf. goyazensis Malme  1015  RB/RJ 

Xyridaceae  Xyris savanensis Miquel  1025  RB/RJ 

Família  Família Indeterminada 1  519  RJ 


Indeterminada 1 
Família  Família Indeterminada 2  536  RJ 
Indeterminada 2 
Família  Família Indeterminada 4  910  RJ 
Indeterminada 4 
Família  Família Indeterminada 5  905  RJ 
Indeterminada 5 
Família  Família Indeterminada 6  911  RJ 
Indeterminada 6 
Família  Família Indeterminada 10  946  RJ 
Indeterminada 10 
Família  Família Indeterminada 11  949  RJ 
Indeterminada 11 
Família  Família Indeterminada 17  232  RB 
Indeterminada 17 
Família  Família Indeterminada 19  220  RB 
Indeterminada 19 
Família  Família Indeterminada 25  1511  RB/RJ 
Indeterminada 25 

Tabela  4:  Parâmetros  de  diversidade  obtido  a  partir  das  parcelas  de  10  x  10  m  (riqueza)  e 
subparcelas de 2 x 2m (H’ e número de indivíduos) na vegetação das veredas Rio de Janeiro 
(RJ) e Rio Branco (RB), incluindo o cerrado circundante e as zonas da borda (B), meio (M) e 
fundo (F). Oeste da Bahia, Brasil.
Nº de 
Áreas de coletas  H’  Variância  Zona  Riqueza  indivíduos 

RJB1  3,459  0,003878  Borda  53  222 


RJB2  1,58  0,0005387  Borda  35  2020 
RJB3  1,744  0,007987  Borda  36  224 
Total da Bor da  99  2466 
RJM1  2,251  0,0002244  Meio  22  487 
RJM2  1,921  0,0002723  Meio  22  4667 
RJM3  1,55  0,0003419  Meio  22  3728 
Total do Meio  66  8882 
RJF1  2,184  0,0001474  Fundo  19  5034 
RJF2  2,037  0,0001066  Fundo  10  5311 
RJF3  1,754  0,0001195  Fundo  14  3757 
Total do Fundo  27  14102 
RJCE1  2,751  0,008733  Cerrado  39  232 
RJCE2  1,645  0,005512  Cerrado  20  222 
RJCE3  1,924  0,01363  Cerrado  18  213 
Total do Cer r ado  47  667 
RBB1  2,382  0,006285  Borda  68  775 
RBB2  3,032  0,006958  Borda  64  404 
RBB3  3,21  0,005075  Borda  51  308 
Total da Bor da  120  1487 
RBM1  2,675  0,002312  Meio  37  791 
RBM2  2,109  0,005983  Meio  20  209 
RBM3  1,788  0,0005714  Meio  29  2291 
Total do Meio  66  3291 
RBF1  2,121  0,0006809  Fundo  15  1237 
RBF2  1,873  0,01042  Fundo  7  71 
RBF3  1,865  0,001917  Fundo  14  538 
Total do Fundo  36  1846 
RBCE1  3,169  0,01161  Cerrado  65  137 
RBCE2  3,011  0,01377  Cerrado  31  74 
RBCE3  2,762  0,009846  Cerrado  15  100 
Total do Cer r ado  80  311 

Com  relação  à  riqueza  e  o  H’  das  áreas  estudadas,  apenas  duas  variáveis  não  tem 
homocedasticidade, mas como o número de parcelas é o mesmo, isso não inviabiliza o teste 
ANOVA (Statística 6.0). Á normalidade para os parâmetros riqueza e o H’ foi avaliada pelo 
teste Kolmogorov­Smirnov, sendo que a partir deste teste, verificou­se que apenas o H’ tem
distribuição normal, não apresentando normalidade para a riqueza. Utilizando­se deste mesmo 
teste verificou­se que para as parcelas 10 x 10 m da área localizada no Rio Branco apresentou 
o  H’  maior  do  que  ocorreu  na  vereda  do  rio  de  Janeiro,  ANOVA:  F   (1,22)  =  3,7573;  p  = 
0,06552 (Fig. 9). 
Veredas 
ANOVA: F(1, 22)=3,7573, p=,06552 
Ba rras ve rti cais  d enotam 0,95 d e interval o de c onfi ança 
3,0 

2,8 

2,6 

2,4 
H' 

2,2 

2,0 

1,8 

1,6 
Rio  de Jan ei ro  Rio Branco 

Vereda 

Fig. 9: Distribuição de H’ nas áreas de coletas do Rio Branco e Rio de Janeiro, Bacia do Rio 
Grande, Bahia, Brasil. Os pontos representam as médias e as barras o intervalo de confiança 
(0,95). 

Quando se relacionam às áreas do cerrado e as zonas das veredas, observa­se que o H’ 
encontrado nestas áreas está relacionado ao gradiente ambiental encontrado em cada ambiente 
estudado.  Ficou  constatado  que  as  médias  das  zonas  de  borda  das  duas  veredas  se 
aproximaram das áreas de cerrado; já as zonas de fundo as médias ficaram mais próximas do 
meio,  não  havendo  diferença  significativa  entre  as  áreas,  ANOVA:  F   (3,16)  =  0,92563,  p  = 
0,45095  (Fig. 10). Esta associação também se relaciona às médias encontradas nas áreas mais 
secas  (borda  e  cerrado)  e  nas  áreas  mais  úmidas  (zonas  do  meio  e  fundo  das  veredas). 
ANOVA:  F   (1,22)  =  6,6114,  p  =  0,01742  (Fig.11).    Quando  estas  variáveis  são  analisadas 
observa­se  que  houve  diferença  significativa.  Assim  restrições  impostas  por  diferenças  no 
gradiente  ambiental  contribui  com  a  ocorrência  das  espécies.  De  acordo  Keddy  (2000), 
Meireles  et  al.  (2002)  a  variação  do  lençol  freático  tem  grande  influência  nas  comunidades 
vegetais de áreas úmidas, estas espécies estão distribuídas de acordo com suas tolerâncias nos 
diferentes níveis de encharcamento.
Vereda ­ Zonas 
ANOVA: F(3, 16)=,92563, p=,45095 
Barras verticais denotam 0,95 de intervalo de confiança 
4,0 

3,5 

3,0 
H' 

2,5 

2,0 

1,5 
Vereda 
1,0  Rio de Janeiro 
meio  borda  f undo  cerrado  Vereda 
Rio Branco 
Zona 

Fig. 10: Resultado da Análise de variâncias (Two Way ANOVA), obtido nas três zonas das 
veredas  e  do  cerrado  adjacente  no  Rio  Branco  e  do  Rio  de  Janeiro,  Bacia  do  Rio  Grande, 
Bahia, Brasil. Os pontos representam as médias e as barras o intervalo de confiança (0,95). 

Ambiente: Seco/Umido 
ANOVA: F(1, 22)=6,6114, p=,01742 
Barras verticais  denotam  0,95 de intervalo de de confiança 
3,0 

2,8 

2,6 

2,4 
H' 

2,2 

2,0 

1,8 

1,6 

1,4 
seco  úmido 

Seco/Umido 

Fig.  11: Valores médios de H’, obtidos a partir da analise de variância (Two way ANOVA) 
nas  áreas  de  solos  mais  secos  e/ou  úmidos,  obtido  nas  três  zonas  das  veredas  e  do  cerrado 
adjacente no Rio Branco e do Rio de Janeiro, Bacia do Rio Grande, Bahia, Brasil. Os pontos 
representam as médias e as barras o intervalo de confiança (0,95). 

Tendo  em  vista  que  a  variável  riqueza  não  apresentou  normalidade  quando  são 
comparadas as duas áreas estudadas, processou­se o teste de normalidade para cada vereda em
separado,  onde  ficou  constatado  que  apenas  as  áreas  do  Rio  Branco,  mostra­se  padrão  de 
normalidade de acordo com o teste de  Kolmogorov­Smirnov. 
A  área  de  borda  da  vereda  do  Rio  Branco  apresentou  o  maior  numero  de  espécies, 
verificas  pelo o  teste de  Tukey  a  5%.  A  zona  do  meio  não  apresenta  diferença  significativa 
entre  o  fundo  e  o  cerrado,  sendo  que  o  cerrado  foi  mais  rico  em  espécies  que  o  fundo 
ANOVA: F  (3,56)  = 16,034,  p = 0,00000  (Fig. 12). 

Zonas da vereda Ri o Branco 
ANOVA: F(3, 56)=16,034, p=,00000 
Barras verti ca is  denotam 0,95 d e inte rval o  de c on fi ança 
24 

22 

20 

18 

16 

14 
Riqueza 

12 

b,c 
10 




borda  meio  fundo  cerrado 

Zona 

Fig.  12:  Distribuição  da  variável  riqueza  obtida  a  partir  do  número  de  espécies  em  cada 
subquadricula  de  2  x  2  m  na  vereda  do  Rio  Branco,  Bacia  do  Rio  Grande,  Bahia,  Brasil. 
Letras diferentes indicam que existem diferenças significativas pelo de Tukey a 5%. 

Na  vereda  do  Rio  Branco verificou­se  maior  riqueza  de  espécies  nas  áreas  mais  secas 
ANOVA: F  (1,58)  = 19,746,  p = 0,00004, assim como maior índice de Shannon, demonstrando 
menor diversidade  nas áreas mais úmidas (Fig. 13).
Vereda do Rio Branco 
ANOVA: F(1, 58)=19,746, p=,00004 
Barras verti cais denotam 0,95 i nt ervalo  de confiança 
20 

18 

16 

14 

Riqueza 
12 

10 


seco  úmido 

Umidade 

Fig. 13: Valores médios da riqueza, obtidos a partir da análise de variância nas áreas de solos 
mais  secos  e/ou  úmidos,  obtido  nas  três  zonas  das  veredas  e  do  cerrado  adjacente  no  Rio 
Branco, Bacia do Rio Grande, Bahia, Brasil. Os pontos representam as médias e as barras o 
intervalo de confiança (0,95). 

A maior heterogeneidade floristica, foi encontrada nas bordas das veredas, resultado que 
pode contribuir para reforçar as legislações ambientais que estabelecem restrições de uso, uma 
vez que são consideradas áreas de preservação permenente (APP) (Brasil 1992, 2002, 2006; 
Bahia 1997). 
Em  estudos  comparando  áreas  de  campos  sujos  e  campos  úmidos  em  São  Paulo  se 
constatou  maior  riqueza  de  espécies  no  campo  sujo  em  relação  ao  campo  úmido,  sendo  tal 
diferença  relacionada  às  características  edáficas  (Tannus  &  Assis  2004);  estes  dados  vem 
corroborar  que  os  resultados  encontrados  neste  estudo,  uma  vez  que quando  se  compara  as 
áreas  onde  ocorre  o  aforamento  do  lençol  freático  (zonas  do  meio  e  fundo)  e  as  zonas  de 
borda e o cerrado, estes ultimos apresentaram maior diversidade. 
Quando  a  abundancia  é  analisada,  verificou­se que  o  maior  número  de  indivíduos  foi 
encontrado nas zonas do fundo e do meio da vereda RJ, entanto, que a menor abundância foi 
verificada nas áreas de cerrado, tanto na vereda RJ quanto na RB (Tabela 3). Este resultado 
permite  estabelecer  uma  relação  direta  entre  umidade  do  solo  e  composicao  florística,  uma 
vez  que  a  umidade  presente  nas  zonas  do  meio  e  do  fundo  limitou  o  estabelecimento  de 
diferentes  espécies.  Desta  forma,  para  estas  zonas,  pode­se  assumir  que  restrições  impostas 
por  solos  alagados  dificultam  a  germinação  e  o  estabelecimento  de  espécies  de  plantas  em 
conseqüência da deficiência de oxigênio; Estas características tem sido relatadas para diversas
formações  vegetais  que  usualmente  apresentam  baixa  riqueza  e  diversidade  florística 
(Ivanauskas  et  al. 1997;  Penning  &  Moore  2001; Araújo  et al. 2002;  Cattanio  et  al. 2002). 
Ainda,  de  acordo  com  Araújo  et  al.  (2000),  densas  touceiras  de  espécies  filiformes  podem 
dificultar  o  estabelecimento  de  outras  espécies  nas  zonas  mais  úmidas  de  veredas,  fato  que 
vem  contribuir  com  a  abundância  de  poucas  espécies.  Este  estudo  corrobora  com  esta 
afirmação, uma  vez  que  as  famílias  de  maior  abundancia  encontradas    nestas  zonas  foram: 
Poaceae, Cyperaceae, Eriocaulaceae e Xyridaceae. 
Kent  &  Coker  (1994),  Pandey  &  Singh  (1991) relataram  que o  gradiente  ambiental  é 
responsável  pela  variação  da  abundância  das  espécies  e  o  estabelecimento  de  comunidades 
está  diretamente  relacionado  a  fatores  como  umidade  e  altitude.  Estes  mesmos  autores 
estabelecem  que  quando  algumas  espécies  crescem  juntas  num  ambiente  em  particular, 
geralmente  estas  apresentam  as  mesmas  necessidades de luz,  temperatura, umidade e  talvez 
compartilhem habilidades para tolerar estresse de atividades antrópicas e ambientais. 
Os afloramentos do lençol freático nas zonas de fundo (ano todo) e nas zonas do meio 
(período do ano) nas duas veredas estudadas não acontecem de forma pontual e sim de forma 
difusa.  A  forma  pontual  é  quando  o  fluxo  d’água  ocorre  em  um  único  local  do  terreno, 
enquanto a difusa apresenta vários olhos d’água (Pinto et al. 2005). Na vereda RB, a zona de 
fundo permanece alagada com pelo menos 1,5 m de água durante todo o ano, enquanto que na 
vereda RJ e  no mesmo período essa mesma zona não ultrapassa 30 cm de água. O nível de 
água  presente  durante  o  ano todo  na  vereda  RB  deve­se  possivelmente  à  construção da  BA 
825 que atravessou essa vereda impedindo o fluxo natural da água, o que pode ter influência 
na  tendência  de  maior  riqueza  constatada  nesta  vereda,  já  que  as  perturbações  podem 
aumentar  a  heterogeneidade  ambiental  (Ricklefs  1996;  Guimarães  et  al.  2002).  Outro  fator 
importante que também deve ser considerado é a característica do regime de água que afeta a 
distribuição das espécies (Oliveira­Filho et al. 1994; Pinto et al. 2005). 

4.2. Similaridade 

A  análise  de  similaridade  florística  (Jaccard  e  Sørensen)  entre  as  áreas  de  cerrado  e 
veredas revelou a grande importância do gradiente ambiental na estruturação da área estudada 
(Fig. 14 e 15).
A ordenação encontrada nas zonas das veredas estudadas (Fig. 14 e 15) mostrou maior 
similaridade floristica  entre o meio e fundo, do que com as bordas. Este fato já  foi relatado 
para  as  veredas  do  Triangulo  Mineiro  (Ramos  2000;  Araujo  et  al.  2002;  Guimarães  et  al. 
2002;  Oliveira  2005).  Para  este  estudo  foram  agregadas  as  áreas  de  cerrado,  desta  forma 
verificou­se que as zonas de borda  se aproximaram mais das áreas de cerrado. 
As parcelas nas zonas de bordas e no cerrado se mostram bem distintas das parcelas nas 
zonas do meio e do fundo, com apenas 4% de similaridade, sendo que grupos relacionados à 
zona  de  cada  vereda  são  formados  a  partir  de  10%,  de  acordo  com  a  análise  de  Jaccard. 
Quando as duas veredas são analisadas em conjunto, verificou­se que as áreas de bordas das 
duas  veredas  analisadas  se  agrupam  com  12%  de  similaridade,  sendo  as  áreas  de  borda  da 
vereda  do  RB,  apresentou  maior  similaridade  com  34%  (Fig.  16  e  17);  as  áreas  de  cerrado 
agrupam­se com 24% na vereda do RB e 34% na vereda RJ. As zonas do meio da vereda RB 
se  agrupam  com  34%  de  similaridade,  enquanto  que  nas  áreas  de  fundo  apresentam 
similaridade  de 40%.  Na  vereda  RJ  há  um  grupo  incluindo  todas  as  parcelas  do  meio  e  do 
fundo com 24% de similaridade, sendo as zonas do meio mais similares com 65%, enquanto 
que as do fundo apresentou 34%. As parcelas das faixas 1 e 2 da zona do meio no RJ são as 
mais similares (50%) (Fig. 18 e 19). 
A  índice  de  Sørensen  apresentou  o  mesmo  padrão  de  distribuição  de  Jaccard,  no 
entanto,  este  índice  apresentou  maior  similaridade,  uma  vez  que  atribui  maior  peso  as 
espécies  comuns,  ou  seja,  as  espécies  que  apresentam  ocorrência  em  mais  de  uma  área. 
Assim,  o  dendograma  mostra  que  as  parcelas  das  zonas  de  borda  e  no  cerrado  quando  são 
comparadas com as zonas do meio e do fundo, apresentaram 8% de similaridade; o primeiro 
grupo  foi  formado  a  partir  de  13%  os  quais  correspondem  às  áreas  de  borda  e  cerrado;  o 
segundo grupo formado a partir de 24% de similaridade incluem as zonas de meio e fundo das 
duas  veredas.  As  zonas  de  meio  e  fundo  da  vereda  RB  apresentaram  24%  enquanto  as 
mesmas áreas, na vereda RJ apresentou similaridade de 38%. (Fig. 16 e 17). Os agrupamentos 
formados entre as bordas da vereda RB e as bordas RJ apresentaram similaridade entre 30% 
para  as  duas  veredas.  Já  as  áreas  de  cerrado  se  agruparam  a  partir  de  45%.  Quando  são 
consideradas  apenas  as  zonas  de  meio  observa­se  que  para  a  RJ,  a  similaridade  apresentou 
60%, com confiança de 99%, sendo as faixas 1 e 2 mais similares, com 75% de similaridade, 
quando  comparadas  as  demais  áreas.  As  zonas  do  meio  da  vereda  RB  apresentou  40%  de 
similaridade, já as zonas do fundo, se agrupam em 50% de similaridade para as duas veredas 
(Fig. 18 e 19).
A  estruturação  encontrada  nas  zonas  de  fundo  e  meio  deve  estar  relacionada  às 
peculiaridades  encontradas  nesses  ambientes,  principalmente  quanto  à  elevada  umidade, 
características edáficas (Araújo et al. 2002) e propagação vegetativa de muitas espécies. 
A aplicação da metodologia de Bootstrap (Efron & Tibshirani 1986) nos dendogramas 
de  similariade  permitiu  obter  intervalos  de  confiança  confiáveis,  corroborando  com  o 
proposto por Manteiga et al. (1994). 
Similaridade

Fig. 14: Dendrograma de similaridade florística e os escores “bootstrap”, das áreas de cerrado 
e  veredas,  obtido por uma matriz  de presença/ausência  das  espécies  utilizando o  método de 
medias ponderadas por grupo (UPGMA) e o quociente de Jaccard, onde: Rio de Janeiro (RJ); 
Rio Branco (RB); Borda (B); Cerrado (CE); Meio (M) e Fundo (F). 
Similaridade

Fig.  15:  Dendrograma  de  similaridade  florística  e  os  escores  “bootstrap”  das  áreas  de  cerrado  e 
veredas  obtido  por  uma  matriz  de presença/ausência  das  espécies  utilizando  o  método  de  medias 
ponderadas por grupo (UPGMA) e o quociente de Sørensen, onde: Rio de Janeiro (RJ); Rio Branco 
(RB); Borda (B); Cerrado (CE); Meio (M) e Fundo (F). 

A maior similaridade florística foi encontrada entre as zonas de borda e cerrado, onde 
foram encontradas Annona coriacea , Annona crassiflora, Arrabidaea brachypoda , Curatella 
americana , Tabebuia ochraceae e Qualea parviflora ; já nas zonas do meio e do fundo podem 
ser destacadas Cephalostemon ridelianus, Xyris jupicai, Xyris savanensis, Drosera comunis, 
Polygala  rhodoptera ,  Syngonanthus  xeranthemoides,  Eriocaulon  longifolium,  Utricularia 
gibba  e Burmania capitata . 
Ao analisar  as zonas de cada  vereda e o cerrado observa­se que algumas espécies são 
restritas  a  apenas  um  ambiente,  como  Syngonanthus  xeranthemoides  e  Mauritia  flexuosa  
encontradas  nas  zonas  de  fundo,  esta  última  considerada  típica  destes  ambientes,  onde  as 
especificidades  edáficas  ocasionadas  pelo  alagamento  sazonal  dos  solos  limitam  o 
estabelecimento  de  diferentes  espécies  (Araújo  et  al.  2002)  e  favorecem  outras.  Apesar  do 
ambiente  peculiar  destes  ambientes,  Lorenzi  et  al.  (2004)  classificou  a  M.  flexuosa   como  a 
palmeira mais abundante do país. A espécie Sauvagesia linearifolia  foi encontrada apenas nas 
zonas do meio, apesar de ter sido coletada em outras áreas de cerrado onde as condições dos 
solos são semelhantes, como nas florestas ribeirinhas. 
Algumas espécies coletadas nas veredas do Oeste da Bahia apresentam registros para as 
veredas  do  Triangulo  Mineiro  e  áreas  de  campos  úmidos,  como  Xyris  jupicai,  Xyris 
savanensis e Xyris blanchetiana  (Araújo et al. 2002; Oliveira 2005). 
Estudos realizados em áreas de veredas (borda, meio e fundo) de Minas Gerais também 
relataram Xyris savanensisis e Xyris jupicai; com Declieuxia fruticosa  e Palicuria  rigida  nas 
zonas de borda (Araújo et al. 2002). 
De acordo com a análise de agrupamento da vereda RB, as zonas de fundo apresentam 
maior  similaridade  florística  (Fig.  16  e  17),  onde  acontece  o  alagamento  total  do  terreno. 
Entre  as  espécies  que  são  exclusivas  destes  ambientes,  merecem  destaques  Sagittaria 
rhombifolia   e  Sagittaria  guianensis,  coletadas  apenas  nestes  ambientes.  Sagittaria 
rhombifolia   também  ocorre  em  zona  de  fundo  de  veredas  em  Minas  Gerais  (Araújo  et  al. 
2002; Oliveira 2005), assim como em igarapés na Amazônia (Tolleto & Bosh 2008). Foram 
encontradas ainda nesta zona da vereda RB Macairea radula  e Panicum rupestre. 
De acordo com Mendonça et al. (1993, 2001), Meireles et al. (2002) e Silva (2005), a 
variação do lençol freático tem grande influência nas comunidades vegetais de áreas úmidas, 
com  espécies  distribuídas  de  acordo  com  suas  tolerâncias  aos  diferentes  níveis  de 
encharcamentos.  Para  Costa  (2007)  os  padrões  de  zonação  das  espécies  tem  relação  direta 
com  o  nível  do  lençol  freático,  que  por  sua  vez  esta  associado  a  fatores  como  topografia, 
precipitação  e  nível  de  antropização.  Keddy  (2000),  ressalta  que os  padrões de  zonação  em 
áreas  úmidas  são  resultados  de  diferentes  níveis  de  altura  da  lamina  d’  água,  duração  de 
submersão, grau de competição e das condições edáficas. 
Guimarães et al. (2002) e Ramos (2004), ressaltam ainda, que a vegetação encontrada 
em áreas de veredas (borda, meio e fundo), estão bem ajustadas ao percentual de água no solo, 
sugerindo  a  interferência  da  profundidade  do  lençol  frático  na  distribuição  da  maioria  da 
vegetação,  podendo  apresentar  espécies  de  ocorrência  restrita,  e  espécies  generalistas,  com 
ampla distribuição nos extremos do gradiente de umidade do solo.
Similaridade

Fig. 16: Dendrograma de similaridade florística obtido por uma matriz de presença/ausência 
das  espécies  utilizando o  método de  medias  ponderadas por  grupo (UPGMA), quociente  de 
Jaccard e escores “bootstrap”, encontradas entre as áreas de cerrado, borda, meio e fundo da 
vereda do Rio Branco, onde: Borda (B); Cerrado (CE); Meio (M) e Fundo (F). 
Similaridade

Fig.  17: Dendrograma de similaridade florística obtido por uma matriz de presença/ausência 
das  espécies  utilizando o  método de  medias  ponderadas por  grupo  (UPGMA), quociente  de 
Sørensen e escores “bootstrap”, encontradas entre as áreas de cerrado, borda, meio e fundo da 
vereda do Rio Branco, onde: Borda (B); Cerrado (CE); Meio (M) e Fundo (F). 

A vereda RJ encontra­se mais uniforme quanto à composição florística, principalmente 
da  zona  do  meio  (Fig.  18  e  19);  na  qual  é  comum  a  ocorrência  de  espécies  da  família 
Eriocaulaceae,  como  Syngonanthus  xeranthemoides,  Syngonanthus  cf.  nitens,  Eriocaulon 
longifolium  e  Actinocephalus  sp.,  além  de  Xyris  jupicai  (Xyridaceae),  que  juntamente  com 
Syngonanthus  xeranthemoides,  também ocorrem em  veredas  de Minas  Gerais  (Araújo et al. 
2002; Guimarães et al. 2002; Oliveira 2005). Coutinho (1978) relata que no bioma cerrado, as 
áreas  ecotonais  apresentam  espécies  comuns a  mais  de  um ambiente,  fato  que se  comprova 
quando  são  analisadas  as  zonas  de  fundo  e  meio  das  veredas  e  as  áreas  de  cerrado  com  as 
zonas de borda. 
Odum  (2001)  ressalta  que  a  comunidade  ecotonal  contém  muitos  organismos  de cada 
uma  das  comunidades  que  se  misturam,  mas  que  também  podem  possuir  organismos 
característicos, e até mesmo restritos, aos ecótonos. 
Similaridade

Fig.  18:  Dendrograma  de  similaridade  florística  obtido  por  uma  matriz  de  presença/ausência 
das  espécies  utilizando  o  método  de  medias  ponderadas  por  grupo  (UPGMA),  quociente  de 
Jaccard  e  escores  “bootstrap”  encontradas  entre  as  áreas  de  cerrado,  borda,  meio  e  fundo  da 
vereda do Rio de Janeiro, onde: Borda (B); Cerrado (CE); Meio (M) e Fundo (F). 
Similaridade

Fig.  19:  Dendrograma  de  similaridade  florística  obtido  por  uma  matriz  de  presença/ausência 
das  espécies  utilizando  o  método  de  medias  ponderadas  por  grupo  (UPGMA),  quociente  de 
Sørensen e escores “bootstrap”, encontradas entre as áreas de cerrado, borda, meio e fundo da 
vereda do Rio de Janeiro, onde: Borda (B); Cerrado (CE); Meio (M) e Fundo (F). 

Os resultados indicam que as espécies encontradas nas áreas estudadas não são restritas 
apenas  às  veredas,  sendo  citadas  em  estudos  relacionados  com  vegetação  campestre 
(Aristeguieta  1968;  Pereira  et  al.  1990;  Brandão  &  Gavilanes  1994;  Brandão  et  al.  1994; 
Boldrini et al. 1998 apud Guimarães et al. 2002). 
As famílias Eriocaulaceae e Xyridaceae, típicas de veredas (Magalhães 1956), também 
foram  bem  representadas  em  vereda  de  Minas  Gerais  (Guimarães  et  al.  2002),  no  entanto 
podem  ser  encontradas  em  outras  fisionomias  como  nos  campos  rupestres  (Giulietti  et  al. 
1996). 
Entre  as  espécies  da  família  Xyridaceae  de  ocorrência  nas  veredas,  Xyris  savanensis 
pode ser encontrada na América do Sul tropical, do Peru ao Norte e Centro­Oeste do Brasil, 
em áreas úmidas do cerrado, freqüentes em solos alagáveis arenosos e ácidos; e Xyris jupicai 
apresenta  ampla  distribuição  nas  Américas,  de  ocorrência  em  todo  o  Brasil,  freqüente  em 
áreas úmidas perturbadas, preferencialmente em superfície orgânica (Pott & Pott 2000). 
As  famílias  Burmanniaceae,  Droseraceae,  Eriocaulaceae,  Rapateaceae,  Cyperaceae, 
Lentibulariaceae,  Orchidaceae  e  Xyridaceae  podem  ser  encontradas  desde  áreas  com 
vegetação  campestres,  abertas  e  brejosas,  de  solos  com  maior  umidade,  até  em  ambientes 
onde os solos são mais secos, de difícil drenagem como em campos rupestres (Andrade et al. 
1986; Brandão et al. 1994; Giulietti et al. 1996; Araújo et al. 2002). 
Tannus  &  Assis  (2004),  estudando  áreas  de  campo  úmido  em  São  Paulo,  constatou 
maior  riqueza  para  as  famílias  Cyperaceae,  Poaceae,  Lentibulariaceae,  Eriocaulaceae  e 
Xyridaceae, sendo que estas últimas têm registros para ecossistemas semelhantes às  veredas 
como os “morichales” venezuelanos (Aristeguieta 1968). 
A  espécie  Utricularia  gibba   (Lentibulariaceae),  encontrada  nas  duas  veredas, 
principalmente  nas  zonas  de  meio  e  fundo,  apresenta  distribuição  pantropical,  com  ampla 
ocorrência  no  Brasil,  em  todas  as  regiões  do  Pantanal,  em  águas  rasas,  solos  argilosos  ou 
arenosos (Pott & Pott 2000); a espécie Epistephium sclerophylum (Orchidaceae), encontrada 
na  vereda  RB,  apresenta  ampla  distribuição  no  Brasil,  com  registros  para  a  Chapada 
Diamantina, podendo ser encontrada também na Venezuela, Peru e Bolívia (Toscano de Brito 
2005). 
A  família  Polygalaceae  encontrada  nas  zonas  do  meio  das  duas  veredas  estudadas  é 
representada pelo gênero Polygala . Esta família apresenta ampla distribuição no globo e para 
o  Brasil  existem  registros  para  as  regiões  Sul,  Sudeste  e  Nordeste  (Paiva  1998  apud  Silva 
2001). 
As  espécies  Annona  coriacea   e  Annona  crassiflora   (Annonaceae),  Arrabidaea 
brachypoda   e  Tabebuia  ochraceae  (Bignoniaceae),  Caryocar  brasiliense  (Caryocaraceae), 
Curatella americana  (Dilleniaceae) e Qualea parviflora  (Vochysiaceae) são classificadas por 
Lorenzi (2002a) como características de áreas de cerrado. 
Algumas espécies apresentam registros para outras regiões na Bahia, tendo seu registro 
pela  primeira  vez  para  a  região  Oeste  do  estado  da  Bahia.  Entre  estas  espécies  tem­se: 
Gomphrena agrestis (Amaranthaceae)  registrada  para  áreas  de  campos  rupestres  em  Rio  de 
Contas na Chapada Diamantina; Burmania capitata  (Burmaniaceae) com registros para áreas 
de  caatinga,  restinga  e  campos  rupestres;  Trachypogon  spicatus  (Poaceae)  encontrado  em 
áreas  de  cerrado  e  campo  rupestre  da  Chapada  Diamantina;  Cambessedesia  hilariana  
(Melastomataceae) encontrada na serra do Sincorá (Harley & Mayo 1980).
Algumas  espécies  coletadas  nas  veredas  estudadas  são  classificadas  como  daninhas: 
Bulbostylis capillaris e Spermacoce capitata  (Lorenzi 2000). A espécie Sagittaria guianensis, 
coletada  apenas  na  vereda  RB,  de  acordo  com  Pott  &  Pott  (2000),  apresenta  ampla 
distribuição na América do Sul Tropical, freqüente no Pantanal, em água rasa ou na beira de 
lagos,  sendo  considerada  como  daninha  e  infestante  de  canais  de  irrigação  e  drenagem 
(Lorenzi 2000). 
Nas  áreas  estudadas  não  existem  registros  de  outros  levantamentos.  Muitas  espécies 
coletadas  encontram­se  apenas  ao  nível  de  gênero,  o  que  suscita  a  ocorrência  de  novas 
espécies  e  impossibilita  a  afirmação  de registros  de  espécies  endêmicas.  Pois  regiões  pouco 
estudadas  botanicamente,  à  medida  que  se  amplia  os  levantamentos  resultaram  em  novos 
registros. 

4.3. Cober tura das Espécies 

Ao  que diz  respeito  à  cobertura das  espécies  no  estrato herbáceo  nas  áreas estudadas, 


apenas  as  famílias  Poaceae,  Cyperaceae  e  Eriocaulaceae  apresentaram  cobertura  superior  a 
40%, para as áreas estudadas; na  vereda do Rio de Janeiro nas zonas do meio e de fundo a 
espécie  Syngonanthus  cf.  nitens,  apresentou  cobertura  entre  60­80%  e  80­100%, 
respectivamente; já a espécie Cyperus sp. 3 apresentou cobertura entre 80­100% apenas para 
as zonas do meio. A espécie Cephalostemon ridelianus, foi registrada cobertura de 60­80%, 
apenas nas zonas de fundo na vereda do Rio de Janeiro; já na vereda do Rio Branco na mesma 
zona  a  cobertura  desta  espécie  não  ultrapassou  20%.  A  espécie  Sagittaria  rhombifolia   de 
ocorrência apenas nas zonas de fundo da vereda do Rio Branco apresentou cobertura entre 10­ 
20%, sendo esta espécie comum apenas nas áreas de fundo desta vereda. 
Algumas espécies de habito arbustivo e arbóreo apresentaram cobertura superior a 40%, 
entre  elas  merecem  destaque:  Annona  crassiflora ,  Tabebuia  ochraceae,  Qualea  parviflora , 
Qualea grandiflora , Sclerolobium paniculatum e Dimorphandra mollis. 
A maioria das espécies coletas nas áreas de cerrado e veredas (zonas de borda, meio e 
fundo) do Rio de Janeiro e do Rio Branco apresentavam cobertura entre 0­10%. 
Do  total  de  espécimes  coletadas  4  apresentaram  coberetura  entre  80­100%,  as  demais 
apresentaram  a  seguinte  distribuição:  8  espécimes  entre  60­80%, 23  entre  40­60%, 31  entre 
40­60%, 56 entre 20­10% e entre 0­10% (Fig. 20).
250 

200 

150 
Espécimes 
Cobertura 
100 

50 


1  2  3  4  5  6 

Fig. 20: Total de espécimes coletadas e respectivas coberturas, nas veredas do Rio de Janeiro 
e Rio Branco, Bacia do Rio Grande, Oeste da Bahia, Brasil. 

4.4. Hábito e For mas de Vida 

A vegetação das veredas do Rio de Janeiro e Branco, em todas as zonas borda, meio e 
de  fundo,  caracteriza­se  pela  predominância  do  estrato  herbáceo­subarbustivo,  conforme  foi 
também  constatado  em  estudos  realizados  em  outras  áreas  de  veredas  de  Minas  Gerais 
(Araujo  et  al.  2002).  A  predominância  do  estado  herbáceo­arbustivo  nestes  ambientes 
caracteriza  estas  áreas  como  campestres  (Almeida  &  Sano  1998;  Araujo  et  al.  2002; 
Guimarães  et  al.  2002).  O  estrato  herbáceo  é  representado  principalmente  pelas  famílias 
Poaceae,  Cyperaceae,  Eriocaulaceae  e  Xyridaceae  os  quais  reúnem  espécies  com  grande 
número de representantes heliófilos, conforme relatos de Ribeiro (1998); Araújo et al. (2002), 
e reafirmado neste estudo. 
De  acordo  com  Tannus  &  Assis  (2004),  as  familias  Cyperaceae,  Lentibulariaceae, 
Eriocaulaceae e Xyridaceae, são encontradas em áreas úmidas, sendo pouco representadas em 
outras  fisionomias  do  cerrado  (s.l.).  Joly  (1998),  ressalta  que  muitos  representantes  dessas 
famílias  são  tidos  como  característicos  de  vegetações  que  se  desenvolvem  em  terrenos 
alagáveis, como as áreas “brejosas” ou “várzeas” e em veredas (Mendonça et al. 1998, Araújo 
et al. 2002, Guimarães et al. 2002). Nas áreas estudadas, dos Rios de Janeiro e Branco, estas 
famílias foram encontradas em todas as zonas das veredas, mostrando­se mais representativas 
nas  áreas  do  meio  e de  fundo, onde os  solos  são mais  úmidos.   Para  Giulietti et  al. (1987), 
Giulietti  &  Hensold  (1990),  Pirani  et  al.  (1994),  estas  famílias  se  encontram  bem
representadas  na  flora  dos  campos  rupestres,  no  entanto,  o  número  de  espécies  em  comum 
com áreas de campos úmidos é reduzido. 

4.4.1. Estrato herbáceo 

O  estrado  herbáceo  mostra­se  mais  rico  para  as  famílias  Poaceae,  Cyperaceae  e 
Eriocaulaceae.  Entre  os  representantes  destas  famílias,  merecem  destaque:  Poaceae 
representada  pelos  gêneros:  Aristida ,  Paspalum  e  Trachypogon;  Cyperaceae  com 
predominância  dos  gêneros  Cyperus,  Bulbostylis  e  Rhinchospora   e  Euriocaulaceae  tendo 
como  maiores  representantes  os  gêneros  Paepalanthus  e  Syngonanthus.  A  família  Poaceae, 
também  apresentou  alta  riqueza  em  outras  comunidades  campestres  de  Minas  Gerais 
(Andrade et al. 1986), no Rio Grande do Sul (Zocche & Porto 1992; Boldrini & Egers 1996; 
Boldrini et  al.  1998)  e  em  áreas de  cerrado  no  estado de São  Paulo  (Montovani  &  Martins 
1993); também mostraram­se representativas em  áreas campestres no Distrito Federal (Silva 
Junior & Felfili 1996) e em Alto Paraíso de Goiás – GO (Munhoz & Felfili 2006). A espécie 
Echinolena inflexa  (Poaceae) coletada apenas nas zonas de borda da vereda do Rio de Janeiro 
apresentou  menor  freqüência  em  área  antropizada  que  em  áreas  conservada  de  acordo  com 
estudos  realizados  por  Guimarães  et  al.  (2002),  este  dado  corrobora  com  os  resultados 
encontrados neste estudo, uma vez que esta espécie não apresentou registros na vereda do Rio 
Branco, a qual é mais antropizada. 
Para  Araújo  et  al.  (2002)  em  estudos  realizados  nas  veredas  do  Triangulo  Mineiro, 
existe uma semelhança entre a flora encontrada nas veredas e as fisionomias campestres uma 
vez  que  foram  encontradas  espécies  com  folhas  filiformes  principalmente  das  famílias 
Poaceae e Cyperaceae, em todas as zonas das veredas estudadas. Este estudo mostra que estas 
famílias  estiveram  presentes  em  todas  as  áreas  estudadas,  cerrado  e  veredas  do  Oeste  da 
Bahia.  Estudos  realizados  por  Costa  (2007),  mostraram  a  grande  representatividade  destas 
famílias  principalmente  em  áreas  alagadas.  Coutinho  (1978)  ressalta  que  estas  famílias 
reúnem gêneros e espécies que se desenvolvem em ambientes bem iluminados, desta forma, 
estes dados complementam os resultados obtidos neste levantamento, uma vez que as veredas 
apresentam solos heteromórficos, com elevando teor de umidade e se tratam de áreas abertas. 

4.4.1. Estr atos subar bustivo e ar bustivo


Nos  estratos  subarbustivos  e  arbustivos,  encontrou­se  maior  representatividade  das 
famílias  Fabaceae,  Asteraceae,  Rubiaceae,  Myrtaceae  e  Malpighiacea  para  todas  as  áreas 
estutadas. De acordo Magalhães (1966), Achá­Panoso (1978), Carvalho (1991) apud Araújo et 
al.  (2002)  o  estrato  arbustivo  e  subarbustivo  presentes  em  áreas  úmidas  das  veredas,  é 
caracterizado  principalmente  por  espécies  das  famílias  Melastomataceae  e  Rubiaceae;  no 
entanto, nas áreas de coletas do Oeste da Bahia, a família Melastomataceae mostrou­se maior 
abundancia apenas nas zonas de fundo da vereda do Rio Branco, nas demais área mostrou­se 
pouco representativa. 

4.4.2. Estr ato ar bóreo 

As  espécies  que  constituem  o  estrato  arbóreo  presentes  principalmente  nas  áreas  de 
borda e do cerrado das duas áreas estudadas mostraram­se de pequeno porte, atingindo cerca 
de  3m  de  altura.  Entre  os  representados  deste  estrato,  merecem  destaque:  Fabaceae 
(Hymenaea stigonocarpa , Copaifera langsdorffii, Sclerolobium paniculatum e Dimorphandra 
mollis.),  Vochysiaceae  (Qualea  parviflora ,  Qualea  grandiflora   e  Vochysia  gardneri)  e 
Annonaceae  (Annona  coriacea   e Annona  crassiflora ).  Estas  espécies  foram  encontradas  nas 
áreas de solos mais secos. Ribeiro & Walter (1998), ressaltam que nas áreas próximas a mata 
de  galeria,  tende  a  ocorrer  o  rebaixamento  do  lençol  freático,  o  que  favorece  o 
estabelecimento  de  espécies  arbóreas,  podendo  ser  encontradas  representantes  das  famílias 
Apocynaceae, Fabaceae, Myrtaceae e Annonaceae. 
De acordo com Goodland (1970), Mantovani & Martins (1993), Castro et al. (1999) e 
Araújo et al. (2002), entre as famílias que apresentam grande número de espécies arbustivas e 
arbóreas de ampla distribuição no cerrado, a família Fabaceae mostra­se mais representativa 
para diferentes fisionomias. Nas áreas estudadas, dos Rios de Janeiro e Branco, a ocorrência 
desta família está associada principalmente às áreas de cerrado e zonas de bordas das veredas. 
A  grande  maioria  dos  representantes  desta  família,  apresentaram  hábito  subarbustivo  e 
arbustivo,  demonstrando  que  o  ambiente  pode  estar  limitando  o  estabelecimento  de  outras 
formas  de  vida  com  maior  porte.  Entre  as  espécies  coletadas  nas  duas  áreas  estudadas 
merecem  destaque:  Bauhinia  acuruana ,  Galactia  martii,  Stylosanthes  gracilis  e  Vigna 
firmula . 
As espécies herbáceas foram encontradas nas áreas de cerrado e nas veredas (zonas de 
borda,  meio  e  fundo),  apresentando  maior  abundância  nas  áreas  do  meio  e  do  fundo;  as
espécies subarbustivas se concentravam nas áreas do meio e bordas das veredas; já as espécies 
arbustivas  e  arbóreas  apresentaram  maior  número  de  indivíduos  nas  áreas  de  borda  e  do 
cerrado propriamente dito. 
Quando  são  comparadas  todas  as  áreas  de  coletas  (cerrado,  borda,  meio  e  fundo) 
ocorreu o predomínio de espécies subarbustivas, seguidas de herbáceas, arbustivas e arbóreas, 
mostrando  um  padrão  florístico  para  os  dois  ambientes  estudados.  Os  hábitos  das  espécies 
encontradas  isoladamente  nas  áreas  de  cerrado  e vereda do Rio de Janeiro  e do  Rio  Branco 
são mostrados nas Fig. 21 e 22. 
Quando apenas as veredas (zonas de borda, meio e fundo) do Rio de Janeiro e Branco 
são analisadas ocorre o predomínio do estrato herbáceo, seguido dos estratos subarbustivo e 
arbustivo,  colaborando  com  estudos  realizados  em  outras  áreas  de  veredas  no  Triangulo 
Mineiro (Araújo et al. 2002; Guimarães et al. 2002) e em áreas de campos úmidos (Almeida 
& Sano 1998; Felfili & Júnior 2001; Felfili et al. 2001; Tannus & Assis 2004; Costa 2007), o 
que confere a estes ambientes uma característica campestre conforme já relatado (Eiten 1963, 
1992;  Couto  et  al.  1985;  Ratter  et  al.  1997;  Pivello  et  al.  1999;  Ribeiro  &  Walter  1998; 
Resende et al. 1998; Araújo et al. 2002). 
Assim,  considerando  o  total  de  espécies  coletadas  nas  duas  áreas  de  estudo,  ficou 
constatado  que  na  área  do  Rio  de  Janeiro  57,4%  são  subarbustivas  (96),  35,3%  herbáceas 
(59), 5,4%  são  arbustivas  (9)  e  apenas  1,8%  são  arbóreas  (3);  já  no  Rio  Branco  59,7%  são 
subarbustivas (135), 30% são herbáceas (68), 5,3% arbustivas (12) e 4,9% arbóreas (11). 
De  acordo  com  Carvalho  (1991),  a  existência  de  comunidades  vegetais  hidrófilas  é 
caracterizada por dois tipos de vegetação: uma herbáceo­graminosa que ocupa a maior parte 
de sua área e a outra arbórea­arbustiva, onde se destaca a Mauritia flexuosa  (buriti). 

100 

80 
N º de espécies 

60 

40 

20 


Herbácea  Subarbustiva  Arbustiva  Arbórea 

Hábitos
Fig.  21:  Hábito  das  plantas  encontradas  na  vereda,  incluído  as  áreas  de  cerrado,  do  Rio  de 
Janeiro, Bacia do Rio Grande, Oeste da Bahia, Brasil. 

140 
120 
100 
N º de espécies 

80 

60 
40 
20 

Herbácea  Subarbustiva  Arbustiva  Arbórea 

Hábitos
Fig. 22: Hábito das plantas encontradas na vereda, incluído as áreas de cerrado, do Rio do Rio 
Branco, Bacia do Rio Grande, Oeste da Bahia, Brasil. 

Algumas  comparações  feitas  por  Felfili  &  Silva  Júnior  (1993);  Ratter  et  al.  (1996); 
Filgueiras (2002), em fisionomias semelhantes, em áreas de cerrado l.s., têm indicado grande 
heterogeneidade  florística,  tanto  para  o  componente  arbustivo­arbóreo,  quanto  para  a 
comunidade  de  plantas  herbáceo­subarbustivas,  mesmo  quando  as  fisionomias  são  bem 
próximas. Estes dados corroboram com estudos realizados por Tannus & Assis (2004) e com 
os  resultados  obtidos  neste  levantamento,  uma  vez  que  foi  verificado  modificações  na 
composição  de  florística  quando  são  comparadas  diferentes  áreas,  mesmo  estas  sendo 
contíguas. Ainda, de acordo com Tannus & Assis (2004), esta constatação provavelmente se 
dê  numa  escala  mais  ampla  no  bioma  Cerrado,  contribuindo  para  que  pequenas  variações 
ambientais promovam grandes variações florísticas. 
Vários autores (Oliveira Filho et al. 1989, Pivello et al. 1998, Uhlmann et al. 1998, 
Uhlmann 2003) têm relacionado às variações estruturais e florísticas típicas dos ambientes do 
Cerrado, as condições de drenagem do solo. Uhlmann (2003) relata que as espécies arbóreas 
do cerrado (s.l.) sofrem restrições quanto ao seu estabelecimento sobre solos hidromórficos, 
de modo que a água em subsuperfície seria um fator determinante das variações na vegetação. 
Esta  afirmação  também  corrobora  com  resultados  obtidos  por  Tannus  &  Assis  (2004)  e  os 
dados  obtidos  neste  estudo, uma  vez  que  quando  se  comparam  as  formas de  vida  presentes 
nas áreas de cerrado e veredas, nota­se que a grande maioria das espécies arbustivo­arbóreas, 
se encontram no cerrado e nas zonas de borda, onde o solo encontra­se melhor drenado. 
Na  vereda  do  Rio  Branco,  do  total  de  espécies  coletadas,  a  grande  maioria  são 
Nanofanerófitas  (171)  seguidas  de  Hemicriptófita  (28),  Caméfita  (11),  Microfanerófita  (6), 
Terófita (3), Saprófita (6) e Hidrófita (1); na vereda do Rio de Janeiro assim como a do Rio 
Branco,  houve  maior  representatividade  das  Nanofanerófitas  (119)  seguidas  de 
Hemicriptófita (25), Caméfita (10), Microfanerófita (6), Terófita (3), Saprófita (1), Hidrófita 
(1) e  Geófitas (2). 
Para  as  duas  veredas  o  total  de  24  parcelas  (Fig.  23),  ocorreu  à  predominância  das 
formas de vida fanerófita (nanofanerófitas) e hemicriptófita. 
A distribuição das formas de vida no cerrado e nas  veredas do Rio Branco e Rio de 
Janeiro são mostradas nas Fig. 24 e 25. 

180 
160 
140 
120 
N º de espécies 

100  Rio Branco 
80  Rio de Janeiro 
60 
40 
20 

Nf  Mf  Hp  Cm  Sf  Tr  Hd  Gf 

Formas de vida

Fig. 23: Formas de vida encontradas nas veredas dos Rios de Janeiro e Branco, Bacia do Rio 
Grande, Oeste da Bahia, Brasil. 
4%  2%  1%1%  1% 
6% 
Nf
Hp 
Cm 
15% 
Mf 
Tr
Gf

70%  Hd 
Sf 

Fig. 24: Formas de vida encontradas na vereda do Rio de Janeiro, Bacia do Rio Grande, Oeste 
da  Bahia,  Brasil.  Onde:  Nanofanerófitas  (Nf),  Hemicriptófita  (Hp),  Caméfita  (Cm), 
Microfanerófita (Mf), Terófita (Tr), Geófita (Gf), Hidrófita (Hd) e Saprófita (Sf). 

5%  3%  3%  1%1% 

Nf
12% 
Hp 
Cm 
Sf
Mf 
Tr
Hd 
75% 

Fig. 25: Formas de vida encontradas na vereda do Rio Branco, Bacia do Rio Grande, Oeste da 
Bahia,  Brasil.  Onde:  Nanofanerófitas  (Nf),  Hemicriptófita  (Hp),  Caméfita  (Cm), 
Microfanerófita (Mf), Terófita (Tr), Hidrófita (Hd) e Saprófita (Sf). 

Do total de plantas encontradas no cerrado e na vereda (zona de borda, meio e fundo) 
no  Rio  de  Janeiro  estão  expressos  na  Fig.  26,  no  entanto  em  todas  as  áreas  houve  a  maior 
representatividade da forma fanerófitica.
90 
80 
70 
60 
N º de espécies

Borda 
50 
Meio 
40 
Fundo 
30  Cerrado 
20 
10 

Nf  Mf  Hp  Cm  Tr  Sf  Hd  Gf 

Formas de vida 

Fig. 26: Formas de vida encontradas nas áreas de coleta (cerrado e vereda) na nascente do Rio 
de  Janeiro,  Bacia  do  Rio  Grande,  Oeste  da  Bahia,  Brasil.  Onde:  Nanofanerófitas  (Nf), 
Hemicriptófita  (Hp),  Caméfita  (Cm),  Microfanerófita  (Mf),  Terófita  (Tr),  Geófita  (Gf), 
Hidrófita (Hd) e Saprófita (Sf). 

Na vereda do Rio de Janeiro, foram encontrados exemplares geófitos apenas nas áreas 
de borda e no meio da vereda. A presença de microfanerófitas foram restritas apenas para as 
áreas  de  borda  e  cerrado  propriamente  dito.  Nesta  vereda  exemplares  terófitos  e  saprófitos 
foram encontrados apenas em áreas intermediárias e alagadas. 
Na  vereda  do  Rio  Branco  (Fig.  27),  assim  como  na  vereda  do  Rio  de  Janeiro,  as 
fanerófitas  (nanofanerófitas)  predominaram  em  todas  as  áreas,  já  as  microfanerófitos  fez­se 
presente nas áreas de borda, cerrado e de fundo; as hemicriptófitas mostrou­se presente além 
das  3  zonas  encontras  nas  veredas:  borda,  meio  e  no  fundo,  tendo    também  registros  no 
cerrado. Exemplares caméfitos foram registrados nas 3 zonas (borda, meio e fundo) das duas 
veredas, no entanto, mostrou­se pouco representativo (11). Verificou­se que a grande maioria 
das plantas coletadas não são restritas a apenas uma zona. 
100 
90 
80 
70 
60  Borda 
N º de espécies 

50  Meio 
40  Fundo 
30  Cerrado 
20 
10 

Nf  Mf  Hp  Cm  Tr  Sf  Hd 

Formas de vida

Fig. 27: Formas de vida encontradas nas áreas de coleta na nascente (cerrado e vereda) no Rio 
Branco,  Bacia  do  Rio  Grande,  Oeste  da  Bahia,  Brasil.  Onde:  Nanofanerófitas  (Nf), 
Hemicriptófita  (Hp),  Caméfita  (Cm),  Microfanerófita  (Mf),  Terófita  (Tr),  Hidrófita  (Hd)  e 
Saprófita (Sf). 

Quando são avaliadas as duas veredas, entre as espécies fanerofitas merecem destaque: 
Anacardium  humile  (Anacardiaceae),  Annona  coriacea   e  Annona  crassiflora   (Annonaceae), 
Tabebuia  ochraceae  (Bignoniaceae),  Merremia  digitata   (Convolvulaceae),  Davilla  elliptica  
(Dilleniaceae),  Bauhinia  acuruana ,  Galactia  martii,  Stylosanthes  gracilis,  Vigna  firmula  
(Fabaceae), Sauvagesia linearifolia  (Ochnaceae) e Declieuxia fruticosa  (Rubiaceae), espécies 
encontradas  principalmente  nas  zonas  de  borda  e  do  cerrado.  Entre  as  hemicriptófitas  as 
famílias  Cyperaceae  (Rhynchospora   spp)  e  Poaceae  (Panicum  rupestre,  Paspalum 
foveolatum,  Paspalum  sp.  2,  Trachypogon  spicatus,  merecem  destaque.  Entre  as  caméfitas 
foram coletadas Drosera comunis (Droseraceae) e Eriocaulon longifolium (Eriocaulaceae); as 
saprofitas  Burmania  capitata   (Burmaniaceae),  Lagenocarpus  rigidus  (Cyperaceae)  e 
Habenaria   cf. secundiflora  (Orchidaceae); já as terófitas foram representadas por Utricularia  
cf. amethystina  (Lentibulariaceae). 
A  predominância  de  espécies  nanofanerófitas  está  relaciona  a  formação  campestre 
encontradas  nas  duas  áreas  estudadas,  uma  vez  que  foram  incluídas  as  áreas  de  cerrado 
encontrada no entorno de cada vereda. No entanto, quando são avaliadas apenas as zonas de 
borda, meio e fundo das veredas acontece a mesma distribuição com maior representatividade 
de espécies nanofanerófitas (Fig.28). 
200 
180 
160 
140 
120 
Borda 
100  Meio 
80  Fundo 
60 
40 
20 

Nf  Mf  Hp  Cm  Tr  Sf  Hd  Gf 

Fig. 28: Formas de vida encontradas nas áreas de coleta nas zonas de borda, meio e fundo, nas 
veredas do Rio Branco e Rio de Janeiro, Bacia do Rio Grande, Oeste da Bahia, Brasil. Onde: 
Nanofanerófitas  (Nf),  Hemicriptófita  (Hp),  Caméfita  (Cm),  Microfanerófita  (Mf),  Terófita 
(Tr), Hidrófita (Hd) e Saprófita (Sf). 

Estudos  realizados  por  Tannus  &  Assis  (2004)  em  áreas  de  campo  úmido  em  São 
Paulo, o único componente florístico verificado foi o herbáceo­subarbustivo, com predomínio 
de  espécies  hemicriptófitas;  entre  as  famílias  mais  ricas  foram  encontradas  Cyperaceae  e 
Poaceae.  Corroborando  com  os  levantamentos  encontrados  neste  estudo.  No  Foram 
encontradas  neste  ambiente,  também  formas  de  vida  geófitas  representados  pelas  famílias 
Cyperaceae, Araceae e Lycopodiaceae; terófitas por Orchidaceae, Polygalaceae e Rubiaceae; 
sendo que as caméfitas foi representada apenas pela família Melastomataceae. 
Para  alguns  autores  Huntchinnchon  (1975),  Spence  (1985)  apud  Costa  (2007),  a 
profundidade da água produz variações nas formas de vida. Nos ambientes úmidos o padrão 
de distribuição espacial das plantas é normalmente relacionado á topografia e ao nível de água 
subterrânea,  os  quais  determinam  a  freqüência  de  alagamento,  a  umidade  do  solo  e  a 
cobertura vegetal associada (Mendonça & Castellani 1993). Fato que se comprova quando se 
analisa a ocorrência das espécies em diferentes zonas das veredas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 

As  áreas  estudadas  de  cerrado  s.s.  e  veredas  apresentam  similaridade  fisionômica,  as  quais 
possivelmente esta relacionada ao gradiente de umidade encontrado no ambiente. Quando são 
comparadas  as  veredas  (zonas  de  borda,  meio  e  fundo)  e  o  cerrado,  há  maior  afinidade 
florística  entre  o  cerrado  e  a  borda,  e  entre  as  zonas  do  meio  e  de  fundo  nas  duas  áreas 
estudadas. As zonas de bordas das veredas apresentam maior diversidade quando comparadas 
com  as  demais  zonas  e  cerrado  s.s.,  sendo  constatada  maior  diversidade  no  ambiente  mais 
seco. A maior abundância foi verificada nas zonas de fundo das veredas, apesar das condições 
de umidade limitar a adaptação de diferentes espécies, tal fato está relacionado à dominância 
de  poucas  espécies  neste  ambiente.  A  posição  do  lençol  freático  e  a  variação  da  umidade 
edáfica  devem  ser  os  fatores  preponderantes  na  distribuição  das  espécies.  A  forma  de  vida 
fanerófítica (nanofanerófita) e o estrato herbáceo­arbustivo se mostraram mais representativos 
para as duas áreas analisadas. Em geral, a maioria das espécies coletadas nestas  áreas  não é 
restrita  a  estes  ambientes,  podendo  ser  encontradas  em  outras  formações  de  gradiante 
ambiental  semelhante.  Tendo  em  vista  que  a  maior  diversidade  vegetal  foi  encontrada  nas 
zonas  de  bordas  das  veredas  torna­se  importante  a  ampliação  das  áreas  de  preservação 
permantente (APP) destes ambientes, a fim conservar a biodiversidade.

RESUMO 

(Composição  Florística  e Estrutura da vegetação de  veredas do  Cerrado  no Oeste da  Bahia, 


Brasil).  As  veredas  são  sistemas  úmidos  com  vegetação  herbácea­subarbustiva  e  presença 
típica  de  Mauritia  flexuosa.  Esses  ambientes  são  Áreas  de  Preservação  Permanente  e 
participam do controle do lençol freático desempenhando importante papel no equilíbrio dos 
cursos  d’água,  além  de  contribuírem  para  manutenção  da  fauna.  Este  trabalho  apresenta 
estudo florístico e estrutural comparativo entre duas veredas localizadas nas nascentes do Rio 
Branco e Rio de Janeiro no Oeste da Bahia. A vegetação foi amostrada em parcelas de 10 x 10 
m  sorteadas  em  distintas  zonas  (borda,  meio  e  fundo)  das  duas  veredas  e  nos  cerrados 
circundantes.  Foi  realizado  o  levantamento  das  espécies  e  processadas  análises  da 
similaridade  florística  e  cálculos  de  parâmetros  de  diversidade.  Foram  reconhecidas  323 
espécies,  sendo  apenas  64  comuns  às  duas  veredas.  A  forma  de  vida  fanerofítica 
(nanofanerófita)  e o  estrato  herbáceo­arbustivo  se  mostraram  mais  representativo  para  todas 
as áreas analisadas. A maioria das espécies coletadas não ultrapassaram cobertura de 10%. O 
índice de diversidade de Shannon­Wienner variou de 1,55 a 3,45 nats/indivíduos, sendo que 
as bordas das veredas foram significativamente mais diversas que as demais zonas estudadas. 
Constatou­se  que  as  zonas  mais  úmidas  das  veredas  (fundo  e  meio)  tendem  a  possuir  um 
padrão  florístico diferente  das partes  mais secas  (zona  da borda e  cerrado), demonstrando  a 
importância  do  ambiente  nas  veredas.  A  formação  de  grupos  das  mesmas  zonas  e  veredas 
demonstra a importância das áreas geográficas na composição das espécies. Na vereda Rio de 
Janeiro,  as  zonas  do  meio  apresentaram­se  mais  similares  entre  si,  enquanto  que  na  vereda 
Rio Branco a maior similaridade foi entre as zonas de fundo.
ABSTRACT 

(Floristic composition and structure of vegetation of the “veredas” of savanna in the west of Bahia, 
Brazil). The “veredas” are swamp systems with vegetation herbaceous shrub and  typical presence 
of  Mauritia  flexuosa.  These  environment  are  Permanent  Preservation  Area  and  participate  of 
control the ground water playing important function in the equilibrium of watercourses, beyond to 
contribute  for  maintenance  the  fauna.  This  work  presents  floristic  and  comparative  structural 
studies between two “veredas” localized in nascent the rivers Branco and Rio de Janeiro in the west 
of Bahia. The vegetation was sampled in plots of 10 x 10 m in the distinct areas (edge, middle and 
background) of the two “veredas” and surrounding savanna. It was realized survey of species and to 
processed  analysis  of  the  floristic  similarity  and  calculations  to  diversity  parameters.  Were 
recognized 323 species, being only 64 commor of  the two “veredas”. The life form phanerophytes 
(nanophanerophytes)  and  the  stratum  herbaceous­shrub  were  the  more  representative  for  all  the 
analyzed areas. The most of species collected not exceeded the coverage of the 10%. The Shannon­ 
Wienner index diversity ranged between of 1,55 to 3,45 nats/individual, being that the of “veredas” 
edge were  significantly   more diverse than the other studied areas. The areas more swamp of the 
“veredas”    (middle  and  background)  tend  to  have  a  different  floristic  pattern  a  the  more  drying 
areas (edge and savanna), showing the importance of “veredas” areas. The formation of groups of 
the  same  areas  and  “veredas”  show  the  importance  of  the  geograpghic  areas  in  the  species 
composition.  In  the  “veredas”  of  Rio  de  Janeiro,  the  areas  of  middle  showed  up  more  similars 
together, while in the “veredas” of the Rio Branco the more similarity was backgroud areas.
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