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Faculdade de Ciências

Departamento de Física

LICENCIATURA EM METEOROLÓGIA

CULMINAÇÃO

4˚ ano/ 1˚semestre

Analise dos elementos climáticos que influenciam na


variação do caudal do rio zambeze em Moçambique

Estudante: Hele, Laura Tais

Docente: Dr.Ibraimo

Maputo, maio de 2023


Índice
1.1. Caracterização do problema e justificativa .................................................................................. 3
1.1.Objetivos ....................................................................................................................................... 4
1.1.1.Objectivo geral : ......................................................................................................................... 4
1.1.2.Objectivos especifíco: ................................................................................................................ 4
2.1. Área de Estudo ............................................................................................................................. 5
2.1.1. Caracterização Climática ........................................................................................................... 5
2.1.2. Caracterização Topográfica e Hidrológica................................................................................ 6
2.2. Precipitação ................................................................................................................................. 6
2.2.1. Classificação das Precipitações ................................................................................................. 6
2.3.Precipitação em Moçambique ...................................................................................................... 7
CAPITULO III – MÉTODO ......................................................................................................................... 8
CAPITULO IV - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 9
CAPITULO 1 – INTRODUÇÃO

1.1. Caracterização do problema e justificativa


Moçambique é um país extremamente vulnerável à ocorrência de fenómenos naturais
extremos de origem meteorológica e hidrológica, sendo os mais frequentes cheias, secas e
tempestades que atualmente, sofrendo, em media 1,17 desastres por ano (Xavier et al.,
2022; WMO, 2022). Esses fenómenos também são influenciados por factores humanos
como as desigualdades sociais, a pobreza, guerras, fragilidades das infraestruturas e, cada
vez mais intensamente, pelas alterações climáticas que estão a aumentar o risco de desastres
a nível local, regional e global.(xaver,2022). Inundações são fenômenos naturais com
grande poder destrutivo que acontecem de forma rápida e por vezes inesperada. Formam-
se quando precipitações intensas, por vezes induzidas pela actividade ciclônica, provocam
o aumento da vazão dos canais hídricos, o que resulta em uma elevação do nível das águas
e consequente extravasamento das margens (Martins, 2013; Sitoe et al., 2015). Os impactos
das inundações vão desde óbitos, destruição de milhares de hectares de culturas e de
habitações, disseminação de doenças e interdição de vias, desalojamento de milhares de
pessoas (WMO, 2012; Salviano, 2019) e podem ser reduzidos evitando-se construções e
outros desenvolvimentos próximos aos rios. Embora esteja claro em várias literaturas que
a intensidade e a frequência das inundações tenha aumentado nos últimos anos, ainda é
incerta a informação sobre as magnitudes, ou seja, se as alturas máximas dos picos de
inundações, também aumentaram (Maposa et al., 2016). No ano de 2000, as enchentes
associadas a uma onda de ciclones tropicais, tiveram um impacto particularmente ímpar na
vida das populações e do país, com número de mortes estimadas em cerca de 700 pessoas
e 270 milhões de dólares em perdas diretas de ativos nacionais (INGC et al., 2003; Sitoe et
al., 2015; DNGRH, 2017). A variação do caudal dos rios pais é sempre associada variação
dos elementos climáticos(precipitação,temperatura, radiação solar , pressão, etc.) ou
abertura das comportas das barragem dos países vizinhos que compartilham o mesmo rio.

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1.1.Objetivos
1.1.1.Objectivo geral :
 Analisar os elementos climáticas que influenciam na variação do caudal do rio
zambeze em Moçambique

1.1.2.Objectivos especifíco:
 Relacionar a precipitação com a variabilidade do caudal do rio zambeze ;
 Relacionar os factores que influenciam o clima ao longo do rio zambeze; e
 Analisar a influencia das mudanças climáticas.

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CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Área de Estudo


A bacia hidrográfica do Zambeze, cobrindo cerca de 1.385 000 km2 , é a quarta maior de
África depois de Congo, Nilo e Níger. O principal afluente, o rio Zambeze, nasce no
planalto central africano, nas montanhas Kalene no Noroeste da Zâmbia, a 1.585 m acima
do nível médio do mar e corre para um delta em Moçambique, antes de desaguar no Oceano
Indico (SARDC-IMERCSA, 1998). A bacia é partilhada por oito países nomeadamente,
Zâmbia, Angola, Zimbabwé, Moçambique, Malawi, Tanzânia, Botswana e Namíbia.
(Peterson, 2012).

Em Moçambique, a bacia do Zambeze situa-se entre os paralelos 14°S e 19°S, prolongando


se até ao ponto ocidental do país, meridiano 30º E de Greenwich. Ocupa uma área de
220.000 Km² , que corresponde a cerca de 28 % da superfície do país. Faz limite a Sul com
as províncias de Manica e de Sofala, a Norte com o Malawi, Tanzânia e Zâmbia, a Leste
com as províncias de Zambézia e Niassa, assim como com o Malawi e o Oceano Indico, e
a Oeste com a Zâmbia e o Zimbabwe (APRCDZ, 2011)

2.1.1. Caracterização Climática


Devido a sua localização, a bacia do Zambeze é muito influenciada pelos sistemas de ventos
dominantes, que incluem os ventos de Sueste, a massa de ar do Congo, os ventos de
Nordeste e a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Por outro lado a presença de
grandes massas de água, como, lago Niassa, albufeira de Kariba e albufeira de Cahora
Bassa desempenham um papel importante na modificação das condições de clima na bacia
(Chenje, 2000).
Em Moçambique a bacia do Zambeze tem um clima bem diferenciado, onde existem
diferenças claras entre a parte Norte e Sul da bacia. O regime de precipitação nesta região
é fortemente influenciado pelo movimento da ZCIT. A precipitação média anual varia entre
1400 a 1000 mm, dos valores mais altos a norte da bacia declinando para valores mais
baixos a medida que se caminha para o sul, podendo atingir a metade deste valor a sudoeste.
Nas zonas próximas da costa, o clima é fortemente influenciado pelas águas quentes do

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canal de Moçambique, uma vez que os ventos predominantes são do quadrante Este, o nível
de humidade é relativamente alto.
A estação chuvosa tem lugar entre Novembro e Abril, numa altura em que a bacia regista
também temperaturas mais altas. As temperaturas mais baixas variam entre 19°C a 21°C e
ocorrem na estação seca, denominada seca e fria, de Maio a Outubro. A taxa de evaporação
é alta (1600 a 2300 mm) e por via desta ocorre muita perda de água em extensas regiões
planas inundadas e pântanos, especialmente a sudoeste da bacia, (APRCDZ, 2011).

2.1.2. Caracterização Topográfica e Hidrológica


A topografia da bacia apresenta uma orientação para Leste, as regiões ocidentais e sudoeste
são constituídas por montanhas. No território moçambicano, a bacia decompõe-se em 4
grandes zonas (zona planáltica ou altiplanáltica entre 1000 a 1500 m, zona mesoplanáltica
entre 500 a 1000 m, zona sub – planáltica entre 200 a 500 m e zona de planícies abaixo de
200 m). Nos distritos abrangidos pela bacia tanto a distribuição, como a ocorrência e
disponibilidade de recursos hídricos não é uniforme, sendo a disponibilidade dependente
da queda da chuva. Contudo, a bacia alberga quase metade dos recursos hídricos de água
doce do país (APRCDZ, 2011).

2.2. Precipitação
A água da atmosfera, que atinge a superfície da terra, na forma de chuva, granizo, neve,
orvalho, neblina ou geada é denominada precipitação.

2.2.1. Classificação das Precipitações


A precipitação é classificada com base nos fenómenos meteorológicos, associados ao
mecanismo pelo qual se produz a ascensão do ar húmido. De acordo com Carvalho e Silva
(2006), a precipitação é classificada como: Frontal, Convectiva e Orográfica.
o Precipitação Frontal ocorre quando se encontram duas grandes massas de ar, de
diferentes temperaturas e humidade. A massa de ar mais quente é mais leve e
normalmente mais húmida. Ela é empurrada para cima, onde atinge temperaturas
mais baixas, resultando na condensação do vapor. As massas de ar que formam a
precipitação frontal tem centenas de quilómetros de extensão e movimentam-se de
forma relativamente lenta, consequentemente caracterizam-se pela longa duração e

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por atingirem grandes extensões. (Villela e Mattos, 1971; Pinto et al., 1976;
Collischonn e Tassi, 2008 citados por Buchir, 2013).
o Precipitação Convectiva é típica de regiões tropicais, ocorre pelo aquecimento de
massas de ar, relativamente pequenas, que estão em contacto directo com a
superfície quente dos continentes e oceanos. O arrefecimento do ar resulta na sua
subida para níveis mais altos da atmosfera onde as baixas temperaturas condensam
o vapor, formando nuvens. Este processo pode ou não resultar em Precipitação.
Normalmente, este tipo de precipitação ocorre de forma concentrada sobre áreas
relativamente pequenas. Os processos convectivos produzem precipitação de
grande intensidade e duração relativamente curta,(Buchir, 2013).
o Precipitação Orográfica ocorre em regiões em que um grande obstáculo do relevo,
como uma cordilheira ou serra muito alta, impede a passagem de ventos quentes e
húmidos, que sopram do mar, obrigando o ar a subir. Em maiores altitudes a
humidade do ar se condensa, formando nuvens junto aos picos da serra, onde chove
com muita frequência ,(Buchir, 2013).

2.3.Precipitação em Moçambique

A maior parte do território Moçambicano localiza-se na zona inter-tropical, o que


lhe confere um clima do tipo tropical com quatro variações: tropical húmido,
tropical seco, tropical semi-árido e clima modificado pela altitude (Lobo, 1999).
Queface (2009) afirma que, o clima tropical húmido é o predominante,
caracterizado por duas estações, fria e seca que se estende de Maio a Setembro e a
quente e húmida entre Outubro e Abril. A precipitação é mais abundante no centro
e no norte do país, com uma média anual de 1.000 a 1.400 mm, chegando a atingir
os 2.200 mm nas terras altas da Zambézia (Cordeiro, 1987).
De acordo com Benessene (2002), a sul do rio Save, a precipitação é irregular e
indefinida, podendo ocorrer longos períodos de seca e Queface (2009) afirma que
esta decresce do litoral para o interior (1.000 a 800 mm e 800 a 600 mm), e diminui
até cerca de 300 mm no distrito de Pafúri na província de Gaza.

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CAPITULO III – MÉTODO
A abordagem metodológica deste trabalho baseia-se em uma pesquisa, quanto aos objetivos,
do tipo exploratório descritivo com uma abordagem qualitativa, permitindo, desta forma, ao
investigador aumentar sua experiência em torno do problema. Deste modo, o trabalho iniciou-
se com uma pesquisa bibliográfica para verificação, estudo e seleção de modelos climático.

Como metodologia utilizada no desenvolvimento do trabalho foram realizadas as seguintes


etapas: a) Pesquisa bibliográfica; b) Elaboração de elementos de análise. Essa pesquisa se
caracteriza, quanto aos procedimentos, como bibliográfica. Foi realizado um levantamento do
acervo referente ao tema estudado. Para tanto foram consultados livros, artigos científicos,
trabalhos e pesquisas que tratam do assunto. Também foram incluídas algumas observações
coletadas em palestras e seminários.

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CAPITULO IV - REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Buchir, L. M. S. T. (2013). Análise da Influencia de Mudanças Climáticas nas
Precipitações. Dissertação (Mestrado em Engenharia de recursos Hidricos e
Ambiental). Departamento de Hidráulica e Saneamento, Sector de Tecnologia.
Universidade Federal do Paraná
2. Queface, A. (2009). Abordagem geral sobre desastres naturais e mudanças climáticas
sobre Moçambique.
3. Lobo, J. (1999). Contribuição para Variabilidade Climática em Moçambique,
Influência do ENSO. Tese de Licenciatura em Meteorologia. Faculdade de Ciências,
Departamento de Física. Universidade Eduardo Mondlane.
4. LIMCOM, USAID RESILIM, GWP SA, GRID-Arendal and SARDC (2017). Limpopo
River Basin - Changes, challenges and opportunities. Maputo, Pretoria, Arendal and
Harare: GRID-Arendal.
5. Peterson, G. (2012). Respondendo às mudanças climáticas em Moçambique: Tema 5:
Água. Maputo: INGC.
6. Salviano, M. F. (2019). Modelagem hidrológica da bacia do rio Muriaé com
TOPMODEL, telemetria e sensoriamento remoto. (Dissertação de Mestrado em
Meteorologia). Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas,
Universidade de São Paulo, São Paulo.
7. Chenje, M. (2000). Estado do Ambiente na Bacia do Zambeze 2000.SADC/ IUCN/
ZRA/ SARDC, Maseru/ Lusaka/ Harare
8. 1. Cordeiro, A. M. R. (1987). O Clima de Moçambique. Coimbra, Portugal

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ANEXO - CRONOGRAMA

Tópicos Horário/ Datas


INTRODUÇÃO: caraterização do problema 24hora
e justificativa
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA (conceitos 48horas
básicos)
METODOLOGIA 3- 5 dias
OBJECTIVOS(geral e especificos) 24horas
RESULTADOS 1 mês
CONCLUSÃO 1 mês

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