O documento resume as principais teorias do racionalismo de René Descartes sobre o conhecimento. Ele explica que Descartes adota o método da dúvida para alcançar certezas, levando-o a concluir que "penso, logo existo" é o primeiro princípio indubitável. Também explica que Descartes defende a existência de Deus como fundamento do critério de verdade e garantia da razão.
O documento resume as principais teorias do racionalismo de René Descartes sobre o conhecimento. Ele explica que Descartes adota o método da dúvida para alcançar certezas, levando-o a concluir que "penso, logo existo" é o primeiro princípio indubitável. Também explica que Descartes defende a existência de Deus como fundamento do critério de verdade e garantia da razão.
O documento resume as principais teorias do racionalismo de René Descartes sobre o conhecimento. Ele explica que Descartes adota o método da dúvida para alcançar certezas, levando-o a concluir que "penso, logo existo" é o primeiro princípio indubitável. Também explica que Descartes defende a existência de Deus como fundamento do critério de verdade e garantia da razão.
Na noite de 10 para 11 de Novembro de 1619, Descartes tem
sonhos que o levam a duvidar do conhecimento e mesmo da existência da realidade. Inspirando-se na matemática e utilizando a dúvida como método, escreve o Discurso do Método com o objetivo de encontrar um fundamento capaz de resistir aos argumentos do ceticismo. 1. A dúvida “Agora que resolvera dedicar-me apenas à descoberta da verdade, pensei que […] era necessário rejeitar como falso tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida, a fim de ver se, após isso, ficaria qualquer coisa nas minhas opiniões que fosse inteiramente indubitável.”
Descartes decide adotar um método para alcançar o conhecimento:
Duvidar de todo o conhecimento considerado verdadeiro.
1. A dúvida Características da dúvida: - Metódica - Universal - Hiperbólica - Radical
⚫ A adoção da dúvida como método não faz de Descartes um filósofo
cético. ⚫ A dúvida é apenas um caminho para atingir o conhecimento verdadeiro e indubitável. 2. Justificação da dúvida
Por que motivo devemos duvidar de tudo?
⚫ Os sentidos por vezes enganam-nos.
⚫ Há quem se engane a raciocinar.
⚫ Temos dificuldade em identificar a verdade (por exemplo, em distinguir o sono da vigília). 2. Justificação da dúvida ⚫ Os sentidos, por vezes, enganam-nos.
Ilusões de ótica 2. Justificação da dúvida
⚫ Temos dificuldade em identificar a verdade.
- Podemos não conseguir distinguir o sono da vigília: por vezes
pensamos que estamos acordados quando, afinal, estamos a dormir. 3. A existência do «Cogito» (Eu penso)
⚫ A dúvida conduziu a uma certeza: a existência de um «eu»,
cuja natureza é pensante:
“[…] enquanto queria pensar que tudo era falso, eu, que assim pensava, era necessariamente alguma coisa.”
⚫ Pensar implica a existência de alguém que pensa:
Penso, logo existo. 3. A existência do «Cogito» (Eu penso)
⚫ Primeira verdade indubitável e primeiro princípio a que a
dúvida conduziu.
⚫ Primeira evidência que resiste à dúvida:
“[…]esta verdade - eu penso, logo eu existo - era tão firme e tão certa que todas as extravagantes suposições dos céticos seriam impotentes para a abalar.” 3. A existência do «Cogito» (Eu penso) Qual é a natureza do Cogito? “[…] esse eu, isto é, a alma ou pensamento pelo qual sou o que sou [um ser pensante] ⚫ é inteiramente distinto do corpo, ⚫ mais fácil de conhecer do que este, […] ⚫ [o corpo], embora não existisse, não impediria que [a alma pensamento] fosse o que é.”
O Eu Penso é de natureza puramente mental.
3. A existência do «Cogito» (Eu penso)
O «Cogito» é de natureza mental, portanto:
⚫ Não tem forma.
⚫ Não tem extensão.
⚫ Não ocupa espaço.
3. A existência do «Cogito» (Eu penso) O Dualismo cartesiano
A afirmação do dualismo mente-corpo:
Descartes defende que o Homem é constituído por duas substâncias distintas que interagem, mas não se misturam: ⚫ A mente ou pensamento (res cogitans) - não ocupa espaço, não tem forma, nem dimensões. ⚫ O corpo, substância material (res extensa) - ocupa espaço, possui forma e dimensões. 4. Critério de verdade
⚫ São verdadeiras todas as proposições evidentes, tão clara e distintas como
a existência do cogito.
⚫ Generalização da descoberta do Cogito aos restantes conhecimentos
“[…] julguei que podia admitir como regra geral que é verdadeiro tudo aquilo que concebemos muito claramente e muito distintamente.” 5. Argumento da causalidade (a origem da ideia de perfeição)
⚫ Descartes questiona: se sou um ser imperfeito, que duvida, de onde me
vem a ideia de perfeição?
- Descartes descobre a imperfeição da sua natureza em comparação com
a ideia de um ser perfeito. 5. A origem da ideia de perfeição
⚫ A ideia de perfeição tem de vir de um ser perfeito.
⚫ Esse ser é Deus:
“[…] e, conheci com evidência que [a ideia de perfeição] deveria
ter vindo de alguma natureza que fosse efetivamente mais perfeita.” 6. Argumento ontológico (a perfeição implica a existência) ⚫ Se Deus é perfeito, então existe. ⚫ Para ser perfeito, um ser tem de possuir todos os predicados que
lhe conferem a perfeição, logo tem de possuir o predicado da
existência, ou seja, tem de existir. “[…]voltando a examinar a ideia de um ser perfeito, notava que a existência está contida nessa ideia […] e que, por conseguinte, é pelo menos tão certo como qualquer demonstração da geometria, que Deus, esse ser perfeito, é ou existe.” 7. Deus – fundamento do sistema cartesiano
⚫ Deus é a garantia da indubitabilidade do critério da
evidência, isto é, garante a verdade das ideias concebidas
clara e distintamente:
“[…]aquilo mesmo que adotei como regra, isto é, que são
inteiramente verdadeiras as coisas que concebemos muito clara e distintamente, não é certo senão porque Deus é ou existe[…].” Atividade 1 Classifique como Verdadeiras (V) ou Falsas (F) as seguintes afirmações:
⚫ Porque decide duvidar de todo o conhecimento, Descartes é um cético.
⚫ Os sentidos permitem sempre alcançar conhecimentos verdadeiros.
⚫ Após duvidar de tudo, Descartes chega a um primeiro princípio indubitável:
“Penso, logo existo”.
⚫ O primeiro princípio foi derivado dos sentidos.
Classifique como Verdadeiras (V) ou Falsas (F) as seguintes afirmações:
⚫ A ideia de Deus é inata.
⚫ A causa da ideia de perfeição é o próprio Homem.
⚫ Tanto os sentidos como a razão podem, por vezes, ser enganadores.