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Escola de Milão

A principal representante deste grupo é Mara Selvini Palazzoli que, juntamente


com Boscolo, Ceccin e Prata, fundou em 1967 o Centro para o Estudo da
Família. Partindo dos mesmos pressupostos teóricos da Escola Estratégica,
Palazzoli et al (1980) consideram que os problemas que emergem quando os
mapas familiares não são mais adequados, ou seja, os padrões de
comportamento desenvolvidos não são mais úteis nas situações atuais. Dada a
tendência à homeóstase, os problemas surgem quando as regras que
governam o sistema são tão rígidas que possibilitam padrões de interação
repetitivos, homeostáticos e vistos como "pontos nodais" do sistema.

Um princípio terapêutico fundamental para o grupo de Milão é a conotação


positiva dos comportamentos apresentados pela família. Quando se qualificam
como positivos os comportamentos sintomáticos, motivados pela tendência
homeostática do sistema e não os comportamentos.

Outro tipo de intervenção utilizada pelo grupo de Milão é o ritual familiar, ou


seja, uma ação ou uma série de ações das quais todos os membros da família
são levados a participar. A prescrição de um ritual visa evitar o comentário
verbal sobre as normas que perpetuam o jogo em ação. No ritual familiar novas
regras substituem tacitamente as regras precedentes. Para elaborar um ritual o
terapeuta deve ser bastante observador e criativo. O ritual é rigorosamente
específico a uma determinada família.

CARNEIRO, Terezinha Féres. Psicologia: Ciência e Profissão [online]. 1996, v.


16, n. 1 [Acessado 29 Maio 2022] , pp. 38-42. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S1414-98931996000100007>. Epub 24 Set 2012.
ISSN 1982-3703. https://doi.org/10.1590/S1414-98931996000100007. A Escola
de Milão

Novamente, tomo a liberdade de organizar a construção do contexto clínico da


família, ressaltando, em especial, as contribuições da Escola de Milão. Seus
vários teóricos – Mara Selvini Palazzoli, Gianfranco Cecchin, Luigi Boscolo e
Giulana Prata – tiveram grande influência dos conceitos das escolas iniciais,
anteriormente expostos. Porém, esses autores foram além e propuseram
conceitos que inovaram e formaram diretrizes teórico-metodológicas de grande
abrangência sobre os terapeutas familiares de todos as épocas e orientações
teóricas, tais como: questionamento circular, conotação positiva e elaboração
de hipóteses (Féres-Carneiro, 1996). Esse grupo preocupou-se com
apresentação de recursos e ações que envolvessem todos os membros da
família. A elaboração de hipótese inclui a ideia de que o terapeuta e os
membros da família estão construindo e "testando" explicações sobre o que se
passa com a família. O questionamento circular reflete o conceito de
circularidade, de que os sistemas vivos são caracterizados por formações de
círculos relacionais. A neutralidade é a posição de que o sistema deve ser visto
em todas as suas partes, e todas têm a mesma importância na sua expressão.
Na prática é fazer aliança com todos os membros da família. Além do valor da
equipe como um importante recurso no atendimento, a Escola de Milão trouxe
questionamento sobre intervalo entre as sessões, como um outro recurso
terapêutico (Boscolo, Cecchin, Hoffman & Penn, 1993). Nichols & Schwartz
(2006/2007) consideram que a Escola de Milão pode ser vista como estratégica
(na origem de seus conceitos e prescrições) e com ênfase na adoção de
rituais, que são ações prescritas para dramatização da conotação positiva.
Costa, Liana FortunatoA perspectiva sistêmica para a Clínica da Família.
Psicologia: Teoria e Pesquisa [online]. 2010, v. 26, n. spe [Acessado 29 Maio
2022] , pp. 95-104. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-
37722010000500008>. Epub 13 Dez 2010. ISSN 1806-3446.
https://doi.org/10.1590/S0102-37722010000500008.

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