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Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém

FILOSOFIA – 11º Ano Teresa Fonseca

Questões para treinar:

1.1 – Platão no seu livro Teeteto apresentou-nos uma conceção do conhecimento (conceção
tradicional do conhecimento). De acordo com essa conceção:
A) apenas crenças verdadeiras podem ser justificadas;
B) uma crença falsa pode, sob certas condições, justificar um conhecimento;
C) uma crença verdadeira pode, sob certas condições, constituir conhecimento;
D) o conhecimento é sempre uma crença partilhada, considerando que implica um sujeito e um
objeto.

1.2 - Os argumentos céticos exploram certos factos psicológicos contingentes sobre o modo como
formamos, testamos, recordamos e raciocinamos sobre as nossas crenças. Dado que o
conhecimento consiste em crenças que, pelo menos, são verdadeiras e estão devidamente
justificadas, qualquer problema que afete a formação e a utilização de crenças sobre um dado
assunto constitui uma ameaça às nossas pretensões ao conhecimento respeitantes a esse assunto.
A. G. Grayling, Céticismo

De acordo com o texto, os céticos defendem que:


A) apenas crenças verdadeiras podem ser justificadas;
B) as crenças, até podem ser verdadeiras, mas jamais serão justificadas;
C) as crenças falsas podem ser justificadas;
D) as crenças nunca serão verdadeiras, nem justificadas.

1.3 - Desde há muito notara eu que, no tocante aos costumes, é necessário às vezes seguir, como se
fossem indubitáveis, opiniões que sabemos serem muito incertas. Mas, porque agora desejava
dedicar-me apenas à procura da verdade, pensei que era forçoso que eu fizesse exatamente ao
contrário e rejeitasse, como absolutamente falso, tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor
dúvida.
Descartes, Discurso do Método

Com este texto Descartes visa sustentar que a dúvida permite:


A) rejeitar definitivamente tudo o que não seja indubitável;
B) provar que não podemos estar certos de nada;
C) encontrar um fundamento seguro para o conhecimento;
D) mostrar que os sentidos por vezes nos enganam.

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1.4 - No texto apresentado na questão anterior, Descartes ao afirmar que “fizesse exatamente ao
contrário e rejeitasse, como absolutamente falso, tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor
dúvida,” evidencia:
A) o caráter radical que a dúvida tem na sua filosofia;
B) a necessidade de encontrar um fundamento para a sua filosofia;
C) a importância de duvidar tal como os céticos;
D) o alcance da dúvida hiperbólica na filosofia de Descartes.

1.5 - (…) tinha de admitir como muito evidente e muito certo que existia; ao passo que bastava que
tivesse deixado de pensar para não ter já nenhuma razão para crer que existia, ainda que tudo o
tivesse imaginado fosse verdadeiro; por isso, compreendi que era uma substância, cuja essência ou
natureza é apenas o pensamento, que para existir não tem necessidade de nenhum lugar nem
depende de nenhuma coisa material. (…)
René Descartes, Discurso do Método
Neste excerto do Discurso do Método Descartes defende que o cogito é:
A) obtido por um processo a priori;
B) imune ao próprio processo de dúvida;
C) confirmado pela experiência;
D) o fundamento do conhecimento.

1.6 – Mas, porque a razão me persuade logo que não devo menos cuidadosamente coibir-me de dar
o meu assentimento às coisas que não são plenamente certas e indubitáveis do que às abertamente
falsas, para rejeitá-las todas basta que se me depare em uma delas qualquer razão de dúvida. Para
isso, não tenho que percorrê-las cada uma em particular, trabalho que seria sem fim: porque uma vez
minados os fundamentos, cai por si tudo o que está sobre eles edificado, atacarei imediatamente
aqueles princípios em que se apoiava tudo o que anteriormente acreditei.
René Descartes, Meditações

Neste texto estão evidenciadas as seguintes características da dúvida cartesiana:


A) radical, hiperbólica e metódica;
B) metódica, hiperbólica e voluntária;
C) voluntária, radical e metódica;
D) provisória, radical e hiperbólica.

1.7 - Voltando a examinar a ideia que eu tinha de um ser perfeito, descobria que a existência estava
nela contida, do mesmo modo, ou mais evidentemente ainda, que na de um triângulo está
compreendido que os seus três ângulos são iguais a dois retos; e que, por conseguinte, é pelo menos
tão certo como o pode ser qualquer demonstração de geometria que Deus, que é o ser perfeito, é ou
existe.

Descartes, Discurso do Método

Com este texto Descartes visa sustentar que:

A) a existência de Descartes, implica, necessariamente, a existência de Deus;

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B) a existência de Deus é garantida pela análise do seu próprio conceito;
C) a existência de Deus implica a imperfeição de Descartes;
D) a imperfeição de Descartes implica a existência de ideia de Deus.

1.8 - Embora vejamos o Sol muito claramente, não devemos por isso julgar que ele só tem a
grandeza que vemos; e podemos à vontade imaginar distintamente uma cabeça de leão unida ao
corpo de uma cabra, sem que tenhamos de concluir que no mundo existem quimeras: porque a razão
não garante que seja verdadeiro o que assim vemos ou imaginamos. Mas sugere-se que todas as
nossas ideias ou noções devem ter algum fundamento de verdade; porque não seria possível que
Deus, que é inteiramente perfeito e completamente verdadeiro, as tivesse posto em nós sem isso.
René Descartes, Discurso do Método

Neste texto Descartes apresenta-nos exemplos dos três tipos de ideias defendidas por ele. A ideia de
“uma cabeça de leão unida ao corpo de uma cabra” por ele referida é:
A) uma ideia inata;
B) uma ideia factícia;
C) uma ideia adventícia;
D) uma ideia complexa.

1.9 – Todos admitirão prontamente que existe uma diferença considerável entre as perceções da
mente, quando um homem sente a dor de um calor excessivo ou o prazer de um ardor moderado, e
quando ele depois traz à memória a sua sensação ou a antecipa mediante a sua imaginação.
D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano
Neste texto Hume defende que:
A) as impressões são cópias menos vividas de ideias;
B) as impressões são cópias mais vividas de ideias;
C) as ideias são cópias mais vividas de impressões;
D) as ideias são cópias menos vividas de impressões.

1.10 – Na filosofia de Hume, as questões de facto são proposições necessárias. Esta afirmação é:
A) verdadeira, porque as relações de ideias descobrem-se pelo pensamento;
B) falsa, porque todas as ideias derivam da experiência;
C) falsa, porque o conhecimento humano é constituído apenas por proposições contingentes;
D) verdadeira, porque as relações de ideias referem-se a factos concretos.

1.11 – Hume distinguiu as questões de facto das relações de ideias. De acordo com esta distinção:
A) as questões de facto apenas podem ser decididas pela experiência;
B) as verdades matemáticas são questões de facto;
C) todos os raciocínios sobre causas e efeitos exprimem relações de ideias;
D) negar uma questão de facto resulta numa contradição.

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1.12 – Hume diz que “Todas as ideias são copiadas de impressões ou de sentimentos precedentes e,
onde não pudermos encontrar impressão alguma, podemos ter a certeza de que não há qualquer
ideia”. Pelo facto de Hume afirmar isto podemos dizer que:
A) a forma de explicar o mundo é suportarmo-nos em questões de factos;
B) a existência das ideias é justificável pela existência das impressões;
C) para Hume o conhecimento do mundo é feito de forma a priori;
D) a existência das impressões nega a existência das ideias como forma de conhecimento a
posteriori.

1.13 – 1.13 – Segundo Hume as ideias são cópias das impressões e as ideias podem ser:
A) cópias das impressões e das perceções;
B) simples e complexas;
C) cópias mais vividas de impressões;
D) simples e compostas.

1.14 - Se acontecer, devido a algum defeito orgânico, que uma pessoa seja incapaz de experimentar
alguma espécie de sensação, verificamos sempre que ela é igualmente incapaz de conceber as
ideias correspondentes. Um cego não pode ter a noção das cores, nem um surdo dos sons.
D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano

Com este texto Hume visa sustentar que:


A) as ideias são a fonte do conhecimento;
B) o conhecimento de algo implica necessariamente a sua ideia;
C) não há ideias sem serem precedidas por impressões;
D) se tivermos limitações sensórias não podemos ter ideias complexas.

1.15 - Quantas vezes me acontece que, durante o repouso noturno, me deixo persuadir de coisas tão
habituais como que estou aqui, com o roupão vestido, sentado à lareira, quando, todavia, estou
estendido na cama e despido!
R. Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira

Neste texto, Descartes mostra-nos que tem dificuldade me distinguir o sonho da realidade. David
Hume também teria este tipo de dificuldade?
A) sim, pois enquanto dormimos não temos perceções sensoriais;
B) não, pois Hume confia nas suas ideias e elas não o enganariam;
C) sim, porque Hume apenas considera como certo o conhecimento das relações de factos;
D) não, pois Hume confia na informação dada pelos sentidos, seja ela qual for.

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Sócrates – Diz-me, então, qual a melhor definição que poderíamos dar de conhecimento, para não
nos contradizermos? (…)
Teeteto – A de que a crença verdadeira é conhecimento? (…)
Sócrates – Mas, meu amigo, se a crença verdadeira e o conhecimento fossem a mesma coisa, nunca
o melhor dos juízes teria uma crença verdadeira sem conhecimento. A verdade, porém, é que se trata
de duas coisas distintas.
Teeteto – Eu mesmo já ouvi fazer essa distinção, Sócrates; tinha-me esquecido dela, mas voltei a
lembrar-me. Dizia essa pessoa que a crença verdadeira acompanhada de razão é conhecimento e
que, desprovida de razão, a crença está fora do conhecimento.
Platão, Teeteto

1 – Neste excerto Platão defende que para haver conhecimento não basta haver uma crença
verdadeira, é necessário que essa crença verdadeira seja justificada. Considera que esta defesa de
Platão é irrefutável? Justifique adequadamente a sua resposta.

Em suma, todos os materiais do pensamento são derivados do nosso sentimento externo e interno.
Apenas a mistura e a composição destes materiais competem à mente e à vontade. Ou, para me
expressar em linguagem filosófica, todas as nossas ideias ou perceções mais fracas são cópias das
nossas impressões, ou perceções mais vívidas.
D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano

2 – No texto acima, David Hume afirmou que “todas as nossas ideias ou perceções mais fracas são
cópias das nossas impressões, ou perceções mais vívidas”. Explique a distinção que ele faz entre
impressões e ideias.

Dado que nascemos crianças e que formulámos vários juízos acerca das coisas sensíveis antes que
tivéssemos o completo uso da nossa razão, somos desviados do conhecimento da verdade por
muitos preconceitos, dos quais parece não podermos libertar-nos a não ser que, uma vez na vida,
nos esforcemos por duvidar de todos aqueles em que encontremos a mínima suspeita de incerteza.
Será mesmo útil considerar também como falsas aquelas coisas de que duvidamos, para que assim
encontremos mais claramente o que é certíssimo e facílimo de conhecer.
Descartes, Princípios da Filosofia

3 – Neste excerto, Descartes mostra a necessidade de duvidar para que “encontremos mais
claramente o que é certíssimo e facílimo de conhecer”. Explique qual o papel da dúvida na filosofia de
Descartes e clarifique o que ele considerou como sendo “certíssimo e facílimo de conhecer”.
Justifique adequadamente a sua resposta.

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