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Fernando Pessoa
Nasceu no século em 1888, em Lisboa, tendo vivido grande parte da sua vida na África do Sul,
onde fez os estudos. Em 1914 já em Portugal surgiu a heteronímia e acabou por falecer em
1935.
Fernando Pessoa conta a insatisfação da alma humana, fala sobre a sua limitação, a dor de
pensar e a tristeza. Os remédios para todo este mal são a evasão pela viagem, o refugio na
infância.
Temáticas:
1. O fingimento artístico
A realidade vivida não é aquilo que o autor transmite: as dores sentidas ficam com o poeta, sendo
incomunicáveis, e por isso é preciso intelectualizar os sentimentos, através de construções
mentais, para criar uma nova dor que será a transmitida aos leitores
Dado que um poema é um produto intelectual, que não acontece no momento da emoção, mas no
da sua recordação, a elaboração de um poema é confundida com um ato de fingimento, que não
impede a sinceridade, apenas implica representar, pela imaginação e pela inteligência, aquilo que
sente naquilo que escreve.
Por isso, Pessoa considera que arte é a colaboração entre o sentir e pensar
Nota: Apesar de querer ser inconsciente, não quer abdicar da sua consciência, querendo
conciliar duas coisas inconciliáveis
Está diretamente
ligado com
3. Nostalgia da Infância
O autor sente saudades do tempo de inconsciência e felicidade trazida pela infância, onde não
existia a dor de pensar por não haver uma busca por respostas.
Contudo, frequentemente vê a infância como o paraíso perdido: uma vez que nessa altura não
tinha consciência da Fugacidade da vida, sente-se angustiado por não ter usufruído dela.
Para superar essa angústia, Pessoa evoca a infância através das memórias, ainda que não seja
a que o poeta viveu, mas sim a representação de uma infância que ele imagina como a sua.
Poema: “quando eu era criança “, “Não sei, ama, onde era “, “O menino da sua mãe”
4. Sonho/Realidade
Há um confronto entre aquilo que ele imagina e sonha e a realidade fatal que ele não
consegue escapar.
Apresenta-se como alguém que se sente infeliz (devido a uma busca incessante por respostas
ao mistério do ser), e por isso há uma tentativa de evasão da realidade através do refúgio no
sonho, onde consegue ser mais feliz. Rejeita a realidade e quer esconder-se dela.
O poeta chega até a confundir o que vive na realidade e o que vive no sonho, por viver
posicionado entre as duas dimensões.
Poema: “ Não sei se é sonho, se realidade”
Heterónimos
Alberto Caeiro:
Nasceu e morreu em Lisboa. Passou muitos anos da vida no campo, por isso só tendo a
educação básica. Ama a natureza e aceita o mundo tal como ele é.
Considera que pensar muito desvirtua as coisas, pois deixamos de lhes dar valor,
recusando também o passado e futuro e vivendo plenamente no presente.
Para Caeiro “a sensação é tudo” e “o pensamento uma doença” havendo por isso um
objetivismo absoluto, uma vez que há uma perceção objetiva da realidade sem atribuir
segundos sentidos ás coisas, vendo-as como elas são.
Dá também relevância á natureza querendo sempre estar em conformidade com ela, uma
vez que o faz renascer constantemente.
Linguagem e estilo:
- linguagem muito simples, fruto de uma vida no campo e de não ter grande educação
- articulação e uso de recursos estilísticos simples
- recurso á comparação
- uso repetido de palavras do campo lexical olhar
- verso livre e espontâneo
Características
Sensacionismo - captação da realidade através dos sentidos, preferência do visual e auditivo
Panteísmo sensual - Deus está em tudo o que vê
Deambulismo
Ricardo Reis