2.3-Estrutura Interna Da Terra

2.
3 ESTRUTURA INTERNA DA TERRA

ESTRUTURA E DINÂMICA DA GEOSFERA
― 2.1 Vulcanismo
― 2.2 Sismologia
― 2.3 Estrutura interna da Terra
Estrutura e dinâmica da geosfera

ESTRUTURA E DINÂMICA DA GEOSFERA
Como se justifica a raridade

e o valor do diamante?

Estrutura interna da Terra
Métodos de estudo do interior da Terra
―Um dos objetivos da geologia é
Diâmetro polar
conhecer a estrutura interna da Terra. (12 714 km)
Contudo, este objetivo é difícil de

concretizar devido às dimensões do
planeta. Diâmetro
equatorial
(12 756 km)
―Para conhecer a estrutura interna da
Terra, os geólogos recorrem a
métodos diretos e métodos indiretos. Movimento de rotação da Terra
Fig. 1 – Diâmetros polar e equatorial da Terra.

Métodos de estudo do interior da Terra – métodos diretos
―Os métodos diretos incluem aqueles que

permitem a observação e estudo das rochas de
forma direta. Não fornecem dados sobre as
camadas mais profundas. Ex: sondagens,
vulcanologia, afloramentos, explorações
mineiras.

Estudo de sondagens Vulcanologia
Fig. 4 – Realização de uma

sondagem Fig. 5 – Vulcanólogo a recolher informações num vulcão.

Estudo de afloramento Estudo de explorações mineiras
Fig. 2 – Vista parcial do afloramento rochoso Fig. 3 – Mina Rio Tinto, na

da serra de Sintra (Santuário da Peninha). Andaluzia, Espanha.

Sondagens geológicas
Por meio da abertura de furos verticais, com diâmetros variáveis, são
retiradas colunas contínuas de rocha – designadas tarolos ou carotes – que
podem corresponder a milhões de anos da história da Terra.
Sondagem geológica e tarolos.

Explorações mineiras
Uma exploração mineira, seja em céu aberto, seja em galeria subterrânea,
permite explorar diretamente a geosfera e obter amostras do seu interior.
Complexo mineiro de Neves Corvo.

Vulcanismo
A atividade vulcânica permite conhecer materiais cuja génese pode ter ocorrido
a algumas centenas de quilómetros de profundidade e esses materiais são
expelidos para o exterior graças à atividade vulcânica.
A análise desses materiais (lavas, cinzas e gases, entre outros) faculta-nos

importantes informações sobre a composição do interior da Terra (crusta e
manto).
O magma na sua ascensão pode
“arrancar” fragmentos das rochas
encaixantes. Esses fragmentos
denominam-se xenólitos e são, muitas
vezes, fragmentos do manto e da
crusta terrestre. Vulcanólogo a recolher amostras de lava.
Afloramentos
Os movimentos tectónicos, genericamente muito lentos, quando colocam
materiais geológicos formados em profundidade à superfície – os afloramentos
– seja por meio de processos orogénicos (processos que levam à formação de
montanhas), seja pela erosão, que vai “limpando” o que está à superfície, até
colocar a descoberto as rochas do interior, também permitem obter
informações e amostras de materiais que, quando se formaram, estavam no
interior da Terra.
Afloramento rochoso granítico (rocha plutónica) da praia de Lavadores (V. N. de Gaia)

Métodos de estudo do interior da Terra – métodos indiretos
―Os métodos indiretos baseiam-se nos dados

fornecidos pela geofísica, nomeadamente a
sismologia, geomagnetismo e geotermia.

Métodos de estudo do interior da Terra – métodos indiretos
Sismologia
―As características da propagação das ondas sísmicas variam consoante a
rigidez, densidade e incompressibilidade dos materiais que atravessam.
Hipocentro
A B
Propagação apenas Propagação das
das ondas P ondas P e S
Zona de sombra
das ondas P
Propagação apenas
das ondas P Fig. 6 – Trajetórias de propagação das ondas sísmicas na Terra:
A – de acordo com a realidade; B – se a Terra fosse homogénea.
Métodos indiretos - sismologia
― A velocidade das ondas P varia em conformidade com a
densidade, rigidez e incompressibilidade das rochas.
― A densidade aumenta com a profundidade mas não de

modo constante.
Fig. 7 – A – Variação da densidade e da velocidade das ondas sísmicas com a profundidade. B – Variação da densidade com a profundidade.
― A variação da densidade com a profundidade resulta, principalmente, da diferente
composição química dos materiais.
Fig. 8 – Composição química das várias camadas da Terra (% em volume).
― O estudo das ondas sísmicas permitiu identificar as diferentes descontinuidades:

― Descontinuidade de Mohorovicic (ou Moho) - entre a crosta e o manto;
― Descontinuidade de Gutenberg – entre o manto e o núcleo externo;
― Descontinuidade de Lehmann – entre o núcleo externo e o núcleo interno.


―A determinação da velocidade das ondas S permitiu delimitar a
litosfera mas também uma zona de baixa velocidade, entre os
100 km e os 250 km, correspondente à astenosfera.
Fig. 9 – Variação da velocidade das ondas S na litosfera e na astenosfera (linha verde).

― Esta diminuição de velocidade, para as ondas S, mas também para as ondas
P, resulta do facto de nesta região a temperatura ser suficientemente
elevada para que exista a fusão de alguns minerais do peridotito – fusão
parcial.
Fig. 9 – Variação da velocidade das ondas S na litosfera e na astenosfera (linha verde).

―A partir da astenosfera o aumento da
pressão é muito maior que o aumento da
temperatura, tornado os materiais
sólidos.
―A exceção é o núcleo externo que é
líquido.
―Deste modo é possível concluir que a ação
conjugada da pressão e da temperatura
influencia o estado físico e a rigidez dos
materiais.
Fig. 10 – Influência da temperatura no estado físico dos materiais do interior da Terra.
Métodos indiretos – geomagnetismo
― O estudo do geomagnetismo é o
estudo do campo magnético da Terra.
― O campo magnético terrestre tem
origem no núcleo externo e estende-
se até ao espaço.
― O principal responsável pela criação e
manutenção do campo magnético
terrestre é o calor interno da Terra,
que gera correntes de convecção.
Fig. 11 – Caracterização do campo magnético terrestre atual (com polaridade normal)
e mecanismo responsável pela sua formação – correntes de convecção.
―O campo magnético terrestre é dipolar e gera, atualmente,

forças magnéticas que se deslocam do polo sul magnético
para o polo norte magnético, estando este próximo do polo
norte geográfico – polaridade normal.
―No entanto isto nem sempre se verificou ao longo da

história da Terra.

Através do estudo de rochas basálticas oceânicas, ricas em
minerais ferromagnesianos, foi possível concluir que, ao longo do
tempo, o campo magnético terrestre registou várias inversões.
―Minerais de ferro como a magnetite registam o campo magnético
existente na altura em que se formam – paleomagnetismo.
As partículas minerais magnéticas são Esta orientação é preservada nos
―Em certas rochas a direção transportadas com outros sedimentos para os sedimentos litificados, registando
oceanos e alinham-se com o campo magnético o campo magnético vigente no
terrestre existente no momento da sua deposição. momento da sua deposição
do campo magnético
registada indica uma
inversão dos polos
magnéticos em relação ao
campo atual – polaridade
inversa.
Fig. 12 – Sedimentos recém-formados podem ficar magnetizados na direção
do campo magnético na altura da sua deposição.
― O estudo do oceano Atlântico revelou um padrão simétrico em torno do rifte
reforçando a ideia de que ocorrem inversões no campo magnético terrestre.
― O facto de certas rochas se

apresentarem magnetizadas faz com
que o valor da intensidade
magnética seja diferente do previsto.
Fig. 13 – Registo de episódios de diferente polaridade do campo magnético

terrestre desde a atualidade até há 5 Ma.
―Quando a intensidade magnética é menor do que o esperado
– anomalia magnética negativa – as rochas apresentam
polaridade magnética inversa.
―Quando a polaridade é normal e o valor do campo magnético

é superior ao previsto temos uma anomalia magnética
positiva.

Métodos indiretos – geotermia
―O calor interno da Terra resulta de dois fatores:

―Energia térmica acumulada durante a formação do
planeta.
―Decaimento de elementos radioativos do interior do
planeta.

―O gradiente geotérmico é a medida da variação da
temperatura por quilómetro de profundidade (⁰C /km)
―O grau geotérmico corresponde ao número de metros que é

necessário percorrer em profundidade para que a
temperatura aumente 1 ⁰C.
―Gradiente e grau geotérmico são variáveis opostas.

―Parte do calor interno da
Terra é dissipada à
superfície.
―O fluxo térmico é a
quantidade de energia
térmica libertada por
unidade de superfície e de
tempo.
Fig. 14 – Valores do fluxo térmico da Terra.
160ºC
Pág.185
5km ex. 1
160/5=32ºC/km
400/15=26,7ºC/km
15km 800/35=22,9ºC/km
ex. 2
6 371/32=203 872ºC
ex. 2
35km Estariam todos no
estado líquido.
PARA PRATICAR
1. Selecione a opção que completa corretamente a opção.
O estudo de magmas e xenólitos lançados pelos vulcões até à superfície, bem como a
informação baseada em ____________, são considerados métodos de estudo
_________ do interior da Terra.
A.sondagens (…) indiretos
B.estudos sísmicos (…) indiretos
C.sondagens (…) diretos
D.estudos sísmicos (…) diretos
PARA PRATICAR
O estudo de afloramentos rochosos à superfície constitui um método ___________, assim
como o estudo de __________.
A. direto (…) propagação de ondas sísmicas no interior da Terra
B. indireto (…) propagação de ondas sísmicas no interior da Terra
C. direto (…) jazigos minerais efetuados em minas e escavações
D. indireto (…) jazigos minerais efetuados em minas e escavações

PARA PRATICAR
As inversões magnéticas que se apresentam simétricas em relação aos riftes

constituem um método ___________ para o estudo do interior da Terra, pois
evidenciam informações das propriedades ______________ do planeta.
A. direto (…) físicas e químicas
B. indireto (…) físicas
C. direto (…) químicas
D. indireto (…) físicas e químicas
Modelo geoquímico
Crosta
―Baseado na composição
química dos materiais. Manto
―Três camadas: crosta,

Núcleo
manto e núcleo.
Descontinuidade
de Moho
Descontinuidade
de Gutenberg
Fig. 15 – Modelo geoquímico

da estrutura interna da Terra. 2890 km 6371 km
Modelo geoquímico
Crosta
Crosta: camada menos espessa,
subdividida em crosta
Manto
continental, granítica, rica em
sílica e alumínio e crosta Núcleo
oceânica, basáltica
Manto: formado e rica
por em de
silicatos
silício
ferro eemagnésio.
magnésio.Representa
Descontinuidade
67,1%
Núcleo:daformado
massa da Terra.
por liga
de Moho
Descontinuidade
metálica de ferro e níquel de Gutenberg
e, por isso, é muito denso.

Fig. 15 – Modelo geoquímico
da estrutura interna da Terra. 2890 km 6371 km
Modelo geofísico Litosfera
―Baseado no estado físico e Astenosfera
na rigidez dos materiais

Mesosfera
Núcleo externo
Núcleo interno
Descontinuidade
de Lehmann
Fig. 16 – Modelo geofísico da
estrutura interna da Terra. 2890 km 5150 km
Modelo geofísico Litosfera
Litosfera: camada rígida com Astenosfera
cerca de 100 km
Astenosfera: de espessura.
região de
comportamento plástico e de Mesosfera
Mesosfera: região
menor rigidez. sólidaparcial
Há fusão e rígida.
Limite
dos inferior
materiais.
Núcleo externo:atésitua-se
aosinferior
Limite 2890 km.
entreaté
os
aos
2890250
kmkm.e os 5150 km. Os Núcleo externo
materiais encontram-se no
Núcleo interno: camada
estado liquido. É responsável Núcleo interno
constituída por materiais sólidos
pela criação do campo magnético Descontinuidade
e rígidos. Situa-se entre os 5150 de Lehmann
terrestre. Fig. 16 – Modelo geofísico da
km e os 6371 km. estrutura interna da Terra. 2890 km 5150 km
Modelo e dinâmica da estrutura interna da Geosfera
Modelo químico e modelo físico da subdivisão da geosfera

Astenosfera e a dinâmica da litosfera
― O facto de a astenosfera possuir materiais parcialmente fundidos permite a
movimentação na horizontal e na vertical da litosfera.
― A teoria da tectónica de placas explica os movimentos horizontais.
― Os movimentos na vertical são explicados pela isostasia.
Fig. 17 – Representação de um bloco

de madeira a flutuar em água. Fig. 18 – Espessura das regiões montanhosas.
Estrutura
Estudo dainterna da Terra
estrutura interna da geosfera
Dinâmica da geosfera: movimentos verticais da litosfera

Os movimentos verticais da litosfera ocorrem quando se acrescenta ou se
reduz o seu peso.
• Nos limites convergentes, o
choque de placas origina o
afundamento e o
espessamento da crusta.
• A erosão das rochas reduz o
peso da litosfera e permite a
sua ascensão, possibilitando
o afloramento de rochas que
se formaram em
profundidade.

Estrutura
Dinâmica da geosfera: movimentos horizontais da litosfera

Os movimentos horizontais da litosfera resultam da formação das
dorsais oceânicas, cuja acumulação de material origina um
deslizamento da litosfera sobre a astenosfera (ridge push).

Estrutura

Os movimentos horizontais da litosfera resultam da formação das
dorsais oceânicas, cuja acumulação de material origina um
deslizamento da litosfera sobre a astenosfera (ridge push).

Estrutura

Os movimentos horizontais da litosfera resultam do efeito de
tração causado pela placa que subducta por ação da gravidade
(setas 1), puxando (setas 2) a restante placa (slab pull).
2 2
1
1

Estrutura

Os movimentos horizontais da litosfera podem resultar do efeito
das correntes de convecção do manto (setas 1), arrastando a
placa litosférica que se encontra por cima (setas 2).
2 2
1 1

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Estrutura e dinâmica da geosfera

Como se justifica a raridade

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Contudo, este objetivo é difícil de

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―Os métodos diretos incluem aqueles que

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Estudo de afloramento Estudo de explorações mineiras

Fig. 2 – Vista parcial do afloramento rochoso Fig. 3 – Mina Rio Tinto, na

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Sondagem geológica e tarolos.

Complexo mineiro de Neves Corvo.

A análise desses materiais (lavas, cinzas e gases, entre outros) faculta-nos

Afloramento rochoso granítico (rocha plutónica) da praia de Lavadores (V. N. de Gaia)

―Os métodos indiretos baseiam-se nos dados

Estrutura e dinâmica da geosfera

― A densidade aumenta com a profundidade mas não de

Fig. 8 – Composição química das várias camadas da Terra (% em volume).

― O estudo das ondas sísmicas permitiu identificar as diferentes descontinuidades:

Estrutura e dinâmica da geosfera

Estrutura e dinâmica da geosfera

Fig. 9 – Variação da velocidade das ondas S na litosfera e na astenosfera (linha verde).

Fig. 9 – Variação da velocidade das ondas S na litosfera e na astenosfera (linha verde).

―O campo magnético terrestre é dipolar e gera, atualmente,

―No entanto isto nem sempre se verificou ao longo da

Estrutura e dinâmica da geosfera

― O facto de certas rochas se

Fig. 13 – Registo de episódios de diferente polaridade do campo magnético

―Quando a polaridade é normal e o valor do campo magnético

Estrutura e dinâmica da geosfera

―O calor interno da Terra resulta de dois fatores:

Estrutura e dinâmica da geosfera

―O grau geotérmico corresponde ao número de metros que é

―Gradiente e grau geotérmico são variáveis opostas.

Estrutura e dinâmica da geosfera

O estudo de afloramentos rochosos à superfície constitui um método ___________, assim

como o estudo de __________.

A. direto (…) propagação de ondas sísmicas no interior da Terra

B. indireto (…) propagação de ondas sísmicas no interior da Terra

C. direto (…) jazigos minerais efetuados em minas e escavações

D. indireto (…) jazigos minerais efetuados em minas e escavações

3. Selecione a opção que completa corretamente a opção.

As inversões magnéticas que se apresentam simétricas em relação aos riftes

―Três camadas: crosta,

Fig. 15 – Modelo geoquímico

e, por isso, é muito denso.

―Baseado no estado físico e Astenosfera

na rigidez dos materiais

Litosfera: camada rígida com Astenosfera

Modelo químico e modelo físico da subdivisão da geosfera

― A teoria da tectónica de placas explica os movimentos horizontais.

― Os movimentos na vertical são explicados pela isostasia.

Fig. 17 – Representação de um bloco

Dinâmica da geosfera: movimentos verticais da litosfera

Estrutura e dinâmica da geosfera

Dinâmica da geosfera: movimentos horizontais da litosfera

Estrutura e dinâmica da geosfera