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Filosofia- Capítulo 7

Dúvida Metódica
→ Descartes quis submeter argumentos à dúvida e
provar que estes seriam falsos ou indubitáveis.
Um dos argumentos que procurou provar foi que o
conhecimento é de facto possível, uma vez que há
crenças que a razão, por si só se justifica.
Descartes mostra-se assim um racionalista por
justificar a existência de conhecimento com base
na razão(a priori).
→ Para garantir que não era enganado pelos seus
sentidos ou que estaria a ser hipoteticamente
manipulado por um génio maligno todo poderoso,
procurou duvidar de tudo e todos em seu redor.
→ Assim a dúvida metódica, ou dúvida cartesiana,
tinha na sua base três características essenciais
ao pensamento de Descartes:
✓ Metódica: pois é um meio e não um fim para
alcançar o conhecimento
✓ Hiperbólica: pois nenhuma dúvida é
suficientemente disparatada
✓ Universal: pois nada está imune à dúvida

! ATENÇÃO
Descartes tentando negar a teoria cética
aproxima-se do pensamento dos céticos, assumindo
que os nossos sentidos podem nos estar a enganar
sem termos a noção disso (argumento cético da
ilusão) originando o argumento do sonho, no qual
tudo e todos à nossa volta podem ser uma mera
ilusão.
! CONTUDO
Sendo Descartes um racionalista, assume que até
nos nossos sonhos há verdades que não podemos
duvidar (a priori), ou seja, dúvidas do teor
matemático.
Para evitar a influência do Génio Maligno,
Descartes apercebe-se que a noção de algo implica
a sua veracidade, isto é, “A noção de que 2+2=4
sugere que realmente 2+2=4”, sendo assim
indubitável.

O Cogito
▫ Descartes começou a duvidar das coisas existentes
à sua volta, uma vez que os nossos sentidos nos
enganam muitas vezes e até duvidou da sua própria
existência. Contudo apercebe-se que só o facto de
duvidar, está a pensar e mesmo que não seja um
ser físico, é sem sombra de dúvidas um ser
pensante e assim profere "Penso, logo existo”.
▫ O facto de o Cogito ser uma crença
autojustificada e inabalável, nega o argumento da
regressão infinita pelos céticos.
Deus
▫ Segundo a filosofia cartesiana, Deus é um ser
benevolente e todo poderoso que nunca nos iria
induzir em erro ao contrário do génio maligno.
Para além disso é também omnipotente,
omnipresente e omnisciente mas acima de tudo é
critério e crítica fundacional do conhecimento.
Como sabemos que Deus existe?
o Vamo-nos debruçar sobre o argumento ontológico de
Santo Anselmo, adaptando-o para a filosofia de
Descartes. Temos assim que “A noção de Deus
implica a sua existência". Após uma análise
verifica-se que há dois argumentos que também
estão na base desta afirmação.
(1) ARGUMENTO DA MARCA
Descartes tem uma ideia de Deus na sua mente e
para além disso sabe que existe tanta realidade
num efeito quanto na sua causa, sendo assim a
ideia Deus e a causa a sua existência. Deus deixa
assim uma marca indubitável da sua existência.

(2) ARGUMENTO ONTOLÓGICO


Descartes baseia-se no argumento de Santo Anselmo
afirmando então que se está convicto da
existência de algo, isso implica a sua
existência.

Como provamos que Deus existe?


o A prova da existência de Deus é formulada com
base no pensamento racionalista, ou seja, à
priori. Contudo do nosso pensamento surgem 3
tipos de ideias, sendo elas:

(1) IDEIAS INATAS


São ideias com as quais nós nascemos e fomos
aprendendo ao longo do tempo
(2) IDEIAS INVENTADAS
São ideias que provêm da criação e da imaginação
da nossa mente, como os vampiros
(3) IDEIAS ADQUIRIDAS
Corresponde à impressão que as coisas causam nos
nossos sentidos como a ideia de frio e de praia.
O MUNDO EXISTE
o Após esta meditação Descartes sai do Cogito pois
está convicto de tudo o que sabe e não duvida
mais sobre o facto de ele ser apenas um ser
pensante e não físico e então assume firmemente
que pensa e existe.

Considerações a tomar:
✓ Sem Deus, Descartes nada mais poderia saber além
do Cogito;
✓ Deus tem de existir, caso contrário nós, seres
imperfeitos, não poderíamos ter a ideia de
perfeição;
✓ A ideia de perfeição ou de ser perfeito (Deus) é
inata e só pode ter sido colocada na nossa mente
por um ser perfeito (o próprio Deus)

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