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Modelo sistémico relacional

Pensamento sistémico e comunicação


O modelo sistémico relacional surgiu com base nas teorias gerais dos sistemas, a cibernética,
a física, a biologia, a epistemologia, a psicologia, a psiquiatria e a psicoterapia. Dá importância
às equipas interdisciplinares.

Possibilitou a mudança de paradigma de um modelo psicanalítico que defendia a causalidade


linear – onde A é causado por causa de B – para um modelo do modelo sistémico que defende
a causalidade circular – A é causado por B, mas B também é causado por A.

Características do pensamento sistémico


• Fenómeno, problema e patologia é incompreensível se não incluir o contexto;
• O problema não é individual, mas sim com o funcionamento do sistema;
• O conhecimento acerca dos sistemas auxilia a identificação de recursos;
• O objetivo da intervenção sistémica é de compreender e transformar os processos de
comunicação e interação;
• Defende a causalidade circular – influencia mútua entre causas e efeitos (A influencia B,
mas B influencia A);
• Defende que o passado influencia o presente – influencia retroativa;
• O individuo e os restantes membros do sistema evoluem simultaneamente e mudam
reciprocamente – coevolução;

Sistema – Entidade composta por um conjunto de elementos que se encontram em relação e


interação e que coevoluem sem que haja a perda de identidade. Podem ser de dois tipos:
Sistemas Abertos – que possuem interações com outros sistemas gerando realimentações que
criam uma autorregulação regenerativa que cria novas propriedades (benéficas ou negativas
para o sistema), existem trocas de energia, informação, conhecimento e afetos tendo uma
relação permanente com o ambiente e com o contexto social sendo caracterizado por haver
crescimento, complexidade e organização – ou Sistemas Fechados – que sofrem pouca ou
nenhuma influencia do meio ambiente em que se encontra inserido sendo que o sistema se
alimenta de si próprio, não existem troca de informação, energia, conhecimento ou afeto sendo
caracterizado pela desorganização, entropia, não sofrem mudanças nem crescimento.
O sistema é a principal preocupação do modelo sistémico relacional já que é a partir
deste que o individuo influencia e é influenciado levando a que o psicólogo tenha de ter
conhecimento sobre este de forma a perceber a coevolução do individuo e da família tendo em
conta todos os fatores interpessoais e o contexto.
Comunicação – Estar em relação com o outro e pôr em comum, sendo que o modelo sistémico
relacional e a terapia familiar surgiram ao mesmo tempo que as teorias da comunicação.

Pressupostos das teorias da comunicação


• A essência da comunicação reside em processos relacionais e interrelacionais, sendo que
importa mais as relações entre os indivíduos do que estes isoladamente;
• Todo o comportamento tem valor de comunicação;
• Os problemas psíquicos podem ser atribuídos a perturbações na comunicação.

Os duplos vínculos são caracterizados por serem mensagens incongruentes que levam o
recetor a ficar num impasse ou numa armadilha sem saída. Ao acontecer repetitivamente, existe
o desenvolvimento de patologias.

Dimensões da comunicação
Sintaxe – Transmissão de informações estando preocupada com problemas relacionados
com o código, transmissão e receção de mensagens – o como;
Semântica – Significado do que é comunicado – o quê;
Pragmática – Como é que a comunicação afeta o comportamento, sendo que é a
dimensão que interessa às teorias da comunicação e ao modelo sistémico relacional – o para
quê.

Premissas da pragmática da comunicação humana


• Todo o comportamento é comunicação;
• Toda a comunicação necessita de um contexto;
• Constituída por sinais verbais, corporais e comportamentais;
• Metacomunicação – ato de comunicar sobre a comunicação;
• A consciência do sujeito de si mesmo depende das relações com outros.

Pragmática da comunicação – Estuda os efeitos da comunicação humana sendo que existem 2


tipos de comunicação: Comunicação Funcional – Capacidade de unir, de ligar, de pôr em
relação os parceiros comunicacionais e implica a presença de todos os axiomas da comunicação
– e Comunicação Disfuncional ou Patológica – Afasta as pessoas ou cria entre elas um ecrã de
incompreensão e ressentimentos e implica a ausência de um ou mais axiomas da comunicação.
Axiomas da pragmática da comunicação – Sendo que cada axioma possui distorções
comunicacionais – presença de uma comunicação disfuncional graças à ausência de um axioma
da comunicação.
Todo o comportamento tem valor de mensagem – É impossível não comunicar, não se
pode comunicar e é impossível alguém não se comunicar. Como distorções tem: Aceitação –
um dos indivíduos aceita a conversa, mas não apresenta muito feedback e existe uma fluidez de
comunicação; Rejeição – existe uma afirmação claro do individuo que não quer continuar a
conversa levando a que haja uma tensão que permite uma reformulação da conversa; Formação
de Sintoma – existe o fingimento de algum tipo de sintoma com o objetivo de terminar a
conversa; Desqualificação – existe uma reação diferente e irrelevante para a conversa o que leva
à desacreditação da conversa e a perda de interesse pela conversa;
Toda a comunicação tem o nível de conteúdo – Transmissão de informação sobre factos,
opiniões, sentimentos e experiências de quem comunica – e de relação – expressão, direta ou
indiretamente, algo sobre a relação dos interlocutores. Como distorções tem: Confusão – existe
uma discussão de conteúdos, contudo o que se encontra a discutir é a própria discussão;
Rejeição – existe uma afirmação clara do individuo que não quer continuar a conversa levando
a que haja uma tensão que permite uma reformulação da conversa; Desconfirmação – existe
uma negação do outro, como se o outro não tivesse presente;
Todo o comportamento é em resposta a outro – Assim, a natureza de uma relação
comunicacional está na contingência da pontuação das sequências comunicacionais entre os
comunicantes. Como distorções tem: Discrepância na Pontuação – um dos comunicantes não
reconhece que também tem responsabilidade na má comunicação que existe o que causa um
clima de acusação continuo que só é possível resolver através da empatia e da
metacomunicação;
Toda a comunicação tem dois códigos: Digital – Uma comunicação verbal caracterizada
pela objetividade, precisão e complexidade – e Analógica – uma comunicação não verbal
caracterizada pela postura, gestos, expressão facial, olhares, inflexão de voz, etc. e que é mais
subjetiva, ambígua e mais rica do ponto de vista afetivo. Como distorções tem: Erros de
Tradução – o digital e o analógico são interpretados de forma própria com base em experiências
anteriores ou confusão ao perceber se estão de acordo levando a um sentimento de
desconfiança acerca da verdade da conversa;
Todas as comunicações são simétricas ou complementares – Onde existe uma
interação simétrica – onde os parceiros tendem a refletir o comportamento um do outro
havendo a minimização de diferenças e a amplificação de semelhanças – ou uma interação
complementar – onde o comportamento do outro complementa o do outro maximizando as
diferenças entre ambos. Como distorções tem: Escalada Simétrica – onde existe a minimização
das diferenças de forma continua através de respostas continuas que podem ser acompanhadas
por um aumento do tom de voz; Complementaridade Rígida – onde os indivíduos mantêm-se
continuamente e de forma rígida o mesmo papel, havendo uma fixação de papéis.

Modelo de milão / modelo de circularidade – Foi desenvolvido por Selvini e como base possui
o conceito de causalidade circular - influencia mútua entre causas e efeitos – e de circularidade
– capacidade do terapeuta de conduzir a intervenção tendo como base a reação da família em
resposta que foi solicitada pelo terapeuta em relação às relações, as suas diferenças e à
mudança. Na circularidade cada membro da família é convidado a contar como é que ele vê a
relação entre dois outros membros da família tratando-se de uma investigação de uma relação
diádica vista por uma terceira pessoa levando à intensificação da metacomunicação devido à
quebra das regras da família disfuncional.

Níveis de abstração da comunicação verbal humana segundo bateson


Nível Denotativo – Referente ao conteúdo literal;
Metalinguístico – Referente às mensagens sobre a linguagem que é usada;
Metacomunicação – Referente às mensagens sobre a relação entre os comunicantes.
Estrutura familiar
O modelo estrutural familiar foi desenvolvido por Salvador Minuchin e defende que os
sintomas presentes num individuo relacionam-se com a presença de estruturas familiares
disfuncionais. Defende, também, que a família é um construto que depende de fatores sociais
para se desenvolver e, por isso, de forma a intervir é necessário conhecer a definição de cultura
para cultura.

Família – Contexto relacional no qual interagem diversos subsistemas, constituídos por pessoas,
que evoluem de acordo com a fase do ciclo vital em que a família se encontra.

Estrutura da família – Conjunto de relações que se estabelecem em cada etapa da vida da


família e que lhe vão conferindo configurações particulares sem nunca lhes modificar a
identidade básica e que determinam a relação dentro do sistema familiar e do sistema familiar
com o contexto. Esta estrutura deve assentar em regras claras de funcionamento ao nível das
fronteiras, hierarquias, alianças e poder.
Características da Estrutura da Família

• Essencial para o funcionamento da própria família;


• Referente ao conjunto de relações que se estabelecem e que são adequadas para
a evolução, funcionamento e adequação aos ciclos de vida – decisão de se tornar
casal, nascimento do primeiro filho, entrada dos filhos na escola, filhos
adolescentes, saída dos filhos de casa (ninhos vazios) e terceira idade;
• Vai-se adaptando aos novos ciclos, mas vai mantendo a identidade básica da
família;
• A identificação da estrutura familiar é essencial para a intervenção devido à
existência de uma hierarquia que é essencial para o seu bom funcionamento sendo
que a estrutura pode ser de 3 tipos: monoparental, com filhos pequenos e com
filhos adolescentes.

Hierarquia – Conjunto de regras, fronteiras e limites que definem as relações entre os sistemas
e classifica-os como subsistemas.

Subsistema – Partes do sistema familiar que possuem funções especificas, mas


interrelacionados. As funções devem estar bem definidas de forma que cada membro possa
desempenhar as suas funções e contribuir para a harmonia familiar. Existem 4 subsistemas:
Individual – que é caracterizado pela individualidade, mas que possui funções e papéis no
sistema familiar e noutros subsistemas existindo duplas pertenças; Conjugal – que tem inicio a
partir do relacionamento entre duas pessoas unidas por laços afetivos e sexuais com o objetivo
de satisfazer as suas necessidades psicológicas e apoiarem-se mutuamente e, neste subsistema
deve existir um equilíbrio entre a individualidade de cada membro do casal e a identidade
formada pelos dois (o “nós”). Como funções tem de desenvolver limites no sentido de proteger
o casal de intrusões de outros elementos para que exista a construção de uma relação satisfatória
psicológica e emocionalmente e contruir um modelo relacional para os filhos; Parental –
Constituído pelos mesmos elementos que o conjugal, mas estes executam funções de execução.
Existe a possibilidade de ser constituído por outras pessoas quando os pais não fazem parte da
estrutura familiar sendo que pode haver a opção, também, de estar dividido em paterno e
materno quando existem pais separados. Tem como funções educar e proteger os filhos e servir
como modelo relacional; Fraternal – É formado pelos irmãos e constitui um lugar de socialização
e de experimentação de papéis face ao mundo extrafamiliar sendo um treino de como agir em
relações horizontais.

Regras – Em famílias saudáveis servem como guias e estão ao serviço dos esforços de
crescimento e evolução do sistema. Por outro lado, em famílias disfuncionais são usadas para
inibir a mudança e manter o “status quo” e a homeostase. A sua execução, em ambas as famílias,
é da responsabilidade do sistema parental.

Fronteiras – Definem quem participa e como o faz nas diferentes interações familiares sendo
que permitem regular as trocas de informação ou dos afetos entre os vários subsistemas
familiares e o meio extrafamilia. Adicionalmente, ajudam a salvaguardar a particularidade do
sistema familiar e a individualidade dos seus membros. Existem 3 tipos de limites: Limites Claros
– onde existe a identificação do espaço e das funções de cada membro ou o subsistema
permitindo, no entanto, a inter-relação entre estes; Limites Difusos – onde existe uma grande
permeabilidade dos indivíduos e subsistemas, levando a que haja uma grande confusão de
papéis e funções e não existe uma diferenciação dos membros da família; Limites Rígidos –
onde existe um afastamento excessivo que dificulta a comunicação e a compreensão entre os
vários membros da família. Adicionalmente, não existe apoio nem orientações efetivas havendo
um funcionamento mais individualista.

Classificação do tipo de estrutura familiar em termos de coesão (diferenciação e grau de


permeabilidade)
Emaranhadas – Caracterizadas por haver uma grande centração nelas mesmas e existe o
privilégio da união em vez da individualidade. Assim, estão misturadas e possuem limites difusos
onde as fronteiras com o exterior são rígidas. Existe uma dificuldade de expressar sentimentos e
de conversação entre eles existindo um mito de lealdade onde as faltas de lealdade são vividas
com muita culpabilidade;
Desmembradas – Caracterizadas por serem excessivamente abertas e difusas com o
exterior, contudo são rígidas no interior do sistema familiar, existindo uma falsa autonomia. Os
papéis parentais são instáveis levando a sintomas psicossomáticos como a agressividade e
comportamentos antissociais.
Tipos de interações disfuncionais
Coligações – Duas ou mais pessoas unem-se contra uma terceira havendo fronteiras muito
difusas;
Triangulações – Uma pessoa é colocada no meio de duas pessoas em conflito sendo que
este padrão destrói a saúde mental e a autoestima levando a um sentimento de culpa por parte
de quem sofre a triangulação;
Desvios – Duas pessoas em desacordo entre elas direcionam o conflito para uma terceira.

O Faces IV é um instrumento que se insere no modelo circumplexo de Olson e que permite


avaliar duas dimensões da estrutura familiar: Coesão – capacidade de a família ser unida, mas
preservar a independência e a autonomia – e a Flexibilidade – capacidade de modificar regras,
liderança, autoridade e os relacionamentos perante o
problema. Este instrumento é constituído por diversas
perguntas que devem ser classificados numa escala de 1
a 4. A média de cada subdimensão (coesão equilibrada,
coesão desagregada, coesão emaranhada, flexibilidade
equilibrada, flexibilidade caótica e flexibilidade rígida)
permite a construção de um esquema visual. Se os
valores estiverem no meio significa que a estrutura
familiar possui uma coesão equilibrada, separada e
ligada e uma flexibilidade equilibrada, flexível e
estruturada. Se estiver num dos extremos, indica uma
disfuncionalidade. Ainda pode haver um equilíbrio numa
das dimensões e um desequilíbrio noutra.

Mudanças de primeira ordem – Redução dos sintomas do individuo, não havendo a modificação
da estrutura e das regras do sistema familiar. Permitem uma restauração rápida do equilíbrio,
mas não a sua duração permanente;

Mudanças de segunda ordem – Existe a mudança do próprio sistema, existindo a mudança de


regras e de estrutura familiar.
transgeracionalidade
O modelo transgeracional foi desenvolvido por Bowen e defende que a família é uma unidade
relacional e emocional havendo a necessidade de resolver os sintomas apresentados já que, se
isto não acontecer, vao ser transmitidos de geração em geração. Adicionalmente, defende que
exista um balaceamento entre separação e a pertença ao grupo – capacidade de pertencer à
família e, ao mesmo tempo, desenvolver a sua identidade individual através da autonomia e da
independencia. Este balanceamento acontece e desenvolve-se de acordo com o passado
transgeracional e pelas experiencias pela família. Pode variar entre a disfuncionalidade total e o
funcionamento ótimo. Este modelo tem como construtos principais a ansiedade – estado
independente de qualquer situação ou estímulo específico e refere-se ao medo de algo que
possa acontecer no futuro – e a diferenciação do self – balanceamento entre a vinculação e a
separação. Estes dois construtos deram origem ao surgimento de outros conceitos importantes
para o modelo transgeracional:

Fusão / Aglutinação / indiferenciação – Grau em que as pessoas se fusionam ou se fundem


emocionalmente com a outra, ou duas, ou mais processos = Eu comum;

Massa do eu familiar indiferenciada – Familias onde existe uma interdependencia e uma


fusionalidade emocional alta que dão origem a ligações emocionais não resolvidas;

Diferenciação do self – Construto intrapsiquico – capacidade de distinguir e separar o nível


emocional e intelectual – e interpessoal – capacidade de equilibrar o sentimento de pertença e
de separação; Alta Fusão Emocional e Baixo Nível de Diferenciação – Massa indiferenciada
do self na família, estabelecimento de relações de excessiva dependencia, mais suscetiveis ao
stress e propensas a doenças, dominado pelas emoções, existe uma busca pela aprovação e de
aceitação, formação de pseudo-self e caracteristica de famílias com menos maturidade
emocional; Baixa Fusão Emocional e Alto Nível de Diferenciação do Self – Equilibrio entre os
níveis emocionais e intelectual, existe uma recuperação rápida do equilibrio emocional após
uma situação de stress, formação de self sólido e é o que é desejável;
Fatores que Contribuem para o Desenvolvimento de um Pseudo-Self – Grau de
diferenciação dos pais – já que existe uma transmissão do a sua diferenciação para os filhos;
Procura pelo familiar – existe a tendencia de procurar pelo que é familiar sendo que, se o
pseudo-self for o que é familiar, existe a sua formação; Forma como a estrutura familiar lidou
com a situação de ansiedade e a intensidade da ansiedade;
A diferenciação do self e a sua construção dependem da influencia de 4 subsistemas:
subsistema materno do pai, subsistema paterno do pai, subsistema materno da mãe e
subsistema paterno da mãe. Cada um desses subsistemas vão influenciar o subsistema paterno
e materno quanto à sua diferenciação que, por sua vez, vão influenciar o desenvolvimento do
self da criança (dependendo dos fatores anteriores).
Processo de projeção familiar – Processo onde os pais transmitem os seus problemas
emocionais a uma criança levando a que os filhos herdem uma série de características;
Características do Processo de Projeção Familiar – Filhos herdam as ansiedades, a
necessidade de aprovação e de atenção, tendencia de se culpar, o sentimento de se sentir
responsável pela felicidade do outro; Existe uma menos diferenciação ou de agir
impulsivamente para aliviar a ansiedade; Importancia das profecias realizadas;

Processo de triangulação – Processo que leva, em situações disfuncionais, a uma estabilidade


na homeostase. Esta estabilidade pode levar ao surgimento de patologias e, por isso, é
necessário que haja a manutenção da homeostase;
Caracteristicas do Processo de Triangulação – É caracteristico da ansiedade e da
indiferenciação sendo que mantém um funcionamento disfuncional e não saudável e da família
sendo que é necessário mexer na homeostase da família; Triângulo mais comum é a tríade “pai-
mãe-filho”; Se as disfuncionalidades e as triangulações se tornarem crónicas existe o surgimento
de um elemento sintomático com patologias emocionais e/ou físicas; Perda de homeostase
significa uma perda de adaptação;

Corte emocional / Cut-off – Distanciamento emocional e/ou físico dos pais como forma de
gerir a indiferenciação e a intensidade emocional que foi passado de geração em geração;
Características do Corte Emocional – Leva ao corte de ligação entre determinados
elementos que acontece devido à indiferenciação existentes na família, levando a que isto só se
resolva através de um processo de diferenciação do self e/ou em psicoterapia; Caracteristico de
famílias indiferenciadas.

Bowen defende que os níveis de diferenciação são semelhantes entre os elementos de um


mesmo casal: Quanto maior nível de fusão, menor o nível de tolerancia à relação e às diferenças
um do outro e uma maior ansiedade quando as diferenças se apresentam. Assim, existe um ciclo
vicioso e de tipologias que caracterizam a diade dos elementos do casal:

• Pseudo-Complementaridade – Distancia emocional entre o casal que pode levar a um


verdadeiro divorcio emocional;
• Escalada Simétrica – Conflito aberto entre o casal;
• Complementaridade Rígida – Doença ou sintoma num dos elementos do casal sendo
que ambos desempenham um papel de cuidador-cuidado.
Primeira e segunda cibernética
Primeira cibernética – Crença de que os sintomas eram regulados exteriormente pela ação única
e especialista do psicoterapeuta, sendo que a função do psicologo é de provocar mudanças
centradas no sistema familiar ao mesmo tempo que mantem a sua neutralidade. Assim, o
psicologo é visto como tendo um papel “superior” já que é o único responsavel pela mudança
no sistema familiar. Existencia de dois sistemas independentes (o da família e o psicologo);

Segunda cibernética – Crença de que o psicologo como a família são responsáveis pela mudança
do sistema familiar sendo que existe uma influencia entre os dois sistemas. não existe observado
nem observador sendo que a observação resulta da interação entre os dois. Tem um foco
integrativo e possui um objetivo de coconstruir com a familia uma nova narrativa.

Narrativas – Histórias sobre o próprio ou os outros que são baseadas na sua propria experiencia
(pessoal ou social) e no significado que o sujeito dá a essas mesmas experiências. Estas possuem
uma ordem sequencial e dependem da audiencia (a narrativa adapta-se ao tipo de audiencia
que o individuo possui). Possui, sempre, um moral da história – que constitui a compoenente
mais importante na perspetiva social e implica uma avaliação que confuz a audiencia à
compreensão dos significados dos eventos e que, simultaneamente, indica um tipo de resposta.
Tem como caracteristica a temporalidade – dimensão cronológica que organiza com principio,
meio e fim.

Tecnicas utilizadas na segunda cibernética


Terapias Narrativas – Redefinição da perceção que a pessoa tem de si mesmo e da sua
envolvente, redefinindo ou mudando as suas narrativas de vida;
Externalização do Problema – Foco na forma como o problema tem impacto numa
pessoa ou na familia e como o problema resulta da família sendo que a externalização estabelece
o contexto em que as pessoas se experienciam como separadas do problema ao dar nome ao
mesmo;
Equipa Refletiva – Método colaborativo e aberto que consiste na colocação de individuos
fora da sala de terapia a desempenharem o papel de cada membro da família, de forma a que
estes sintam e criem histórias novas para que se possa evoluir no problema familiar.
Modelo cognitivo comportamental
Modelos cognitivos
Os modelos cognitivos defendem que os sintomas são explicados pela cognição e pelos
pensamentos que os individuos possuem no momento presente. Assim, de modo a mudar o
sintoma, é necessário modificar o significado das experiências. Estes modelos surgiram pelo
esoicos – que defendiam que o sofrimento não provém das experiencias, mas sim do significado
que o individuo dá a essas mesmas experiencias. O cognitivismo tem base, também, no
budismo. Este defende que o mesmo fenómeno tem várias explicações e, de forma que se
resolva um problema, é necessário que o individuo experimente algumas de forma a encontrar
a melhor maneira para resolver o problema inicial. Isto é possivel graças à realidade e o meio
ambiente que permitem que o individuo teste todas essas possibilidades. Por fim, os modelos
cognitivos surgem poruqe os modelos comportamentalistas e a psicanálise não eram suficientes
para explicar o comportamento humano.

Características do modelo cognitivo


• Estruturação, diretividade e abordagens curtas;
• Foco no presente e no “problema”;
• Ideia de racionalidade e centralidade da cognição;
• Validação cientifica.

O cognitivismo defene que, perante um determinado estímulo existe um comportamento


associado. Porém, este comportamento não provém diretamente do estímulo, mas sim dos
pensamentos e das cognições que esse mesmo estímulo provoca no individuo. É importante
saber que esta influencia pode prover de pensamentos articulados (pensamentos em si), mas
sim de um conjunto de significados. Estes pensamentos têm origem em crenças intermediárias
– que provêm das crenças primárias – e as crenças primárias – crenças que o individuo possui
de si mesmo, acerca do mundo e do outro.

Adicionalmente, o modelo cognitivo é complementado pelos processos cognitivos da distorção,


da atenção e da memória, pela metacognição e pela aceitação.

Os modelos cognitivos possuem modelos cognitivos para fenómenos especificos, contudo estes
são apenas utlizados como guia para que seja possível uma intervenção num fenómeno
especifico. É o caso da depressão que possui a Triade Cognitiva de Beck – É utlizado no
tratamento de pensamentos negativos automáticos e defende que existem pensamentos
negativos que são automáticos e espontâneos (e incontroláveis) acerca do próprio individuo, do
mundo e dos outros.
Esquema cognitivo – Estrutura de processamento de informação que organiza os estímulos e
perceções de um individuo acerca de uma determinada situação. Tem por base todas as suas
experiencias e aprendizagem anteriores;
Características do Esquema Cognitivo – Essencial para a interpretação e para gerir a
informação que o individuo recolhe sobre os outros, o mundo e de si próprio; Desenvolvidos
precocemente no desenvolvimento do individuo; Podem ser adaptativos ou não adaptativos. No
ultimo caso existe a confirmação e a continuação de crenças erradas originando dificuldades na
regulação emocional e stress psicológico; Guiam a perceção, o comportamento e pensamentos
associados e a interpretação das consequencias; Responsáveis pela autorrealização de
profecias.

Outros modelos cognitivos


Modelo da Modificação Cognitivo-Comportamental (Meichenbaum) – Centra-se na
mudança da conversa interna e da narrativa de vida negativa para uma conversa interna positiva.
Assim, defende que a conversa interna negativa é refletida nos comportamentos de um
individuo. Para isso, é necessário realizar 3 fases: Auto-Observação – Descentração dos
pensamentos negativos que origina a constatação do problema; Inicio de um Novo Diálogo
Interno – Identificação dos comportamentos desadaptativos e das ações adaptativas e
desenvolvimento de um diálogo interno; Novas Aptidões – Treino de competencias e
estratégias de coping mais adaptativas que as anteriores e ação em situações reais;
Terapias Construtivistas – Procura por parte do psicoterapeuta de significados pessoais
e sociais associados à forma como o paciente vê e se posiciona no mundo com o objetivo de
perceber até que ponto estes construtos contribuem de forma positiva ou negativa a sua vida.

Processos de mudança de comportamentos nos modelos cognitivos


Para que haja uma mudança do comportamento em cognitivismo, é necessário que se
transforme os pensamentos os pensamentos automáticos, inconscientes e desregulados para
pensamentos com processos descendentes, conscientes e refletidos. De forma a que isto
aconteça é necessário intervir ao nivel dos processos cognitivos:
Pensamento – Que pode vir na forma de julgamento, distorção cognitiva – consistem em
interpretações enviesadas do que acontece ao sujeito o que acaba por criar diversas
consequencias negativas – e metacognição – consiste em pensamentos ou crenças sobre o meu
próprio pensamento ou crença;
Tipos de Distorção Cognitiva – Inferência Arbitrária – Inferencia de uma
consequencia ou implicação de um evento ou situação sem que ela seja necessária; Abstração
Seletiva – Foco num elemento negativo de uma situação para tirar uma conclusão;
Sobregeneralização – Generalização excessiva de um acontecimento particular; Magnificação
ou Minimização – Enfase excessivo nas consequencias ou implicações negativas ou
desvalorização das positivas; Personalização – Atribuição pessoal a algo claramente aleatório;
Rotulagem – Uso de um rótulo no processo de generalização; Pensamento Dicotómico –
Tendência para fazer apreciações ou julgamentos polarizados, descurando os gradientes.
Viés da Atenção – O ser humano dá mais atenção e importancia a informação que é
relevante para ele mesmo e da perspetiva cognitiva;
Viés da Memória – A memoria está associado e varia consoante o estado emocional do
individuo.

Mudança de significados
Para que haja a mudança comportamental nos modelos cognitivos ao nível dos
pensamentos é necessário que o psicológo promova mudanças ao nível cognitivo, ou seja, ao
nível das crenças – conjunto de significados que explicam o quadro clínico presente e, ao ser
mudando, permite modificar a realidade do individuo. Pode ser feito através:
Descentração e Identificação dos Pensamentos e de Crenças – A descentração
leva a que haja mudanças cognitivas significativas, porém pode haver a necessidade de intervir
na própria mundaça cognitiva para que haja mudança comportamental e de significados. Por
outro lado, a identificação dos pensamentos consiste na toma de consciencia dos padrões de
pensamentos e os respetivos significados tendo aderente uma ideia de treino que promove a
descentração através da reflexão da vida. Por fim, para que haja a identificação de crenças, um
dos processos é através da seta descendente composto por um conjunto de questões que leva
a que haja a identificação de questões importantes;
Mudança Cognitiva – Deve passar por diversas fases: Identificar a situação
problemática, os sentimentos perturbadores, os pensamentos associados aos sentimentos,
examinar a evidencia dos pensamentos e agir.

Reestruturação cognitiva – Técnica de intervenção que promove a mudança cognitiva. Tem


estratégias diferentes:
Exame das Evidências – Identificação das evidências que vão a favor ou contra dos
pensamentos do individuo;
Valor Hedónico do Pensamento – Identificação das vantagens e desvantagens de
acreditar num certo pensamento;
Testagem da Realidade – Consiste na criação de experiencias comportamentias de forma
a testar crenças através de role-play ou observações naturalistas. Isto leva a que haja uma
alteração de expectativas face ao desempenho e ao estabelecimento de objetivos realistas;
Duplo Critério – Se alguém que conhece dissesse o mesmo, o que diria?
Descentração Temporal – Daqui a x tempo, o que acharia da sua situação?
Pie-Chart Adaptado – Realizado um gráfico que demonstra a importancia de vários
fatores.
Modelos cognitivos e a terceira geração
Os modelos cognitivos estão divididos em 3 gerações:
Abordagens Comportamentais – Foco na mudança do comportamento;
Abordagens Cognitivas – Foco na mudança da cognição;
Abordagens de 3º Geração – Com caracteristicas e foco na metacognição, mindfulness,
na aceitação e não julgamento e com foco no processo.

Modelos das abordagens da terceira geração


Terapia da Aceitação, Atenção Plena e Compromisso – Defende que existem processos
psicológicos de mentes saudáveis que frequentemente têm elementos negativos. Assim, as
pessoas lutam para eliminar estes elementos (através do evitamento experiencial), existindo
uma indissociação face aos pensamentos verbais associados a sofrimento. Desta forma, o
individuo deve aceitar as suas experiências, os seus valores e as suas crenças tendo consciencia
que as ações e as crenças podem ser contraditórias – ações comprometidas. Defende, também,
que existe uma fusão cognitiva – consiste no recurso excessivo a construções verbais que
acabam por se tornarem substitutos da realidade percebida pelos sentidos. Por ultimo, defende
que a vida psiquica do individuo se encontra dividida em diversas áreas que, à medida que este
vai evoluindo e desenvolvendo, vai mundando de importancia devido aos diferentes
pensamentos, crenças e comportamentos associados a cada área. Como processos de mudança,
esta terapia tem: Aumento da Consciência – foco no momento presente; Escolha – clarificação
de valores e uma intervenção na ação comprometida; Catarse – aceitação do fluxo de
sentimentos; Contra-Condicionamento – difusão cognitiva através de uma observação mindful
e de aceitação; Como conceitos relacionados tem: Perturbação Secundária – sofrimento pela
perturbação associada a significados sobre a perturbação; Aceitação Incondicional de Si / Self-
Acceptance – ideia de que todas as pessoas têm o mesmo valor e este valor não é determinado
por estatutos, caracteristicas, posses ou estados transientes, mas sim pelo que a pessoa faz;
Terapia de Meditação e Mindfulness – Defende uma atitude de distanciamento e de
aceitação de pensamentos através de um elemento metacognitivo levando a uma atitude de vida
e de foco no aqui e no agora sendo que o sofrimento fica associado ao passado;
Terapia da Metacognição e do Aprofundamento dos Esquemas – Centra-se no modelo
de função executiva autorregulatória – defende que os sintomas são causados por
perturbações nos processos atencionais e mnésicos. Desta forma, as diferentes perturbações
refletem diferentes formas de perturbação destes processos cognitivos, levando a que,
tipicamente, as soluções sejam os problemas. Existe um foco no desenvolvimento dos esquemas
e nas necessidades não satisfeitas sendo que os esquemas cumprem uma determinada função
existindo uma ideia de organização temporária e que é emocionalmente reativa o que leva a que
haja a manutenção da perturbação de base depois de haver uma melhoria sintomática;
Terapia Dialética-Comportamental – Tem como objetivo lidar com os comportamentos
autodestrutivos através da autorregulação e consciencia afetiva, com um foco no
desenvolvimento de competencias mais amplas.
Aplicação dos modelos cognitivos
Soluções para aumentar a eficiencia da intervenção
• Complementar intervenções psicológicas com não-psicológicas;
o Intervenções Online – Intervenção psicológica tradicional realizada online;
o Apps – Cursos que mostram como lidar com os problemas que o individuo possui;
o Intervenções com Inteligência Articifical – Intervenções psicológicas realizadas
com IA;
o Intervenções em Grupo – Intervenções psicológicas com várias pessoas.
• Obter resultados num menor número de sessões;
• Prestações de serviços stepped care – o mesmo tipo de problema recebe o mesmo tipo
de intervenção, só se não houver resultados é que se muda o tipo de intervenção – e
matched care – intervenção escolhida conforme as características do individuo.
Modelos comportamentais
Os modelos comportamentais tiveram origem no comportamento animal e, posteriormente,
transpostas para o comportamento humano. Têm um foco nos comportamentos observáveis e
na sua relação com o ambiente: Comportamento humano que não tem em conta os processos
cognitivos, emoções e os processos psicológicos já que a sua explicação do comportamento é
mecanicista.

Condicionamento clássico
O condicionamento clássico consiste num processo de aprendizagem de novos
comportamentos através da associação a outras respostas que já são existentes. Assim, é a forma
elementar da aprendizagem que tem alto potencial para modificar o comportamento. Como
conceitos associados tem:
Estímulo Incondicionado – Ativador natural de uma resposta incondicionada do
organismo ou do reportório comportamento do individuo;
Resposta Incondicionada – Reação natural do organismo é acionada na presença
de um estímulo incondicionado;
Estímulo Neutro – Input que naoa tiva qualquer resposta pré-definida do
organismo;
Estímulo Condicionado – Estímulo neutro que foi associado ao estímulo
incondicionado num grande número de vezes ou numa situação intensa;
Resposta Condicionada – Resposta semelhantes em relação à reação natural do
organismo, mas que é acionada perante o estímulo condicionado.

Processos do condicionamento clássico


Aquisição – Desenvolvimento de um condicionamento clássico;
Generalização – Estímulos semelhantes ao condicionamento começam a ter uma resposta
condicionada;
Discriminação – Caracteristicas do estímulo condicionado que não ativam a resposta
condicionada;
Extinsão – Estímulo condicionado deixa de ativar a resposta condicionada. Pode ser feita
através de controlo de estímulos – existe a apresentação do estímulo condicionado sem a
associação ao estímulo incondicionado – ou de dessensibilização sistémica – exposição gradual
a estímulos semelhantes ao estímulo condicionado;
Contracondicionamento – Estímulo condicionado passa a ativar uma resposta
condicionada diferente;
Contracondicionamento Aversivo – Estímulo condicionado ativa uma resposta
condiconada aversiva;
Recuperação – Estímulo condiconado volta a tivar a resposta condiconada depois de ter
havido uma extinsão.

Condicionamento operante
O condicionamento operante é um processo de aprendizagem de novos
comportamentos a partir das consequencias que estes mesmos comportamentos possuem.
Assim, as consequencias são a variável central que explica a aquisição do comportamento →
Consequencias positivas = Comportamento é mantido; Consequencias negativas =
Comportamento é eliminado. Tem como construtos principais:
Reforço – Aumenta a possibilidade de ocorrencia de um comportamento;
Positivo – Introdução de um estímulo agradável;
Negativo – Eliminação de um estímulo desagradável;
Punição – Diminui a possibilidade de ocorrencia de um comportamento;
Positivo – Introdução de um estímulo desagradável;
Negativo – Eliminação de um estímuloa agradável.
modelagem
A modelagem é um processo de aprendizagem onde o novo comportamento, o
pensamento ou estado emocional é adquirido por observação de um modelo. Assim, o estatuto
do modelo e/ou a relação estabelecida com ele são relevantes para que haja um processo de
modelagem. Possui como conceitos principais:
Modelo – Quem exibe os esquemas comportamentais e cognitivos necessários
sendo que devem ser selecionados com base nos objetivos do individuo sendo que deve ter
caracteristicas semelhantes;
Modelo Real – Modelo que é conhecido ao observador;
Modelo Simbólico – Modelo que não é familiar ao observador;
Modelo Único – O esquema comportamental e/ou cognitivo é exibido por
uma único pessoa;
Modelo Múltiplo – O esquema comportamental e/ou cognitivo é exibido
por diversas pessoas;
Observação – Ferramenta que permite que haja modelgaem, podendo ser
direta/indireta ou participante/não participante;
Autoinstrução – Que constitui a ferramenta de estruturação do processo de
mudança;
Imitação – Desempenho do esquema comportamental observado sendo que é
necessário que o observador tenha assimilado os comportamentos e que tenha a motivação para
desempenhar os mesmos.

Fases da modelagem – Atenção aos comportamentos → Retenção da informação →


Reprodução dos comportamentos.

Tipos de modelagem
Comportamental – Aquisição de esquemas comportamentais, havendo a execução de
comportamento;
Cognitiva – Aquisição de esquemas cognitivos, havendo a verbalização de pensamentos;
Misto

Tecnicas de modelagem
Modelo de Coping – O individuo possui um nível moderado de competencia na exbição
do esquema comportamental ou cognitivo sendo mais adequado para as primeiras fases do
treino de modelagem ou para clientes com maior défice de competencias;
Modelo de Mestria – O individuo tem capacidade de exibir o esquema comportamental
ou cognitivo sendo que é mais adequado para fases mais avançadas do treino de modelagem
ou para clientes com menor défice de competencias.
Modelo fenomenológico existencial
Pensamento existencial
Maturalismo – Defende que a intervenção deve ser baseada nas ciências naturais para que seja
globalizada: Perante o mesmo problema, utiliza-se a mesma intervenção.

Pensamento existencial – Defende que os individuos possuem especificidades que levam a que
a intervenção globalizada não funcione para todos. Assim, deve-se encontrar as características
essenciais do indivduo (que caracterizam este individuo em especifico) já que são estas que
permitem a identificação do sujeito com ele mesmo e que dão sentido à sua existência.

Principios da psicologia humanistico existencial


• O ser humano é maior do que a soma das suas partes. Não pode ser eduzido aos seus
componentes;
• Os seres humanos existem num contexto único;
• Os seres humanos são conscientes e têm consciencia de que são conscientes;
• Os seres humanos têm a capacidade de fazer escolhas e são responsaveis por essas
escolhas;
• Os seres humanos têm intencionalidade, sabem que causam eventos futuros e procuram
sentido, valor e criatividade.

Objeto da investigação fenomenológica – Investigar os processos psiquicos que são as


essências – o que faz de cada ser humano único, ou seja, características próprias e únicas do
individuo. Esta investigação é possível graças à utilização do método fenomenológico.

Acidentes – Caracteristicas não essenciais para caracterizar um ser humano sendo que estas são
comuns ao ser humano, a outras especies e a animais.

Projeto – Capacidade de projetar e planear o futuro. Isto acontece porque os comportamentos


presentes são causados pelo passado e pela sequencia dos acontecimentos passados, mas não
unicamente por essa sequencia sendo também influenciado pelo futuro que leva a que o
individuo a realizar um determinado comportamento.
Caracteristicas da investigação fenomenológica
Rigorosa – Não permite a construção de conceitos não fundamentados;
Eidética – Encontra-se interessada em estruturas essenciais – os designados eidos;
Intuitiva – Interessa-lhe a visão direta dos constituites essenciais, diferenciando-se da
dedução, da indução ou da correlação sendo que procura mostrar em vez de demonstrar através
de encadeados de argumentos ou de observações empíricas.

Objetivo da investigação existencial – Procurar sentidos e significados sem a intervenção de


causas ou de porquês.

Fases do método fenomenológico


Redução – O psicólogo só tem em conta os fenómenos, sendo importante o noema – o
que se mostra – e a noese – como se mostra;
Epoké – Atitude onde se suspende os conhecimentos prévios ou téoricos de forma a não
contaminarem a análise dos fenómenos;
Horizontalização – Todos os fenómenos possuem a mesma importancia, nenhum é mais
importante que o outro sendo uma consequencia da epoké;
Variação Eidética – Com a imaginação existe uma variação dos elementos fundamentais
da experiência de forma a perceber o que é essencial ou não;
Intuição das Essências – As essências são retiradas dos fenómenos.

Facticidade – Acontecimento que o individuo não teve qualquer tipo de escolha e influência;
Possíveis – Acontecimento que provem de probabilidades e de escolha por parte do individuo.
• Quando existe uma importancia grande à facticidade, é necessário dar a entender ao
individuo que existe escolhas – fator motivacional – que leva tanto à responsabilidade
como à liberdade;
• Na relação do individuo com o tempo dá-se a conhecer a sua identidade sendo que a
fenomenologia defende que todos os sujeitos dependem do tempo já que o próprio
individuo é tempo – já que, quando o tempo acaba, a próprioa existencia tambem acaba;
• Passado é ficticio → Não há nada que se possa fazer para o modificar, sendo que é
necessário aceitá-lo sendo que a única coisa para que pode ser utilizado é para ser
analisado para a aprendizagem do individuo;
• Umas pessoas ficam presas nos acontecimentos do passado, enquanto outras encontram-
se no “carpe diam” e, ainda, outras que se encontram centradas no futuro através da
realização dos seus projetos de vida;
• O projeto existencia constitui a linha condutora dos acontecimentos não-fatidicos sendo
que este tem origem numa escolha originária – uma escolha realizada pelo individuo que
deu origem, de forma inconsciente, ao projeto existencial;
• O hiperfoco nos acontecimentos fatidicos impedem a intervenção existencial →
Necessário que o individuo tenha a perspetiva de “poder ser”, ou seja, ter consciencia que
ele tem responsabilidade de ser o próprio agente de mudança.
Fundamentos da análise existencial
Dasein – Modo de ser próprio do Homem. Implica conhecimento acerca das essências e da
analítica existencial – modo como cada pessoa se relaciona com cada dimensão da existencia.
Estas informações são, posteriormente, utilizadas na análise existencial.

Dimensões da Existência
Mundaneidade – Homem encontra-se ligado ao mundo, já que quando morre, o mundo
deixa de existir. Assim, o Homem é uma abertura para o mundo – rede de significados – que
permite que este se expresse;
Corporalidade – O Homem é corpo já que este permite a sua inserção no mundo e,
quando este não existe, não existe o Homem. Quando se dá grande importancia, surgem as
patologias;
Decadência – Descuido da existencia por parte do individuo e de este deixar de estar
consigo mesmo devido à sua inserção no quotidiano;
Falatório – Falar, falar e não dizer nada sendo uma fala vazia sendo que o que se
pretende é uma fala plena;
Ambiguidade – Discurso impessoal que não é claro e dá origem a mais conversa,
porém, é incapaz de ir ao objetivo sendo o guia da vida social;
Curiosidade – Refere-se à curiosidade vazia que procura o novo pelo novo.
Angustia – Questionamento da impessoalidade da existência leva a que o indivduo pare
de fingir que tem o tempo todo, que é finito e que possui tempo limitado para o cumprimento
do seu projeto existencial.
Intervenção e Psicoterapia em Psicologia Existencial
O psicologo existem tem como objetivo estabelecer uma relação com o paciente e, a partir desse
ponto, tentar que haja a exploração do outro de forma a encontrar o seu modo de ser no mundo.
assim, durante as sessões psicológicas, o psicologo tenta entender a perceção do individuo
perante a temporalidade, a relação com o corpo e as questões relacionadas com a
corporalidade, dos outros e como é que o individuo se porporciona em relação a si mesmo.

A perspetiva de cada um da realidade é subjetiva, levando a que cada pessoa percecione a


realidade a partir de uma perspetiva diferente. Assim, é uma ilusao o individuo pensar que
consegue chegar a todas as perspetivas. Isto significa que o psicologo deve ser humilde e não
reduzir a realidade do outro a um quadro clinico, a um esquema ou à sua propria perspetiva
sendo que é necessário fazer a adaptação a cada perspetiva que é apresentada.

O psicologo existencial consegue e pode utilizar todas as técnicas existentes de outros modelos
e da prática de intervenção em psicologia geral apenas tem de saber o “porquê” de utilizar
determinada técnica e o “para quê”. Assim, a utilização da teoria é para aprofundar determinado
caso e não encaixar, à força, o individuo nessa determinada teoria.

A terapia existencial é uma caminhada conjunta de modo que se possa trazer à luz os sentidos
do que não está claro seja porque não foi refletido, seja porque o paciente não tem estado
preparado para esse confronto com os dados da existencia. Assim, o terapeuta deve de facilitar
o desdobramento do mundo que se mostra no discurso do paciente de modo a promover o
encontro deste consigo próprio.

Deve promover o pensamento que reflete sobre o sentido da existencia e a descoberta do


projeto de ser formado a partir das escolhas originárias que foram norteando o percurso
biográfico.

Competencias do psicologo existencial para que haja crescimento psicologico


• Compreensao empática;
• Olhar incondicional positivo;
• Congruência;
• Contacto psicológico;
• Paciente ansioso, vulnerável ou incongruente;
• Perceção do paciente das três primeiras condições na postura do terapeuta.
Conflitos existenciais de acordo com yalon
Morte e Finitude (Mundo Físico) – Dificuldade em lidar com a morte e o finito;
Liberdade e Responsabilidade (Mundo Próprio) – Ideia que não é livre ou dificuldade
em lidar com a liberdade e responsabilidade;
Isolamento (Mundo Social) – Ideia que se encontra isolado, sozinho;
Sentido e Absurdo (Mundo Espiritual) – Ideia de que nada tem e faz sentido.

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