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INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA

PROFESSOR: GILDO GONÇALVES DE A. JÚNIOR


PSICÓLOGO - FACES
ESPECIALISTA EM NEUROPSICOLOGIA – IIEPAE
COMPORTAMENTO NO GRUPO

• O QUE É GRUPO? Um grupo é definido como dois ou mais


indivíduos, interdependentes e interativos, que se reúnem visando
à obtenção de determinado objetivo.

• O indivíduo é um ser geneticamente social. É característica do


mesmo o ato de reunir-se em grupos onde nasce, cresce e morre;
portanto, seu destino está ligado ao funcionamento de grupos. “As
experiências grupais são as que permitem observar as
características ‘políticas’ do ser humano: não porque estas sejam
criadas neste momento, mas sim porque é necessário que haja um
grupo reunido para que essas características possam se manifestar
e assim converter-se em objeto de observação” (Tabak, 1973, p.
19).
COMPORTAMENTO NO GRUPO

• O comportamento das pessoas nos grupos é algo mais do que a


soma dos comportamentos de cada uma delas. Os grupos diferem
um do outro, sendo que cada grupo apresenta características que
são marcantes de acordo com sua atuação e possuem uma
personalidade própria a qual denominamos de sintalidade. Ela
reflete os valores aprendidos pelos indivíduos que compõem o
grupo. Quando estão em grupo, os indivíduos agem de maneira
diferente de quando estão sozinhos.
COMPORTAMENTO NO GRUPO

• “Vemos então que o desaparecimento da personalidade


consciente, a predominância da personalidade inconsciente, a
modificação por meio da sugestão e do contágio de sentimentos e
idéias numa direção idêntica, a tendência a transformar
imediatamente as idéias sugeridas em atos, estas, vemos, são as
características principais do indivíduo que faz parte de um grupo.”
(Ibild., 35)
CLASSIFICAÇÃO DOS GRUPOS

Podemos classificar os grupos em formais e informais:

A) Grupos Formais – são aqueles definidos pela estrutura da


organização, com atribuições de trabalho que estabelecem tarefas. O
comportamento de seus membros é estipulado e dirigido em função
das metas.

B) Grupos Informais – são alianças que não são nem estruturadas


formalmente nem determinadas por organização. São formações
naturais que surgem em resposta à necessidade de contato social.
INFLUÊNCIA SOCIAL E COMPORTAMENTO

• Tanto para a psicologia (especialmente a psicologia social), quanto


sociologia e a antropologia a influência social é uma das bases que
define nossos comportamentos dialeticamente, ou seja, modelando
nossos comportamentos e sendo modelada por nossas respostas em
retorno.

• Sua importância para definir nosso comportamento está estimada


entre 30 e 90% dependendo da definição utilizada. Definindo, na
maioria das vezes subconscientemente, por exemplo, que roupa
vamos utilizar, quais comportamentos são adequados em
determinado ambiente, o que devemos e não devemos fazer durante
uma fase de desenvolvimento e diretamente e indiretamente
influenciando as leis de uma nação.
INFLUÊNCIA SOCIAL E COMPORTAMENTO

• Os principais mecanismos dessa modelagem, segundo a psicologia


comportamental ou behaviorismo, estão no reforçamento e punição.
Sendo mais eficazes de acordo com a assertividade e a retórica do
agente influenciador.

• Assim por exemplo um amigo pode mediar comportamentos em


outro amigo com quem tenha empatia sorrindo e elogiando quando
ele executar um comportamento que lhe seja considerado como
agradável e desejável e ficando com raiva e criticando
comportamentos que ele considere desagradável e indesejável.
O QUE É ATITUDE?

• Uma atitude é uma tendência para responder a um objeto social


(situação, pessoa, acontecimento) de modo favorável ou desfavorável.

• É uma predisposição, uma tendência relativamente estável para uma


pessoa se comportar de determinada maneira, uma tomada de
posição intencional face a algum propósito.
O QUE É ATITUDE?

• Segundo MAISONNEUVE: “Uma atitude consiste numa posição


(mais ou menos cristalizada) de um agente (individual ou coletivo)
relativamente a um objeto (pessoa, grupo, situação ou valor);
exprime-se mais ou menos abertamente através de diversos sintomas
ou indicadores (palavras, tons, gestos, atos, escolhas ou a sua
ausência); exerce uma função cognitiva, energética e reguladora nos
comportamentos que lhes estão subjacentes.”
O QUE É ATITUDE?

• As atitudes desempenham um papel importante no modo como


processamos a informação do mundo social em que nos
encontramos inseridos, permitindo-nos interpretar, organizar e
processar as informações, sendo por isso que face a uma mesma
situação, diversas pessoas a interpretam de formas distintas.
COMPONENTES DA ATITUDE

• São construídas ao longo da vida, mas principalmente na infância e


na adolescência. As atitudes envolvem diferentes componentes
interligadas, podendo-se distinguir três componentes: Cognitiva,
Afetiva, Comportamental.
COMPONENTE COGNITIVA

• Componente Cognitiva: Componente cognitiva é o conjunto de


ideias, de informações, de crenças que se têm sobre dado objeto
social (pessoa, grupo, objeto, situação). É o que consideramos como
verdadeiro acerca do objeto.
COMPONENTE AFETIVA

• Componente Afetiva: Componente afetiva é o conjunto de valores e


emoções, positivas ou negativas, relativamente ao objeto social. Está
ligada ao sistema de valores, sendo sua direção emocional.
COMPONENTE COMPORTAMENTAL

• Componente Comportamental: Componente comportamental é o


conjunto de reações, de respostas, face ao objeto social. A maneira
como agimos depende das crenças e dos valores que se têm
relativamente ao objeto social. O conjunto de comportamentos
depende da forma como as pessoas interpretam.
ATITUDES E COMPORTAMENTOS

• As atitudes não são diretamente observáveis: inferem-se dos


comportamentos. É possível, a partir de um comportamento,
descobrir a atitude que esteve na sua origem.

• Também as reações de uma pessoa face a uma situação podem


permitir prever a atitude que lhe está subjacente.

• As atitudes são o suporte intencional de grande parte dos nossos


comportamentos.
FORMAÇÃO DE ATITUDES

• As atitudes não nascem conosco, formam-se e aprendem-se no


processo de socialização, no meio social em que estamos inseridos.
São vários os agentes sociais responsáveis pela formação de atitudes:
os pais e a família, a escola, o grupo de pares e os mass media.

• Na família, são os parentes mais próximos, sobretudo os pais, que


exercem um papel fundamental na formação das primeiras atitudes
nas crianças. São modelos que estas imitam e com os quais procuram
se identificar.

• Educação escolar: A educação escolar desempenha, na nossa


sociedade, um papel central na formação das atitudes, o
prolongamento da escolarização veio acentuar a sua importância.
FORMAÇÃO DE ATITUDES

• Grupo de pares: Na adolescência, tem particular relevo o grupo de


pares, isto é, os indivíduos com idade aproximada com que os jovens
contactam mais frequentemente.

• Mass media: Atualmente, os meios de comunicação social, os mass


media, entre outros, tem grande influência na formação de novas
atitudes ou no reforço das que já existem.
FORMAÇÃO DE ATITUDES

• É através da observação, identificação e imitação de modelos (pais,


professores, pares, figuras dos meios de comunicação, etc...) que se
aprendem, que se formam as atitudes. Esta aprendizagem ocorre ao
longo da vida, contudo tem particular prevalência na infância e na
adolescência. Porém não significa que depois destas idades as
atitudes não possam mudar. Há contudo, uma tendência para a
estabilidade das atitudes.
MUDANÇA DE ATITUDES

• Mudança de atitudes: Apesar da relativa estabilidade das atitudes,


estas podem mudar ao longo da vida. Acontecimentos
extraordinários, impressionantes, podem resultar em modificações
nas nossas atitudes. Também as experiências vividas pelo próprio
podem conduzir à alteração destas.
DISSONÂNCIA COGNITIVA

• Sempre que uma informação ou acontecimento contradiz o sistema


de representações, as convicções, as atitudes de uma pessoa, gera-se
um mal-estar e uma inquietação que tem de ser resolvidos:

• Ou se reinterpreta a informação que a contradiz;

• Ou se muda o sistema de crenças;

• Ou se reformulam as crenças anteriores;

• A dissonância cognitiva é portanto um sentimento desagradável que


pode ocorrer quando uma pessoa sustenta duas atitudes que se
opõem, que não se adéquam ou dois componentes que se
contradizem.
DISSONÂNCIA COGNITIVA
COMO REDUZIR A DISSONÂNCIA COGNITIVA

• Mudando as duas convicções;

• Alterando a percepção da importância de uma delas;

• Acrescentando uma outra informação;

• Negando a relação entre as duas convicções/informações

• A opção por qualquer uma delas reduz a dissonância cognitiva,


atenuando os efeitos da ansiedade e da inquietação.
• Quando nos comportamos de forma inconsistente em relação a
alguma das nossas atitudes, poderemos mudá-la para ultrapassar os
sentimentos negativos da dissonância. Esta seria uma das
explicações para a mudança de atitudes.
REFERÊNCIAS

COLIN, Catherine et al. O livro da psicologia. Tradução: Clara M. Hermeto e Ana Lúcia
Martins. São Paulo: Globo, 2012.
GLEITMAN, Henry et al. Psicologia. Tradução: Ronaldo Cataldo Costa. Porto Alegre:
Artmed, 2009.
MERCÊS, A. FURTADO, O. TEIXEIRA, M.L. Psicologias: Uma introdução ao estudo
de psicologia. 3.ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

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