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Princípios do raciocínio geológico Princípio do Catastrofismo: (George Cuvier) - a Terra

(determinar a idade da Terra) esteve sujeita a rápidas e violentas alterações que


teriam provocado a extinção da fauna e da flora
existentes. A estes períodos de extinção seguiam-se
Argumentos usados por Wegener para a Teoria da Deriva Continental períodos estáveis em que uma nova fauna e flora
Os continentes encaixam-se entre si.- evidente, voltariam a ocupar a superfície da Terra.
especialmente quando se consideram as plataformas  As transformações sofridas pela Terra são pontuais
Morfológicos/ continentais, ou seja, as áreas de crosta continental e resultam da ocorrência de catástrofes; não
Geográficos que estão submersas. ocorrem com padrões ou ciclos.
Ex: entre as costas oeste de Africa e este da  Reuniu o consenso da comunidade científica e religiosa
América do Sul da época, as alterações eram consideradas intervenções
divinas (ex: diluvio).
Fósseis da mesma espécie encontrados em
Paleontológicos
locais distantes separados por oceanos.
James Hutton: analisou as rochas sedimentares, estudou os
Vestígios de climas antigos (paleoclimas), muito seus processos de formação e concluiu que a erosão e
diferentes dos atuais, ficaram registados nas transporte de
rochas mais antigas dos continentes. Esses partículas era lenta e continua. Logo a elevada riqueza em
vestígios também registam continuidade entre fosseis de organismos extintos indicavam uma deposição
continentes atualmente separados. lenta.
Paleoclimáticos Ex: Sedimentos glaciares, que só se formam em
altitude e a baixas temperaturas, foram encontrados Princípio do Uniformitarismo: as alterações que
em África- o que indica que este continente já esteve ocorrem no nosso planeta são cíclicas, lentas e
em altas altitudes próximas do Polo Sul, e que,
graduais, sob influência dos mesmos processos que
entretanto, se afastaram, mantendo o registo nas
atuaram no passado (uniformes), ao contrário dos
rochas.
fenómenos catastróficos.
Rochas com a mesma idade e do mesmo tipo
Litológicos -Rochas com idades diferentes e com características
apresentam registos fosseis semelhantes,
idênticas, formaram-se em ambientes semelhantes
embora se encontrem separadas por oceanos
-Segundo o uniformitarismo, as catástrofes não passam de
Quando se juntam os continentes, como num acontecimentos localizados, incapazes de provocar alterações
puzzle, verifica-se continuidade em formações na Terra.
Geológicos
rochosas e em cadeias montanhosas antigas,  Princípio do gradualismo- as transformações
possuindo estes a mesma idade. ocorridas na Terra resultam de processos
naturais lentos e graduais.
Principios do
 Princípio do atualismo geológico: as causas que,
raciocinio
geológico no passado, provocaram alterações na Terra são
as mesmas que se verificam atualmente.
-baseia-se na observação dos fenómenos atuais
para compreender o passado da Terra.
Principio do Principio do Principio do  Principio das Causas atuais- “o presente é
Catastrofismo Uniformitarismo Neocatasrofismo
a chave do passado”- as causas passadas
para as modificações da Terra além de
semelhantes às atuais teriam tido sempre a
Principio do mesma intensidade.
Principio do
Gradualismo
atualismo
Geologico Ex: rochas que apresentam um padrão de deposição
semelhante às dunas atuais - através do princípio do
Uniformitarismo podemos afirmar que elas foram dunas
Principio das antigas, formadas pela ação do vento, que depois foram
Causas atuais consolidadas.

A partir do Princípio do Uniformitarismo James Hutton


formulou o:
Neocatastrofismo: ao longo da História da Terra ocorrem episódios Saber: Placa litosférica, limites divergentes,
catastróficos, isto é, a Terra vai-se alterando, principalmente por convergentes e transformante/conservativos, rift e zona
processos lentos e graduais/impercetíveis, mas em certos de subducção, dorsais e fossas oceânicas.
momentos experimenta ocorrências catastróficas que causam
alterações globais.
- Concilia o uniformitarismo e o catastrofismo
 As leis naturais são constantes no espaço e no tempo, pelo
que se deve explicar o passado com base no que se observa
hoje (princípio das causas atuais ou princípio do atualismo).
 As mudanças geológicas são cíclicas, lentas e graduais;

 Grandes catástrofes podem, no entanto, provocar


alterações muito repentinas na Terra.

Irídio: foi descoberta uma fina camada de argila com teores de irídio,
datada de há cerca de 65 milhões de anos, o que permite correlacionar a
extinção em massa, que ocorreu à 65 M.a., com o impacto de um grande Depressões profundas: fossas oceânicas (zonas de subducção)
meteorito. ao longo da linha da costa de alguns continentes onde ocorre a
destruição da crusta oceânica mais antiga.

Hipótese da Deriva Continental

Hipótese da Deriva Continental/ Hipótese da deriva dos


continentes- (Alfred Wegener) os continentes teriam estado
reunidos num único supercontinente (Pangeia), rodeado por um
enorme oceano (Pantalassa). –
-Wegener defendia que os continentes deslizavam sobre
fundos oceânicos e que as forças capazes de mover continentes Dorsais/cristas médio-oceânicas: montanhas
proviriam da rotação da Terra e da atração exercida pelo Sol e pela submarinas.
Lua.
Rifte: fissura localizada no centro
Tecnologias, desenvolvidas em meados do século XX, permitiram
da dorsal.
conhecer os fundos oceânicos: foram importantes pois ao permitir o
conhecimento dos fundos dos oceânicos, retomou-se as ideias de
A zona de rifte é o local por onde
Wegener que antes eram críticas. o magma proveniente do interior
 Emissão de ultrassons para medir a profundidade; da Terra é expelido, estando a
 Robô de exploração; crusta terreste continuamente a
ser criada (para os 2 lados). -
Conceito de Expansão dos Fundos
Oceânicos (Hess).
-A camada de sedimentos que se acumula no fundo
do oceano é mais espessa à medida que aumenta a
distância ao rifte.
A crusta oceânica encontra-se em permanente formação e Rochas ácidas: rochas ígneas (claras-leucocratas) com
destruição.
elevado teor em sílica (>63%) ex: riolito e granito.
As ideias de Wegener acerca da Deriva Continental e as suas
Rochas básicas: rochas ígneas (escuras-melanocratas) com
implicações foram retomadas e para tal, contribuíram alguns baixo teor de sílica (<42%) ex: gabro, basalto.
aspetos:
 Existência de dorsais médio-oceânicas; Placas tectónicas/litosféricas
 Diminuta idade das rochas da crusta oceânica, quando
comparadas com as da crusta continental;
 A hipótese de expansão dos fundos oceânicos, segundo a As placas encontram-se separadas umas das outras por falhas. É
qual a crusta oceânica é formada nas zonas de rifte e nessas zonas de fronteira das placas tectónicas- limites de placas-
reciclada nas zonas de subducção (fossas); que as forças são mais evidentes.

Planície abissal- área extensa de fundos oceânicos com Limites Convergentes/ destrutivos
topografia suave a plana.
As placas colidem uma com a outra.
Teoria da Tectónica de Placas A destruição e “reciclagem” de material ocorre ao longo dos limites

Limite Convergente A placa oceânica mais densa mergulha sob


Teoria da Tectónica de Placas (Teoria da Deriva Continental +
Oceânico-Continental a continental-subducção.
Conceito de Expansão dos fundos oceânicos): postula a
(Andes) O atrito gerado origina sismos profundos
existência de uma zona terrestre (litosfera) sólida,
onde ocorre fusão do material, formando-
fragmentada em placas, que se encontram em constante
se magmas, que podem solidificar em
movimento.
profundidade ou originar fenómenos
-Considera que o planeta Terra se encontra dividido em
vulcânicos.
diferentes camadas, com propriedades químicas e físicas
Há destruição de litosfera (principalmente
distintas.
oceânica), espessamento
da litosfera continental, formação de
Litosfera: (todo o material até aos 100km de profundidade:
montanhas e vulcanismo.
crusta oceânica e continental e parte do manto superior).
Limite Convergente A placa que sofre subducção ao longo de
 Encontra-se dividida em placas tectónicas/ litosféricas-
porção de litosfera que se desloca sobre a astenosfera; Oceânico-Oceânico uma fossa é a mais antiga, pois apresenta
 O material encontra-se no estado sólido, com as principais maior espessura de sedimentos.
diferenças a existirem entre a crusta oceânica e a Forma-se uma depressão profunda – fossa
continental: oceânica.
 Crusta continental- é mais espessa, menos densa, A subducção conduz ao aquecimento e à
composta por rochas ácidas (ex: granito). fusão dos materiais. - Pode formar-se
 Crusta oceânica- pouco espessa, mais densa e composta magma que originará fenómenos
essencialmente por rochas básicas (ex: basalto). vulcânicos.
A lava ascende à superfície através de
Astenosfera: localiza-se por debaixo da litosfera, no manto vulcões, que podem emergir formando
superior (100-350km de profundidade). O material encontra-se ilhas.
parcialmente fundido, possuindo um comportamento plástico. Limite Convergente Nenhuma das placas sofre subducção, pois
 A plasticidade da astenosfera é capaz de suportar a Continental-Continental ambas são pouco densas em comparação
mobilidade da litosfera, que se apresenta dividida em (Himalaias) com a astenosfera. Resulta o
placas litosféricas/tectónicas que flutuam sobre a espessamento da litosfera, ou seja, as
astenosfera.
rochas sofrem deformações e formam-se
montanhas/cadeias montanhosas, com
dobramentos e levantamento dos
materiais que se encontravam no fundo
oceânico.
convergentes.
O comportamento das placas depende diretamente da sua
densidade e indiretamente dos materiais que a constituem.
Limites divergentes/ construtivos/ rifte rifte, é preenchida por novo basalto que se forma pela
consolidação de lava que ascende da astenosfera.
Corresponde a locais onde as placas estão sujeitas a forças  Nas zonas descendentes das correntes de convecção
distensivas e se afastam uma da outra havendo formação de ocorre colisão entre placas e a litosfera é destruída ou
nova litosfera (nova crusta) por magma que ascende do manto podem formar-se montanhas.
através de vulcões submarinos. Ex: Açores
Os riftes existem nos limites divergentes de placas e
correspondem a fendas por onde ascende magma que, ao
consolidar, forma basalto.

Limites conservativos/ transformante

Não há formação nem destruição de litosfera, as placas, sujeitas


a forças de cisalhamento, deslizam lateralmente uma em relação
à outra ao longo de uma falha. As placas tectónicas, ao moverem-se, podem provocar
Este movimento causa grande atrito, com intensa atividade alterações:
sísmica.  Formação de cadeias montanhosas: (limites
Como nenhuma placa é subductada, nem se abrem fissuras, não convergentes) o choque de 2 placas. Ex: Himalaias.
existe fusão de material, não estando associados a este tipo de  Deformação de materiais: as forças que atuam
limite fenómenos vulcânicos. sobre as massas rochosas podem causar-lhes
deformações, tais como dobras, falhas e
metamorfismo;
 Distribuição dos seres vivos: ao moverem-se e ao
moldarem o relevo, as placas podem
aproximar/afastar as populações de seres vivos,
contribuindo para o mecanismo da evolução de
Cada placa pode ser simultaneamente divergente, convergente e
espécies.
conservativa, em relação às placas que lhe estão próximas.
 Abertura de oceanos: isola grupos de seres vivos,
As principais catástrofes naturais associadas aos limites de placas
chegando alguns a extinguirem-se.
são as erupções vulcânicas e sismos.

Correntes de convecção térmica- (motor que faz mover as placas


tectónicas/litosféricas) movimentos de convecção da astenosfera
que causam a deslocação das placas tectónicas (litosfera).
 A energia necessária para este movimento é fornecida pelo
calor interno da Terra.
 Estas forças acabam por partir a litosfera em pedaços – as placas
litosféricas. Elas são arrastadas, afastando-se em alguns locais e
chocando noutros locais.
 No manto, as elevadas temperaturas aumentam a
plasticidade dos materiais e permitem a subida de material
quente (menos denso) no interior da Terra. Na astenosfera,
esse material desloca-se horizontalmente e desce um pouco
por todo o manto, definindo uma corrente de convecção.
 O movimento das correntes de convecção na astenosfera, para
um lado e para o outro do rifte, arrasta consigo as duas placas
litosféricas em direções opostas. A abertura resultante, no

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