Você está na página 1de 7

A INFLUÊNCIA DO FENÓMENO EL NINO NA VARIABILIDADE CLIMÁTICA DE

MOÇAMBIQUE

Introdução

Nos ultimos anos o nosso Pais tem enfrentado problemas relacionado com mudanças
climāticas. começando por ciclones, Inundaçðes e enchentes provocados pela maré alta que
muita das vezes afccta a vida das comumnidade. Por outro lado as suas causas são apontadas
como naturais e ou antropogénicas. De forma geral, O sistema de aguas superficiais apresenta
variabilidade interanual e interdecadal perceptível, relacionada aos padrões de precipitação e
à variabilidade mais recente relacionada as mudanças na cobertura da terra. Este trabalho
apresenta uma revisào dos efeitos da variabilidade do clima no território moçambicano,
influenciado por fenomeno el Nino que se caracteriza em chuvas irregulares O trabalho
pretende abordar a variabilidade climåtica que se regista em Moçambique como parte dos
efeitos de fenomeno El Nino. T objectivo: Analisar a Influência do fenomeno El nino na
Variabilidade Climática de Moçambique.

Metodologia

Para a realização do presente estudo, foi desenvolvido método de pesquisa bibliográfica


consistiu na consulta de artigos, teses e obras literárias que abordam sobre a anomalia El
Nino e seu impacto na variabilidade climática do nosso pais, pela raridade das fontes o seu
teor teve que ser adaptado numa questão geral especificado com exemplo concretos estes que
nos levaram ao campo para questão de observar os efeitos como técnica de colecta de dados,
o seu enfoque foi de uma abordagem qualitativa.
INFLUÊNCIA DO FENÓMENO EL NINO NA VARIABILIDADE CLIMÁTICA DE

MOÇAMBIQUE.

Conceito de El Nino

O El Niño é uma anomalia que acontece no Oceano Pacifico Equatorial junto com o
enfraquecimento dos ventos alísios (que são ventos de leste para oeste em baixos níveis) na
região equatorial.Com essas mudanças, altera o padrão de circulação atmosférica, causando
em todo Planeta, fenómenos como enchentes, secas, e outros problemas soció-ambientais e
económicos. Esse fenómeno não tem um ciclo bem definido, ocorrendo entre 2 a 7 anos
(Oliveira, 1999)

Embora haja evidências históricas de que o ENSO é um dos factores determinantes na


variabilidade inter-anual da pluviosidade nas baixas latitudes, a sua influência sobre ÁAfrica,
continua controverso (Lobo 1999). Pesquisas recentes mostram que a pluviosidade na maior
parte da Africa Austral varia como resposta das grandes. flutuações que se registam na
circulação geral do Hemisferio Sul conhecidas por Oscilação Austral (SO). ( Lindesay et ai.
1986, Nicholson e Entekhabi 1986, Schulze 1986, Lidesay 1988, Van et al. 1988) citados por
Lobo (1999), Na maior parte desses trabalhos, a conclusdo e obvia: A associação entre a
precipitação da região pluviomerrica de Verdo sobre a Africa Austral e o ENSO, & tal que
durante a fase alta (eventos frios), esta região regista valores acima do normal e durante a
fase baixa (eventos quentes ou ENSO) regista valores abaixo do normal (Rocha 1992).

Mudanças Climáticas

As secas sao frequentes nas regiões centro e sul de Moçambique, ocorrendo também alguns
focos nas provincias do norte, A seca resulta da escassez de chuvas e estå associada ao
fenomeno El Ninõ ou ENSO (El Nino Southem Oseilation) (MICOA 2007). Em
Moçambique seca desertificaçao resultam da combinação dos baixos indices de precipitaçao
que resultam na falta de agua para manutenção da cobertura Vegetal e o uso excessivo e
inadequado dos solos para agricultura e pecuaria.

Jå regionalmente na Zambezia nos ultimos anos apesar de nao se registar secas severas,
ocorrem estiagem e a estação seca prolongada. O_ distrito de Nicoadala por exemplo tem
enfrentado problemas de água em zonas historicamente sem problemas dė água, como a
localidade de Licuar onde localiza-se o ETA e regadio de Musiva que vem no verdo reduzido
a simples vala de produção agricola.

Para compreender melhor a influência do fenómeno El Nino, na variabilidade climática de


Moçambique, trouxemos exemplo concreto de uma das zonas que sofre dos efeitos desse
fenomeno a nivel nacional -o distrito de Nicoadala Variabilidade climática em Nicoadala
Segundo Lobo, (1999) a influencia de anomalias das SSTs na Atmosfera durante o ENSO
depende das interacçdes entre oceano e a atmosfera que são muito importantes. Por isso para
entender esse fenomeno è necessário entender a resposta do oceano a alterações atmosférica e
a resposta da atmosfera a alterações das SSTs.

Embora que as projecções de alterações e variabilidade climáticas geradas pelo Instituto


Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) permitam que seja feita uma previsão sobre o
risco de calamidades naturais para Moçambique, ainda não se.encontram disponiveis estudos
que permitam prever detalhadamente o que poderá ocorrer na costa Moçambicana, no interior
e em. particular no Distrito de Nicoadala. Desta forma, os resultados apresentados de seguida
sảo gerais e referem-se, maioritariamente, as variabilidade para a Região Central do Pais ou
mesmo dentro da provincia. Apenas em casos particulares, onde a informação se encontre
disponivel, faz-se referência a questões mais especificas para o distrito, pois tambem não há
trabalhos detalhados focados nos aspectos de variabilidade climatica relacionado ao El Nino
em Nicoadala ou mesmo na Zambézia, Neste trabalho apenas se indica a influencia das
alteraçoes climaticas em factores climáticos (temperatura, pluviosidade, evaporação), na
hidrologia e no risco de ciclones, cheias e secas na Região Central (e/ou no distrito), como
resultado dofenomeno em estudo nio sendo, portanto, uma abordagem exaustiva. Estas
alterações. poderao reflectir-se em questoes como disponibilidade de agua, perdas de
colheitas e potenciais alteraçoos no clima dentro do distrito.
Pluviosidade

Relativamente aos factores climaticos, nomeadamente temperatura media, de acordo com o


esudo do INGC (2009), em geral, em todo o Pais ocorre m aumento da mesma, com matores
subidas no interior e no periodo entre Setembro a Novembro. Inclusive, para o periodo entre
2046-2065, estão previstos aumentos das temperaturas maximas entre 2.5-C e 3.0"C
(estimativa media). A variabilidade sazonal na. temperatura maxima, em geral, aumenta nos
periodos compreendidos entre Março e Agosto (INGC, 2009).

A evaporaçao segue a tendência da temperatura, aumentando em todas as regiðes do Pais.


Esse aumento esta tomando superior ao da pluviosidade em algumas regiões, durante a
estação seca (Junho a Novembro), mostrando que esta estacão torna-se cada vez mais seca
em todo o Pais (INGC, 2009).

Média anual de temperatura

Por sua vez a media anual de precipitaçao em todo o Pais mostra uma ligeira subida da
mesma (em cerca de 10-25%) comparada com a media anual dos ultimos 40 anos, sendo
encontrados maiores aumentos na pluviosidade em direcção costa (INGC, 2009). Nas regiðes
costeiras do Centro onde Nicoadala se situa ocorre, igualmente, um aumento da variabilidade
sazonal da pluviosidade, em particular entre Junho e Agosto. A maior subida de precipitacào
ocore no periodo compreendido entre Janeiro e Maio, quando o risco de cheias é maior
(INGC, 2009)

Ciclones e tempestades

Relativamente à ocorrência de ciclones, quer as tendências recentes nas observações, quer os


resultados de modelação a longo prazo apontam que as mudanças climaticas poderdo afectar
as caracteristicas dos mesmos no sudoeste do Oceano indico (INGC, 2009). As observaçdes
mostram que existe uma indicação de aumento quer na frequência quer na intensidade dos
ciclones, contudo, de acordo com o INGC, a numero de eventos neste periodo é demasiado
limitado para servir de base a tendeneias estatisticamente significativas.
No entanto, o estudo do INGC (2009) previam que ciclones mais severos representariam a
maior ameaga para a costa ate cerca de 2030. Posteriomente, o aumento acelerado do nivel
medio das aguas do mar apresenta o maior perigo., especialmente quando combinado com as
marea-altas.e vagas de tempestade.

De acordo ainda com o estudo do INGC (2009), a Região Central é a mais afectada
(comparativamente as Regides do Sul e Norte) por ciclones mais intensos e pelo aumento do
nivel medio das aguas do mar. Obviamente é o que se assiste nos últimos tempos com os
Ciclones kennet 1dai, Eloise, Chalane entre outras vendavais fustigam a região.

Por outro lado, a subida do nivel médio do mar poderá ainda agravar o fenómeno de intrusão
salina, quer nos rios quer nos aquiferos. Relativamente ao agravamento da intrusão salina nos
rios. Centro de Moçambique poderâ ser o mais afectado em termos de área sujeita a este
fenomeno. Para o Distrito de Nicoadala, no entanto, não se encontram disponiveis dados
concretos sobre a årea afectada pela intrusão salina (MICOA 2012 p. 61).

Com relação ao risco de cheias, de um modo geral, esperava-se uma redução ligeira da
frequência das cheias na Região Central (INGC, 2009) também MICOA referia-se que, e o
Distrito de Nicoadala, o risco de cheias e ja baixo (2012). No entanto, e a titulo de exemplo
neste distrito, caso ocorra uma cheia com um periodo de retorno 9 de 10 anos, a população,
que podera ser afectada por este evento é relativamente elevada (população compreendida
entre 1 000 a 5 000 hab). Mas a situação actual mostra o contrario, nos periodos curtos de
chuvas que devido as alterações climáticas, a Região Nicoadala è a que apresenta maior
probabilidade de ter um agravamento no risco de seca e de perdas de colheitas, Actualmente,
de acordo com as condições climatologicas: humidade e material combustivel; caracteristicas
topograficas, cobertura vegetal e densidade demografica, 249% da area da Região Central
apresenta risco extremo e 37% risco elevado Na zona costeira, em particular no Distrito de
Nicoadala o risco de incendio e, em geral, elevado (tendo em conta apenas a precipitação e a
evapotranspiração), de acordo com Femnandes (2009) (in INGC, 2009).
Conclusão

A influência de el nino na variabilidade climática de Moçambique, fizemos estudo de caso do


distrito de Nicoadala. Concluimos que a variabilidade climatica nessa região é dinâmica
apresentando a cada ano variabilidade de manifestação de efeitos das mudança climáticas
contribuidas pelo tenomeno El Nino. Vimos que as chuvas são irregulares com tendências
anormais de causar inundações quando chove apesar de ser em um periodo relativamente
curto quando comparado com o verão. conforme o estudo do INGC (2009), a Região Central
e a mais afectada (comparativamente as Regiões do Sul e Norte) por ciclones mais intensos e
pelo aumento do nivel medio das guas do mar. Obviamente e o que se assiste nos últimos
tempos com os Ciclones kennet Idai, Eloise, Chalane entre outras vendavais que fustigam a
região. Actualmente, de acordo com as condições climatológicas; humidade e material
combustivel; caracteristicas topográficas, cobertura vegetal e densidade demografica, 24% da
area da Região Central apresenta risco extremo e 37% risco elevado Na zona costeira, em
particular no Distrito de Nicoadala o risco de incendio e, em geral, elevado (tendo em conta
apenas a precipitacão e a evapotranspiração), de acordo com Fernandes (2009) (in INGC,
2009) Ainda no mesmo periodo regista-se também estiagem nos campos agricola.

Recomendações

Os fenomenos climatico como El Niño devem ser estudado a fundo, afinal dependendo de
sua intensidade, pós a sua influència nas variedades climatica ainda encontra-se menos
explorada nào só em Nicoadala, mas sim ao nivel geral.

Deve-se mvestr em pesquisas sobre esse assunto, também necessário que OS governantes
auxiliem aos cursos relacionados a estes fenomenos investindo tambem em tecnologias que
auxiliem a prevenir a população, pois esta é a mais afectada com os efeitos desses
fenómenos.
Referências bibliograficas

INGC (2009) - Estudo sobre o impacto das alterações climáticas no risco de calamidades em
Mocambique Relatório Sintese-Segunda Versão. Maio. Maputo Moçambique.

Lobo, (1999). Contribuicao para o estudo da variabilidade climática em Moçambique: a


Influencia do Enso. (Monografia cientifica) UEM. Maputo- Moçambique.

MICOA (2007). Plano de acção para a prevenção e controlo da erosao de soles 2008

2018. Ministêrio para a Coordenação Ambiental, Maputo. Moçambique.

MICOA (2007). Relatório nacional sobre ambiente marinhe e costeiro, Ministério para a

Coordenação da Acção Ambiental, Direcçao Nacional de Gestão Ambiental, Maputo-

Moçambique.

MICOA (2012). Perfil do distrito de Nicoadala, Pertil ambiental e mapeamento do uso actual

da terra nos distritos da zona costeira de Moçambique, Impacto. Maputo-

Moçambique.

Oliveira, G.S. (1999), 0 El Niño e voce: o fenomeno clim tico, Sao Jose dos Campos, SP:

TRANTEC, São Paulo- Brasil.

Você também pode gostar