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Teste 3

Qual é o estatuto do conhecimento científico? (1)

Nome: N.º: Turma:

Professor/a: Classificação:

Grupo I

Seleciona a opção correta.

1. As etapas do método hipotético-dedutivo são

A. problema; observação; formulação de hipóteses; dedução das consequências.

B. problema; formulação de hipóteses; dedução das consequências; experimentação.

C. observação; formulação de hipóteses; problema; experimentação.

D. observação; formulação de hipóteses; dedução de consequências; experimentação.

2. De acordo com Karl Popper, o conhecimento do senso comum é o ponto de partida,


ainda que inseguro, para a ciência. Esta afirmação é

A. verdadeira, apesar de o senso comum ser um obstáculo epistemológico.

B. falsa, a ciência deve romper com o senso comum.

C. falsa, o senso comum é um obstáculo epistemológico.

D. verdadeira, toda a ciência é senso comum esclarecido.

3. Para Karl Popper, a ciência deve basear-se

A. no método crítico e no raciocínio dedutivo.

B. no método crítico e no raciocínio indutivo.

C. no critério verificacionista e no raciocínio dedutivo.

D. no critério verificacionista e no raciocínio indutivo.

4. No entender de Karl Popper, refutar ou falsificar uma teoria é

A. considerar que todas as teorias são falsas.

B. submetê-las a testes rigorosos com o objetivo de as falsificar.

C. fazer o maior número de experiências possíveis.

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D. submetê-las a testes rigorosos com o objetivo de as confirmar.

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5. Segundo Thomas Kuhn, há fatores subjetivos que interferem na escolha do novo paradigma.
São eles

A. exatidão; prestígio pessoal; experiência anterior; personalidade; consistência; crenças


e preferências.

B. prestígio pessoal; exatidão; alcance; personalidade; crenças; valores; preferências.

C. prestígio pessoal; experiência anterior; personalidade; crenças; valores; preferências;


apoios fora da comunidade científica.

D. apoios fora da comunidade científica; prestígio pessoal; crenças; valores; preferências;


fecundidade; simplicidade.

6. Uma das críticas à teoria de Thomas Kuhn é a de que

A. desvaloriza o papel da confirmação das teorias.

B. propõe uma conceção relativista da ciência.

C. propõe uma conceção objetivista da ciência.

D. desvaloriza a possibilidade do erro humano.

7. Considera as afirmações seguintes sobre o indutivismo.


Seleciona a opção correta:

1. A observação é o ponto de partida da investigação científica.


2. O indutivismo tem por base o critério verificacionista.
3. Os problemas são o ponto de partida da investigação científica.
4. O indutivismo baseia-se no critério falsificacionista.

A. As afirmações 1, 2 e 3 são verdadeiras, a afirmação 4 é falsa.

B. A afirmação 1 é verdadeira, as afirmações 2, 3 e 4 são falsas.

C. As afirmações 1 e 2 são verdadeiras, as afirmações 3 e 4 são falsas.

D. As afirmações 1 e 4 são verdadeiras, as afirmações 2 e 3 são falsas.

8. Considera os seguintes enunciados sobre a perspetiva de Thomas Kuhn.


Seleciona a opção correta:

1. A fase da ciência normal corresponde à atividade de resolução de enigmas dentro


do paradigma.
2. Os paradigmas são incomensuráveis, mas são comparáveis.
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3. Os paradigmas são incomensuráveis, porque não se podem comparar.


4. O período de ciência extraordinária é caracterizado pela resistência à mudança
de paradigma.

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A. As afirmações 1, 2 e 3 são verdadeiras, a afirmação 4 é falsa.

B. As afirmações 1 e 2 são verdadeiras, as afirmações 3 e 4 são falsas.

C. As afirmações 1 e 3 são falsas, as afirmações 2 e 4 são verdadeiras.

D. As afirmações 1, 3 e 4 são verdadeiras, a afirmação 2 é falsa.

9. Considera as afirmações seguintes sobre as perspetivas de Karl Popper e Thomas Kuhn


quanto ao progresso científico. Seleciona a opção correta:

1. A ciência progride por conjeturas e refutações.


2. As mudanças de paradigma resultam de revoluções científicas, não constituem
propriamente um progresso.
3. A ciência não tem de progredir em direção à verdade.
4. A crítica é o critério racional que permite o progresso científico através da eliminação de
erros e a progressiva aproximação à verdade.

A. Karl Popper está de acordo com as afirmações 1, 2 e 3 e Thomas Kuhn está de acordo
com a afirmação 4.

B. Karl Popper está de acordo com a afirmação 1 e Thomas Kuhn está de acordo com as
afirmações 2, 3 e 4.

C. Karl Popper está de acordo com as afirmações 1 e 4 e Thomas Kuhn está de acordo
com as afirmações 2 e 3.

D. Karl Popper está de acordo com as afirmações 1 e 2 e Thomas Kuhn está de acordo
com as afirmações 3 e 4.

10. Segundo Thomas Kuhn, o período de crise paradigmática caracteriza-se por ser um

A. período em que ocorre a substituição de paradigmas.

B. período em que decorre a atividade de resolução de enigmas no âmbito do paradigma.

C. período em que a comunidade científica perde a confiança no paradigma vigente pelo


surgimento de anomalias graves.

D. período em que os cientistas se encontram numa crise identitária.

Grupo II

1. Explica o sentido da afirmação de Karl Popper: «Toda a ciência e toda a filosofia


são senso comum esclarecido.»

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2. Considera o texto seguinte:

«Chamei ao problema da distinção entre teorias científicas empíricas de outras teorias


“problema de demarcação” e à minha proposta de solução “critério de demarcação”.
A minha proposta de solução para o problema de demarcação é pois o seguinte
critério de demarcação. Uma teoria faz parte da ciência empírica se, e apenas se, for
contraditória com possíveis experiências e se for por isso, em princípio, falibilizável por
meio de expe- riências.
Chamei a este critério de demarcação “critério de falsificabilidade”.
O critério de falsificabilidade pode ser ilustrado por muitas teorias. Por exemplo, a
teoria de que a vacinação protege contra a varicela é falibilizável: se alguém que tiver
sido vaci- nado apanhar ainda assim varicela, a teoria é falibilizada.»
Karl Popper, A Vida é Aprendizagem, Epistemologia Evolutiva e Sociedade Aberta,
Lisboa, Edições 70, 1999, p. 33.

2.1. Explica o critério de demarcação presente no texto.

2.2. No entender de Karl Popper, a psicanálise poderá ser entendida como uma ciência
empírica? Justifica.

3. Considera o texto seguinte:

«Pelo menos para os cientistas, os resultados obtidos na investigação normal são


signi- ficativos, uma vez que acrescentam algo à abrangência e à precisão do paradigma
quando se trata de aplicá-lo. Esta resposta não pode, contudo, explicar o entusiasmo e a
devoção que os cientistas mostram face aos problemas da investigação normal. […]
Acompanhar um problema da investigação normal até à sua conclusão é alcançar o que
já se antecipa de uma maneira nova, e isso requer soluções para todo o tipo de
complexos enigmas, que podem ser instrumentais, conceptuais ou matemáticos. Aquele
que é nisso bem-sucedido, mostra ser alguém que resolve enigmas de forma competente,
e o desafio que o enigma coloca é uma parte importante na sua motivação.»
Thomas Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, Lisboa, Guerra e Paz Editores, 2009, p. 64.

3.1. Caracteriza o período de ciência normal.

3.2. Segundo Thomas Kuhn, em que circunstâncias ocorrem revoluções científicas?

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Grupo III

1. Considera o texto seguinte:

«Fred e Alan, de 4 e 5 anos, estão a ter um debate. “Os texugos só estão acordados à
noite, eu vi um”, grita Fred, mas Alan tem a certeza, como só um miúdo de 5 anos pode
ter, de que o irmão está errado.
Os dois lançam-se numa aventura. Alan tem de contar todos os texugos que vê
durante o dia. Fred tem de os contar durante a noite. No final da semana, contam as suas
pontua- ções. Fred viu oito, e Alan viu um, mas pensa que pode ter sido o cão do lado,
admitindo, de má vontade, que Fred pode estar certo.
O filósofo e estadista inglês Francis Bacon, olhando de cima, ficaria extremamente
orgu- lhoso de Fred e Alan, porque as suas ações são a epítome do que agora
chamamos o “método científico”. […] Funciona desta forma:
Em primeiro lugar, generalizamos ou formulamos hipóteses a partir de um conjunto de
factos, como “Já vi texugos à noite, por isso, os texugos estão acordados à noite”. […]
Em segundo lugar, recolhemos e classificamos – Bacon adorava fazer tabelas – mais
dados e factos, certificando-nos de incluir também factos negativos. […] Os factos devem
também ser relevantes para a hipótese. […]
Em terceiro, rejeitamos qualquer hipótese que não resulte de ou que não se ajuste a
estes factos.»
Jonny Thomson, Mini Filosofia, O Pequeno Livro das Grandes Ideias, Coimbra,
Minotauro, 2021, pp. 210-211.

1.1. Será o método indutivo o mais adequado à investigação científica?

Na tua resposta, deves:


– Apresentar inequivocamente a tua posição.
– Argumentar a favor da tua posição.

COTAÇÕES

Grupo Item (cotação em pontos)


1. a 10.
I 80 pontos
10 × 8 pontos
1. 2.1. 2.2. 3.1. 3.2.
II 90 pontos
18 18 18 18 18
III Item único 30 pontos

TOTAL 200 pontos

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Teste 3: Qual é o estatuto do conhecimento científico? (1)

Grupo I

1. B.

2. D.

3. A.

4. B.

5. C.

6. B.

7. C.

8. D.

9. C.

10. C.

Grupo II

1. Karl Popper considera que o senso comum pode ser o ponto de partida para a ciência, ainda
que seja um ponto de partida inseguro. O senso comum não é entendido como a base ou
alicerce sobre o qual o conhecimento científico é construído, mas como um conhecimento que
deve ser melhorado, criticado e corrigido. A crítica é o instrumento que permite progredir do
senso comum para a ciência. Ao criticarmos o senso comum, ultrapassamos as suas
limitações e aprofundamos o conhecimento do real, percebendo que, por vezes, podemos estar
enganados. Podemos, assim, afirmar que Karl Popper defende uma perspetiva continuista
entre senso comum e ciência.

2.

2.1. O critério de demarcação presente no texto é o critério defendido por Karl Popper: o
critério falsificacionista, isto é, uma teoria só é científica se for empiricamente falsificável.
Todas as teorias que não se submetem a testes rigorosos de tentativa de falsificação de
teorias não podem ser entendidas como científicas. Como o exemplo referido no texto,
uma qualquer teoria sobre a importância da toma de uma vacina para proteger contra
uma doença deve ser submetida ao teste da refutação ou falsificação.

2.2. Segundo Karl Popper, a teoria da psicanálise não pode ser entendida como uma ciência
empírica na medida em que não se submete ao teste de falsificação, uma vez que esta

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teoria dá resposta a todo o tipo de comportamentos, isto é, pode explicar todo o tipo de
comportamento, até o mais peculiar, pelo que não é uma teoria falsificável.

3.

3.1. O período de ciência normal é um período de maturidade teórica e prática, em que se


criou consenso e superaram-se as divergências entre os cientistas (característica do
período de pré-ciência). A investigação é dominada apenas por um paradigma, que
estabelece o que é ou não legítimo investigar e coordena e dirige a investigação
científica no que diz respeito à explicação da natureza, às teorias e leis que regem o seu
funcionamento e aos métodos adequados para a conhecer. A história da ciência é feita
de longos períodos de ciência normal, cujo desenvolvimento é contínuo e cumulativo.
A investigação científica é dirigida de modo a aumentar progressivamente a abrangência e
a precisão do paradigma.

3.2. As revoluções científicas ocorrem na sequência de anomalias graves que surgem no


paradigma vigente e quando o consenso entre os cientistas dá lugar a divergências,
começando a surgir alternativas ao paradigma vigente. As revoluções científicas são
períodos pouco frequentes na história da ciência e consistem na aceitação de um novo
paradigma incompatível com o anterior: implicam uma mudança de mundivisões. Este
período, caracterizado pela mudança de modelo explicativo, não é cumulativo: o novo
paradigma explica factos e resolve anomalias que o anterior não foi capaz de resolver,
no entanto, a revolução científica representa a reconstrução de uma nova ciência a partir
de novos fundamentos. Os conceitos que fazem parte de um paradigma, assim como as
questões, previsões e critérios, são distintos.

Grupo III

1.

1.1. No caso de o aluno considerar que o método indutivo é o mais adequado:


No método indutivo, o cientista parte da observação de fenómenos (pretende-se que os
registos desta observação sejam tão rigorosos e imparciais quanto possível), o que lhe
permite levantar questões sobre o que foi observado. Em seguida, formulam-se hipóteses
na tentativa de responder às questões levantadas na observação. As hipóteses pretendem
explicar o fenómeno. Estas duas primeiras etapas correspondem ao processo de
descoberta, no qual a indução tem um papel importante, na medida em que as hipóteses
formuladas com vista à explicação dos fenómenos observados são o resultado de uma
generalização. Para confirmar a hipótese realizam-se testes experimentais. Estes testes
são realizados de forma criteriosa, envolvendo aspetos qualitativos e quantitativos. Todos
os dados obtidos e as etapas da experimentação são anotados e repetidos. Aspetos que
possam interferir e levar a novas hipóteses são incluídos.
Após a experimentação, o cientista pode chegar a conclusões: se os resultados levam a
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alguma generalização, ou seja, se eles se repetem, o cientista formula uma lei científica.
A lei descreve uma sequência de eventos que ocorrem de forma uniforme e invariável, ou
seja, é um enunciado que explica o fenómeno. As etapas da experimentação e do
estabelecimento de leis correspondem ao processo de justificação das teorias científicas,
nas quais a indução exerce, também, um papel determinante, na medida em que as
hipóteses são aceites como teorias gerais se forem sucessivamente verificadas por
experiências particulares.

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O método indutivo assenta numa perspetiva verificacionista, o que significa que o cientista,
através da experimentação, procura testar a hipótese com vista à confirmação da mesma.
O que distingue um enunciado científico de um enunciado não científico é a verificação
empírica das teorias.

No caso de o aluno considerar que o método indutivo não é o mais adequado:


O método indutivo evidencia alguns constrangimentos: a observação, que é o ponto de
partida do método indutivo, não é neutra nem imparcial, é antes resultado das nossas
expectativas relativamente aos fenómenos, o que afeta a forma como os observamos.
O cientista é um ser contextualizado, os seus valores, ideologias e desejos refletem-se no
seu trabalho, isto é, condicionam o modo como observa os fenómenos. Por fim, os
cientistas não se limitam a observar; registando exaustivamente tudo o que observam,
antes selecionam, escolhem os aspetos específicos sobre os quais se concentram, e esta
seleção implica já as expectativas do cientista.
Na ciência, o método indutivo parece pouco fiável na medida em que apenas nos permite
construir verdades prováveis a partir dos dados observados e generalizados. O método
indutivo pode levar-nos ao erro, uma vez que retiramos conclusões precipitadas a partir
daquilo que foi observado até ao momento, mas isso não nos garante que no futuro tais
acontecimentos ocorram.

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