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Baseado em fatos reais, tem-se a história de amor entre Lale Sokolov e Gita, dois judeus
eslovacos que se conheceram nos campos de concentração da Alemanha nazista em
Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial. Lale ficou incumbido de ser o tatuador, cujo
trabalho era marcar os respectivos números nas pessoas que chegavam ao campo.
O livro é narrado em terceira pessoa e acompanhamos o que acontece com Lale nos
tempos em que passou em Auschwitz, a linguagem é simples e a leitura é bem fluída. Há
poucos momentos mais densos de escrita, havendo bastante diálogos.
A história, assim como outras que contam sobre pessoas que viveram as barbáries dos
campos de concentração, é emocionante, mostra como elas precisavam ser inteligentes e
também possuírem muita sorte para saírem vivos de lá. O tratamento desumano, as
repressões, o medo constante, a fome, doenças, trabalho forçado e até serem cobaias,
são características que marcaram a vida de muitas pessoas que passaram pelos campos
de concentração.
Um ponto que me incomodou foi uma ou outra fala dos personagens, já que o livro conta
eventos da década de 1940, ocorrem diálogos que não parecem se passar em tal época.
Acredito que Lale tivesse uma visão diferenciada sobre determinadas questões, muito pela
sua criação, mas não a ponto de dizer exatamente aquelas palavras. Aparentemente, a
maioria dos diálogos tiveram um toque a mais pela autora, afinal, dificilmente Lale
lembraria tudo o que foi dito nesse período, ainda mais 60 anos depois. Posso estar
enganado? Claro, mas de qualquer forma esses diálogos descontextualizaram a
ambientação e o período.
Um ponto interessante, foi entender a dinâmica de trabalho que as pessoas tinham nos
campos de concentração, cada um tinha uma função, seja na parte administrativa, de
controle de quem era preso e na própria construção das alas. No mais, uma história muito
bonita, que mostra que as coisas quando são para acontecer, as pessoas fazem
acontecer, mesmo que o ambiente não seja o mais propício e que tenham que enfrentar
muitas adversidades.
Heather Morris/Sokolov family
Separação e reencontro
Ludwig morreu em 2016. Pouco antes morrera Gita. Foi então que
este resolveu, por fim, contar a sua história (e a história do amor
entre ambos) a Heather Morris – que a reuniria no livro “ O
Tatuador de Auschwitz”. “Os horrores de sobreviver quase três
anos em Auschwitz fizeram com que ele [Ludwig] vivesse o resto
da vida com medo e paranóia. Demorei três anos para desvendar
esta história”, recorda Heather à BBC. Em fevereiro o livro será
publicado em Portugal pela Editorial Presença.
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