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GRUPO IV
1Leia o texto seguinte. Dado que nascemos crianças e que formulámos vários juízos
acerca das coisas sensíveis antes que tivéssemos o completo uso da nossa razão,
somos desviados do conhecimento da verdade por muitos preconceitos, dos quais
parece não podermos libertar-nos a não ser que, uma vez na vida, nos esforcemos
por duvidar de todos aqueles em que encontremos a mínima suspeita de incerteza.
Será mesmo útil considerar também como falsas aquelas coisas de que duvidamos,
para que assim encontremos mais claramente o que é certíssimo e facílimo de
conhecer.
Descartes, Princípios da Filosofia, Lisboa, Editorial Presença, 1995
A partir do texto, esclareça o papel da dúvida cartesiana no «conhecimento da
verdade» (linhas 2 e 3). Na sua resposta, integre, de forma pertinente, informação do
texto.
A dúvida cartesiana desempenha um papel fundamental no "conhecimento da
verdade". Descartes acredita que nascemos com muitas crenças baseadas em
preconceitos adquiridos ao longo da vida, e essas crenças podem ser incertas. Para
atingir a verdade, é necessário duvidar de todas as crenças que tenham a menor
suspeita de incerteza. A dúvida serve como um método para purificar o conhecimento,
eliminando crenças falsas e incertas.
GRUPO IV
1. Leia o texto seguinte.
Se perguntar a mim próprio «Estou a beber?» ou «Está ele a pensar?», a resposta
pode ser «Sim», «Não» ou «Talvez». Mas se perguntar a mim próprio «Estou a
pensar?», a resposta apenas pode ser «Sim». Fazer essa pergunta a mim próprio é o
mesmo que eu pensar. Seria autorrefutante perguntar a mim próprio «Estou a
pensar?» e responder «Não».
T. Chappell, The Inescapable Self – An introduction to Western philosophy,
London, Weidenfeld & Nicolson, 2005, pp. 28-29 (adaptado)
1.1. Justifique, a partir do texto, que o cogito é uma certeza irrefutável.
1.2. Explique o argumento de Descartes para duvidar dos seus raciocínios
matemáticos mais evidentes. Questão 1.1: No texto apresentado, o autor defende que
o cogito (Penso, logo existo) é uma certeza irrefutável porque pensar, no próprio ato de
pensar, garante a existência do pensante. A dúvida é incapaz de negar o ato de pensar,
uma vez que duvidar requer pensar. Portanto, o cogito é uma certeza indubitável.
Questão 1.2: O argumento de Descartes para duvidar dos seus raciocínios matemáticos
mais evidentes é o "argumento do gênio maligno". Ele supõe a existência de um gênio
maligno ou Deus enganador que pode influenciar todas as suas crenças, incluindo
aquelas que parecem mais evidentes, como as verdades matemáticas. Isso levanta a
dúvida de que todas as suas crenças podem ser falsas, mesmo aquelas que parecem
indubitáveis.
GRUPO IV
1. Leia o texto.
Desde há muito notara eu que, no tocante aos costumes, é necessário às vezes seguir,
como se fossem indubitáveis, opiniões que sabemos serem muito incertas […]. Mas,
porque agora desejava dedicar-me apenas à procura da verdade, pensei que era
forçoso que eu fizesse exatamente ao contrário e rejeitasse, como absolutamente
falso, tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida [...].
R. Descartes, Discurso do Método, Lisboa, Edições 70, 2000, p. 73 (adaptado)
Descartes decide rejeitar «tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida».
Partindo do texto, exponha as razões que justificam esta decisão.
Neste texto, Descartes explica o papel da dúvida cartesiana no "conhecimento da
verdade" indicando que, para alcançar a verdade, é necessário duvidar de todas as
crenças baseadas em preconceitos ou que possuam a menor suspeita de incerteza. A
dúvida cartesiana é uma ferramenta fundamental para purificar o conhecimento,
eliminando crenças falsas e incertas, permitindo que se encontre o que é certo e
indubitável. O autor enfatiza que a dúvida é essencial para se alcançar a verdade.
8. Imagine que submetia as suas opiniões ao teste da dúvida proposto por Descartes.
Qual das opiniões seguintes seria a mais resistente à suspeita de falsidade? (C) Neste
momento, não estou a sonhar.
GRUPO IV
1.Depois de ter superado o teste da dúvida, Descartes restabelece a confiança nos
sentidos. No texto seguinte, Descartes esclarece em que circunstâncias se justifica
confiar nos sentidos.
No que se refere ao bem do corpo, os sentidos indicam muito mais frequentemente a
verdade do que a falsidade. E posso quase sempre utilizar mais do que um sentido
para examinar a mesma coisa; e, além disso, posso utilizar tanto a minha memória,
que associa as experiências presentes às passadas, como o meu intelecto, que já
examinou todas as causas de erro. Por isso, não devo continuar a temer que seja
falso o que os sentidos me dizem habitualmente; pelo contrário, as dúvidas
exageradas dos últimos dias devem ser abandonadas como risíveis. […] E não devo
ter sequer a menor dúvida da sua verdade se, depois de apelar a todos os sentidos,
assim como à minha memória e ao meu intelecto, para examinar as indicações que
receber de qualquer destas fontes, não houver conflito entre elas.
R. Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, Coimbra, Almedina, 1976,
pp. 224-225. (Texto adaptado)
Explique, recorrendo ao texto, em que circunstâncias a informação proveniente dos
sentidos não deve ser aceite.
No texto de Descartes, ele explica em que circunstâncias a informação proveniente dos
sentidos não deve ser aceite, seguindo seu método de dúvida. Ele afirma que a
informação sensorial não deve ser aceite em caso de conflito entre os sentidos e
quando a perceção dos sentidos é obscura e confusa. Portanto, a informação dos
sentidos deve ser questionada quando há contradição entre os sentidos ou quando a
perceção sensorial é incerta e confusa. Este é um aspeto importante do método
cartesiano de busca pela verdade, que se baseia na dúvida metódica como uma
ferramenta para encontrar conhecimento indubitável.