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TEORIA DE PIAGET

Segundo a Teoria da Aprendizagem de Piaget, a aprendizagem é um processo que só


tem sentido diante de situações de mudança. Por isso, aprender é, em parte, saber se
adaptar a estas novidades. Esta teoria explica a dinâmica de adaptação por meio dos
processos de assimilação e acomodação.

A assimilação se refere ao modo como um organismo enfrenta um estímulo do entorno


em termos de organização atual, enquanto a acomodação implica uma modificação da
organização atual em resposta às demandas do meio. Por meio da assimilação e da
acomodação vamos reestruturando cognitivamente nossa aprendizagem ao longo do
desenvolvimento (reestruturação cognitiva).

A acomodação ou ajuste é o processo por meio do qual o sujeito modifica seus esquemas,
estruturas cognitivas, para poder incorporar novos objetos a esta estruturaI.sso pode ser
conseguido a partir da criação de um novo esqueça ou da modificação de um esquema já
existente, de maneira que o mesmo estímulo e seu comportamento natural e associado
possam se integrar como parte do mesmo.

Assimilação e acomodação são dois processos invariáveis do desenvolvimento cognitivo.


Para Piaget, assimilação e acomodação interagem mutuamente em um processo de
equilíbrio. Isso pode ser considerado um processo regulador, em um nível mais alto, que
dirige a relação entre a assimilação e a acomodação.

Socializamos por meio da linguagem

Durante a primeira infância assistimos a uma transformação da inteligência. De ser


simplesmente sensorial e motora ou prática, ela se transforma em pensamento
propriamente dito, sob a dupla influência da linguagem e da socialização.

A linguagem, em primeiro lugar, ao permitir que o sujeito possa explicar suas ações,
facilita a reconstrução do passado, e, portanto, permite evocar em sua ausência os objetos
até os quais foram dirigidas as condutas anteriores. Também nos permite antecipar as
ações futuras ainda não executadas, e até substituí-las às vezes unicamente pela palavra,
sem nunca as realizar. Este é o ponto de partida do pensamento como processo cognitivo
e do próprio pensamento de Piaget.

A própria linguagem une, em efeito, conceitos e noções que pertencem a todos e que
reforçam o pensamento individual por meio de um amplo sistema de pensamento
coletivo. Neste último pensamento está mergulhada virtualmente a criança quando
consegue dominar a palavra.

Neste sentido, com o pensamento acontece o mesmo que com o comportamento


considerado globalmente. Em vez de se adaptar totalmente às novas realidades que
descobre e constrói paulatinamente, o sujeito deve começar por uma incorporação
trabalhosa dos dados ao seu eu e à sua atividade, e esta assimilação egocêntrica
caracteriza tanto os inícios do pensamento da criança quanto os de sua socialização.

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O comportamento, para Piaget, constitui uma manifestação da dinâmica global do
organismo como um sistema aberto em interação constante com o meio. Seria também
um fator de mudança evolutiva, e para tentar explicar os mecanismos pelos quais o
comportamento cumpriria esta função, recorre ao conceito de epigênese e ao seu próprio
modelo explicativo da adaptação em termos de assimilação e acomodação. Por epigênese
se entende a interação recíproca entre genótipo e ambiente para a construção do fenótipo
em função da experiência.

Piaget sustenta que toda conduta tem a necessária intervenção de fatores


internos. Ele também aponta que todo comportamento animal, incluindo o humano,
envolve uma acomodação às condições do medo, tanto como sua assimilação cognitiva,
entendida como integração a uma estrutura comportamental prévia.

CONTRIBUIÇÕES DE PIAGET PARA A EDUCAÇÃO ATUAL

As contribuições de Piaget para a educação são consideradas de extrema


importância. Piaget é o fundador da psicologia genética, que afetou significativamente a
teoria e a prática educativa que foram geradas ao redor desta, que foi variando através do
tempo dando lugar a diferentes formulações. Cabe mencionar que foram desenvolvidos
muitos trabalhos a partir das contribuições de Piaget.

O trabalho de Jean Piaget consiste em suas descobertas do pensar humano a partir de uma
perspectiva biológica, psicológica e lógica. É necessário esclarecer que o conceito de
“psicologia genética” não está aplicado em um contexto unicamente biológico ou
fisiológico, pois não se refere nem se baseia nos genes; é rotulado como “genética” por
ser desenvolvida com respeito à gênese, origem do princípio do pensamento humano.

TEORIA DE WALLON

A gênese da inteligência para Wallon é genética e organicamente social, nesse sentido, a


teoria do desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa
completa

A gênese da inteligência para Wallon é genética e organicamente social , nesse sentido, a


teoria do desenvolvimento cognitivo de Wallon é centrada na psicogênese da pessoa
completa

Para Wallon a passagem dos estágios de desenvolvimento não se dá linearmente, por


ampliação, mas por reformulação, instalando-se no momento da passagem de uma
etapa a outra, crises que afetam a conduta da criança.

Estágios do Desenvolvimento Humano

Impulsivo-emocional - Que ocorre no primeiro ano de vida. A predominância da


afetividade orienta as primeiras reações do bebê às pessoas, às quais intermediam sua
relação com o mundo físico;

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Sensório-motor e projetivo - Vai até os três anos. A aquisição da marcha e da
prensão, dão à criança maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração
dos espaços. Também, nesse estágio, ocorre o desenvolvimento da função simbólica e
da linguagem.

O termo projetivo refere-se ao fato da ação do pensamento precisar dos gestos para se
exteriorizar. O ato mental "projeta-se" em atos motores. Como diz Dantas (1992),
para Wallon, o ato mental se desenvolve a partir do ato motor;

Personalismo - Ocorre dos três aos seis anos. Nesse estágio desenvolve-se a
construção da consciência de si mediante as interações sociais, reorientando o
interesse das crianças pelas pessoas;

Categorial - Os progressos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas,


para o conhecimento e conquista do mundo exterior;

Predominância funcional - Ocorre nova definição dos contornos da personalidade,


desestruturados devido às modificações corporais resultantes da ação hormonal.
Questões pessoais, morais e existenciais são trazidas à tona.

Wallon procura explicar os fundamentos da psicologia como ciência, seus aspectos


epistemológicos, objetivos e metodológicos

Wallon considera que não é possível selecionar um único aspecto do ser humano e vê
o desenvolvimento nos vários campos funcionais nos quais se distribui a atividade
infantil (afetivo, motor e cognitivo).

Vemos então que para ele não é possível dissociar o biológico do social no homem.
Esta é uma das características básicas da sua Teoria do Desenvolvimento!

APLICANDO WALLON NA ESCOLA

Tendo acesso a material teórico que aborda de forma integrada, temas como
expressividade, emoção, gestualidade, movimento, representação mental, pensamento
discursivo, o professor estará provavelmente melhor preparado para atender a criança
em suas diversas necessidades, assim como impulsionar o seu desenvolvimento e
favorecer sua aprendizagem.

Afinal, a Escola não deve dissociar a formação da inteligência da formação da


personalidade, pois a inteligência tem ´status´ de parte no todo constituído pela pessoa
e seu desenvolvimento está ligado ao das outras esferas constitutivas deste todo.

Esta concepção valoriza o papel do professor. Como elemento diferenciado, é o


responsável pela unidade do grupo, podendo receber as manifestações das crises
infantis com o distanciamento necessário para não as comprimir nem se submeter a
elas. (...)

O professor é valorizado também do ponto de vista do conteúdo. Não se deve colocar


como exclusivo detentor do saber e único responsável pela sua transmissão, mas
tampouco abdicar deste papel, submetendo-se indiscriminadamente à espontaneidade
infantil.

• http://sergioflima.pro.br/wiki/wallon.pps acesso 02/06/2018.

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HOWARD GARDNER

Howard Gardner nasceu em Scranton, Pensilvânia, a 11 de julho de 1943. É um


psicopedagogo cognitivo e educacional estadunidense, ligado à Universidade de
Harvard e conhecido em especial pela sua teoria das inteligências múltiplas. Em 1981
recebeu o premio da Mac Arthur Foundation. Em 2011 foi galardoado com o Premio
Príncipe das Astúrias das Ciências Sociais. É professor de Cognição e Educação na
Universidade de Harvard, e professor adjunto de neurologia na Universidade de Boston.
Em 1938, seus pais fugiram da perseguição aos judeus na Alemanha nazista, com seu
irmão mais velho Eric, falecido após o nascimento de Howard. Aos 13 anos de idade,
ele tornou-se um excelente pianista. Howard Gardner entra na Universidade de Harvard
em 1961 com a intenção de se formar em História, mas sob a influência de Erik Erikson,
interessa-se nas relações sociais, uma combinação de Psicologia, Sociologia e
Antropologia, com particular interesse na Psicologia clínica. Novamente, troca o seu
campo de interesse após conhecer o psicólogo cognitivo Jerome Bruner e os escritos de
Jean Piaget. Depois de terminar o seu doutoramento em Harvard em 1971, com uma
dissertação em sensibilidade de estilo em crianças, continuou a trabalhar nesta
universidade, estabelecendo com Nelson Goodman um grupo de pesquisa em educação
pela arte conhecido como Project Zero. Fundado em 1967, este projeto concentra-se no
estudo sistemático do pensamento artístico e da criatividade em arte, assim como em
disciplinas da área humana e científica em nível individual e institucional.

Entre os seus muito interessantes trabalhos e pesquisas relacionados com a educação das
crianças, destaca a sua Teoria das Inteligências Múltiplas dos seres humanos. O
primeiro dos testes de sucesso escolar foi realizado e desenvolvido pelo psicólogo galo
Alfred Binet em 1900. Este teste tinha por finalidade diagnosticar crianças retardadas e
crianças normais. Com a propagação deste teste pensou-se que era possível medir
quantitativamente a inteligência, mas de acordo com Gardner, autor da teoria das
Inteligências Múltiplas: «a inteligência é (…) a capacidade de responder a itens em
testes de inteligência». Os testes psicométricos consideram que existe uma inteligência
geral, nos quais os seres humanos diferem uns dos outros, que é denominada «g». Este
«g» pode ser medido através da análise estatística dos resultados dos testes. É
importante acrescentar que tal maneira de encarar a inteligência ainda hoje está presente
no senso comum e mesmo em muitas parcelas do meio científico.

O livro mais famoso de Gardner é provavelmente Estruturas da Mente, de 1983, do


qual existe na nossa língua uma edição do ano 1994, onde ele descreve sete dimensões
da inteligência: inteligência visual e espacial, inteligência musical, inteligência verbal
ou linguística, inteligência lógica e matemática, inteligência interpessoal, inteligência
intrapessoal e inteligência corporal ou sinestésica. Desde a publicação desta sua obra,
Gardner propôs duas novas dimensões de inteligência: a inteligência naturalista e a
inteligência existencialista. Os testes tradicionais de inteligência só levam em
consideração as inteligências verbais e a lógica e matemática. Essa nova teoria tornou-
se conhecida como teoria das inteligências múltiplas. Howard Gardner crê que todo tem
tendências individuais (áreas de que gostamos e em que somos competentes) e que estas
tendências podem ser englobadas numa das inteligências listadas acima. Outro dos

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temas do seu interesse relacionados com a educação foi a importância que deu ao
desenvolvimento da criatividade nas crianças e à educação pela arte. São famosas frases
suas como «a educação precisa justificar-se realçando o entendimento humano” e
“todos os indivíduos têm potencial para ser criativos, mas só serão se quiserem”. No
nosso idioma foram publicados nada menos que vinte livros da sua autoria, o que indica
o interesse atual do se pensamento psico-educativo.

A TEORIA DE GARDNER DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS:


Gardner identificou nos seres humanos as inteligências linguística, lógico-matemática,
espacial, musical, sinestésica, interpessoal, intrapessoal, naturalista e existencialista.
Postula que essas competências intelectuais são relativamente independentes, têm sua
origem e limites genéticos próprios e substratos neuroanatómicos específicos e dispõem
de processos cognitivos próprios. Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus
variados de cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas se combinam
e organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver problemas e
criar produtos. Gardner ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo ponto,
independentes umas das outras, elas raramente funcionam isoladamente. Embora
algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos casos as ocupações
ilustram bem a necessidade de uma combinação de inteligências. Por exemplo, um
cirurgião necessita da acuidade da inteligência espacial combinada com a destreza da
sinestésica.

Quanto à avaliação, Gardner faz uma distinção entre avaliação e testagem. A avaliação,
segundo ele, favorece métodos de levantamento de informações durante atividades do
dia-a-dia, enquanto testagens geralmente acontecem fora do ambiente conhecido do
indivíduo testado. Segundo Gardner, é importante tirar o maior proveito das habilidades
individuais, auxiliando os estudantes a desenvolver suas capacidades intelectuais, e,
para tanto, ao invés de usar a avaliação apenas como uma maneira de classificar,
aprovar ou reprovar os alunos, esta deve ser usada para informar o aluno sobre a sua
capacidade e informar o professor sobre o quanto está sendo aprendido. Gardner sugere
que a avaliação deve fazer jus à inteligência, isto é, deve dar crédito ao conteúdo da
inteligência em teste. Se cada inteligência tem certo número de processos específicos,
esses processos têm que ser medidos com instrumentos que permitam ver a inteligência
em questão em funcionamento. Para Gardner, a avaliação deve ser ainda
ecologicamente válida, isto é, ela deve ser feita em ambientes conhecidos e deve utilizar
materiais conhecidos das crianças sendo avaliadas.

Também enfatiza a necessidade de avaliar as diferentes inteligências em termos das suas


manifestações culturais e ocupações adultas específicas. Assim, a habilidade verbal,
mesmo na escola infantil, ao invés de ser medida através de testes de vocabulário,
definições ou semelhanças, deve ser avaliada em manifestações tais como a habilidade
para contar histórias ou relatar acontecimentos. Ao invés de tentar avaliar a habilidade
espacial isoladamente, devem-se observar as crianças durante uma atividade de desenho
ou enquanto montam ou desmontam objetos.

Finalmente, ele propõe a avaliação, ao invés de ser um produto do processo educativo,


seja parte do processo educativo, e do currículo, informando a todo o momento de que
maneira o currículo se deve desenvolver. No que se refere à educação centrada na
criança, Gardner levanta dois pontos importantes que sugerem a necessidade da
individualização. O primeiro diz respeito ao fato de que, se os indivíduos têm perfis

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cognitivos tão diferentes uns dos outros, as escolas deveriam, ao invés de oferecer uma
educação padronizada, tentar garantir que cada um recebesse a educação que
favorecesse o seu potencial individual. O segundo ponto levantado por Gardner é
igualmente importante: enquanto na Idade Média um indivíduo podia pretender tomar
posse de todo o saber universal, hoje em dia essa tarefa é totalmente impossível, sendo
mesmo bastante difícil o domínio de um só campo do saber.

http://pgl.gal/as-inteligencias-multiplas-do-ser-humano-segundo-howard-
gardner/ acessado em 02/06/2018.

VYGOTSKY

Lev Semenovich Vygotsky nasceu em 1896 na cidade de Orsha, na Rússia, e morreu em


Moscou em 1934, com apenas 38 anos. Formou-se em Direito, História e Filosofia nas
Universidades de Moscou e A. L. Shanyavskii, respectivamente.

Principais conceitos de aprendizagem

LINGUAGEM E PENSAMENTO

A partir de estudo realizado com primatas Vigotsky percebeu que estes conseguem
atingir um nível em que podem resolver problemas no seu entorno mediante o uso de
instrumentos. Nesse caso existindo uma inteligência prática em ação. A essa etapa o
teórico denominou de “Linguagem pré-intelectual”, ao passo que percebeu que os
primatas também utilizam algumas expressões faciais, gritos e urros como forma de
comunicação, a isto o teórico denominou “Pensamento pré-verbal”.

Analisando as crianças, Vigotsky constatou que elas passam por similar processo, por
volta de dois anos de idade essas duas vertentes se unem originando a linguagem
intelectual e o pensamento verbal. Nesse momento o vocabulário da criança é
enriquecido, ela passa a questionar o que lhe intriga, e sua linguagem e pensamento
passa a ser internalizados.

Tal internalização ocorre em três momentos: Fala Social ou Exterior- quando a


comunicação engloba elementos do entorno da criança, e tem como finalidade apenas a
comunicação com os adultos- Fala Egocêntrica- Quando a criança não tem como
prioridade ser ouvido pelo adulto, porém por não saber expressar sua fala apenas para si,
expressa com altissonância. Fala Interior- Quando é atingida a potencialidade da
reflexão.

VYGOTSKY E A ANÁLISE DA PALAVRA

Vigotsky declara que a PALAVRA possui um SIGNIFICADO e um CONCEITO.


SIGNIFICADO: consiste em um fenômeno da linguagem CONCEITO: Estabelece
relações entre os objetos e suas ações, constituindo o fenômeno do pensamento. Dessa
maneira, por exemplo, o lápis seria o SIGNIFICADO e aquilo que o lápis é capaz de
fazer, ou seja, riscar é o conceito.

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ZONAS DE DESENVOLVIMENTO

Considerando o desenvolvimento da criança como algo ligado a socialização do infante,


Vigotsky identificou três níveis desse desenvolvimento:

O NÍVEL REAL- caracteriza o desenvolvimento de forma retrospectiva, ou seja,


refere-se a etapas já alcançadas, já conquistas pela criança.

ZONA DE DESENVOLVIMENTO POTENCIAL- é a capacidade de desempenhar


tarefas com ajuda de adultos ou de companheiros mais capazes.

ZONA DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL- é a distância entre o nível de


desenvolvimento real e potencial. Em outras palavras, refere-se ao caminho que o
indivíduo vai percorrer para amadurecer e consolidar funções, estabelecendo-as, assim,
no seu nível de desenvolvimento real.

MEDIAÇÃO SEMIÓTICA

Mediação semiótica significa a intervenção de signos na relação do homem com o


psiquismo de outros homens.

As crianças, de acordo com Vygotsky, quando nascem, interagem com o ambiente


externo de uma maneira típica e peculiar. A forma mais elementar de relação do homem
com esse ambiente pressupõe uma relação direta de (estímulo-resposta), como por
exemplo, a sucção do seio materno ou a retirada repentina da mão de uma superfície
quente. Estes reflexos automáticos são considerados atividades de sinalização,
entretanto, as formas superiores de relação do homem com o ambiente através do
pensamento, da linguagem, das relações lógicas implicam na intervenção de um terceiro
elemento, ou seja, dos signos. A significação pressupõe a criação e o uso de signos
através dos quais se constroem novas conexões cerebrais. Assim, a partir dos processos
mentais elementares que constituem uma base, opera-se o desenvolvimento mental
superior através da mediação semiótica.

O processo de educação ocorre, de acordo com esses autores, através da mediação


semiótica que, por sua vez, atua na construção de processos mentais superiores. Esta
construção é prolongada e complexa em decorrência de uma série de transformações
qualitativas em que um estágio é precondição para um estágio posterior, e este uma
ampliação ou uma inovação de um estágio antecedente; estas transformações, ligadas
entre si, por processos evolutivos e dialéticos, são sócio-históricas, pois é o resultado da
apropriação das produções culturais de uma sociedade através de relações com os
membros desta sociedade.

A INTERNALIZAÇÃO

A internalização é relacionada ao recurso da repetição onde a criança apropria-se da fala


do outro, tornando-a sua. Acontece no processo de socialização, porque no momento da
relação com adulto, a criança reconstrói intrinsecamente as formas culturais e o

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pensamento assim como as significações e os usos das palavras que foram com ela
divididas”, ou seja, essa socialização ocorre no dia-dia, através da fala que desenvolve
com o adulto, a qual expressa o que foi internalizada a partir da ação dos indivíduos
entre os objetos e entre os outros sujeitos, pois é esse o meio de comunicação entre os
indivíduos para a troca de experiências.

Este processo é importantíssimo para o crescimento do funcionalismo psicológico


humano, porque ele compreende uma atividade externa que deve ser mudada para se
tornar uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal.

A Visão de Vygotsky sobre o papel do professor e a escola.

A relação professor e aluno não deve ser uma relação de imposição, mas sim uma
relação de cooperação, de respeito e de crescimento. O aluno deve ser considerado um
sujeito interativo no seu processo de construção de conhecimento.

O educador seria o suporte, ou andaime para que a aprendizagem do aluno a um


conhecimento novo seja satisfatória, para isso o professor tem que interferir na ZDP do
aluno para utilizar alguma metodologia. Para Vygotsky essa se dava através da
linguagem, do dialogo entre professor aluno.

Os conceitos de Vygotsky percebidos no contexto educacional nos permitem perceber a


escola como o local onde há intencionalidade na intervenção pedagógica e que isso
promove o processo de ensino-aprendizagem. Nesse ínterim, o professor interfere
objetiva, intencional e diretamente na zona de desenvolvimento proximal.

O aluno é percebido como aquele que aprende os valores, linguagem e o conhecimento


que seu grupo social produz a partir da interação com o outro, no caso, o professor.

http://teoriadaaprendizagem.blogspot.com/2012/03/principais-conceitos-de-vygotsky-
sobre.html. acesso em 02/06/2018.

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

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Elisângela Jacintho Menegalli

TEÓRICOS DA APRENDIZAGEM

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