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VERSÃO A

Grupo 1

(5x10 =50 Pontos)

Escolha a opção correta:

1. De acordo com a análise tradicional do conhecimento,

(A) se sabemos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então


acreditamos que ela nasceu nesse ano.

(B) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta
que essa pessoa tenha nascido nesse ano.

(C) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta
termos uma justificação para que tenha nascido nesse ano.

(D) se acreditamos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então


sabemos que essa pessoa nasceu nesse ano.

2. Se é vermelho, então tem cor. 2. O vestido é vermelho.

(A) As frases 1 e 2 expressam proposições “a posteriori”

(B) A frase 1 expressa uma proposição “a posteriori”, a frase 2


expressa uma proposição “a priori”

(C) As frases 1 e 2 expressam proposições “a priori”.

(D) A frase 1 expressa uma proposição “a priori”, a frase 2


expressa uma proposição “a posteriori”

3. Hume considera que

(A) não há distinção entre impressões e ideias.

(B) não há relação entre impressões e ideias.


(C) as impressões são cópias das ideias.

(D) as ideias são cópias das impressões.

4. De acordo com Hume, a impressão que origina a ideia de


causa/efeito

(A) é a razão e o raciocínio.

(B) é uma ideia complexa fruto da imaginação.

(C) é a impressão de conexão necessária.

(D) é a conjunção constante entre dois factos

5. A relação causa/efeito fundamenta-se:

(A) Nas impressões sensíveis.

(B) Numa conexão necessária entre factos.

(C) Num costume ou hábito fruto da repetição.

(D) Na razão: é uma relação “a priori”.

6. Hume não ultrapassa o ceticismo porque:

(A) Hume não é cético.

(B) Admite a possibilidade de uma dúvida radical.

(C) Não encontra uma forma infalível de justificar as nossas


crenças sobre o mundo.

(D) Não encontra fundamentos para a existência de Deus.


7. Considere os seguintes enunciados relativos à comparação
entre as teorias do conhecimento de Descartes e de David
Hume.

1. Para o primeiro, todas as ideias são inatas; para o segundo,


nenhuma ideia é inata. 2. Os dois autores defendem que há ideias
que têm origem na experiência. 3. Para o primeiro, o conhecimento
tem de ser indubitável; para o segundo, pode não ser indubitável. 4.
Os dois autores defendem que não há conhecimento sem
experiência.

Deve afirmar-se que

(A) 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são incorretos. (B) 1, 3 e 4 são


corretos; 2 é incorreto. (C) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos.
(D) 1, 2 e 3 são corretos;4 é incorreto.

8. Descartes considera que o cogito é um conhecimento


especialmente seguro, porque é

(A) resiste ao próprio processo de dúvida.

(B) confirmado pela experiência.

(C) a consequência do conhecimento.

(D) obtido pelos sentidos

9. Identifique o par de termos que permite completar


adequadamente a afirmação seguinte. A dúvida cartesiana
é _______; por isso, Descartes não é um filósofo _______.

(A) cética … empirista

(B) metódica … racionalista

(C) hiperbólica … empirista

(D) metódica … cético


10. A principal finalidade do método proposto por Descartes é

(A) estabelecer os fundamentos do conhecimento.

(B) provar que os sentidos são certos

(C) mostrar que existe um ser perfeito.

(D) descobrir quais são as ideias obscuras

Grupo 2

(1-20 pontos+2-30 Pontos +3-30 Pontos +4- 40 Pontos)=120


Pontos)

Leia o texto com atenção e responda com objetividade e


clareza às seguintes questões:

"Todos admitirão prontamente que existe uma diferença


considerável entre as perceções da mente, quando um homem
sente a dor de um calor excessivo ou o prazer de um ardor
moderado, e quando ele depois traz à memória a sua sensação ou
a antecipa mediante a sua imaginação. “

David Hume, Investigação sobre o entendimento humano.

1.Diga quais são as perceções da mente de que fala o texto e a


sua importância para o conhecimento.

1. Impressões e ideias são perceções mentais, isto é,


constituem todo o conteúdo da mente que podemos conhecer.
As primeiras são originais e antecedem as segundas que são
cópias feitas da memória das impressões vividas. Podemos ter
ideias de objetos nunca antes vividos, se associarmos ideias
simples, formando assim ideias complexas como a ideia de
vampiro. Podemos também antecipar o prazer ou a dor vividas
pela expectativa de as voltarmos a viver. Seja pela memória ou
pela imaginação as perceções pensadas, ideias, não são nunca
tão fortes e intensas como as vividas, impressões, pois o
original é sempre mais forte e perfeito que a cópia. Hume
conclui que as impressões são atos originais e que não
existem ideias sem na origem estar a impressão interna ou
externa equivalente.

Todos os objetos da razão ou da investigação humanas podem ser


naturalmente divididos em dois tipos, a saber, as relações de ideias
e as questões de facto. [...] O contrário de toda e qualquer questão
de facto continua a ser possível, porque não pode jamais implicar
contradição, e a mente concebe-o com a mesma facilidade e
nitidez, como se fosse perfeitamente conforme à realidade. Que o
Sol não vai nascer amanhã não é uma proposição menos inteligível
nem implica maior contradição do que a afirmação de que ele vai
nascer.

D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa, IN-


CM, 2002, pp. 41-42 (adaptado)

2. Explique qual o problema que Hume coloca no texto e


distinga, com exemplos, esses dois tipos de conhecimento que
são referidos.

2. Cenário de resposta A

Resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente


relevantes. Distinção entre as questões de facto e as relações
de ideias: – as verdades acerca das relações de ideias são
verdades necessárias ou demonstrativamente certas (OU que
podem ser descobertas pela razão); (em contrapartida,) as
questões de facto apenas podem ser decididas recorrendo à
experiência; – o contrário de uma verdade acerca de relações
de ideias implica uma contradição e, portanto, é logicamente
impossível; (ao invés,) o contrário de uma verdade acerca de
questões de facto não implica uma contradição e, portanto, é
logicamente possível.

A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente


relevantes. Apresentação do problema da indução: – a indução
não está justificada, uma vez que a tentativa de a justificar por
meio da experiência é circular (OU a tentativa de a justificar por
meio do raciocínio indutivo se baseia, ela própria, no raciocínio
indutivo, que, precisamente, necessita de
justificação).Portanto, saber que o Sol vai nascer amanhã é
uma previsão e como tal baseia-se no que aconteceu no
passado, faz-se uma generalização indutiva, se até agora o sol
sempre nasceu, amanhã irá nascer. Essa probabilidade pode
não ocorrer, porque só podemos ter conhecimento por
experiência, e não temos experiência do futuro a não ser que
façamos um raciocínio indutivo.

3. “O fogo é causa do fumo, logo sempre que há fogo, há


fumo”” Para Hume esta afirmação não está justificada, logo
não é conhecimento. Porquê?~

Não há nenhuma impressão de conexão causal; isto é de uma


conexão necessária entre dois fenómenos como o fogo e o
fumo. As impressões que nos são dadas são de contiguidade
no espaço, prioridade temporal e conjunção constante.

b) A impressão que temos é da repetição de fenómenos em


sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “Vemos os dois
fenómenos repetidamente juntos, e quanto mais isso acontece
mais forte é a crença que um não pode existir sem o outro, isto
é, que um é causa do outro.
c) Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou
conexão causal não está justificada nem empiricamente nem
racionalmente, porque “ não há nada que produza qualquer
impressão, e consequentemente nada que possa sugerir
qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, a relação é
formada na mente fruto do hábito e do costume. Não é um
conhecimento mas uma crença subjetiva.

d) Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na


experiência e de modo nenhum é apriori (argumento do ser
racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a
noção de causa efeito) então é um conhecimento de facto e é
contingente, todavia julgamos e pensamos como se houvesse
uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a
experiência.

Logo, para concluir, não uma justificação empírica nem


racional para uma conexão necessária entre dois fenómenos,
ela é apenas fruto do costume, um hábito psicológico, logo não
é um conhecimento objetivo.

4. Relacione as teorias empirista e racionalista em relação aos


seguintes tópicos: Deus, Ideias inatas, possibilidade do
conhecimento.

4.1. Defenda uma posição pessoal em relação a este problema:


Qual a origem do conhecimento? Na sua resposta tenha em
conta a afirmação de uma posição e a apresentação de uma
razão para justificar a posição tomada.

A teoria racionalista defendida por Descartes, fundamenta o


conhecimento na razão e na capacidade desta retirar ideias a
partir de outras ideias de forma evidente e dedutiva sem
recorrer à experiência - ideias inatas. Quanto ao Empirismo
rejeita as ideias inatas da Razão, e a noção de conhecimento "a
priori" do mundo (é apenas um conhecimento racional e revela
o modo com a razão funciona) Defende a tese de que nada
existe na mente que não tenha passado antes pelos sentidos,
todo o conhecimento sobre o mundo tem origem na
experiência é, portanto, “a posteriori”. Fundamenta-se na
noção de que qualquer conceito para ter um significado tem
que se referir a uma sensação/impressão qualquer, essas
sensações são simples e a mente neste primeiro momento
capta apenas as sensações e depois por abstração e
generalização forma os conceitos ou ideias, estas não são tão
vivas como as sensações ou impressões o que quer dizer que
são posteriores a estas. Os empiristas dão o exemplo das
crianças que começam por ter sensações e só depois as
articulam numa linguagem. O raciocínio que o entendimento
faz para chegar ao conhecimento, segundo os empiristas é a
indução, por acumulação de experiências que se repetem,
generaliza-se para todos os casos e assim se obtém um
conhecimento

Comparação das perspetivas de Descartes e de Hume acerca


da origem da ideia de Deus:‒ Descartes afirma que «o
pensamento de alguma coisa de mais perfeito do que o eu [...]
se devia a alguma natureza que fosse, efetivamente, mais
perfeita», ou seja, que a ideia de perfeição não pode ter tido
origem num ser imperfeito como ele (porque duvidar é uma
imperfeição, e ele duvida) e que Deus é uma substância
independente do pensamento (substância divina);‒ Hume, em
contrapartida, afirma que as ideias, «por mais compostas e
sublimes que sejam», são copiadas «de uma sensação ou
sentimento precedente», ou seja, que a ideia de Deus é uma
ideia composta, formada pela associação e pela ampliação de
ideias simples provenientes da observação das operações da
nossa mente;‒ segundo Descartes, a ideia de Deus não tem
origem empírica / é inata;‒ em contrapartida, Hume considera
que a ideia de Deus tem origem empírica, fruto da imaginação e
não corresponde a uma entidade independente do
pensamento.
O racionalismo fundamenta as ideias claras e distintas na
existência de um Deus não enganador, essas ideias são
verdades evidentes e inquestionáveis , logo é possível um
conhecimento do mundo com certezas (dogmatismo),
enquanto para Hume todo o conhecimento do mundo sendo
obtido por indução é apenas provável, não conseguindo
fundamentar o conhecimento em crenças indubitáveis, e sendo
crítico acerca dos limites que podemos encontrar para
justificar as nossas crenças – ceticismo moderado.

Grupo 3

(2x15Pontos) Responda apenas a duas das seguintes


questões:

1. Segundo a teoria tradicional de conhecimento como crença


verdadeira e justificada porque é que não podemos saber que a
Lua é feita de queijo? Justifique.

Não podemos saber que a Lua é feita de queijo porque é falso.


A Lua não é feita de queijo mas sim de matéria rochosa, sendo
assim esta crença é falsa. O conhecimento é factivo, podemos
acreditar em crenças falsas mas não podemos conhecer
falsidades.

2. Na filosofia de Descartes, que importância tem o “Cogito”?

Através do método da dúvida sobre as fontes do


conhecimento, Descartes encontra a sua primeira verdade
indubitável: “Penso, logo existo”. O Cogito é uma ideia
evidente, clara, distinta e inata, a primeira crença básica a
priori da filosofia cartesiana. Permite-nos inferir que é possível
um conhecimento a priori que não necessita da justificação da
experiência e que se fundamenta apenas na razão. Permite-nos
também concluir que é verdadeiro tudo o que se apresente
com clareza e distinção à razão, isto é todas as ideias
evidentes que a razão vê claramente que não poderiam ser de
outro modo e não se confundem ou derivam de outras ideias. A
partir desta crença básica é possível construir os alicerces
seguros do conhecimento de modo a escapar ao ceticismo.

3. Porque é a filosofia de Hume considerada um ceticismo


moderado?

Porque apesar das nossas crenças sobre o mundo não terem


uma justificação nem lógica nem empírica infalível, não
abandonamos essas crenças porque elas são o produto do
hábito que é, para Hume, o verdadeiro guia do conhecimento.

VERSÃO B

Grupo 1

(5x10 =50 Pontos)

Escolha a opção correta:

1. Hume não ultrapassa o ceticismo porque:

(A) Não encontra uma forma infalível de justificar as nossas


crenças sobre o mundo.

(B) Não encontra fundamentos para a existência de Deus.

(C) Admite a possibilidade de uma dúvida radical.


(D) Hume não é cético.

2. Considere os seguintes enunciados relativos à comparação


entre as teorias do conhecimento de Descartes e de David
Hume.

1. Para o primeiro, todas as ideias são inatas; para o segundo,


nenhuma ideia é inata. 2. Os dois autores defendem que há ideias
que têm origem na experiência. 3. Para o primeiro, o conhecimento
tem de ser indubitável; para o segundo, pode não ser indubitável. 4.
Os dois autores defendem que não há conhecimento sem
experiência.

Deve afirmar-se que

(A) 1 e 4 são corretos; 2 e 3 são incorretos. (B) 1, 2 e 3 são


corretos; 4 é incorreto. (C) 2 e 3 são corretos; 1 e 4 são
incorretos. (D) 1, 3 e 4 são corretos; 2 é incorreto.

3. Descartes considera que o cogito é um conhecimento


especialmente seguro, porque é

(A) obtido por um processo a priori.

(B) imune ao próprio processo de dúvida.

(C) confirmado pela experiência.

(D) o fundamento do conhecimento.

4. Identifique o par de termos que permite completar


adequadamente a afirmação seguinte. A dúvida cartesiana
é _______; por isso, Descartes não é um filósofo _______.

(A) metódica … cético

(B) cética … empirista


(C) metódica … racionalista

(D) hiperbólica … empirista

5. A principal finalidade do método proposto por Descartes é

(A) descobrir quais são as ideias claras e distintas.

(B) estabelecer os fundamentos do conhecimento.

(C) provar que os sentidos nos enganam.

(D) mostrar que existe um ser perfeito.

6. De acordo com a análise tradicional do conhecimento,

(A) se acreditamos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então


sabemos que essa pessoa nasceu nesse ano.

(B) se sabemos que uma certa pessoa nasceu em 2001, então


acreditamos que ela nasceu nesse ano.

(C) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta
que essa pessoa tenha nascido nesse ano.

(D) para sabermos que uma certa pessoa nasceu em 2001, basta
termos uma justificação para que tenha nascido nesse ano.

7. Considere as frases seguintes. 1.A relva é verde.2.Se a relva


é verde, é colorida. É correto afirmar que

(A)ambas exprimem conhecimento a posteriori.

(B)1 exprime conhecimento a priori; 2 exprime conhecimento a


posteriori.

(C)1 exprime conhecimento a posteriori; 2 exprime


conhecimento a priori
(D)ambas exprimem conhecimento a priori.

8. Hume considera que

(A) as impressões são cópias das ideias.

(B) as ideias são cópias das impressões.

(C) não há distinção entre impressões e ideias.

(D) não há relação entre impressões e ideias.

9. De acordo com Hume, a impressão que origina a ideia de


causa/efeito

(A) é a sucessão constante entre dois factos

(B) é a razão e o raciocínio.

(C) é uma ideia complexa fruto da imaginação.

(D) é a impressão de conexão necessária.

10. A relação causa/efeito tem origem:

(A) Num costume ou hábito fruto da repetição.

(B) Numa conexão necessária entre factos.

(C) Nas impressões sensíveis.

(D) Na razão: é uma relação “a priori”.

Grupo 2

(4x30=120 Pontos)
Todas as respostas exigem justificação.

Leia o texto seguinte.

[...] Quando analisamos os nossos pensamentos ou ideias, por


mais complexos ou sublimes que possam ser, sempre constatamos
que eles se decompõem em ideias simples copiadas de alguma
sensação ou sentimento precedente. Mesmo quanto àquelas ideias
que, à primeira vista, parecem mais distantes dessa origem,
constata-se, após um exame mais apurado, que dela são
derivadas. A ideia de Deus, no sentido de um Ser infinitamente
inteligente, sábio e bondoso, deriva da reflexão sobre as operações
da nossa própria mente e de aumentar sem limites aquelas
qualidades de bondade e de sabedoria.

David Hume, «Investigação sobre o Entendimento Humano», in


Tratados Filosóficos

1. Nomeie e distinga os tipos de perceção da mente, segundo


Hume.

Impressões e ideias são perceções mentais, isto é, constituem todo


o conteúdo da mente que podemos conhecer. As primeiras são
originais e antecedem as segundas que são cópias feitas da
memória das impressões vividas. Podemos ter ideias de objetos
nunca antes vividos, se associarmos ideias simples, formando
assim ideias complexas como a ideia de vampiro. Podemos
também antecipar o prazer ou a dor vividas pela expectativa de as
voltarmos a viver. Seja pela memória ou pela imaginação as
perceções pensadas, ideias, não são nunca tão fortes e intensas
como as vividas, impressões, pois o original é sempre mais forte e
perfeito que a cópia. Hume conclui que as impressões são atos
originais e que não existem ideias sem na origem estar a impressão
interna ou externa equivalente.
As impressões podem ser simples ou complexas e podem ser
interiores ou exteriores, sendo que as primeiras são vividas pela
sensibilidade e as segundas resultam de um sentimento, paixão ou
dor vividos interiormente pelo sujeito. As ideias podem ser ainda
gerais quando resultam da associação de ideias simples, de acordo
com a sua semelhança para a formação dos conceitos, ou
complexas quando são fruto da associação de ideias simples
através da imaginação.

1.2. Explicite, a partir do texto, a origem da ideia de Deus na


filosofia de Hume.2. Confronte as ideias expressas no texto de
Hume com o racionalismo de Descartes. Na sua resposta, deve
abordar, pela ordem que entender, os seguintes aspetos:−
−inatismo;−−valor da ideia de Deus.

“A ideia de Deus, no sentido de um Ser infinitamente


inteligente, sábio e bondoso, deriva da reflexão sobre as
operações da nossa própria mente e de aumentar sem limites
aquelas qualidades de bondade e de sabedoria.” Significa que
a ideia de Deus é uma ideia complexa fruto da imaginação que
associa ideias simples e com elas origina uma nova ideia, ideia
complexa que por estar afastada das impressões é obscura e
não corresponde a algo do qual possamos ter uma impressão,
nesse aspeto Deus resulta da composição e liberdade do
nosso pensamento e não a algo que possamos atribuir uma
existência de facto(conteúdo factual).

Comparação das posições de Descartes e de Hume sobre a


importância do conhecimento

a priori Hume defende que o conhecimento a priori estabelece


relações de ideias (ou relações entre conceitos), ao passo que
Descartes defende que algum conhecimento a priori é acerca
do mundo;
Hume considera que o conhecimento a priori não tem
importância como meio para descobrir o mundo – com esse
tipo de conhecimento, «não aprendemos nada de substancial
acerca do mundo» –, ao passo que Descartes defende que o
conhecimento do mundo mais importante é a priori e parte de
ideias inatas à razão, fundamentais para sabermos a verdade,
servem-nos de guia para poder distinguir o verdadeiro do falso
e são o fundamento de todo o conhecimento. Hume como
empirista, rejeita a existência de ideias inatas pois faz
depender a origem das ideias das impressões sensíveis
resultantes da experiência.

Os empiristas, como Hume, consideram que as verdades


conhecidas a priori são «não-instrutivas», ou seja, não são
informativas (ou não têm conteúdo factual), "jamais poderá
sugerir-nos a ideia de qualquer objeto distinto", ao passo que
os racionalistas, como Descartes, consideram que as verdades
conhecidas a priori são certas (ou evidentes, ou claras e
distintas), são aspetos fundamentais do mundo e delas se
deduzem outras verdades acerca do mundo.

Comparação das perspetivas de Descartes e de Hume acerca


da origem da ideia de Deus:‒ Descartes afirma que «o
pensamento de alguma coisa de mais perfeito do que o eu [...]
se devia a alguma natureza que fosse, efetivamente, mais
perfeita», ou seja, que a ideia de perfeição não pode ter tido
origem num ser imperfeito como ele (porque duvidar é uma
imperfeição, e ele duvida) e que Deus é uma substância
independente do pensamento (substância divina);‒ Hume, em
contrapartida, afirma que as ideias, «por mais compostas e
sublimes que sejam», são copiadas «de uma sensação ou
sentimento precedente», ou seja, que a ideia de Deus é uma
ideia composta, formada pela associação e pela ampliação de
ideias simples provenientes da observação das operações da
nossa mente;‒ segundo Descartes, a ideia de Deus não tem
origem empírica / é inata;‒ em contrapartida, Hume considera
que a ideia de Deus tem origem empírica, fruto da imaginação e
não corresponde a uma entidade independente do
pensamento.

2. Tendo em conta que «o Sol não vai nascer amanhã não é uma
proposição menos inteligível nem implica maior contradição do que
a afirmação de que ele vai nascer», como explica Hume que
estejamos convencidos de que o Sol vai nascer amanhã?

O Sol vai nascer amanhã é uma previsão e representa um


conhecimento de facto. A resposta integra os aspetos
seguintes, ou outros igualmente relevantes. Apresentação do
problema da indução: – a indução não está justificada, uma vez
que a tentativa de a justificar por meio da experiência é circular
(OU a tentativa de a justificar por meio do raciocínio indutivo se
baseia, ela própria, no raciocínio indutivo, que, precisamente,
necessita de justificação).Portanto, saber que o Sol vai nascer
amanhã é uma previsão e como tal baseia-se no que aconteceu
no passado, faz-se uma generalização indutiva, se até agora o
sol sempre nasceu, amanhã irá nascer. Essa probabilidade
pode não ocorrer, porque só podemos ter conhecimento por
experiência, e não temos experiência do futuro a não ser que
façamos um raciocínio indutivo.

Este problema ficou conhecido como o problema da indução.


Consiste em demonstrar que a crença na indução não está
justificada porque ultrapassa a experiência e a razão, isto é,
não pode ser justificada nem empiricamente nem
racionalmente. Acreditamos que a natureza é uniforme e, por
isso acreditamos que aquilo que aconteceu de uma
determinada maneira irá acontecer do mesmo modo no futuro.
Esse é o pressuposto que garante as nossas generalizações
futuras, mas esse pressuposto já resulta ele próprio de uma
generalização e de uma previsão, isto é, aquilo que garante a
validade de uma indução é conseguido através da indução,
utiliza-se o mesmo processo para validar algo que devia ser
validado por um outro conhecimento onde se pudesse
fundar. Há assim um raciocínio falacioso, uma petição de
princípio.

3. “Onde há fumo há sempre fogo” Para Hume esta afirmação não


está justificada, logo não é conhecimento. Porquê? (Explicite o
problema da relação de causa-efeito).
3. Não há nenhuma impressão de conexão causal; isto é de
uma conexão necessária entre dois fenómenos como o fogo e
o fumo. As impressões que nos são dadas são de contiguidade
no espaço, prioridade temporal e conjunção constante.

b) A impressão que temos é da repetição de fenómenos em


sucessão no tempo e contiguidade no espaço: “Vemos os dois
fenómenos repetidamente juntos, e quanto mais isso acontece
mais forte é a crença que um não pode existir sem o outro, isto
é, que um é causa do outro.

c) Esta crença a que chamamos relação de causa efeito ou


conexão causal não está justificada nem empiricamente nem
racionalmente, porque “ não há nada que produza qualquer
impressão, e consequentemente nada que possa sugerir
qualquer ideia de poder ou conexão necessária”, a relação é
formada na mente fruto do hábito e do costume. Não é um
conhecimento mas uma crença subjetiva.

d) Se o conhecimento de causa efeito tem a sua origem na


experiência e de modo nenhum é apriori (argumento do ser
racional que nada soubesse do mundo, jamais poderia ter a
noção de causa efeito) então é um conhecimento de facto e é
contingente, todavia julgamos e pensamos como se houvesse
uma conexão necessária e, portanto ultrapassamos a
experiência.

Logo, para concluir, não uma justificação empírica nem


racional para uma conexão necessária entre dois fenómenos,
ela é apenas fruto do costume, um hábito psicológico, logo não
é um conhecimento objetivo.
Grupo 3

(2x15Pontos)

1. Há uma questão que, na evolução do pensamento filosófico ao


longo dos séculos, sempre desempenhou um papel importante: Que
conhecimento pode ser alcançado pelo pensamento puro,
independente da perceção sensorial? Existirá um tal conhecimento?
Qual a principal razão apresentada para responder afirmativa ou
negativamente?

Modelo de conhecimento verdadeiro para os racionalistas é o


modelo matemático porque tem necessidade lógica e validade
universal. Os filósofos racionalistas defendem a possibilidade
de um conhecimento substancial sobre o mundo
completamente “a priori”.

Quanto ao Empirismo rejeita as ideias inatas da Razão, e a


noção de conhecimento "a priori" do mundo (é apenas um
conhecimento racional e revela o modo com a razão funciona)
Defende a tese de que nada existe na mente que não tenha
passado antes pelos sentidos, todo o conhecimento sobre o
mundo tem origem na experiência é, portanto, “a posteriori”.
Fundamenta-se na noção de que qualquer conceito para ter um
significado tem que se referir a uma sensação/impressão
qualquer, essas sensações são simples e a mente neste
primeiro momento capta apenas as sensações e depois por
abstração e generalização forma os conceitos ou ideias, estas
não são tão vivas como as sensações ou impressões o que
quer dizer que são posteriores a estas. Os empiristas dão o
exemplo das crianças que começam por ter sensações e só
depois as articulam numa linguagem. O raciocínio que o
entendimento faz para chegar ao conhecimento, segundo os
empiristas é a indução, por acumulação de experiências que se
repetem, generaliza-se para todos os casos e assim se obtém
um conhecimento.

2. Relacione o Cogito com o solipsismo cartesiano.

A dúvida cartesiana é colocada sobre todo o conhecimento,


deste modo nada resiste à dúvida universal que serve como
método de análise de todas as ideias mesmo aquelas que são à
partida verdadeiras como a matemática, com a suposição de
um génio maligno enganador, a dúvida hiperbólica permite
rejeitar como falso e duvidoso todas as crenças, deste modo
há uma espécie de solipsismo ou solidão do cogito pois ela
parece ser a única certeza de todo o sistema sendo a única
ideia indubitável. Se considerarmos que a argumentação sobre
Deus que permite a Descartes sair deste solipsismo é
falaciosa, então a única verdade que podemos ter como certa é
que pensamos, cada sujeito está assim sozinho sem nada mais
existir de real (no sentido de existir com segurança).

3. Qual a importância do cogito para a filosofia cartesiana?

Através do método da dúvida sobre as fontes do


conhecimento, Descartes encontra a sua primeira verdade
indubitável: “Penso, logo existo”. O Cogito é uma ideia
evidente, clara, distinta e inata, a primeira crença básica a
priori da filosofia cartesiana. Permite-nos inferir que é possível
um conhecimento a priori que não necessita da justificação da
experiência e que se fundamenta apenas na razão. Permite-nos
também concluir que é verdadeiro tudo o que se apresente
com clareza e distinção à razão, isto é todas as ideias
evidentes que a razão vê claramente que não poderiam ser de
outro modo e não se confundem ou derivam de outras ideias. A
partir desta crença básica é possível construir os alicerces
seguros do conhecimento de modo a escapar ao ceticismo.

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