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Diferenças individuais:

- Valores; Percepção; Motivação; Inteligência; Atenção e Pensamento;


- Gestão da diversidade nas organizações.

Profª Drª Michélle Barreto


Valores
› Na Psicologia, o estudo dos valores vai estar relacionado com a
questão do comportamento e das atitudes das pessoas, pois os
valores que cada pessoa possui exercem influência significativa em
suas atitudes e comportamentos.

› Valores são basicamente convicções das pessoas sobre o que é


certo ou errado. Variam de um grupo para outro, inclusive entre
grupos dentro de uma organização e perpassam as relações
interpessoais. Servem de guia de conduta, ou seja, orientam o
comportamento das pessoas.
Valores
› As organizações também possuem seus valores. É importante que os
colaboradores conheçam esses valores e que exista uma compatibilidade de
valores entre colaboradores e organização!

› Situações que demonstram os valores.


› • Postura da pessoa frente à situação.
› • Diferenças no tratamento entre homens e mulheres (gênero).
› • Diferenças educacionais.

› Valores geralmente não são ditos, mas percebidos! Através da comunicação, que
pode ser verbal ou não verbal, exprimem-se intensamente os valores individuais,
aquilo que se acredita ser “certo ou errado”; preconceitos e crenças. E por mais
que o indivíduo queira ocultá-los, esses podem ser revelados por meio de gestos,
palavras ou tom de voz.
Valores
› Falta de clareza ou explicitação dos valores da organização tem
como consequência, segundo Nascimento (2008):

› • Enfraquecimento dos elos sociais.


› • Disfuncionalidade da organização.
› • Alienação.
› • Colaboradores isolados e desiludidos.
› • Cada um usa seus valores.
Missão, visão e valores
› A definição da missão, visão e valores é indispensável para a
construção de uma identidade que impacta na estratégia
organizacional, já que instrui o planejamento estratégico e serve de
referência para a mensuração dos resultados.

› Dessa forma, esses princípios fortalecem a cultura organizacional e


traçam a rota que todas as pessoas da empresa devem seguir para
que as decisões tomadas sejam assertivas e impliquem no alcance
dos objetivos.
Missão, visão e valores
Exemplo - Missão, visão e valores
ATIVIDADE AVALIATIVA – DUPLAS (1,0)
› Pesquise uma empresa da cidade na qual você gostaria de
trabalhar, e registre qual é a missão, visão e valores da mesma.
› Traga para a sala de aula, anotado no caderno. Se quiser, tire uma
foto e a imprima junto com os registros.
Percepção
› “Percepção é a capacidade de associar as informações captadas pelos
órgãos dos sentidos à memória e à cognição de modo a formar conceitos
sobre o mundo e sobre nós mesmos e orientar nosso comportamento”.
(LENT, 2005, p. 556).

› Exemplo:
› Uma pessoa dirigindo em uma avenida. Essa pessoa avista um farol
(sinaleiro) com a luz vermelha acesa. O farol é captado pelo sentido da
visão da pessoa e interpretado: o sinal está vermelho, portanto, existe a
necessidade de parar o carro. A informação captada no ambiente (sinal
vermelho) é interpretada (perigo) e serviu de guia de comportamento
(parar o carro).
Percepção
Percepção
› Quando você vê essas figuras, seus olhos estão recebendo
sensações de linhas pretas e brancas.

› Assim, quando você vê na figura à direita o vaso, ele constitui a


figura e os rostos o fundo. Quando você vê os rostos, eles tornam-se
figuras e o vaso o fundo. A discrepância entre figura e fundo é
algumas vezes tão vaga que temos dificuldade em perceber o que é
o quê.

› Portanto, nem sempre podemos confiar em nossa observação para


fazer avaliações consistentes.
Percepção
Qual figura é maior? AB ou CD?

Ilusão de extensão
Percepção
Qual círculo central é maior? Direita ou esquerda?

Ilusão de área
Percepção
› Você percebeu como nossos sentidos ou nossa
compreensão podem ser enganados de várias maneiras?

› A existência de ilusões perceptivas sugere que o que percebemos


(em nossos órgãos sensoriais) nem sempre é o que
compreendemos (em nossa mente).

› Nossa mente deve captar a informação sensorial disponível e


transformá-la, de algum modo, para criar representações mentais de
objetos, propriedades e relações espaciais de nosso ambiente.
Percepção
› Segundo Stephen Robbins (2004, p. 24), a percepção diz respeito
ao “processo pelo qual indivíduos organizam e interpretam suas
impressões sensoriais a fim de dar sentido ao seu ambiente”.

› Com base nesta afirmação e considerando que são as pessoas que


organizam a leitura do mundo, podemos concluir que o que uma
pessoa percebe pode ser substancialmente diferente do que outra
pessoa percebe. E assim, o que percebemos pode ser também
diferente da realidade objetiva. Ou melhor, nunca é a cópia
fotográfica da realidade.
Percepção
› O comportamento das pessoas é também determinado por sua
percepção da realidade e não pela realidade em si. O que importa
para o comportamento é como o mundo é percebido pelas pessoas.

› Logo, perceber envolve dar significado ao mundo. “O mundo como é


percebido é o mundo importante para o comportamento”, conclui
ainda Stephen Robbins (2004, p. 25).
Fatores que influenciam a Percepção
› O ponto de vista do observador explica essa diferença. Quando uma
pessoa observa algo e tenta interpretar o que está percebendo, é
fortemente influenciada por suas próprias características, tais como:
› Atitudes: como o indivíduo está habituado a responder às situações.
› Motivações: quais são as suas necessidades insatisfeitas.
› Interesses: o foco de atenção é direcionado por seus interesses.
› Experiências: direcionam a atenção e podem até anular o interesse,
pois há a tendência a habituar-se ao já conhecido.
› Expectativas: podem induzir o indivíduo a ver o que quer ver.
Fatores que influenciam a Percepção
Percepção e as pessoas
› Partindo do princípio o qual os estudos sobre percepção levantam questões
importantes para os processos de mudança das organizações, é importante
destacarmos a necessidade de considerar em suas análises e decisões o fato de
como as pessoas (tanto os servidores quanto os usuários) percebem e significam
a realidade, porque este é um fator determinante do comportamento humano.
Distorções de Percepção
Motivação
› Segundo Paul Spector (2002), motivação é um estado interior que conduz
uma pessoa a assumir determinados tipos de comportamentos. Motivação
envolve direção, intensidade e persistência de um comportamento, ou
seja:
› Direção: escolha de comportamentos específicos entre uma série de
comportamentos possíveis. Por exemplo: um trabalhador pode decidir ir
trabalhar, em vez de telefonar alegando que está doente e ficar assistindo
televisão.
› Intensidade: esforço que uma pessoa gasta na realização de uma tarefa.
Por exemplo: um trabalhador que precisa fazer um levantamento de
estoque pode empenhar um grande esforço para realizar a tarefa em
pouco tempo e corretamente, ou não querer se esforçar, fazendo a
empreitada vagarosamente.
› Persistência: empenho contínuo e engajado no desempenho de
determinado tipo de comportamento ao longo do tempo.
Motivação
Motivação e a Hierarquia das Necessidades
› A Teoria da Hierarquia das necessidades, formulada por Abraham
Maslow, pressupõe que “Se você planeja ser qualquer coisa menos
do que aquilo que você é capaz, provavelmente você será infeliz
todos os dias de sua vida”, ou seja, todos nós temos muitas
necessidades que competem entre si para serem satisfeitas.
Pirâmide das Necessidades - Maslow
Motivação
› De acordo com Maslow, à medida que cada necessidade é atendida, a
próxima aparece.

› A teoria sugere que, embora nenhuma necessidade humana seja satisfeita


em sua totalidade, uma necessidade satisfeita extingue a motivação. As
necessidades fisiológicas e as de proteção e segurança são consideradas
de nível baixo; as sociais e as relacionadas à estima e à auto-realização
são de nível alto.

› A diferenciação entre os níveis parte da premissa de que as necessidades


de nível baixo são satisfeitas externamente, no contexto do trabalho (por
meio dos salários e da estabilidade no emprego).
Motivação e a Teoria X e Y
› A teoria de McGregor, doutor em Psicologia Social, propõe duas visões do
ser humano: uma negativa, chamada de Teoria X, e outra positiva,
chamada de Teoria Y.

› McGregor, depois de observar como os executivos tratavam seus


funcionários, concluiu que essas práticas revelavam a visão que eles
tinham da natureza dos seres humanos.
Motivação
Motivação e a Teoria dos 2 fatores
› Com base na afirmação de Frederick Herzberg, o comportamento humano no
trabalho é orientado por dois grupos de fatores:

EXTRÍNSECOS INTRÍNSECOS
Motivação
› Herzberg propõe o enriquecimento de tarefas como elemento para se alcançar a
satisfação no cargo.
› Este enriquecimento pode ser tanto vertical (aumento do grau de dificuldade do
trabalho) quanto lateral (diversificação de atribuições).
Inteligência
› A Inteligência também pode ser compreendida como “um potencial biopsicológico
para processar informações que pode ser ativado num cenário cultural para
solucionar problemas ou criar produtos que sejam valorizados numa cultura”.
(GARDNER, 1995, p. 15).
› Segundo Cunha (2000), uma pessoa será tanto mais inteligente:
• quanto melhor, mais fácil e mais rapidamente compreenda;
• quanto maior, mais extenso e variado for o número de enlaces e associações que
estabeleça entre os dados da compreensão;
• quanto mais pronta e espontaneamente elabore novas e originais ideias;
• quanto mais saiba ajuizar com segurança e raciocinar com lógica;
• quanto melhor se adapte às situações vitais.
AS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
› Gardner (1995) desenvolveu estudos voltados no sentido de explicar e
compreender o pensamento humano, com foco no desenvolvimento e
falhas das capacidades intelectuais. Identificou as inteligências múltiplas
divididas em: linguística, lógico-matemática, espacial, musical, sinestésica,
naturalista, interpessoal e intrapessoal.

› Postula que essas competências intelectuais são relativamente


independentes e que os seres humanos dispõem de graus variados de
cada uma dessas inteligências. Essas inteligências se combinam e se
organizam de maneiras diferentes em cada pessoa que se utiliza dessas
capacidades intelectuais para resolver problemas e criar produtos. (GAMA,
1998).
Inteligências Múltiplas - Gardner
IM
IM
Atenção
› A atenção é considerada em Psicologia um processo psicológico. Pode-se
considerá-la como a capacidade que uma pessoa possui para se concentrar, que
pode ser espontânea ou ativa. Está relacionada à percepção e tem impacto nos
comportamentos das pessoas.
› Para Cunha (2000), a atenção é um processo psíquico, que permite concentrar a
atividade mental sobre um fato determinado. O processo de atenção envolve:
› • A capacidade de concentração.
› • A persistência ou quanto tempo a atenção é mantida em determinado foco.
› • Distribuição ou em quantos objetos é capaz de focar.
› • Excitabilidade ou quanto tempo demora a começar a efetiva atenção.
› Considera-se a atenção como um processo psicológico mediante o qual
concentramos a nossa atividade psíquica sobre o estímulo que a solicita, seja uma
sensação, uma percepção, uma representação, um afeto ou um desejo, a fim de
fixar, definir e selecionar as percepções, as representações, os conceitos e
elaborar o pensamento.
Atenção
› Segundo Castro (2010), podem-se destacar duas formas de atenção quanto à sua
intencionalidade: a espontânea e a voluntária.
• Atenção espontânea: resulta da tendência natural da atividade psíquica em se
orientar espontaneamente para as solicitações sensoriais e sensitivas necessárias
à adaptação com a realidade, sem que para tal haja necessidade imperiosa da
consciência. É utilizada quando caminhamos ou manuseamos objetos.
• Atenção voluntária: é aquela que exige certo esforço, no sentido de orientar a
atividade psíquica para determinado fim. Ao estudar, esse está se utilizando de
atenção voluntária.
› A atenção pode sofrer alterações e essas impactam sobremaneira a capacidade
de aprender e de executar tarefas em um ambiente de trabalho. Segundo Castro
(2010), essas alterações geralmente decorrem de perturbações de outras funções
das quais depende o funcionamento da atenção.
› Podem ocorrer devido à fadiga, aos estados tóxicos (uso de medicações, álcool,
drogas), assim como de algumas doenças.
Pensamento
› O pensamento, no campo da Psicologia, é um processo mental. Segundo
Cunha (2000), o pensamento traduz a aptidão de uma pessoa para
elaborar conceitos, articular esses conceitos em juízos e, com base nisso,
construir raciocínios, de modo a solucionar problemas com os quais se
depara.

› São características do pensamento:


• Capacidade de generalização.
• Capacidade de identificar e distinguir nos fenômenos da natureza o que é
essencial e o que é acessório.
• Capacidade de utilizar os conhecimentos e experiências adquiridos para
elaborar conceitos e fazer raciocínios.
Leitura indicada
› https://vocerh.abril.com.br/coluna/isis-borge/demissoes-
tres-fatores-que-tem-motivado-as-organizacoes
Referências utilizadas
› BERTOLDI, Alexandra Danuza. Psicologia organizacional e do trabalho.
Indaial : Uniasselvi, 2013. 257 p.

› CAMARGO, Denise de. Psicologia organizacional. – 3. ed. rev. ampl. –


Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração / UFSC;
[Brasília] : CAPES : UAB, 2014. 154p.

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