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2, Fernando

cx Pessoa- ortónimo

Temas da poesia de Pessoa ortónimo

Fingimento Razão e emoção


artístico (dor de pensar)

Infância Sonho e realidade

Fingimento artístico
Segundo a teoria apresentada por Pessoa em poemas como
“Autopsicografia”, o poeta não expõe diretamente as suas emoções na obra. O
poeta finge (imagina artisticamente) as emoções apresentadas no poema,
distanciando-se daquilo que sentiu efetivamente.
Se o poeta é o criador, fingindo as emoções que o poema apresenta,
o leitor é o responsável pela sua interpretação. É ele que experiencia as
emoções que o poema desencadeou.

Razão e emoção (dor de pensar)


Nos poemas de Pessoa ortónimo, surge o tema da consciência da
existência, os que têm consciência são superiores ao resto.
A consciência torna-se um problema quando se converte na
omnipresença. Intelectualizando as emoções, o poeta deixa de sentir
verdadeiramente. Uma vez que a consciência lhe traz infelicidade, o eu vai
desejar a consciência de seres como a “ceifeira”, acreditando poder assim
libertar-se da dor de pensar.
Contradição profunda: o eu deseja ser inconsciente, mas só é
verdadeiramente feliz tendo consciência dessa felicidade (a consciência anula
a felicidade). Assim, não existe solução para a dor de pensar.
Infância
Nos poemas do ortónimo, existe uma perspetiva profundamente
negativa acerca do presente, associado à infelicidade, à fragmentação, à
deceção e à ausência de sentido par a existência.
A infância surge como um período evocado e idealizado, tornando-se
um símbolo. E representa:
 A identidade não fragmentada;
 A inconsciência;
 A existência não contaminada pela omnipresença da razão;
 A impossibilidade de alcançar a felicidade.

Apesar de tudo, evocar a infância não é solução para os problemas


do presente. A infância idealizada não existiu, tendo resultado de uma tentativa
ilusória de reconstruir o passado.

Sonho e realidade
Oposições que surgem na poesia do ortónimo:
 Sonho vs. Sono;
 Ideal vs. Real;
 Desejo vs. Realidade.

O sonho representa a possibilidade de encontrar a felicidade:


 Negar o vazio e o tédio;
 Encontrar a plenitude;
 Recuperar um bem perdido;
 Ser aquilo que não se é no presente.

Consciência dolorosa da realidade: o poeta, denominado pela reflexão


incessante, admite que a existência sonhada traz um estado de perfeição
ilusório; o sonho não resolve insatisfações e não é sinonimo de felicidade.

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