Você está na página 1de 47

ATITUDES E FORMAÇÃO DE

ATITUDES
Disciplina: Psicologia Social
Professora: Edilane
Aula dia 23/10/12 e 26/10/12
• O que são atitudes?
• Que relação existe entre atitudes e
comportamentos?
• Como se constroem as atitudes?
• Por que mudamos de atitudes?
• Que processos estão implicados nesta
mudança?
INTRODUÇÃO
• Em praticamente todos os aspectos da nossa vida
social estamos continuamente à procura das atitudes
dos outros, a manifestar os nossos pontos de vista e
a tentar mudar a opinião de alguém.
• As atitudes também são importantes porque estão
presentes naquilo que pensamos, sentimos e na
forma como agimos face a objetos, pessoas, face a
nós próprios.
CONCEITO DE ATITUDE
• Segundo o dicionário de Língua Portuguesa
(2000), Atitude significa ação, disposição,
procedimento ou propósito e está relacionada
a comportamentos sociais que cada indivíduo
tem, na presença de determinadas situações.
ATITUDES
• Todos nós temos uma ideia do que são
atitudes, o que constitui um problema para a
Psicologia Social, ao pretender definir e
clarificar um conceito cujo termo é usado na
linguagem popular.
ATITUDES
• Para a Psicologia Social, diferentemente do
senso comum, NÓS NÃO TOMAMOS
ATITUDES, (comportamento, ação), NÓS
DESENVOLVEMOS ATITUDES (crenças, valores,
opiniões) em relação aos objetos do meio
social.
ATITUDES
• Em 1935 Allport, reuniu mais de 100 definições do termo atitude, de
forma a clarificar e justificar a pertinência do conceito. De forma a
justificar o seu interesse pelo estudo das atitudes referiu três
argumentos:
• As atitudes do indivíduo constituem bons preditores de
comportamento. Ex.: Pessoas favoráveis ao catolicismo.
1- O conhecimento das atitudes de uma pessoa em relação a
determinados objetos permite que se façam inferências acerca de seu
comportamento.
2- As atitudes sociais desempenham funções específicas para cada um de
nós, ajudando-nos a formar uma ideia mais estável da realidade em
que vivemos.
3- As atitudes são a base de uma série de situações sociais importantes,
tais como as relações de amizade e de conflito.
ATITUDES

• A atitude pretende ser " (…) um mediador entre a forma de


agir e a forma de pensar dos indivíduos" (Vala & Monteiro,
1997, p. 168). Assim, as atitudes têm uma forte ligação com
os comportamentos e são inferidas ou seja, são do campo
da ação.
ATITUDES é um sistema
duradouro de avaliações positivas
e negativas, sentimentos
emocionais e tendências pró ou
contra com respeito a um objeto
social.

Pod
e
ser
um
a
pes
soa
,
um
aco
nte
cim
ent
o
soci
al,
ou
qua
lqu
er
out
ro
pro
dut
o
da
ativ
ida
de
hu
ma
na.
ATITUDES
• Divergindo em muitos aspectos, as diferentes definições propostas para o
conceito de atitude têm, no entanto, alguns pontos comuns:
(a) as atitudes têm origem nas experiências subjetivas;
(b) as atitudes são desenvolvidas face a um objeto e
(c) as atitudes incluem sempre uma dimensão avaliativa.

Assim, as atitudes são fruto de interações sociais, obtidas por processos


de comparação, identificação e diferenciação permitindo-nos, em
determinados momentos, tomar as nossas posições face às dos outros
(Vala & Monteiro, 1997).
• Eagly e Chaiken (1993) referem que atitude é uma tendência
psicológica que se expressa mediante a avaliação de uma
entidade (objeto) concreta, com certo grau de favorabilidade
ou desfavorabilidade.
• Na presença de uma série de comportamentos de um indivíduo, com
características semelhantes, estamos diante do que denominamos de
atitudes desse indivíduo.
• Quando temos que tomar decisões escolhemos por meio de percepções,
pensamentos e raciocínio, os valores, as crenças, as opiniões e as
expectativas que regulam a conduta para uma tarefa desejada.
• Porém, esse comportamento e o seu resultado dependerão tanto das
escolhas conscientes do indivíduo, como dos acontecimentos do meio
sobre os quais não tem controle e que atuam sobre ele.
• Com base nas várias definições, pode-se sintetizar os elementos
essencialmente característicos das atitudes sociais como sendo: uma
organização duradoura de crenças e cognições em geral, uma carga afetiva
pró ou contra e uma predisposição à ação.
• A atitude de uma pessoa está vinculada também à AÇÃO E A EMOÇÃO.
• Lima (1993), refere que os pontos em comum nas diversas posições são,
que as atitudes referem-se a experiências subjetivas, que expressam o
posicionamento do indivíduo ou de um grupo, são construídos a partir da
sua história e portanto, com caráter aprendido.
• As atitudes são sempre referidas a um objeto, ou seja quando se fala de
uma atitude, refere-se sempre essa atitude relativamente a algo.
• As atitudes incluem sempre uma dimensão avaliativa, ou seja uma atitude
traduz sempre uma posição que, face a um determinado objeto social
pode ser sempre expressa por, gosto ou não gosto, concordo ou discordo.
AS ATITUDES SÃO CONSTITUÍDAS POR
COMPONENTES
• O COMPONENTE AFETIVO – consiste no sentimento pró ou contra um
determinado objeto social. Ex: Existência de vida fora da terra.

• O COMPONENTE COGNITIVO – se refere aos pensamentos que a pessoa


tem em relação ao objeto. Alguma representação cognitiva sobre o objeto.
As crenças e demais componentes cognitivos (conhecimento,maneira de
encarar o objeto) relativos ao objeto de uma atitude constituem o
componente cognitivo da atitude. Ex.: Pessoas que exibem atitudes
preconceituosas.
AS ATITUDES SÃO CONSTITUÍDAS POR
COMPONENTES
• O COMPONENTE COMPORTAMENTAL – que é a prontidão para
responder, para comportar-se de determinada forma em relação a esse
objeto.
• Ex.: Pessoas que se dizem católicas, protestantes, espíritas, mas que não
se comportam de acordo com as prescrições destas religiões.
• As atitudes humanas são propiciadoras de um estado de. prontidão que
se, ativado por uma motivação específica, resultará num determinado
comportamento.

Estes três elementos influenciam-se mutuamente. Há uma


coerência entre afeto, cognição e comportamento.
• Exemplo:
Se somos contra o fumo (tabagismo) temos cognições acerca desse assunto que
justificam ou explicam nosso sentimento negativo e, em consequência,
tendemos a comportar-nos de forma hostil ou aversiva em relação a tal assunto.

As atitudes possibilitam-nos uma certa regularidade na relação com o meio.


Temos atitudes positivas ou negativas em relação a determinados objetos ou
pessoas, o que nos predispõe a uma ação favorável ou desfavorável em relação a
eles.

No entanto, não é com tanta facilidade que conseguimos prever o


comportamento de alguém a partir do conhecimento de sua atitude, pois nosso
comportamento é resultante também da situação dada e de várias atitudes
mobilizadas em determinada situação.
Atitudes x Comportamento:
• As atitudes envolvem o que as pessoas pensam, sentem, e como elas
gostariam de se comportar em relação a um objeto atitudinal.

• O comportamento não é apenas determinado pelo que as pessoas


gostariam de fazer, mas também, pelo que elas pensam que devem fazer
isto é, normas sociais, pelo que eles geralmente tem feito, isto é, hábitos,
e pelas consequências esperadas de seu comportamento.
ATITUDES X COMPORTAMENTO

• Em 1935, Estudo de LaPierre – percorreu os EUA


acompanhado de sua esposa e um aluno (ambos chineses).
• Pararam em 66 hotéis e 184 restaurantes. Apenas um hotel
lhes recusou serviço.
• Algum tempo depois de chegar de viagem, escreveu a todos
os estabelecimentos indagando se aceitariam um casal de
chineses.
• Dos 128 que responderam, 92% disseram que não aceitariam
• Observamos, uma contradição entre ATITUDE e
COMPORTAMENTO.
• Fishbein e Ajzen (1970) propuseram que o melhor preditor de
comportamento é a intenção de comportar-se de uma determinada
forma.
• As atitudes, assim como as normas sociais, influenciam nossa intenção de
exibir um comportamento.

Exemplo:
Se temos uma atitude negativa em relação a um certo procedimento e
somos informados de que uma pessoa de quem gostamos muito procedeu
da maneira que condenamos, essa relação de unidade entre nosso amigo
e o procedimento que condenamos nos gerará desconforto e tensão.
• Exemplo
Imaginem o desconforto de um crítico de arte, por exemplo, que
numa exposição de pintura, elogia enormemente um quadro
e depois descobre que seu autor é um artista que ele, em
suas crônicas, considerava desprovido de talento e incapaz de
produzir uma obra de valor.

Um comportamento inadequado de um amigo é visto como


“menos inadequado” do que o mesmo comportamento
quando perpetrado por uma pessoa menos querida.
Definindo Atitudes...
• De acordo com Rodrigues, Jablonski e Assmar (2009) uma
organização duradoura de crenças e cognições em geral,
dotada de carga afetiva pró ou contra um objeto social
definido, que predispõe a uma ação coerente com as
cognições e afetos relativos a este objeto.
• COMO SE FORMAM NOSSAS ATITUDES?
As atitudes têm as seguintes características:

• Dirigem-se sempre a um objeto específico; estes objetos


podem ser concretos, "não gosto do conteúdo daquele livro",
pessoas, "o professor de Português é excelente", grupos, "os
psiquiatras são malucos" ideias abstratas, "a tolerância é
importante na relação entre as pessoas", ou
comportamentos, "beber em excesso é condenável;
• São aprendidas: é através da nossa experiência e daqueles
que estão à nossa volta, especialmente as pessoas que são
importantes para nós, que construímos as atitudes;
• Atitudes se formam durante nosso processo de socialização.
As atitudes têm as seguintes características:

• São inferidas do comportamento: não sabemos qual é a


atitude de uma pessoa até a vermos expressar-se ou
comportar-se de determinada forma;
• 4. Influenciam o comportamento: a atitude face a um objeto
é a razão pela qual nos comportamos face a ele de
determinada forma.
FORMAÇÃO DAS ATITUDES
• Atitudes decorrentes de processos de aprendizagem/imitação
- (pais, amigos, professores, cônjuges);
• Buscas de coerência entre afetos, cognições e
comportamentos. Podem se formar em consequência de
processos cognitivos (busca de equilíbrio, busca de
consonância);
• Decorrentes de identificação com uma determinada classe ou
determinado grupo social;
• Decorrentes do tipo de personalidade que nos identificamos;
características individuais de personalidade;
FORMAÇÃO DAS ATITUDES

• Decorrentes de um exame racional da relação custo


benefício feita pela pessoa no exame dos prós e dos
contras relativos a um determinado objeto social.
Ex.: Gosto de estudar porque estudando terei mais
chances de levar uma vida melhor.
• VÍDEO
MUDANÇA DE ATITUDE
• Quando os psicólogos sociais tratam de mudança de atitude,
estão se referindo à modificação do afeto pró ou contra um
objeto social, modificação esta que deverá ser DURADOURA,
caso se tenha, de fato, logrado uma mudança atitudinal.
• As atitudes vão sendo construídas ao longo da nossa
vida por processos de aprendizagem, resultantes da
interação social e modificam-se conforme temos
acesso a novas informações ou experiências.
• Por isso, diferentes pessoas podem ter diferentes
atitudes e a mesma pessoa pode ir mudando as suas
atitudes ao longo do tempo.
FATORES QUE PRODUZEM MUDANÇA DE ATITUDE
• Credibilidade do comunicador;
• Ordem de apresentação dos argumentos;
• Argumentação unilateral e bilateral;
- Unilateral – apresenta apenas os argumentos pró ou contra um
tema.
- Bilateral – apresenta ambos os lados da controvérsia.
• Comunicadores com alta credibilidade (maior será a mudança
desejada, mais eficaz a persuasão);
• Natureza emocional (argumentos de ordem emocional).
MUDANÇA DE ATITUDE
• As atitudes são integradas pelos COMPONENTES COGNITIVO,
AFETIVO E COMPORTAMENTAL.
• Uma informação, uma nova experiência ou um novo
comportamento emitido em cumprimento a normas sociais,
ou outro tipo de agente pode criar um estado de
inconsistência, entre os três componentes - resultando numa
mudança de atitude.
• Ex: Mídia - meios de divulgação .
Dissonância Cognitiva
• A Teoria da Dissonância Cognitiva foi desenvolvida por Leon Festinger.
(1959).
• O ponto central da Teoria de Festinger é que nós procuramos um estado
de harmonia em nossas cognições.
• Festinger (1959) define a Dissonância como uma tensão entre o que uma
pessoa pensa ou acredita e aquilo que faz.
• Quando alguém faz uma ação que está em desacordo com aquilo que
pensa, gera-se essa tensão e, mecanismos psíquicos para repor a
consonância são prontamente ativados.
• Das duas uma, ou aquilo que sabemos ou pensamos se adapta ao nosso
comportamento, ou o comportamento adapta-se ao nosso conhecimento.
• Festinger (1959) considerava que a necessidade de se esquivar da
dissonância é tão importante como as necessidades de segurança ou da
alimentação.
Dissonância Cognitiva

• Por exemplo:
Se uma pessoa considera como muito importante a
honestidade (atitude) mas num determinado dia finge estar
doente perante o empregador, mas na realidade vai assistir a
um jogo de futebol (comportamento), esta pessoa irá
experimentar uma dissonância cognitiva. 
O “uso popular” da dissonância cognitiva tende a enfatizar os
aspectos que causam uma má adaptação, sendo comumente
associada à tendência das pessoas em resistir à informações
sobre as quais não querem pensar, evitando o surgimento do
conflito e o rompimento com velhos hábitos. 
DISSONÂNCIA COGNITIVA

• A Teoria de Festinger baseia-se na premissa de que toda pessoa tenta


manter um estado de consonância, ou seja, de consistência cognitiva.
Toda pessoa tenta estabelecer uma coerência entre pensar e agir.
Quando uma pessoa age de maneira contrária ao que pensa, ocorre um
estado de dissonância cognitiva.
• Surge assim um estado de tensão ou angústia, então a pessoa reconstrói
uma coerência cognitiva, dando um novo significado as crenças anteriores,
ou ela muda seus comportamentos para adaptar-se a realidade externa
(Festinger, 1957).
• Para resumir, essas teorias apresentadas explicam que o comportamento
humano possui uma relação intrínseca entre a forma em que é percebido
e interpretado a realidade por cada pessoa e, ainda o comportamento é
alterado de acordo com tensões e angústias para a manutenção de uma
coerência cognitiva.
MEDIDAS DE ATITUDES
• As atitudes sociais podem ser medidas
• Escala de Likert (uma série de afirmações, entre 20 e 30)
• Cada afirmação é seguida por cinco alternativas: concordo
plenamente, concordo parcialmente, discordo, discordo
plenamente, discordo parcialmente.
• Nunca, raramente, às vezes, frequentemente, sempre.
SORRIAM!
Desejem BOM DIA! BOA TARDE! BOA NOITE! LICENÇA! POR FAVOR!
OBRIGADO/A!
Sorriam Sempre!
• ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM SOBRE
ATITUDES

Você também pode gostar