Açores
a que as rochas estiveram sujeitas quando se formaram.
O estudo do enquadramento tectónico dos Açores é de elevada
complexidade, pois não há um limite nítido entre a placa
Euroasiática e Africana, existindo, assim, uma região fraturada-
microplaca (plataforma) dos Açores.
Esta microplaca encontra-se limitada a oeste pela dorsal
médio-Atlântica, a norte por uma falha que coincidirá com o
rifte da Terceira e a Sul por outra falha- Zona de fartura dos
Açores.
Os geólogos consideram que o vulcanismo açoriano poderá
estar associado às falhas que delimitam a MICROPLACA. O
magma ascenderá por estas falhas compondo aparelhos
vulcânicos, que são inicialmente submarinos, podendo formar
ilhas quando o volume de material emitido é elevado.
Estudo da Estrutura da Geosfera
O estudo da estrutura da Geosfera pode ser efetuado
recorrendo a métodos:
 Diretos- permitem obter dados referentes às
propriedades de camadas perto da superfície: recolha de
análises de elementos e no seu estudo direto (estudo de
rochas);
 Indiretos- os dados obtidos são essencialmente de
natureza geofísica e fornecem a maioria das informações
referentes à estrutura interna da Terra.
https://youtu.be/BI0LTVKwnE4
Métodos Diretos
Possibilitaram constatar que muitas das rochas encontram-se
num ambiente diferente daquele em que se formaram,
permitindo obter dados acerca das propriedades das camadas
da Geosfera mais profundas, onde se formaram.
 Exploração de jazigos minerias em minas e escavações;
 Observações e estudo direto da superfície visível;
 Sondagens;
 Atividade vulcânica.
Os métodos diretos permitem obter informações através:
 da observação e análise de materiais recolhidos;
 da medição de parâmetros nos locais que o ser humano consegue
alcançar.
Vantagem das perfurações: Fornecem dados precisos sobre a
composição das rochas, a pressão e a temperatura, entre outros
parâmetros.
Vantagens do estudo das rochas à superfície ou em minas e
grutas: O estudo dos afloramentos rochosos (rochas formadas
em profundidade e que se encontram atualmente à superfície)
permite deduzir as condições de pressão e de temperatura
Vantagens do estudo dos materiais expelidos pelos
vulcões: – Fornecem dados sobre a composição das rochas e
a temperatura da Terra.
Recolha de materiais expelidos pelos vulcões:
 É importante, uma vez que durante a ascensão, os
magmas arrancam fragmentos de rochas circundantes
(xenólitos) que podem fornecer-nos informações sobre
a composição, temperatura, estado físico e estruturas
das camadas que compõem a Geosfera nessas
profundidades.
Rochas que sofreram carreamento (cavalgamento)
tectónico:
 Limites destrutivos de placas, principalmente nos
limites continente-continente;
 Transporte de blocos de material rochoso, que se
encontravam em profundidade, para regiões mais
superficiais, permitindo que o material que se
encontrava na crusta inferior e algumas secções do
manto superior sejam transportados para perto da
superfície, permitindo posteriormente o seu estudo.
Métodos Indiretos
Os métodos indiretos:
 permitem obter informações sobre o interior
da Terra sem a observação direta de materiais;
 usam dados resultantes da astrogeologia,
da sismologia e do estudo do magnetismo da Terra.
Sismologia
A deteção superficial da propagação das ondas sísmicas, sob
a forma de sismogramas ajuda-nos a compreender a
estrutura da Geosfera:
 A velocidade das ondas sísmicas varia de acordo
com as propriedades do material que atravessam -
permite-nos deduzir características como a
 densidade, a rigidez e o estado físico dos materiais do espessa e pouco densa, quando comparada com a crusta
interior da Terra. oceânica e com o manto.

Se a Terra fosse homogénea, as ondas sísmicas apresentariam
uma velocidade e direção de propagação constante, o que não
ocorre, uma vez que o nosso planeta é diferenciado em várias
camadas, com propriedades físicas distintas.
Com a gravidade podemos estudar a estrutura das camadas
mais superficiais e prever a distribuição de corpos com
diferentes densidades.
Densidade

A superfície da Terra regista uma densidade de 2,700-3,000g/cm3 o

que implica a existência de camadas internas que revelam
elevada densidade.

A densidade aumenta em profundidade. Porém, nos limites

entre as diferentes camadas ocorrem os aumentos mais
significativos de densidade, indicando possíveis
Gravimetria modificações composicionais e físicas.

Regista-se uma variação da gravidade por toda a superfície

terrestre. Geomagnetismo
Como a gravidade entre 2 objetos é inversamente proporcional à
A Terra apresenta-se como um magnete/íman gigante,
distância entre eles, no equador a gravidade é inferior à dos polos.
produzindo um campo magnético.
Geralmente, ao nível do mar, considera-se que a gravidade é 0 Geomagnetismo- geração de um campo magnético pelo
e que qualquer alteração é considerada uma anomalia. planeta Terra.
A existência de anomalias gravimétricas detetada pela
gravimetria prende-se à presença de corpos com densidade Atualmente os polos magnéticos encontram-se ligeiramente
distinta: desfasados dos polos geográficos.
 Anomalia gravimétrica negativa- quando as rochas
apresentam menor densidade (rochas sedimentares),
sendo a gravidade inferior; Ex: domo salino.
 Anomalia gravimétrica positiva- na presença de intrusões
magmáticas (granito), as rochas possuem uma densidade
superior, sendo a gravidade superior.

Os geólogos usam o campo magnético para estudar a

estrutura da Geosfera, principalmente as características da
litosfera e do núcleo.

O campo magnético poderá ter sido gerado através de

correntes elétricas: o núcleo externo deverá encontrar-se no
estado fundido, e a elevadas temperaturas cria correntes de
convecção. Estes movimentos de ferro líquido podem gerar
Um continente apresenta globalmente uma gravidade inferior às correntes elétricas e um campo magnético associado.
regiões oceânicas e as anomalias negativas são mais intensas
nas regiões montanhosas, pois possuem uma crusta muito
Alguns minerais (magnetite), quando se formam, sofrem um
processo de magnetização, de acordo com o campo
magnético terrestre no momento da sua formação.
Quando um magma se encontra a arrefecer, em simultâneo
com a formação de minerais, as T são muito altas, possuindo
os átomos uma agitação elevada, o que não lhes permite uma
orientação de acordo com o campo magnético.
No entanto, quando a T desce abaixo dos 580ºC (ponto de
Curie) , os átomos de ferro da magnetite (mineral rico em
ferro) orientam-se paralelamente ao campo magnético da
Terra.
Alguns minerais passam assim a registar permanentemente a
polaridade magnética presente no momento da sua
formação.
Após o arrefecimento completo do magma, os minerais não
podem modificar a sua polaridade.
Este processo ocorre em minerais que apresentam
magnetismo (ricos em ferro).
O estudo das propriedades magnéticas dos minerais permitiu
aos investigadores verificar que o campo magnético terrestre
tem sofrido variações, pois alguns minerais registam uma
polaridade inversa à atual: quando se formaram, o Polo Norte
magnético localizava-se no atual Polo Sul magnético- a bussola
apontaria para o Polo Sul, em vez do Polo Norte.
Considerando o campo atual como normal (anomalia positiva),
a inversão corresponderá a uma anomalia negativa.
O Paleomagnetismo permitiu:
Estudar a evolução dos fundos
oceânicos e inferir acerca do
dinamismo da crusta e do manto
superior, o que permitiu verificar que
existe um padrão regular nas
anomalias magnéticas nos fundos
oceânicos: ao se formarem a partir do
rife central (dorsal médio-oceânica),
as rochas registam o campo
magnético terrestre presente no
momento.
A detetação semelhante de anomalias magnéticas nos 2 lados
do rifte:
 Comprova a existência de um mecanismo de expansão
dos fundos oceânicos;
 Comprova a teoria da Tectónica de Placas;
 permite deduzir a existência de correntes de
convecção.
O campo magnético é importante para o planeta, pois
protege-o de radiações ionizantes e de ventos solares,
que contém partículas perigosas para os seres vivos e
que afetam o funcionamento de satélites e aparelhos
de comunicação.
Apesar do campo magnético reduzir drasticamente os impactos do
vento solar, é ao nível dos polos magnéticos que os ventos solares se
fazem sentir mais intensamente, com maior entrada de partículas
solares com carga elétrica negativa na atmosfera terrestre.
O choque destes eletrões presentes na camada mais externa da
atmosfera que provoca a emissão de luz, originando as auroras
boreais.
Porque o campo magnético fica gravado nas rochas?
Geotermia
O calor interno da Terra é responsável pelo dinamismo
interno, nomeadamente pelas correntes
de convecção no interior do planeta.
Há um aumento de T com a profundidade, no entanto esse
aumento é variável entre diferentes regiões.
Gradiente geotérmico- – variação de temperatura, em graus,
por cada quilómetro de profundidade, expressa em ºC/km.
Grau Geotérmico- – números de metros em profundidade
para a temperatura aumentar 1 ºC, expresso em m/ºC.
Quanto maior é o gradiente, menos é o grau geotérmico.
O gradiente geotérmico diminui com a profundidade e o grau
geotérmico vai aumentar.
O grau e o gradiente geotérmico variam entre as diferentes
áreas do globo, já que condição do calor até à superfície é
superior em regiões com magma intenso- fluxo térmico
superior.
Fluxo térmico- medição do calor libertado à
superfície da Terra.
 Maior Fluxo térmico- ao nível das dorsais
oceânicas (onde as rochas são mais
jovens);
 Menor Fluxo térmico- ao nível das placas
continentais (rochas mais antigas).
Gradiente geobário- taxa de aumento da pressão
com a profundidade.
Ocorre um aumento da T com a
profundidade, mas a taxa de aumento da
T reduz-se com a profundidade.
Se o gradiente geotérmico fosse
constante perto da superfície, implicaria
que o núcleo estivesse a T extremamente
elevadas e totalmente fundido, ao
contrário do que se prevê pelos estudos
da sismologia.