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Teoria da Cibernética

- Foi criada por Norbert Wiener (1894 - 1964)


- Cibernética, origina-se da da palavra grega kybernetes, que significa piloto,
condutor.
- É uma tentativa de compreender a comunicação e o controle de máquinas, seres
vivos e grupos sociais por meio de analogias com máquinas eletrônicas.
- Weiner considerava a mensagem como o elemento central tanto na comunicação,
quanto no controle, ou seja: quando me comunico envio uma mensagem.
- Mensagem: é uma sequência de eventos mensuráveis, distribuídos no tempo. Pode
ser digital (verbal) ou analógica (não verbal)
- Retroação ou retroalimentação: À medida que um sistema vai funcionando, ele vai
sendo informado dos resultados e efeitos produzidos por seu funcionamento. Ou
seja, uma parte do resultado (output) é enviada como informação, para a entrada do
sistema, constituindo o que é chamado de alça de retroação, ou circuito de
retroação, ou ciclo de retroação.
- Circulação de informações entre elementos do sistema. Um membro ou elemento do
sistema influencia o comportamento ou movimentação de outro (vídeos de briga
entre casais).
- Output - vem de fora/ podem ser positivos (trabalho,concluir faculdade, nascimento
de filho) e negativos.
- Regulação: Externo
- Regular é gerar níveis de estabilidade, como produto de uma mudança constante
em outros níveis de funcionamento do sistema.
- Em busca de algo para ajudar a regular os níveis de estabilidade.
- A regulação visa à sobrevivência do sistema.
- Ex: Para as crianças os adultos são a forma de regulação! Criança chorando no
mercado porque quer algo, tem que explicar para a criança e não simplesmente
dizer NÃO.
- Auto regulação: Interno
- Quando o próprio organismo/sistema exibe um comportamento adaptativo às
variações do meio, diz-se que está exibindo auto-regulação.

Teoria da Comunicação

- Gregory Bateson (1904-1980)


- Apresentou a hipótese do duplo vínculo, uma forma de comunicação paradoxal que
tem profundas implicações nas relações interpessoais. Situação em que uma
pessoa recebe duas mensagens contraditórias e simultâneas, sendo que uma
mensagem nega ou invalida a outra.
- Uso de analogías, metáforas e histórias por acreditar que esses recursos eram um
caminho para o estudo das relações.
- Concebeu a mente como um fenômeno sistêmico característico dos seres vivos e
afirmou que “a mente não está no cérebro, mas sim nas relações”.
- Características comuns dos modelos estratégico, estrutural e Escola de Milão.
- Abordagem para a solução de problemas
- Reconhecimento de influências múltiplas e recursivas dentro e fora da família que
moldam o funcionamento individual e familiar por meio de transações contínuas
durante toda a vida >> influência mútua dos membros da família.
- Foco nos processos familiares disfuncionais.
- Ênfase: flexibilidade e comunicação.
- Axiomas da comunicação (Paul Watzlawick)
1 - É impossível não comunicar
Estamos nos comunicando absolutamente a todo momento, quando acreditamos
não estar nos comunicando, estamos nos comunicando (silêncios, pausas, olhares,
feições, ausência, sintoma no corpo físico…)
2 - Toda comunicação tem aspecto de relato (conteúdo) e de ordem (relação)
Os processos comunicacionais implicam na presença de um conteúdo e de uma
determinada ordem. A “desordem” de uma comunicação é a ordem possível para
aquele contexto/configuração.
3 - A natureza de uma relação está na contingência da pontuação das
sequências comunicacionais entre os comunicantes (cada comportamento é
causa e efeito do outro).
Retroalimentação.
4 - Os seres humanos se comunicam de maneira digital (comunicação verbal)
e analógica (comunicação não verbal)
A compreensão de uma comunicação exige a íntegra de todos os aspectos em torno
de uma comunicação.
5 - Todas as permutas comunicacionais ou são simétricas ou complementares,
e estão baseadas na igualdade ou na diferença.
Relação de poder entre as partes de um processo comunicacional, da dinâmica
estabelecida, dos interesses, das hierarquias.

Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano

- Urie Bronfenbrenner apresenta seu modelo ecológico como um conjunto de quatro


bonecas russas encaixadas uma na outra, no qual cada uma equivale a um sistema
que, apesar de específico em suas características, é dinâmico e entrelaçado.
- Microssistema: Relações diretas e prolongadas de uma criança; padrões de
atividade e relações interpessoais; tudo aquilo que ajuda a criança a se envolver
diretamente;
- Formado pelos grupos que têm contato direto com a criança. Os mais importantes
são a família e a escola.
- Mesossistema: Relações e processos que ocorrem entre cenários que contêm a
criança; cuidados em torno da criança; quanto mais condições de cuidar a criança
em redes, mais chances de esse desenvolvimento ser saudável, cuidadoso.
- A relação dos pais com os professores terá um impacto direto sobre a criança.
- Exossistema: Elementos que afetam a vida da criança. No entanto, não tem um
- relacionamento direto com eles.
- A criança não faz parte, mas de alguma forma é afetada por aquilo.
- Ex: a empresa em que os membros da família da criança trabalham. Isso afeta o
modo de pensar, o tempo livre ou o bem-estar dos pais.
- Macrossistema: Formado pelos elementos da cultura em que a pessoa está imersa;
variáveis econômicas, crenças, valores e ideologias de uma dada sociedade e
época. Nível mais amplo do sistema ambiental, é compreendido como o contexto
que engloba qualquer sociedade ou grupo social, sua cultura, subcultura ou
estrutura social maior.
- Cronossistema: Impacto de eventos e experiências anteriores (isolada ou
sequencialmente) no resultado do desenvolvimento. Está dividido em três
subsistemas:
Microtempo: espaço temporal do aqui e agora que ocorre com a pessoa que está
em determinada atividade ou interação com outras pessoas, objetos ou símbolos no
seu contexto mais imediato.
Mesotempo: episódios em espaços temporais mais amplos, como dias, semanas,
meses ou anos.
Macrotempo: mudanças ocorridas na sociedade e na família pelas heranças inter e
intrageracionais, afetando os processos proximais da pessoa durante todo seu curso
de vida.

- No modelo bioecológico, são re-apresentados quatro aspectos multidirecionais


inter-relacionados, o que é designado modelo PPCT:
Pessoa: qualidade da relação
Processo proximal: presença efetiva, contínua, consciente, que garante a
continuidade desses processos; vínculos afetivos, seguros.
Contexto: tudo o que está em torno de um sujeito
Tempo: durabilidade

O olhar da sistêmica
- Reconhece o sujeito ou fenômenos dentro de uma trama de elementos.
- Valoriza o contexto em que sujeito e fenômeno se apresentam.
- Nega o simplismo e adota um olhar complexo diante de sujeitos e fenômenos.
- O olhar sistêmico não se restringe ao atendimento clínico, muito menos de casais e
familiares.

- Fenômenos que a sistêmica se interessa


Processo
Contexto
Sistema
Interação
Repercussões
Complexidade
Intersubjetividade
Instabilidade
- Setting Terapêutico:
Individual
Casal
Familiar

- Técnicas:
A fala e a escuta são os principais dispositivos
Técnicas, jogos, tarefas extra-sessão deve ser complementares ao processo
terapêutico, não protagonista;

- Perguntas relacionais (Autores que falam sobre jeito de fazer perguntas: Andolfi;
Maria José Esteves de Vasconcellos; Tom Andersen; Michael White). Andolfi
organiza as perguntas relacionais em:

Perguntas individuais: objetiva explorar a experiência e sentimentos de uma


pessoa
Como você se sentiu? o que você sentiu? o que você esperava?
Perguntas triádicas: o terapeuta atuará como um terceiro que irá observar as
trocas verbais e analógicas entre duas pessoas (paciente + outro); envolve outra
pessoa
O que seu marido faz quando você está deprimida? Quando você está ___ o que
acontece com ____ ? O que sua mãe fala quando você está irritada?
Perguntas diretas ou indiretas: apresenta duas possibilidades de investigar um
fenômeno. Não há uma outra forma mais correta.
→pergunta indireta: objetiva explorar algo; terapeuta a espreita
O que você e seu esposo pensam sobre a criação dos filhos?
→pergunta direta: parte de uma afirmativa, que o paciente trouxe normalmente
Como você e seu esposo lidam com a divergência de criação dos filhos? (afirmando
que a criação dos filhos gera uma divergência)
Perguntas comparativas: objetiva compreender os fenômenos quando comparados
a algo: antes e depois; com e sem; junto e distante; feliz e triste.
Qual função ele desempenha para você, de esposo ou de pai? Como era no seu
emprego antigo? Como você se descreve quando não está deprimida?
Perguntas “como se”: perguntas “como se” e metafóricas são perguntas que
provocam a imaginação. Ou seja, saem do raciocínio racional, para o imaginativo ou
hipotético.
Como seria se você não tivesse escolhido Psicologia? Se você não fosse sarcástico,
como seria sua comunicação com seu pai?
Perguntas metafóricas: é oferecido uma imagem narrativa que representa um
fenômeno, sentimento, sensação processo de metaforização.
T: Como é carregar essa mala de culpas?
P: é uma mala pesada [choro]. É uma mala sem alça. E por ser sem alça eu não
carrego na mão, eu ando abraçada nela.
Perguntas intergeracionais: busca compreender de que maneira aspectos de uma
geração são repassadas para outra.
Como seu pai lhe tratava quando você tinha a idade de seu filho? Como sua família
compreende a questão do racismo?

- Metáfora como uma forma de jogo no contexto da terapia, permitindo um


envolvimento lúdico a partir do qual família e terapeuta poderiam “viajar em níveis
metafóricos” para outros territórios de investigação, embalados pela propriedade
imagética de jogos compreendidos como metáforas.
- Quando se apresentam como uma forma de brincar com palavras ou objetos, podem
tornar a sessão mais lúdica, permitindo que se fale de coisas muitas vezes difíceis
de serem ditas, de maneira mais leve.
- Apropriar-se de alguma metáfora trazida pela família;
- Tornar o sintoma da família uma metáfora;
- Empregar imagens que lhe vinham à mente de forma metafórica como parte da
conversação;
- Ou mesmo, fazer uso de objetos com sentido metafórico em sessão (versos
musicais, miniaturas de lugares, coisas, relógio…)

Intervenções em diferentes contextos de pesquisa a partir do uso de Genogramas

É reconhecido atualmente como um dos principais instrumentos na compreensão e


intervenção com famílias, em diferentes contextos. Por meio da combinação de figuras
geométricas, emergem do genograma as relações e configurações de familiares, a
transgeracionalidade e a história afetiva dos vínculos.

Trata-se de um instrumento útil e eficaz para a compreensão do funcionamento do sistema


familiar, que inclui aspectos relacionais, emocionais, transgeracionais, repetição de padrões,
cortes emocionais e triangulações.

Além de permitir a visualização de elementos gráfico, que “falam sobre a família”, o


genograma desencadeia reflexões e diálogos que não estão explícitos, pela trama de
símbolos

Usos: contextos e temáticas de orientação profissional; com crianças; com jovens; no


estudo da violência; na vivência da sexualidade; na formação de terapeutas; em pesquisas
científicas; na clínica médica; no contexto das migrações…
Mapa de Redes

Rede Social Significativa: integra e analisa o conjunto de pessoas e “relações que um


indivíduo percebe como significativas ou define como diferenciadas da massa anônima da
sociedade”; diferentes vínculos afetivos, por afinidades, gostos, …
As pessoas significativas são divididas em quatro esferas: família, amizades, relações de
trabalho e escolares e relações comunitárias.
Os quadrantes dividem-se em três níveis de proximidade: um círculo interno de relações
íntimas, um círculo intermediário com relações de menor grau de compromisso e um círculo
externo de conhecidos e relações ocasionais.

Configuração:
tamanho: refere-se à quantidade de pessoas que integram a rede;
densidade: entendida como a conexão entre os membros da rede;
composição ou distribuição: significam as proporções de pessoas presentes em cada
quadrante ou nível de intimidade.
dispersão: distância entre os membros, afetando a facilidade de acesso ao informante
homogeneidade e heterogeneidade: abarcam as características de sexo, gênero, idade,
cultura, nível socioeconômico… os atributos dos vínculos

Tipo de função:
companhia social: compartilhamento de atividades e da rotina cotidiana
guia cognitivo e de conselhos: são produzidos compartilhamento de informações, ajuda
em momentos de dúvidas, esclarecimentos ou proposição de modelos de papéis;
regulação (ou controle) social: as relações têm função de lembrar e reafirmar
responsabilidades e papéis

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