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Métodos para o estudo do interior da geosfera

Biologia e Geologia
10º Ano
Métodos para o estudo do interior da
geosfera

Métodos

Diretos Indiretos

Permitem recolher dados


Baseiam-se na observação indiretamente (por
direta dos materiais que generalizações e inferições)
constituem a Terra. Apenas sobre as zonas da Terra às
permitem conhecer a parte quais os cientistas não têm
superficial do planeta Terra. acesso.
Métodos Diretos

Métodos Diretos

Observação e Exploração de Materiais emitidos


estudo da Jazigos minerais Sondagens pelos vulcões
superfície visível em minas e Magmas e
(afloramentos) escavações Xenólitos
Métodos Diretos - Paisagens geológicas e
afloramentos rochosos
A zona mais superficial daTerra pode ser estudada através da
observação das rochas expostas à superfície - afloramentos rochosos e
das paisagens geológicas.
Métodos Diretos – Exploração de jazigos minerais

Explorações efetuadas em
minas e grutas permitem
conhecer zonas do interior daMétodos
crosta terrestre.
Métodos Diretos – Atividade vulcânica
Os vulcões, ao entrarem em atividade, lançam para o exterior da Terra
materiais provenientes de zonas internas: Magmas e Xenólitos.

Estudando as características dos magmas, os cientistas investigam as


condições do ambiente em que foram gerados, isto é, as condições de
temperatura, de pressão e de composição do manto ou da parte inferior
da crosta.
Métodos Diretos – Atividade vulcânica
O magma, na sua ascensão, arranca fragmentos de rochas
encaixantes, chamados xenólitos. Estes, são muitas vezes,
fragmentos do manto terrestre que fornecem dados para o
conhecimento direto dessa zona da Terra.

Amostra de basalto contendo xenólitos


(nódulos verdes de peridotito, rocha
presente no manto)
Métodos Diretos – Sondagens Geológicas
Nas sondagens geológicas procede-se a perfurações, fazendo orifícios
verticais de diâmetro variável, quer ao nível dos continentes, quer ao
nível dos oceanos. Introduz-se um tubo que, ao subir, transporta
cilindros de rochas chamados carotes ou tarolos. Essas rochas são
posteriormente estudadas em laboratório.
Métodos Diretos – Sondagens Geológicas

 Os furos que ultrapassam os -1500 a -1700 metros são designados furos


ultraprofundos.

 A maior perfuração foi realizada na Rússia, em Kola, até uma


profundidade de 12 km.

 As perfurações envolvem problemas complexos:

Aspeto económico – são extremamente dispendiosas.

Aspeto técnico – devido às elevadas temperaturas, os


materiais utilizados têm simultaneamente, de ser resistentes a
essas temperaturas e suficientemente leves para serem manejados.
Métodos indiretos

Métodos
Indiretos

Astrogeologia Geofísica
e
Planetologia
Sismologia Densidade Geomagnetismo Geotermismo Isostasia
Métodos indiretos
A Astrogeologia estuda os corpos
celestes, por exemplo, meteoritos,
cometas, planetas, rochas lunares ou
a superfície de Marte. Aplica os
saberes geológicos aos corpos
celestes.

A Geofísica é a ciência que se


dedica ao estudo das propriedades
físicas da Terra, assim como o
magnetismo, a densidade, a
geotermia, entre outros. Investiga
as várias camadas do planeta, desde
as zonas mais superficiais às
mais profundas.
Métodos Indiretos – Astrogeologia e Planetologia
A astrogeologia fornece informações indiretas sobre interior da Terra, como a
composição e densidade, do visto que se acredita que todos os corpos que
constituem o Sistema Solar tiveram a mesma origem a partir de materiais
idênticos. Assim, o estudo de meteoritos, asteroides e outros astros do Sistema
Solar, permite obter dados sobre o nossopróprio planeta.
Métodos Indiretos – Sismologia
 A sismologia, através do estudo da velocidade e do modo de propagação
das ondas sísmicas em profundidade permite avaliar diversos parâmetros
relativos às propriedades físicas dos materiais do interior da Terra.
 O facto da propagação das ondas sísmicas ser afetada pelas características
dos materiais que atravessam permitiu aos cientistas constatar que o interior
da Terra não é homogéneo.
 A análise pormenorizada do comportamento das ondas sísmicas
permitiu não só localizar descontinuidades secundárias, como
também outras variações de velocidade, que sendo graduais, não
correspondem a descontinuidades.
Métodos Indiretos – Sismologia
 O comportamento das ondas sísmicas no interior da Terra
possibilitou a identificação de superfícies de descontinuidade:

- Descontinuidade de Mohorovicic ou de
Moho:
localiza-se entre a crosta e o manto.
- Descontinuidade de Gutenberg:
localiza-se entre o manto e o núcleo externo.
- Descontinuidade de Lehmann:
localiza-se entre o núcleo externo e o núcleo
interno.

 Associada à descoberta das descontinuidades,


foi possível delimitar o interior da terra
em camadas concêntricas e pode inferir-se
acerca do estado físico dos materiais.
Métodos Indiretos – Sismologia
Zona de Baixa Velocidade
Entre os 100 km e os 250/350 km de
profundidade verifica-se uma diminuição de
velocidade das ondas das ondas P e S.

O que permite admitir que o material rochoso,


embora não sofra alterações na composição,
apresenta menor rigidez e maior plasticidade
encontrando-se em fusão parcial.

Zona de Transição
Esta zona localiza-se entre os 410 Km e os
660 Km de profundidade e ocorre um Zona de
aumento acentuado da velocidade das transição
ondas P e S.

Este facto deve-se às elevadas pressões na


região o que torna a estrutura dos materiais
mais compacta e aumenta a sua rigidez.
Métodos Indiretos – Densidade

A densidade global da Terra é de cerca de


5,5. As rochas da superfície terrestre
são muito menos densas, apresentando uma
densidade média de 2,8.

Uma ilação a tirar desta constatação é que


devem existir materiais de densidade
muito superior no interior do planeta.

A densidade no interior da Terra aumenta


com o aumento da profundidade, mas
não de forma constante.

Esta variação é devida não só à


existência de elementos mais densos
como também ao aumento da pressão
que atua comprimindo os materiais.
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
 A Terra tem um campo magnético natural que é responsável pela orientação de
qualquer corpo magnético livre (como a agulha da bússola), segundo a direção
dos polos magnéticos norte-sul.

 Linhas de força do campo magnético passam através do planeta e estendem-se de


um polo magnético para outro. Um corpo magnetizado, como, por exemplo, uma
agulha magnética, fica alinhado paralelamente às linhas de força do campo
magnético e orienta-se de acordo coma direção dos pólos magnéticos.

A limalha de ferro distribui-se no espaço, segundo as


linhas imaginárias do campo magnético formado.
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
Métodos Indiretos – Geomagnetismo

Como se gera o campo magnético?


Atualmente a explicação da formação do campo magnético
da Terra mais aceite é a Teoria do Dínamo.

• O material constituinte do núcleo externo (níquel e ferro), no


estado líquido, encontra-se em movimento de rotação
devido, julga-se, àscorrentes de convecção.

• Este movimentocria uma corrente elétrica e, como


consequência, um campo magnético.

• O núcleo deverá ser composto por um material condutor de


eletricidade – composição metálica.

• A existência do campo magnético mostra indiretamente a


constituição e estado físico do núcleo.
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
O campo Magnético fica registado nas rochas
Certas rochas, como o basalto, são ricas em minerais ferromagnéticos,
como, por exemplo, a magnetite. Durante o arrefecimento do magma, os
cristais podem ficar magnetizados instantaneamente quando a
temperatura desce abaixo de um certo valor, chamado ponto de Curie (585 °C
para a magnetite).
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
Métodos Indiretos – Geomagnetismo

Cristais são “ímanes fósseis”


Os cristais apresentam polaridade igual à do campo magnético terrestre
em que se formaram e mantêm essa polaridade desde que não sejam
aquecidos acima do ponto Curie.
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
Certas rochas retêm, pois, uma "memória" do campo magnético terrestre na
altura da formação dos minerais ferromagnéticos que contêm. Este campo
magnético que fica registado na rocha designa-se por campo
paleomagnético e o estudo dos campos paleomagnéticos designa-se por
paleomagnetismo.
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
O estudo das propriedades magnéticas de lavas solidificadas,
nomeadamente de amostras de basalto retiradas dos fundos oceânicos, mostra
que o campo magnético tem mudado periodicamente a sua
polaridade, ou seja, o Pólo Norte Magnético, que está atualmente próximo do
Pólo Norte Geográfico - polaridade normal - já esteve, no passado, próximo
do Pólo Sul Geográfico - polaridade inversa. A mudança de uma polaridade
normal para uma polaridade inversa designa-se por inversão do campo
magnético terrestre.

Polaridade normal Polaridade inversa


(Nesta situação, uma bússola apontaria para
o pólo sul, em vez do pólo norte)
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
Em1952, um físico inglês, Patrick Blackett,
inventou um aparelho, chamado magnetómetro,
que permite não só medir a intensidade de
campos magnéticos extremamente fracos como
também determinar a direção e o sentido do
campo magnético "fossilizado" nas rochas.

Magnetometria
Inversões de polaridade
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
Os minerais ferromagnéticos das rochas sedimentares também mantêm, no
momento de sedimentação, a polaridade do campo na altura da sua
formação.

Os minerais constituintes do magma são mais facilmente magnetizáveis


do que os minerais que compõem por exemplo um sedimento, pelo que
a orientação do campo magnético é mais facilmente determinada numa
lava do que num sedimento.
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
Os estudos do paleomagnetismo também possibilitaram estudar a
evolução dos fundos oceânicos e inferir acerca do dinamismo da
crosta e do manto superior.
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
Ao nível do rifte verifica-se a génese e
expansão da crosta oceânica, para
um e outro lado da dorsal (daí a
simetria observada). O magma, ao
chegar à superfície, arrefece e
solidifica e alguns dos seus minerais
irão magnetizar-se, adquirindo uma
polaridade idêntica à do campo
magnético terrestre nesse momento.
Este processo repete-se continuamente
e a orientação dos minerais recém-
formados irá ser idêntica enquanto o
campo magnético se mantiver essas
características. Assim que ocorra uma
inversão da polaridade, os
minerais que se irão formar adquirirão
uma polaridade inversa, gerando as
riscas de padrão zebra
Métodos Indiretos – Geomagnetismo
Métodos Indiretos – Geotermismo
Gradiente Geotérmico
 Taxa de variação da temperatura com a
profundidade, ou seja, aumento da
temperatura por km de profundidade.

 Determinações feitas em minas e sondagens,


até às profundidades possíveis de atingir,
mostram que a temperatura aumenta com a
profundidade. Contudo, verifica-se que até
determinada profundidade (20 metros em
Portugal), a temperatura mantém-se constante,
designando-se esta faixa por zona de
temperatura constante.

 Para zonas inacessíveis, a determinação é feita


com base em cálculos indiretos.

 O gradiente geotérmico diminui com a


profundidade. (A temperatura aumenta de
uma forma mais lenta).
Métodos Indiretos – Geotermismo
Grau Geotérmico
 Número de metros que é necessário aprofundar
para que a temperatura aumente 1ºC.

 Nas determinações diretas verificou-se que a


temperatura aumenta 30ºC/km, isto é, 1ºC em
cada 33 a 34 metros de profundidade.

 O valor do grau geotérmico não é constante,


dependendo de local para local, no entanto
estipulou-se um valor médio para a geosfera de
33 metros.

 O grau geotérmico aumenta com a


profundidade. Se a temperatura aumenta cada
vez mais devagar, significa que se tem de
aprofundar mais para que a temperatura aumente
1ºC.
Métodos Indiretos – Geotermismo
Fluxo geotérmico

Transferência do calor do interior da Terra, mais


quente, para o exterior, mais frio.

 Nos locais onde o fluxo térmico é maior (zonas


quentes), o grau geotérmico é menor.
 Nos locais onde o fluxo térmico é menor (zonas
frias), o grau geotérmico é maior.

 Emalguns casos, o fluxo geotérmico é percetível


e espetacular, como acontece nas zonas vulcânicas e
nas fontes termais. Porém, na generalidade, não nos
apercebemos dessa libertação do calor interno,
devido à baixa condutibilidade térmica da crosta
terrestre, que determina uma dissipação de calor
extremamente lenta.
Métodos Indiretos – Geotermismo

Variação da temperatura e pressão

Gradiente Geobárico
•Taxa de aumento da pressão com a profundidade.
Métodos Indiretos – resumindo…

Tipo de Informação fornecida


dados
Sismologia  Apoia a existência de camadas diferentes em densidade,
composição e estado físico, no interior da geosfera.
Geomagnetismo A existência de um campo magnético terrestre confirma a
existência de uma camada no interior da Terra com
constituição metálica e no estado líquido (núcleo externo).
Permite identificar em profundidade a existência de
materiais com constituintes metálicos (rochas magmáticas e
minério).
 Apoia a teoria da expansão dos fundos oceânicos.
Geotermia A temperatura aumenta com a profundidade, mas o
aumento é cada vez menor.
Origem do calor interno da Terra

O calor da Terra provém:

 Do calor remanescente da
formação da Terra, ainda
existente no núcleo:
- Energia libertado pelo
impacto com outros corpos
celestes

- Contração gravitacional dos


materiais.

 Da desintegração dos
elementos radioativos que
constituem as rochas.
Modelos da estrutura interna da Terra

Biologia e Geologia
10º Ano
Modelos da estrutura interna da Terra
Modelo Geoquímico
Baseia-se na composição química dos materiais.

A1- Crusta continental


A2- Crusta Oceânica
B- Manto
C- Núcleo
Modelo Geofísico
Baseia-se nas propriedades físicas dos materiais. ex: rigidez e estado
físico dos materiais.

A- Litosfera
B- Astenosfera
C- Mesosfera
D- Endosfera Externa
ou Núcleo Externo
E- Endosfera Interna ou
Núcleo Interno
Modelo Geoquímico

(Peridotito
)
Modelo Geofísico

Endosfera (E)

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