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Os problemas filosóficos
Os problemas filosóficos estão agrupados em disciplinas ou áreas da filosofia. Identificamos algumas dessas disciplinas
Filosofia da Religião - Deus existe? O mal que há no mundo é compatível com a existência de Deus? Até que ponto a fé religiosa
deve estar ao abrigo de discussão?
Ética ou Filosofia Moral - Há padrões morais comuns a todos os seres humanos? Ou todas as normas morais são relativas a
grupos humanos? A pena de morte é moralmente aceitável? E o aborto? E a eutanásia?
Estética - O que é a arte? Como é que um objeto se torna artístico? Por uma propriedade desse objeto? Pela sensibilidade de quem
o contempla?
Filosofia do Direito - O que é o Direito? O Direito é expressão de uma vontade comum? É a concretização (imperfeita) da ideia
de Justiça? É instrumento de poder de alguns? Como se justifica a punição de um criminoso? Vingança? Proteção da sociedade?
Recuperação?
Filosofia Política - O que é o Estado? O Estado é um bem? É um mal menor? É necessário ou poderíamos dispensá-lo? Até onde
deve ir o seu poder? Em que condições é legítimo um Estado intervir nos assuntos internos de outro Estado?
Filosofia do Conhecimento ou Epistemologia - O que é a verdade? Há verdade em matéria moral, política e religiosa ou ela só é
possível nas ciências da natureza? Ou nem mesmo nessas ciências encontramos verdades?
Ontologia e Metafísica - Que é a realidade? Uma pedra, o valor de uma mercadoria e um sonho são igualmente reais? Há critérios
seguros para distinguirmos as aparências da realidade?
Estes são exemplos de problemas filosóficos e decerto já discutiste pelo menos alguns. As tentativas de resposta a tais
problemas são as teorias filosóficas. Apresentadas as respostas, as teorias filosóficas, é preciso criticá-las. As afirmações com que
pretendemos justificar ou refutar as teorias constituem os argumentos filosóficos. Problemas, teorias e argumentos filosóficos
são o essencial da Filosofia.
Exercício 1
1.1. Distingue as questões filosóficas das não filosóficas, preenchendo a segunda coluna.
1.2. Especifica o tipo de questão (ética, histórica, por exemplo), preenchendo a terceira coluna.
1
G14.Qual é o sentido da experiência religiosa?
Exercício 2 No quadro que se segue encontram-se registadas algumas questões não filosóficas (coluna da esquerda, números
ímpares) e algumas questões filosóficas (coluna da direita, números pares).
2.1. Sobre o mesmo tema, na mesma linha, propõe-se: a) a formulação de uma questão filosófica, quando
se indica uma questão não filosófica; b) a formulação de uma questão não filosófica, quando se indica uma
questão filosófica.
«De mim não aprendereis filosofia, mas antes como filosofar, não aprendereis
pensamentos para repetir, mas antes como pensar.»
Kant
II
«Esta é uma distinção básica entre modos de conhecimento. Conhecemos a priori uma dada proposição quando não
recorremos à experiência para a conhecer. Por exemplo, uma pessoa sabe a priori que 23 + 12 = 35 quando faz um
cálculo mental, não recorrendo à experiência. Conhecemos a posteriori uma dada proposição quando recorremos à
experiência para a conhecer. Por exemplo, uma pessoa sabe a posteriori que o céu é azul quando olha para o céu e vê que
é azul. Considera-se, tradicionalmente, que a lógica, a matemática e a filosofia são disciplinas a priori porque têm por
objeto problemas cuja solução implica recorrer ao pensamento puro. A história, a física e a economia, por exemplo, são
disciplinas a posteriori porque têm por objeto de estudo fenómenos que só podem ser conhecidos através da experiência;
por exemplo: para saber em que ano Buzz Aldrin e Neil Armstrong foram à Lua é necessário consultar documentos
históricos; para saber qual a taxa de inflação em Portugal em 2003 é necessário consultar dados económicos.»
1.3. “Filosofar é avaliar criticamente a ciência, a arte, a religião, a política, a moral, bem como os nossos conceitos acerca
do universo. A filosofia é um corpo de argumentos, teses e problemas que perdem o seu sentido se não forem criticamente
discutidos. O estudo da Filosofia deve, pois, oferecer instrumentos de análise e discussão, meios para que possamos exercer
as funções cognitivas superiores, escapando assim à hipnose do intelecto que consiste em repetirmos sem compreendermos.”