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FILOSOFIA
Teste Formativo -11ºC 06/02/2023
Grupo I
1.2 De acordo com Hume, as nossas expetativas acerca de regularidades futuras devem-se
A. ao intelecto ou razão.
B. ao hábito ou costume.
C. à uniformidade da natureza.
D. à ideia inata de causalidade.
1.3 Avalie as afirmações que se seguem:
1. A epistemologia é a disciplina que reflete sobre o conhecimento filosófico.
2. A epistemologia é a disciplina que divulga os resultados científicos.
3. A epistemologia é a disciplina que estuda criticamente os princípios, os métodos
e os resultados das diversas ciências.
1.5. Popper defende que, quanto mais falsificável for uma dada afirmação, mais interessante
ela é para a ciência. Qual das afirmações seguintes é, de acordo com Popper, mais
interessante?
A. Não existem planetas com órbitas elípticas.
1
Ano letivo: 2022-2023
C. Alguns planetas têm órbitas elípticas.
2
Ano letivo: 2022-2023
B. põe em causa a eficácia de procedimentos e teorias.
A. problemas.
B. observações.
C. experiências.
D. generalizações.
1.12 Considera os enunciados relativos à posição de Karl Popper acerca da natureza das
teorias científicas.
Grupo II
David Hume (1989), Investigação Sobre o Entendimento Humano, Lisboa, Edições 70, p. 32
Explique, com base na afirmação citada, a perspetiva de David Hume acerca dos problemas
da causalidade e da indução.
2. “O método da discussão crítica não estabelece coisa alguma. […] O mais que consegue
fazer – e que realmente faz – é chegar ao veredito de que uma determinada teoria
[científica] parece ser a melhor que está disponível […], parece resolver grande parte do
problema que pretende resolver e sobreviveu a testes rigorosos.”
Como é que Popper justifica que o método da discussão crítica não estabeleça coisa alguma?
Na sua resposta:
– explicite os aspetos relevantes da perspetiva falsificacionista de Popper;
– integre adequadamente a informação do texto.
3
Ano letivo: 2022-2023
Fim.
Grupo II
1º Segundo David Hume, o conhecimento da relação de causa e efeito não é obtido por
raciocínios a priori, mas deriva totalmente da experiência. Trata-se, pois, de um conhecimento
a posteriori. Ora “só mediante esta relação podemos ir além do testemunho da nossa memória
e dos nossos sentidos”, ou seja, ir para lá da experiência.
Esta relação é normalmente concebida como sendo uma conexão necessária: acreditamos que
aquilo a que chamamos efeito não pode ocorrer sem aquilo a que chamamos causa e que esta
causa produzirá necessariamente aquele efeito.
No entanto, não dispomos de qualquer impressão relativa à ideia de conexão necessária entre
fenómenos: a única coisa que percecionamos é que entre dois fenómenos, eventos ou objetos
se verifica uma conjunção constante.
Concluímos, então, que existe entre eles uma relação de causalidade e que essa relação de
causalidade constitui uma conexão necessária. Tal conexão não é racionalmente justificável,
tendo apenas um fundamento psicológico: o hábito ou costume.
O problema da relação de causalidade articula-se com o problema da indução ou problema da
uniformidade da natureza. A ideia de que a natureza é uniforme associa-se à crença na
similitude dos eventos e na suposta conexão necessária entre alegadas causas e alegados
efeitos.
Ao efetuarmos inferências de carácter indutivo – previsões ou generalizações –, também
vamos para lá da experiência. Segundo Hume, qualquer argumento indutivo pressupõe (como
premissa) o princípio de que o futuro se assemelha ao passado e segundo o qual a natureza
sempre funcionará da mesma forma, de modo previsível e regular. Mas este princípio –
princípio da uniformidade da natureza – não é racionalmente justificável, porque não há um
bom argumento indutivo nem um bom argumento dedutivo a seu favor: qualquer argumento
indutivo a seu favor é circular, e tal princípio também não é uma verdade a priori ou obtida
dedutivamente. Se o princípio da uniformidade da natureza não é racionalmente justificável,
também não há justificação racional para as crenças obtidas por indução.