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Vale ressaltar que cada um dos autores apresenta a visão de aprendizagem em função do contexto
histórico em que viveu e de seu interesse de estudo. Piaget investigou como o sujeito constrói o
conhecimento; Vygotsky estudou como se formam as funções psicológicas superiores que nos constituem
humanos, e Wallon buscou conhecer a gênese da pessoa a partir de uma
visão que integra a compreensão do movimento, do intelecto e da afetividade.
A aprendizagem
3. Teorias de ensino e Aprendizagem
Características da aprendizagem
As conceituações apresentadas possibilitam um melhor entendimento das
características básicas da aprendizagem. De acordo com Campos (2001) e Zanella
(1999), a aprendizagem é um processo que apresenta as seguintes características:
• Contínuo – que ocorre ao longo da vida, de modo que em cada período temos
sempre o que aprender;
• Pessoal – cada pessoa é sujeito de sua aprendizagem, ou seja, ninguém
pode aprender por outrem, visto que a aprendizagem é intransferível de uma
pessoa para outra;
• Ativo e dinâmico - a aprendizagem só se realiza através da ação dinâmica do
aprendiz.
• Condições Ambientais
Condições ambientais favoráveis interferem na aprendizagem de tal forma que
um ambiente adequado e reforçador, condições de acomodação física, de temperatura,
iluminação e ventilação agradáveis tendem a favorecer a aprendizagem.
Condições Psicológicas
Estão relacionadas à motivação do aprendiz, “ou seja, a forma como este se
mobiliza e direciona sua ação na aprendizagem” (ZANELLA, 1999, p.26).
• Condições Pedagógicas
Referem-se aos elementos mais diretamente
relacionados com os métodos e técnicas de aprendizagem
dirigida, incluindo-se nesse grupo: significação e
organização do material a ser aprendido, o método de
ensino utilizado, duração e distribuição da prática.
Apesar de Piaget já propor estas idéias na década de 30 e ser um precursor da linha construtivista, sua
teoria só conquistou um maior espaço na área educacional na década de 80, quando iniciou o declínio
do comportamentalismo.
As ideias de Piaget têm influenciado muito os educadores responsáveis pelo ensino de Física (ou
Ciências, de um modo geral), principalmente, por mostrar que as crianças desenvolvem
espontaneamente noções sobre o mundo físico e que o ensino deve ser compatível com o nível de
desenvolvimento mental da criança.
A ideia de ensino reversível é outra implicação da teoria de Piaget. Ensinar é provocar o desequilíbrio,
mas este não pode ser tão grande a ponto de não permitir a equilibração majorante que levará a um
novo equilíbrio. Assim, se a assimilação de um tópico requer um grande desequilíbrio, o professor deve
introduzir passos intermediários para reduzi- lo. Ensino reversível não significa eliminar o desequilíbrio e
sim passar de um estado de equilíbrio para outro através de uma sucessão de estados de equilíbrio
muito próximos, tal como em uma transformação termodinâmica reversível.
Sensório Motor Está dividido em três subestágios, sendo marcado, inicialmente, por
(0-2 anos) coordenações
sensoriais e motoras de fundo hereditário (reflexos, necessidades
nutricionais).
Posteriormente ocorre organização das percepções e hábitos. Por
último, é
caracterizado pela inteligência prática, que se refere à utilização de
percepções
e movimentos organizados em “esquemas de ação”, que,
gradativamente, vão se
tornando intencionais, dirigidas a um resultado.
A criança começa a perceber, gradativamente, que os objetos a sua
volta continuam
a existir, mesmo se não estiverem sob seu campo de visão
Operatório Concreto Pensamento mais compatível com a lógica da realidade, embora ainda
(6-11 anos preso à
realidade concreta. Reversibilidade de pensamentos (uma operação
matemática, por exemplo, pode ser reversível).
Compreende gradativamente noções lógico-matemáticas de
conservação da
massa volume, classificação etc. O egocentrismo diminui, surgindo
uma moral
de cooperação e de respeito mútuo (moral da obediência).
Na sala de aula
Podemos usar como exemplo uma criança que está com dificuldade
para aprender a ler. O professor trabalha com ela a pronúncia das
palavras e também o reconhecimento destas, através de textos e
músicas que fazem parte do cotidiano, assim a criança é capaz de
aprender a ler.
Explicar o S-Ego.
Quanto ao desenvolvimento da personalidade vamos ver que as crianças pequenas perto da fase escolar
na maior parte do tempo pronunciam os porquês? Que em síntese buscam respostas às perguntas:
A origem destas preocupações vem do fato de as crianças quererem saber qual é seu lugar no mundo
bem como elas tem uma preocupação com as diferenças sexuais anatômicas: ter ou não ter pênis. A
leitura destas diferenças não é tão concreta e remete à Falta que determina no ser humano a Angústia
de Castração ter que lidar com as perdas, com nossa incompletude.
A resposta que buscam não é tão concreta, mas sim importa a interpretação dada a este fato. A criança
quer saber sobre as diferenças entre mulheres e homens ( na época em que Freud elaborou estas ideias
as mulheres tinham valor social secundário, enquanto ser homem, ter pênis equivalia a ter poder.
As crianças descobrem diferenças que as angustiam. E é essa angústia que as faz querer saber, satisfazer
suas curiosidades.
Freud verifica que nesta época as crianças estão vivendo o Complexo de Edipo. Estas preocupações,que
são chamadas de “investigações sexuais infantis” geralmente serão reprimidas em torno da época da
entrada na escola primária: serão reprimidas. Arte dessa repressão sublima-se em “pulsão de saber”
associada “a pulsões de domínio” e a “pulsões de ver”. Daí que o desejo de saber associa-se com o
dominar, o ver e o sublimar.
Sublimar é deslocar a curiosidade sexual para interesse não sexuais. E então vão perguntar sobre
interesses não sexuais, o desejo de saber.
Saber associa-se com dominar > Ex poema de Machado de Assis em que um homem disseca uma
borboleta, ou seja, a curiosidade sádica que deriva da pulsão de domínio. Na ânsia de saber, o homem
destrói, mata a mosca
A cada aluno cabe desarticular, retalhar, ingerir e digerir aqueles elementos transmitidos pelo
professor, que se engancha em seu desejo, que fazem sentido para ele, que, pela via de
transmissão única aberta entre ele e o professor - a via de transferência – encontram eco nas
profundezas de sua existência de sujeito do inconsciente.
3. CONCLUSÃO
Não há aprendizagem sem relação. O que isso nos diz? Que o ato de aprender, presumi sempre uma
relação com o Outro, não há ensino sem professor. Mesmo aqueles que não vão à sala de aula e
aprendem através de livros (autodidatas), ainda sim estão aprendendo com o Outro, pois o livro
representa a figura de alguém que possui o saber e o transmiti.
REFERÊNCIAS
FREUD, S. (1930).O mal estar na cultura. Tradução de Renato Zwick. Porto ALEGRE, RS: L&PM, 2012.
KUPFER, M.C. Freud e a educação: o mestre do impossível. São Paulo, SP: Ed. Scipione, 2005. JORGE, M.
A. C. Freud: criador da Psicanálise. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar, 2010. LAPLANCHE, J; PONTALIS, J.
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Freud. São Paulo, SP: Universos dos livros, 2008. ROUDINESCO, E. Dicionário de Psicanálise.Rio de
Janeiro, RJ: Jorge Zahar, 1944, p. 734.
Escuta, 2000.
BECKER, F. A Epistemologia do professor: o cotidiano da escola. 2. ed. Rio