No Brasil, duas autoras, Julia Bucher-Maluschke e Terezinha Féres-Carneiro, têm
contribuído sobremaneira para o resgate da história da Terapia Familiar (TF) e das
contribuições da Psicanálise e sua articulação com a abordagem sistêmica. Ambas concordam que a preocupação de Freud, desde o início de seus escritos, voltou-se para as relações familiares de seus pacientes, colocando a família e o indivíduo como interdependentes. A TF surgiu nos Estados Unidos a partir do trabalho de um grupo de pensadores e terapeutas, conforme indica Minuchin (2006/2007): Gregory Bateson e Nathan Ackerman foram os pioneiros. Muitas mudanças ocorreram nesta teoria que vão de um terapeuta eminentemente intervencionista, a um terapeuta conhecedor ativo de si mesmo e dos membros da família, não neutro, mas determinado a participar. Um breve histórico da perspectiva sistêmica: ● Década de 1960 – surge a TF,privilegiando o estudo da comunicação; ● Décadas de 1970 e 1980 – aparecimento de escolas de TF, com ênfase na Escola Estratégica e na Escola de Milão; ● Década de 1990 – novos enfoques interpretativos e discursivos; ● Década de 2000 – TF voltada para a família na relação com sistemas mais amplos.
A Cibernética foi o mais influente modelo teórico sobre o estudo de famílias. O
circuito de feedback envolve a circularidade, ou seja, a lente para compreensão das influências mútuas entre os membros da família. Teoria Geral dos Sistemas também vai trabalhar a perspectiva da família, partindo do pressuposto de que os organismos eram um sistema aberto interagindo todo o tempo com seu ambiente, buscando como um todo atingir um objetivo a partir de suas condições (equifinalidade), com uma reatividade que visa o equilíbrio (homeostase) e, acima de tudo, dirigindo-se a mudanças.