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construção da realidade
Ramo da psicologia que tenta compreender e explicar Princípios motivacionais:
como é que os pensamentos, sentimentos e ➥ Maestria – Procuramos um maior entendimento de nós
comportamentos dos indivíduos são influenciados pela mesmos e do mundo envolvente, de modo a termos maior
presença real, imaginada ou implícita dos outros. (Allport) controlo (maior capacidade de previsão) sobre os eventos
que ocorrem na nossa vida.
Estuda a influência de processos sociais e cognitivos na
➥ Ligação – Procuramos sentimentos de apoio mútuo,
forma como percecionamos, interagimos e nos
agrado e aceitação nas pessoas e grupos que
relacionamos com o outro:
valorizamos.
★ Processos sociais – como as outras pessoas (presença
➥ Valorização do “eu” e do “meu” – Procuramos vermo-
real, imaginada ou implícita) influenciam a forma como o
nos a nós mesmos e aos grupos a que pertencemos numa
indivíduo entende o mundo, guiando as suas ações;
perspetiva positiva.
★ Processos cognitivos – como memórias, perceções,
pensamentos, emoções e motivações do indivíduo Princípios de processamento:
influenciam a forma como este entende o mundo, ❀ Conservadorismo – perspetivas estabelecidas
guiando as suas ações. demoram a mudar e têm tendência a perpetuar-se.
❀ Acessibilidade – informação mais acessível tem o
maior impacto nos nossos pensamentos, emoções e
comportamento
❀ Superficialidade vs profundidade – geralmente, as
pessoas processam a informação de forma superficial,
mas quando confrontadas com certos eventos (ameaças
aos princípios motivacionais) processam a informação de
forma mais extensa.
Contributos básicos:
❤ A interação social constrói a nossa realidade – a nossa
construção da realidade é moldada por processos
cognitivos (modo como a nossa mente funciona) e
processos sociais (influência da presença real ou
imaginada dos outros);
❤ A pervasividade da influência social – a presença dos
outros (real ou imaginada) influencia todos os nossos
pensamentos, sentimentos e comportamentos.
❤ O contexto determina em grande parte o
comportamento - que fazemos é em grande parte
resultado do contexto (agimos de forma diferente em
contextos diferentes).
self
O self tem dois componentes: o autoconceito (o que
sabemos sobre nós mesmos) e a autoestima (como nos
sentimos em relação a nós mesmos)
Overview
Existem cinco fontes de autoconceito: a introspeção, o autoestima
comportamento, emoções, reações dos outros e Avaliação que fazemos de nós próprios (o que sentimos
comparações sociais. em relação ao nosso autoconceito).
identidade
Teoria do processo identitário (Breakwell, 1986) – para
possuirmos um sentido de identidade necessitamos de
manter:
➥ Sentido de continuidade (ameaçado quando mudamos
de terra, escola, profissão, …); Nota: a motivação corresponde à ativação.
➥ Sentido de pertença (ameaçado quando somos
rejeitados ou nos sentimos isolados); Causas da ativação/arousal:
➥ Presença dos outros como ameaça (Blascovich et al.,
➥ Sentido de distintividade (ameaçado quando outros não
1999) – a presença dos outros pode ser vista como uma
respeitam a nossa individualidade); ameaça (tarefas não dominantes) ou um desafio (tarefas
➥ Sentido de autonomia e eficácia (ameaçado quando dominantes), aumentando a ativação.
ficamos doentes ou incapacitados e temos que depender ➥ Receio de avaliação (Cottrell, 1968) – a presença dos
dos outros);
outros induz medo de avaliação, sentimento de que se
➥ Autoestima positiva (ameaçada quando percebemos está a ser avaliado e consciência das possíveis
que não somos tão bons como pensávamos). consequências, aumentado a ativação.
Nota: (Cottrell, 1968) Estudo onde participantes tinham de
realizar uma tarefa motora sozinhos, com audiência ou com
audiência vendada. Resultado: não havia efeitos de facilitação
quando a audiência estava vendada, ou seja, arousal não existe
quando sabemos que não estamos a ser observados.
➥ Distração (Baron et al., 1978): a presença dos outros
distraí-nos, retirando recursos atencionais. O conflito
atencional aumenta a ativação.
apatia social
facilitação social O comportamento de ajuda não parece associado
sistematicamente com variáveis de personalidade, varia
A presença de outras pessoas quer em coação de forma previsível e função das variáveis da situação –
(realizamos uma atividade em conjunto), quer em número de observadores presentes.
audiência (somos observados enquanto realizamos uma
atividade) modifica o nosso desempenho. Bystander Effect (Latané & Darley, 1968): Quanto mais
observadores presentes, menor é a probabilidade de um
indivíduo ajudar
✦ Relação social – se temos uma relação próxima com a
pessoa que necessita de ajuda, há maior probabilidade de
ajudarmos.
tipos de grupos
✦ Grupos formais vs informais – estrutura clara (ex:
grupos de trabalho) vs estrutura menos clara (ex: grupo
de amigos) Training groups (T-groups)
Membros do grupo reúnem-se regularmente e
desempenham e observam-se a realizar as mesmas
tarefas (observação do “aqui e agora”). As interações são
analisadas de forma a identificar as forças presentes no
grupo.
Os membros do grupo atuam como espelhos uns dos
outros, dando feedback sobre os seus comportamentos
que constituem uma fonte de autoconhecimento.
✦ Grupos primários vs secundários – interação próxima
com todos os mebros do grupo (ex: família, amigos) vs
interação menos envolvente com alguns elementos do
grupo (ex: equipas desportivas, grupo de colegas de
trabalho).
✦ Categoria social – grupo de indivíduos, contituído com ★ Participação e exposição – envolvimento experiencial;
base na existência de uma ou mais características ★ Observação – atenção ao que se passa no grupo;
comuns entre eles, não comunicando entre sí (ex:
mulheres). Têm estereótipos associados. ★ Feedback – informação sobre como os outros nos
veem e o que sentem em relação a nós ou ao nosso
comportamento.
Ex: feedback “eu senti-me ____ quando tu _____” - foco
em expressar emoções em vez de julgamentos ou
conclusões. (senti-me magoada quando fizeste esse
comentário)
Interações e diferenciação de papéis: ✦ Implícitas: culturais (ex: espaço pessoal, norma de
❤ Papéis que facilitam a tarefa – iniciadores, reciprocidade, compromisso) → consequência é
informadores e finalizadores; discriminação social;
❤ Papéis que facilitam a relação – animadores, ✦ Explícitas: legais (ex: assédio, casamento, uso de
humoristas e vigilantes; máscara) → consequência pode ser prisão ou multas;
❤ Papeis que dificultam – dominador, opositor, passivo,
sabichão e pessimista.
Tipos de normas
As normas são padrões consensuais socialmente
construídos que indicam que comportamentos são
considerado típicos (normas descritivas) e que As normas formam-se devido à nossa necessidade de
comportamentos são considerados adequados (normas quadros de referência para temos confiança nas nossas
prescritivas) num determinado contexto. posições (a norma do grupo dá confiança às nossas
estimativas pessoais).
conformismo
O conformismo é a mudança de comportamento
individual como resposta à pressão do grupo (maioria
quantitativa). Demonstra o poder das normas sociais. O conformismo ocorre porque os grupos respondem a
duas necessidades:
Experiência de Ash – Linhas de comparação ➥ Dependência informativa (cognitiva) – conformamo-
Observação de várias linhas com 7 comparsas e afirmar nos porque acreditamos que os outros têm informação
que linha é igual à linha padrão em voz alta. correta → mudança de opinião privada;
❤ Nos primeiros ensaios todos concordam na linha
➥ Dependência normativa (afetiva) – conformamo-nos
correta. porque queremos pertencer e ser aceites → conformismo
❤ Os oito comparsas indicam uma linha incorreta apenas em público.
(criando uma norma descritiva forte)
polarização
Como é que as decisões de grupos diferem das decisões
individuais?
Resultados: 75% deu resposta errada pelo menos uma vez. ❀ Visão tradicional: Os grupos moderam os seus
membros, logo as decisões do grupo são a média das
Foram observados três tipos de conformistas: percetivos decisões individuais.
(- frequente), a nível do julgamento (+ frequente) e a nível
❀ Visão atual: Os grupos radicalizam os seus membros
da ação.
(as decisões dos grupos não são a simples média das
A pressão de grupo é suficiente para mudar o posições individuais) → Polarização.
comportamento dos indivíduos em situações não
ambíguas (evidência dos seus sentidos).
Causas da polarização:
❤ Influência normativa – comparação social:
conformamo-nos porque queremos pertencer e ser
aceites.
❤ Influência informativa – persuasão: conformamo-nos
porque acreditamos que os outros têm informação
correta
❤ Auto-categorização – identificação com membros do
grupo (in group) aumenta a tendência de radicalização.
Nota: a forma como nos categorizamos depende de que aspetos
da nossa identidade são salientes.
Sintomas:
★ Ilusão de invulnerabilidade;
À medida que os choques aumentam de intensidade o
★ Racionalização coletiva da tomada de decisão;
“aluno” protesta (grita por socorro, reclama de problemas
★ Crença forte na moralidade do grupo – Os membros cardíacos e implora que pare) e depois para de
acreditam firmemente que o seu grupo tem razão e por responder. O participante era sempre instruído a
isso ignoram as consequências éticas ou morais das suas continuar.
decisões.
★ Estereotipização dos inimigos – A visão negativa dos
inimigos faz com que se minimize o seu poder e que se
agrave a resposta ao conflito.
★ Pressão direta sobre os dissidentes – Os membros são
pressionados para não exprimirem posições contrárias às
posições do grupo;
★ Autocensura – As dúvidas e os desvios daquilo que é
visto como o consenso do grupo não são expressas.
Resultados: 62% dos participantes administraram choques
★ Ilusão de unanimidade – A perspetiva da maioria é mortais (450 volts, 4 vezes).
considerada unânime
influência minoritária
Modelo explicativo da obediência (Milgram)
As condições situacionais foram os participantes a entrar
num estado “agêntico”, em que o seu sentido de Moscovici critica “enviesamento conformista” na
responsabilidade pessoal se degrada (responsabilidade investigação em psicologia social.
pela execução e não pelo conteúdo da ordem).
❤ Perspetiva de Ash, Sherif, Milgram e Zimbardo: Quando
Para resolver as tensões contraditórias (individual – é que uma pessoa cede à pressão e grupo? → maioria
empatia; grupo – autoridade), o indivíduo entra em influencia a minoria.
negação e evitação. ❤ Perspetiva de Moscovici: Quando é que uma pessoa
Fatores que influenciaram obediência: situação foi influência o grupo? → minoria influencia a maioria.
gradual e houve distanciamento da vítima
Críticas:
➥ Zimbardo assume-se como diretor da prisão,
incentivando a tirania e ignorando a resistência →
salientou lado negativo do comportamento de grupo. Conclusões:
➥ Era uma situação assimétrica extrema (em ❤ As minorias com comportamento consistente podem
oportunidade de subida de estatuto, sem alternativas e mudar as maiorias;
legitimada. ❤A influência minoritária é maior em situação privada do
➥ Ao mudar o contexto de relação entre grupos que me pública,
observam-se diferenças na conflitualidade.
Porque é que a minoria tem influência?
↬ Quebra a unanimidade;
↬ Demostra confiança numa posição alternativa Nota: A consistência sincrónica evita psicologização – atribuir a
discordância às características da personalidade da pessoa “é
↬ Demostra que não vai mudar de posição, sendo a única
maluca”, “só quer chamar a atenção” → forma de desvalorizar
solução para o conflito adotar a sua posição. e resistir à mudança social.