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1.

1 HISTÓRICO DA TERAPIA
SISTÊMICA: SUA ORIGEM E
CONTEXTO
Prof. Maxwell Fontes
PERGUNTAS NORTEADORAS
Em que consiste o conceito de família?
PERGUNTAS NORTEADORAS
Em que consiste o conceito de família?

Família é oriundo de diversos aspectos sociais e culturais que se apresentam de maneiras diferentes
sendo, portanto, instáveis e modificáveis ao longo do tempo, na medida em que os valores sociais
também se modificam.

“Família” é utilizado para definir um grupo social originado no casamento, constituído por marido,
esposa e pelos filhos(as) provenientes de sua união, configurada a partir de três tipos de relações: aliança
entre o casal (casamento ou legalização conjugal), filiação e consanguinidade.

Já, segundo a concepção sistêmica de Minuchin (1982), a família é um grupo social cujos membros estão
em constante interação entre si e com o ambiente, delineando, assim, o seu comportamento.
PERGUNTAS NORTEADORAS

De que maneira a terapia sistêmica compreende a influência


de diversos fatores e processos no grupo familiar?
PERGUNTAS NORTEADORAS
De que maneira a terapia sistêmica compreende a influência
de diversos fatores e processos no grupo familiar?

Através da compreensão dos problemas e desafios individuais dentro do contexto dos sistemas em que
as pessoas estão inseridas, especialmente o sistema familiar. Essa abordagem baseia-se na premissa de
que os indivíduos não existem isoladamente, mas são parte de uma teia de relacionamentos complexa
que influencia seus pensamentos, emoções e comportamentos.
ONDE SURGIU

COMO SE ESTRUTUROU

ROTEIRO AVANÇOS TEÓRICOS

TEORIA GERAL DO SISTEMA


PERCURSO HISTÓRICO
Ao mesmo tempo, a 2ª GM permitiu um ambiente intelectual diversificado com a imigração da

Europa para os Estados Unidos, de vários profissionais de diversas áreas.

Esses imigrantes levaram consigo suas histórias e experiências vividas durante a guerra e esses

acontecimentos tiveram efeito importante sobre as disciplinas relacionadas com a saúde mental.

Isso porque, em situações de guerras a capacidade que as pessoas costumam ter de possuir o

controle sobre as próprias vidas e destino parece ser posta à mercê de forças sobre as quais elas

não têm nenhum controle.

Com isso, a consciência da importância do contexto social sobre a vida dos indivíduos aumentou

rapidamente e adquiriu maior complexidade (Bloch e Rambo, 1998).


PERCURSO HISTÓRICO
O trabalho inicial centrado na família começou como pesquisa voltada, principalmente, para

famílias com pacientes esquizofrênicos e delinqüentes, que não estavam se beneficiando dos

tratamentos convencionais.

As primeiras e principais pesquisas direcionadas às famílias com pacientes esquizofrênicos foram as

realizadas por Gregory Bateson, Don Jackson, Weakland, Haley, Bowen, Lidz, Whitaker, Malone,

Scheffen e Birdwhistle, a maioria descrita no livro organizado por Bateson et al. (1980) “Interación

familiar”.

Já as pesquisas direcionadas às famílias com delinqüentes tiveram seu marco inicial no projeto

Wiltwick, realizado por Minuchin, no início da década de 1960.


PERCURSO HISTÓRICO
A Terapia de Família surgiu nos Estados Unidos na década de 50.

Muitos fatores contribuíram para o seu surgimento nesse país e nessa época, dentre os quais

podemos citar como sendo um dos mais relevantes o pós-guerra.

Os Estados Unidos viviam nesse momento a consolidação da expansão que vinha ocorrendo desde

durante a 2ª GM e transformações que ocorriam em diversas áreas, como o aumento da

industrialização, a participação das mulheres no mercado de trabalho, novas tecnologias, relações

sociais modificadas, aumento do acesso à educação, entre outras.

Com todas essas transformações, o clima era de otimismo e fé no futuro, o que favoreceu o aumento

das famílias e a crença de que a família era um lugar da felicidade (Ponciano, 1999).
PERCURSO HISTÓRICO
Segundo Grandesso (2000), essas pesquisas representam o inicio de um novo campo que

começava a se desenvolver e que tinha como principal característica a mudança de foco da prática

terapêutica no indivíduo e processos intrapsíquicos, para a família, com ênfase nas interações

entre seus membros.

Diferente de outras correntes teóricas, como a psicanálise, por exemplo, que tinha no seu início suas

formulações centradas em torno de um autor principal, esse novo campo começou a se

desenvolver com muitas influências, vindas de diversos campos e autores.

As influências mais marcantes na formação desse campo foram da Teoria Geral dos Sistemas e da

Cibernética.
Teoria Geral dos Sistemas
A Teoria Geral dos Sistemas foi desenvolvida por Ludwig Bertalanffy desde a década de 30,

buscando desenvolver leis que explicassem o funcionamento de sistemas gerais, independentes de

sua natureza.

Segundo essa teoria, existem princípios e leis que se aplicam a sistemas em geral, independente de

seu tipo particular, da natureza de seus elementos e das relações que atuam entre eles.

A busca por princípios universais aplicáveis aos sistemas em geral, obteve como resultado

propriedades que estariam presentes nos sistemas.

A TGS operou o deslocamento da ênfase no conteúdo para a estrutura (Ponciano, 1999).

As dimensões da simplicidade, da estabilidade e da objetividade, são substituídos pela

complexidade, instabilidade e intersubjetividade.


Propriedades do sistema

Totalidade: se refere ao fato de todos os sistemas serem compostos de elementos

interdependentes e em interação;

Relação: diz respeito às estruturas básicas dos elementos e ao modo como eles se relacionam;

Equifinalidade: é a característica de o mesmo estado final pode ser alcançado partindo de

diferentes condições iniciais e de diversas maneiras.


Concepções e Propriedades da TGS

Visão de mundo e de homem: a visão de mundo é holística e/ou ecológica onde o

universo é uma rede de interrelações. Nada existe se não em relação. Desse modo, o

homem é parte desta rede que está em constante mudança. Nada é definitivo, tudo é

relativo. Isso não inviabiliza a construção de hipóteses, porém, essas hipóteses não são

vistas como verdadeiras ou falsas e podem sofrer transformações conforme mudanças

na rede de interrelações.
Concepções e Propriedades da TGS

Visão de mundo e de homem: a visão de mundo é holística e/ou ecológica onde o

universo é uma rede de interrelações. Nada existe se não em relação. Desse modo, o

homem é parte desta rede que está em constante mudança. Nada é definitivo, tudo é

relativo. Isso não inviabiliza a construção de hipóteses, porém, essas hipóteses não são

vistas como verdadeiras ou falsas e podem sofrer transformações conforme mudanças

na rede de interrelações.
Concepções e Propriedades da TGS

Circularidade: a interação entre os componentes de um sistema manifesta-se

como uma seqüência circular, de modo que a relação entre quaisquer de seus

elementos é bilateral. Dentro desse pressuposto de causalidade circular, a ordem

dos fatores não altera o produto, um todo não possui começo nem fim. As partes

unidas de um sistema estão em relação circular, num circuito de retroalimentação:

cada pessoa afeta e é afetada pelo comportamento de outra pessoa e do contexto

em que está inserido.


Concepções e Propriedades da TGS

Globalidade: todo e qualquer sistema comporta-se como um todo coeso. Assim, uma

mudança em uma parte do sistema provoca mudança em todas as outras partes e no

sistema como um todo.Não-somatividade: um sistema não pode ser considerado

como a soma de suas partes. Esse princípio definidor implica que se considere o todo,

na sua complexidade e organização, em detrimento de suas partes. A complexidade

sistêmica não pode ser explicada a partir da soma de seus elementos. Contudo,

qualquer mudança nas relações entre as partes constituintes de um sistema implica

uma mudança no funcionamento do todo.


Relatividade: tudo que é visto, é visto
através de alguém
Relatividade: tudo que é visto, é visto através de alguém. Então não existe uma verdade

única. Ela pode ser construída e desconstruída pelo grupo de observadores, pela família,

pelo sistema terapêutico, criando-se espaços consensuais de inter-subjetividade.

Sintoma: a ideia central é ver o doente, o membro sintomático como um representante

circustancial, de alguma disfunção no sistema familiar (paciente identificado). O

sintoma é a expressão de padrões inadequados de interação no interior da família.

É um movimento de sair do mal-estar em direção ao bem-estar para os membros do

sistema de uma situação tida como problema.


Relatividade: tudo que é visto, é visto
através de alguém
Relatividade: tudo que é visto, é visto através de alguém. Então não existe uma verdade

única. Ela pode ser construída e desconstruída pelo grupo de observadores, pela família,

pelo sistema terapêutico, criando-se espaços consensuais de inter-subjetividade.

Sintoma: a ideia central é ver o doente, o membro sintomático como um representante

circustancial, de alguma disfunção no sistema familiar (paciente identificado). O

sintoma é a expressão de padrões inadequados de interação no interior da família.

É um movimento de sair do mal-estar em direção ao bem-estar para os membros do

sistema de uma situação tida como problema.


atividade

Pesquisar sobre a
teoria do duplo vínculo
atividade
1. O que é o "duplo vínculo" na teoria de Bateson e como ele é definido?
2. Quais são os componentes-chave de uma situação de duplo vínculo?
3. Como a teoria do duplo vínculo se relaciona com a comunicação interpessoal?
4. Quais são alguns exemplos práticos de situações de duplo vínculo?
5. Qual é o impacto psicológico de estar em uma situação de duplo vínculo?
6. Como a teoria do duplo vínculo se relaciona com a saúde mental e a psicopatologia?
REFERÊNCIAS
GRANDESSO, M.A. Sobre a reconstrução do significado: uma análise epistemológica e

hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do psicólogo. 2000.

PONCIANO, E.T. História da Terapia de família: De Palo Alto ao Rio de Janeiro.

Dissertação de Mestrado. Pontifícia Universidade católica do Rio de Janeiro. 1999

RAPIZO, R. Terapia Sistêmica de Família: da instrução à construção. Rio de Janeiro:

Noos. 2002

VASCONCELLOS, M.J.E. Pensamento Sistêmico: O novo paradigma da ciência.

Campinas, SP: Papirus

WITTEAZAELE, J.J., GARCIA, T. A abordagem clínica de Palo Alto. In ELKAIN, M..

Panorama das Terapias Familiares. Vol.1. São Paulo: Summus. 1998

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