Para que a realidade pessoal possa ser mais facilmente compreendida,
as pessoas e os contextos pessoais, as relações e o funcionamento interpessoais são sistematicamente interpretados e simplificados a partir das nossas crenças, valores e saberes prévios. Este processo é conhecido como cognição social. A cognição social possui alguns fatores, tais como:
o Família: na infância, os pais funcionam como modelos que
influenciam a nossa visão da realidade; o Escola: para lá do conhecimento disponibilizado, a escola forma e transmite padrões culturais, contribuindo para a integração social; o Grupo de pares: os amigos ou parceiros da mesma faixa etária contribuem para a construção de representações sociais, nomeadamente no que diz respeito à sexualidade; o Média: a exposição aos media tem um peso cada vez maior pelas emoções que desperta e pela mundivisão hedonista que propõe.
A impressão é a organização mental que fazemos das informações ou
interpretação de indícios que recolhemos de alguém, de modo a categorizá-lo ou encaixá-lo numa determinada categoria que faça sentido para nós. Esta forma-se pela interpretação dos indícios:
o Físicos; o Verbais; o Não verbais; (modo de vestir) o Comportamentais.
As primeiras impressões são fundamentais e tendencialmente
persistentes. Tal deve-se à nossa resistência a novas informações que mudem estas impressões.
A expectativa designa uma representação mental do mundo exterior, dos
seus objetos e dos indivíduos que nele ocorrem, elaborada no sentido de ajudar a prever o seu comportamento. É mútua, pois os outros com quem interagimos possuem igualmente expectativas em relação a nós.
Os estudos da psicologia social, em especial os desenvolvidos por
Solomon Asch, mostram que não, na informação das impressões atribuímos características diferentes às pessoas calorosas e às pessoas frias, mas também que algumas qualidades são mais decisivas para a impressão final do que outras. Tal é o caso de calorosa. Neste exemplo, se alterássemos outro adjetivo isso não teria tanta influência para a nossa opinião sobre a pessoa. Estas conclusões permitem distinguir entre qualidades centrais e qualidades periféricas. Assim, apesar de uma mudança num traço central alterar completamente a impressão, a mudança periférica não tem esse poder.
As impressões dependem de categorias, que são grupos de
características relativas a pessoas virgula objetos ou acontecimentos que virgula guiados pela cultura, criamos para organizar e simplificar a realidade social. Outra importante descoberta de Asch relativa à formação de impressões é o efeito de primazia. Este efeito diz respeito à tendência para atribuirmos maior relevância a informação inicial que retemos uma pessoa.
Bom erro que ocorre frequentemente aquando da atribuição passa por
subestimar os fatores externos quando explicamos o comportamento, focando- nos predominantemente em fatores internos. Outro erro comum é o de complacência: nada atribuição na da causalidade tendemos a ver-nos como a causa dos nossos sucessos ia recorrer a fatores externos para explicar os nossos fracassos.
As atitudes correspondem a avaliações que predispõem para responder
de forma favorável ou desfavorável a um objeto, pessoa ou acontecimento. São, portanto, juízos avaliativos que variam na sua direção, intensidade e acessibilidade. São relativamente estáveis, o que não quer dizer que sejam imutáveis. Formam-se nos contextos nos quais estamos inseridos e nas interações com os nossos cuidadores, educadores, pares, grupos de referência e meios de comunicação. Como muitas outras variáveis em psicologia, atitudes não são observáveis, distinguindo-se claramente neste ponto os comportamentos. Apesar de totalmente orientadas para o exterior, são processos simbólicos que acontecem no interior de cada um de nós. Podem, contudo, ser inferidas a partir do modo como os indivíduos se comportam. Tradicionalmente, considera- se que as atitudes incluem 3 componentes estreitamente relacionados entre si:
o Afetiva: refere-se a emoções e sentimentos, bem como as
respostas fisiológicas que acompanham uma atitude. o Cognitiva: reporta-se aos pensamentos, crenças e valores, nem sempre conscientes, através dos quais a atitude é expressa. o Comportamental: alude ao processo mental e físico que prepara o indivíduo para agir de uma determinada maneira.
Quando nos comportamos de forma incoerente ou inconsistente com as
nossas crenças e atitudes, ou quando existe contradição entre dois ou mais atitudes, experienciamos um estado negativo, de desconforto. A este estado Leon Festinger chamou dissonância cognitiva.