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Métodos para o

estudo do
interior da
geosfera

Prof. Ana Brito


Escola Secundária de Mirandela 2019-20
2 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Métodos de
Estudo

Directos Indirectos

Baseados na Baseados em
observação cálculos e
directa teorias
3 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Métodos
Directos

Observação e Exploração de Sondagens Magmas e


estudo directo Jazigos Xenólitos
da superfície Minerais em
visível minas e
escavações
4 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Observação e estudo directo da superfície visível

Calçada do Gigante
5 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Observação e estudo directo da superfície visível


Nos limites convergentes continente- continente pode ocorrer
carreamento tectónico que se carateriza pelo transporte de blocos de
material rochoso, que se encontrava em profundidade, para regiões mais
superficiais.

O material que se encontra na crusta inferior e algumas secções do manto superior


podem ser transportados para perto da superfície permitindo o seu estudo.
6 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Exploração de Jazigos Minerais em minas e escavações

Minas de S. Domingos
7 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Exploração de Jazigos Minerais em minas e escavações

Profundidade 3-4 km
8 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Sondagens ultraprofundas
Furos Ultraprofundos – 1500 a 1700 m.
Estes dados são escassos e as camadas perfuradas pouco ultrapassaram a
dezena de quilómetros, o que é irrisório quando comparado com as
dimensões do raio terrestre (cerca de 6400 km).
Obstáculos de natureza tecnológica e financeira têm impedido que as
sondagens atinjam valores de profundidade mais elevados.
A partir das sondagens os geólogos podem estudar a natureza dos materiais,
o seu estado de deformação, de fissuração, etc., e inferir das condições do
interior do globo.

Tarolos ou Carotes
9 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Nos oceanos, a sondagem mais profunda foi de 3500 m no Pacífico, sendo


que foram perfurados 2000 m de crosta oceânica, sendo o resto a diferença
até ao nível das águas do mar.
A sondagem mais profunda a nível continental foi de 12 023 m (230ºC) o que
corresponde apenas a 0,19% do raio da Terra, atravessando rochas com mais
de metade da idade da Terra – 2500 a 2700 M.a. Foi realizada, em 1984, na
Península de Kola (ex-URSS).

Dados fornecidos:
➢ Constituição das rochas
➢ Composição das rochas
➢ Temperatura
➢ Tipo de gases
➢ Composição da água que
circulava
➢ Fósseis
10 Métodos para o estudo do interior da geosfera

SONDAGENS QUE DADOS NOS FORNECEM?


Doc. 1 – página 113 do manual

Sugestões de resposta ao Doc. 1

1. As sondagens permitem o conhecimento directo de


zonas do interior da Terra, fornecendo dados como:
composição, tipo de rochas existentes, temperatura, tipos
de gases, composição da água de circulação, etc.
2. Revelou que a temperatura na profundidade atingida era
cerca de 230 °C, portanto muito superior à temperatura da
superfície.
3. Devem estabelecer a relação entre as altas temperaturas
a que os materiais que constituem as brocas vão ficar
sujeitos e as características desses materiais, que devem
ser resistentes a essas temperaturas mas simultaneamente
leves para serem manejados.
11 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Nem sempre se encontra o que se está à espera!!!!

Por exemplo, o furo mais profundo, realizado na Península de Kola (Ex-


URSS), permitiu atingir uma profundidade onde era previsto encontrar
uma zona de descontinuidade entre granitos e basaltos; no entanto,
apenas se encontraram aí rochas graníticas.

Nesse local previa-se que a temperatura aos 15 Km de profundidade


atingisse os 140º C. Mas o que na realidade se observou foi bem diferente,
pois aos 11 Km de profundidade os valores já eram superiores a 200º C.

Segundo dados teóricos, pensou-se que rochas submetidas a pressões tão


elevadas (3 000 atmosferas) estivessem tão compactas que não ocorreria
circulação de fluidos. As sondagens mostraram, mais uma vez, que nem
sempre estas previsões estão certas, pois encontraram-se rochas bastante
fissuradas com elevada quantidade de materiais líquidos e gasosos (como
hidrogénio, hélio, dióxido de carbono, metano e outros hidrocarbonetos)
que originaram fluxos, por vezes intensos.
12 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Limitações das sondagens :


❑ Devido as elevadas temperaturas do interior da Terra, os materiais que
constituem as brocas têm que ser resistentes a essas temperaturas, mas
simultaneamente leves para serem manejados.
❑ Extremamente dispendiosa, a nível económico.
13 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Estudo dos materiais expelidos pelos vulcões


14 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Estudo dos materiais expelidos pelos vulcões


Informações obtidas:
✓ Composição
✓ Temperatura
✓ Estado físico
✓ Estruturas das camadas
15 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Magmas e Xenólitos
Quando o magma ascende, migrando através de outras rochas,
muitas vezes arranca fragmentos dessas, englobando-os e
carregando-os consigo. Esses fragmentos de rochas estranhas
dentro do magma são denominados xenólitos (xenos = estrangeiro
e lithos = rocha).

Amostra de basalto contendo


encraves de peridotito, rocha do
manto.
Métodos para o estudo do interior da geosfera

Todos estes métodos diretos conjugados não


permitem obter informações acerca das camadas
mais profundas, sendo claramente insuficientes para
elaborar um modelo da estrutura da Geosfera
completo.

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17 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Métodos
Indirectos

Planetologia e Métodos
Astrogeologia Geofísicos

Densidade Sismologia Geotermismo


Gravimetria Geomagnetismo
Terrestre
18 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Planetologia Astrogeologia
As técnicas usadas para o estudo dos O estudo dos meteoritos permite
outros planetas podem ser usadas no confrontar a sua composição com
estudo da Terra: determinação da a da Terra uma vez que têm uma
massa, volume e densidade da Terra origem comum.
por aplicação das leis físicas.
19 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Gravimetria
Qualquer corpo situado na superfície terrestre
está sujeito a uma força (F) de atração ao centro
da terra.
Lei da atração universal de Newton:
F= G m.M
R2

A força gravítica varia na


razão directa das massas e
na razão inversa do
quadrado da distância ao
centro da Terra.

A gravimetria mede as variações do campo gravitacional terrestre


provocadas por corpos rochosos dentro da crosta. Para tal, utiliza aparelhos
especiais, denominados gravímetros.
20 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Gravimetria
Para comparar a F da gravidade em pontos diferentes é necessário
introduzir correções relativas a diferentes parâmetros: latitude, altitude…

Mas mesmo assim ocorrem variações!!!!

A diferença entre os valores da gravidade medidos com os gravímetros e


os valores da gravidade teoricamente calculados para o mesmo ponto da
Terra – anomalia gravimétrica - chamou a atenção para um facto
fundamental: o interior da Terra não é homogéneo.
Anomalias gravimétricas:
O valor normal da aceleração da gravidade, ao nível médio das águas do
mar, é 9,81m/s2, e, por convenção, considera-se ser zero.
Logo, as anomalias podem ser:
- Positivas: Gravidade acima de zero;
- Negativas: Gravidade abaixo de zero.
21 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Gravimetria

✓ Existe um doma de sal-gema


de densidade 2,20 em contato
com rochas mais densas.
✓ À superfície, na zona
correspondente à posição do
doma de sal-gema, verifica-se
uma anomalia gravimétrica
negativa.
22 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Gravimetria

À superfície, na zona correspondente à posição do doma de sal-gema, de


densidade 2,20, em contacto com rochas encaixantes mais densas, verifica-
se uma anomalia gravimétrica negativa.
23 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Gravimetria

✓ Existe um maciço magmático


em profundidade de densidade
2,7 em contato com rochas
sedimentares de baixa
densidade.
✓ Devido a uma falha houve um
abatimento.
✓ No local da superfície
correspondente à zona em que
existe uma maior espessura de
rochas sedimentares de baixa
densidade, há uma anomalia
gravimétrica negativa.
24 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Gravimetria

✓ A existência de uma
concentração de minério de
ferro mais denso do que as
rochas encaixantes faz com
que se verifique uma
anomalia gravimétrica
positiva, ou seja, superior
ao valor normal.
25 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Gravimetria

A existência de uma concentração de um minério de ferro mais denso do


que as rochas encaixantes faz com que à superfície se verifique uma
anomalia gravimétrica positiva.
26 Métodos para o estudo do interior da geosfera

 Proximidade de um doma de  Proximidade de uma intrusão


sal-gema magmática
 Força gravítica diminui →  Força gravítica aumenta →
Anomalia gravimétrica Anomalia gravimétrica
negativa. positiva.
 Rochas com baixa densidade  Materiais com elevada
têm baixa força gravítica. densidade têm elevada força
 Método utilizado para saber gravítica.
onde há petróleo porque os  Método utilizado para
domas salinos estão localizar jazigos de minerais
normalmente associados a densos como o ferro.
jazigos de petróleo.
27 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Gravimetria

Continentes ► natureza granítica ► menor densidade ►anomalia gravimétrica negativa


Fundos oceânicos ► natureza basáltica ► maior densidade ► anomalia gravimétrica positiva
28 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Gravimetria
Importância da Gravimetria:
✓ deteta corpos rochosos em profundidade
✓ prevê a distribuição de corpos com diferentes densidades
✓ indica presença de corpos de minerais ricos em metais – prospeção
mineira
✓ prospeção de combustível fóssil

Conclusão:
 Nem todos os locais se encontram à mesma distância do centro da Terra.
 O interior da Terra não é homogéneo.
 Na Terra, os materiais variam quer lateralmente quer em profundidade.
29 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Que podem revelar as anomalias gravimétricas sobre


o interior da Terra?
Doc. 1 – página 113 do manual

Sugestão de resposta ao Doc.2.

1. Situação A — existe um doma de sal-gema de densidade 2,20 em contacto


com rochas mais densas. À superfície, na zona correspondente à posição do
doma de sal-gema, verifica-se uma anomalia gravimétrica negativa.
Situação B — existe um maciço magmático em profundidade de densidade 2,7
em contacto com rochas sedimentares de baixa densidade. Devido a uma falha
houve um abatimento. No local da superfície correspondente à zona em que
existe uma maior espessura de rochas sedimentares de baixa densidade, há
uma anomalia gravimétrica negativa.
Situação C — a existência de uma concentração de um minério de ferro mais
denso do que as rochas encaixantes faz com que à superfície se verifique uma
anomalia gravimétrica positiva, ou seja, superior ao valor normal.

2. Com base nos dados fornecidos pelos esquemas, será possível referirem a
importância deste método na pesquisa de recursos minerais cuja densidade é
bastante diferente da das rochas encaixantes.

3. Hipótese II.
30 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Densidade

A densidade média da Terra é de


aproximadamente 5,5 g/cm3.
Os valores médios calculados para a
crosta terrestre são de
aproximadamente 2,8.

A Terra não é
uniformemente densa!

Dados provenientes da sismologia permitem-nos calcular a densidade das


diferentes zonas em que se divide o globo terrestre.
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31 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Densidade
Como se justifica que a densidade da geosfera seja superior á das rochas da
crosta?
As rochas do interior da Terra estão sujeitas ao aumento progressivo da pressão
litostática pressão exercida em profundidade pela massa rochosa suprajacente, a
qual altera a estrutura e a mineralogia de uma rocha.

Gradiente geobárico:
variação da pressão
Vão sendo comprimidas litostática com a
profundidade.

Diminuição do volume

Rochas mais densas


Importância da Densidade:
Obtêm-se informação sobre
a estrutura e composição da
Terra.
32 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo
A Terra possui um campo magnético que se comporta como se o centro do
planeta fosse ocupado por uma poderosa “barra” magnetizada.
• O campo magnético pode ser visualizado como uma série de linhas de
força que, em cada local do espaço, nos indicam a orientação da força
magnética.
• O campo magnético confere protecção, à Terra, da acção do vento solar.
33 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo

Qual a origem do campo magnético


terrestre?

➢ Modelo do Dínamo:
Material do Núcleo Externo Líquido
(Ferro e Níquel e alguns elementos leves
como O, H, C e S) encontra-se em
movimento de rotação (condutor)

gera-se uma corrente eléctrica

origina o campo magnético terrestre.


34 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo
Certas rochas, como o basalto, são ricas em minerais ferromagnéticos.
Estes minerais, aquando da sua formação, podem ficar magnetizados
quando a temperatura desce abaixo do ponto de Curie (585ºC para a
magnetite).

Durante o arrefecimento do
magma, formam-se cristais que
ficam orientados de acordo com
o campo magnético terrestre
existente na altura. Esta
polaridade fica registada mesmo
que o campo magnético mude,
excepto se os cristais forem
aquecidos acima do ponto de
Curie. Ponto de Curie ou temperatura de Curie corresponde à
temperatura acima da qual os materiais perdem as suas
capacidades ferromagnéticas, voltando a adquiri-las com a
diminuição da temperatura. Varia de material para material,
e foi descoberto por Pierre Curie.
35 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo
36 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo
37 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo

As rochas sedimentares também podem registar o campo magnético


terrestre.
38 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo

Polaridade normal Polaridade inversa

Polaridade remanescente nas rochas Polaridade remanescente nas


idêntica à polaridade actual. rochas, oposta à polaridade actual.
39 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo
O estudo dos campos magnéticos terrestres fossilizados designa-se
paleomagnetismo.
40 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo
O magma que chega à superfície na zonas dos riftes, ao arrefecer, fossiliza o campo
magnético da Terra. Com a introdução de novo magma, as rochas já consolidadas
são afastadas para os lados (no processo de expansão oceânica), transportando
com elas o "sinal" do campo magnético sob o qual arrefeceram. Gera-se, assim, um
padrão em bandas, simétrico em relação ao centro emissor, isto é, ao rifte.

Modelo teórico de formação das


bandas magnéticas do fundo
oceânico:
a)No passado, a nova crusta oceânica
ao forma-se e arrefecer fossilizou o
campo magnético terrestre desse
período;
b)com a formação de nova crusta a
anterior é afastada simetricamente
para os lados;
c)situação actual com as bandas
magnéticas sucessivamente criadas.
(Adaptado de: Kious e Tilling, This Dynamic Earth, USGS
ws)
41 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo
Percorrendo os fundos oceânicos com um magnetómetro verifica-se que a
intensidade do campo magnético em determinadas zonas é superior à
intensidade média actual, anomalia positiva, e noutras zonas é inferior,
anomalia negativa. Estes dados permitem traçar o perfil magnético desses
fundos.

DOC.3 - Qual o contributo do magnetismo terrestre


para a hipótese de expansão dos fundos oceânicos?
Página 119 do manual
42 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo
DOC.3 - Qual o contributo do magnetismo terrestre
para a hipótese de expansão dos fundos oceânicos?

Sugestão de resposta ao DOC. 3


1. Distribuem-se simetricamente.

2. Ao nível do rifte verifica-se a génese e expansão da crosta oceânica. O magma, ao chegar


à superfície arrefece e solidifica. Os cristal ferromagnéticos, ao atingirem a temperatura do
ponto de Curie magnetizam-se adquirindo uma polaridade idêntica à do campo magnético
terrestre nesse momento. Este processo repete-se continuamente enquanto o campo
magnético presente se mantiver com as mesmas características, formando-se uma porção
de crusta oceânica que se expande para um e para outro lado do rifte. Se posteriormente
ocorrer uma inversão do campo magnético terrestre, a crusta oceânica formada durante
esse período regista uma polaridade inversa da primeira. Assim se vão formando bandas
simétricas com polaridade alternadamente normal e inversa.

3. As anomalias positivas verificam-se nas zonas em que a crusta tem polaridade idêntica a
do campo magnético actual, pois nessas zonas é registado o somatória de dois campos
magnéticos, o da Terra nesse momento e o “fossilizado" nas rochas. As anomalia negativas
verificam-se em zona em que a polaridade é inversa.
Geomagnetismo

➢ Periodicamente ocorrem inversões dos


pólos, isto é, o Norte “troca” com o
Sul.

➢ As causas de tais fenómenos são ainda


desconhecidas.

➢ A inversão do campo magnético causa


grandes perturbações na fronteira do
núcleo-manto, que se exprimem em
violentos episódios vulcânicos.

➢ Estas situações, julga-se, podem estar


na origem de grandes extinções em
massa.

43
Geomagnetismo
➢ No entanto, se as variações de
campo magnético podem eliminar
diversas formas de vida, pode-se
também afirmar com certeza que
é a existência deste campo
magnético que permitiu o
aparecimento e manutenção da
vida na Terra.

➢ O campo magnético cria um


“escudo” em torno da Terra que
desvia os fortes ventos solares,
que eliminariam os seres vivos da
superfície da Terra.

➢ Ao serem desviados os ventos


solares acabam por formar os
auroras boreais.
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45 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo

Importância do geomagnetismo
➢ A existência de um campo magnético apoia o facto do núcleo ser
líquido e possuir movimento.

➢ O paleomagnetismo oferece inúmeras informações sobre o


passado da Terra:
• Regista inversões de polaridade do campo magnético terrestre;

• Apoia a hipótese da deriva continental e a da formação dos fundos


oceânicos a partir do rifte;

• Permite retirar ilações sobre a posição dos continentes relativamente


aos pólos magnéticos;

• Permite determinar a latitude geográfica que a rocha em estudo


ocupava no momento da sua formação.

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46 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geomagnetismo

Porque é importante para a


Terra a existência de um
campo magnético?

É extremamente
importante para o planeta
porque protege-o de
radiações ionizantes de
ventos solares.

Estes contêm partículas


perigosas para os seres
vivos e afectam o
funcionamento de satélites
e aparelhos de
comunicação.
47 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geotermismo

A temperatura aumenta progressivamente para o interior da Terra,


conforme tem sido mostrado aquando da abertura de túneis, poços, minas
ou execução de sondagens.

Esse aumento é varia entre diferentes regiões.


A taxa de aumento da temperatura no interior da Terra é o gradiente
geotérmico.
O gradiente geotérmico relaciona o aumento da temperatura com a
profundidade e é expresso em oC/m.

Gradiente Geotérmico: taxa de variação da temperatura com a


profundidade, ou seja, aumento da temperatura por km de
profundidade.
48 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geotermismo

O grau geotérmico, que é expresso em m/oC, é o número de metros que é


necessário aprofundar para que haja um aumento de temperatura de 1oC.

Para profundidades para as quais tem sido possível fazer determinações


directas o valor médio do grau geotérmico é de cerca de 33 m/ oC, ou, em
média, furar cerca de 33 metros para que a temperatura se eleve de 1oC.

O fluxo térmico ou o fluxo de calor é a quantidade de calor que flui à


superfície ou, quantidade de calor libertada por unidade de superfície e
por unidade de tempo (transferência de calor do interior para o exterior
da Terra).
É, em média, da ordem de 50 cal por centímetro quadrado, por ano.

O fluxo térmico é um pouco mais elevado no eixo das dorsais oceânicas e


mais baixo nos escudos.
49 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geotermismo
50 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geotermismo
Como varia a temperatura da Terra com o
aumento da profundidade?

Doc. 4 , página 121 do manual


51 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geotermismo
1. Construa o gráfico relativo à variação da temperatura com a
profundidade de acordo com os valores obtidos na perfuração no
oceano Atlântico.
52 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geotermismo
2. Calcule o gradiente geotérmico para os primeiros 20 km de
profundidade baseando-se nos dados do gráfico A.

20 km ------ 600ºC

g = 600/20 = 30ºC/km
53 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Geotermismo

3. Comente a seguinte frase: "O gradiente


geotérmico diminui com a profundidade.“
Há um aumento da temperatura mais acentuado
até cerca de 60 km seguindo-se uma zona onde o
aumento da temperatura por km de profundidade
é menos acentuado. Na fronteira do manto com o
núcleo volta a verificar-se um gradiente mais
elevado o qual volta a diminuir ao longo do
núcleo.

4. De acordo com o gráfico B, refira a variação da


temperatura no manto desde a base da litosfera
até à fronteira com o núcleo.
A temperatura varia de cerca de 1500ºC até cerca
de 3500ºC.

5. Em que zonas da Terra pode haver material


fundido?
No manto superior, a profundidades que oscilam
dos 200 km a 300 km, e no núcleo externo.
54 Métodos para o estudo do interior da geosfera

Sismologia

Se a Terra fosse homogénea ou seja se a composição


e as propriedades físicas dos materiais fossem
idênticas:
● A velocidade das ondas sísmicas seria constante em
qualquer direcção, e
● A trajectória dos raios sísmicos seria rectilínea

Tal não se verifica!!!

Conclusão:
♦ A Terra é heterogénea na sua composição interna
♦ As propriedades físicas dos seus materiais são diferentes

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