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A terapia familiar evoluiu a partir de uma multiplicidade de influências tendo recebido contribuições de
diferentes áreas do conhecimento.
Na psicanalise, Freud descreve que se deve prestar atenção nas condições humanas e sociais,
principalmente nas relações familiares do paciente.
Ressalta que, muitas vezes, quando a neurose tem relação com os conflitos entre os membros de uma
família, os membros sadios preferem não prejudicar seus próprios interesses do que colaborar na
recuperação daquele que está doente.
Na primeira metade do século, Nobert Wiener começa a criar a teoria familiar, enfatizando os sistemas
homeostáticos com processos de retroalimentação (feedback) que tornam os sistemas autocorretivos.
A Cibernética, que estudava os mecanismos de controle e comunicação, inicialmente nas máquinas e
posteriormente entre os seres vivos, surgiu neste contexto. Desenvolvida no final da década de 1940 e
considerada como a ciência do controle e da comunicação nos seres vivos e nas máquinas, utilizava
conceitos como feedback, homeostase e autorregulação e, assim como a Teoria Geral dos Sistemas de
Bertalanffy, forneceram as bases teóricas para a terapia de família, um novo campo terapêutico (COSTA,
2011).
Revisão
Escola Estrutural:
• Minuchin é o principal teórico da Escola Estrutural, para o autor a família é um
sistema que se define em função dos limites de uma organização hierárquica.
• O sistema familiar diferencia-se e executa suas funções através de seus
subsistemas.
• As fronteiras de um subsistema são as regras que definem quem participa de
cada subsistema e como participa. Para que o funcionamento familiar seja
adequado, estas fronteiras devem ser nítidas.
• Quando as fronteiras são difusas, as famílias são aglutinadas; fronteiras rígidas
caracterizam famílias desligadas. Famílias saudáveis emocionalmente possuem
fronteiras claras.
Revisão
Família Desligada: Não há uma conexão forte entre os membros, com isso
gerando um relacionamento não muito próximo.
Revisão
A Cibernética foi concebida pelo matemático Norbert Wiener, que se dedicou a estudar os sistemas
estabelecendo uma analogia entre o funcionamento destes e o das máquinas.
Wiener (1989) descreveu dois tipos de sistemas: o fechado, isolado e ao qual se aplica a segunda
lei da termodinâmica, que enuncia uma tendência à desordem (entropia poder de medir algo) até o
estado de caos; e o aberto, caracterizado por permeabilidade à energia e à informação, capaz de
desenvolver níveis elevados de retroalimentação na sua interação com o mundo externo.
Wiener (1989) dá como exemplo de sistema fechado o elevador, que necessita de
mecanismos que detectem e controlem o seu desempenho para que ele esteja alinhado
à porta no momento em que ela se abrir. Nesse caso, o sistema é isolado e o
mecanismo de retroalimentação é simples, sem qualquer interação com o meio que o
torne mais sofisticado.
Os sistemas humanos, incluindo os sistemas familiares, são o melhor exemplo de
sistemas abertos, pois realizam constantemente trocas e ajustes pela interação das
suas partes com o meio (Watzlawick, Beavin, & Jackson, 1999).
Revisão
Para Bateson (2000), a Cibernética tem um interesse especial na relação entre o objeto e
o seu contexto, o que se evidencia pelo exemplo do fonema e da palavra.
O fonema só existe em sua relação com outros fonemas, quando formam uma palavra,
que, por sua vez, só tem significado no contexto mais amplo da frase. Sobre essa
interconexão, Bateson (2000) enfatiza a circularidade dos circuitos fechados e apresenta
a sua concepção aprofundada de feedback: “Quando os fenômenos do universo são tidos
como vinculados por causa-e-efeito e pela transferência de energia, a figura resultante é
ramificada de forma complexa e interconectada por cadeias de causalidade” (p. 409).
Partindo dessa ideia, um evento que ocorre num ponto aleatório repercute em todos os
demais pontos do circuito. Aplicando esse princípio ao contexto familiar, é admissível
supor que a interação que se processa entre dois indivíduos da família reverbera nas
relações com os demais membros do sistema, criando uma sequência interativa
interligada.
Revisão
Aquilo que denominamos neste texto de "psicologia pós-moderna" não deve ser entendido como
uma nova teoria psicológica, mas como a aplicação de um novo discurso (um discurso de segunda
ordem, uma epistemologia) a esse campo do conhecimento: um pensamento pós-moderno, que se
articula com as mudanças nos paradigmas culturais da segunda metade deste século, sobretudo no
campo das ciências humanas e sociais, e que está claramente definido por Kvale (1992):
O pensamento pós-moderno substitui a concepção de uma realidade independente do observador
pela noção de que é a linguagem que de fato constitui as estruturas de uma realidade social em
perspectiva. A dicotomia moderna entre uma realidade objetiva, distinta das imagens subjetivas,
está sendo abandonada e substituída pela hiper-realidade de signos autorreferenciados. Há uma
crítica da busca modernista por formas fundamentais e da crença no progresso linear através da
acumulação do conhecimento. A dicotomia entre leis sociais universais e o self individual é
substituída pela interação de redes locais.
O pensamento pós-moderno envolveu uma expansão da razão, foi além dos domínios cognitivos e
científicos para permear da mesma maneira aqueles da ética e da estética; analisou o nexo entre
poder e saber e, em particular, a de individualização do poder em estruturas anônimas, (pp. 2-3)
Revisão
Carter e McGoldrick (1995) descreveram os vários estágios do ciclo vital familiar, destacando o
enfoque transgeracional, mostrando-nos as diferentes tarefas de cada estágio assim como as
dificuldades para transpor de uma fase para outra.
Criou-se um marco, passamos a conviver e lidar melhor com o modo como as famílias encaram e
superam cada fase.
O desenvolvimento familiar tem seis estágios, similar ao trabalho das autoras:
1. Jovem adulto saindo de casa;
2. Família sem filhos;
3. Família com crianças;
4. Família com adolescentes;
5. Família no meio da vida, e
6. Família no estágio tardio
As fases do ciclo de vida das famílias
Fase do Ciclo de Vida Processo emocional básico da Mudanças qualitativas no
Familiar - Movimento transição status familiar necessárias
para se seguir o
desenvolvimento
1. Adulto jovem - saindo de Desenvolver a a) Diferenciação da
Casa responsabilidade identidade em relação à
Centrífugo emocional e financeira por família de origem. b)
si mesmo. Desenvolvimento de
relacionamentos íntimos
com adultos iguais. c)
Estabelecimento de uma
identidade com relação ao
trabalho e independência
financeira
As fases do ciclo de vida das famílias
Fase do Ciclo de Vida Processo emocional básico da Mudanças qualitativas no
Familiar - Movimento transição status familiar necessárias
para se seguir o
desenvolvimento
2.Famílias sem filhos - Comprometimento com um novo a) Formação do sistema marital.
A união de Famílias no sistema familiar b) Realinhamento dos
relacionamentos com as
casamento famílias ampliadas e amigos,
Centrípeto para incluir o cônjuge
3. Famílias com crianças Aceitação de novos membros a) Ajustar o sistema conjugal
Centrípeto no sistema familiar para criar espaço para o(s)
filho(s). b) Unir-se nas tarefas
de educação dos filhos, nas
tarefas financeiras e
domésticas. c) Realinhamento
dos relacionamentos com a
família ampliada, para incluir os
papéis de pais e avós.
As fases do ciclo de vida das famílias
Fase do Ciclo de Vida Processo emocional básico da Mudanças qualitativas no
Familiar - Movimento transição status familiar necessárias
para se seguir o
desenvolvimento
4. Famílias com Aumentar a flexibilidade das a) Modificar o relacionamento
adolescentes fronteiras familiares para incluir progenitor-filho, para permitir ao
a independência dos filhos e a adolescente movimentar- se
Centrífugo fragilidade dos avós. para dentro e para fora do
sistema familiar. b) Novo foco
nas questões conjugais e
profissionais dos pais (meia-
idade). c) Começar a mudança
no sentido de cuidar da geração
mais velha.
As fases do ciclo de vida das famílias
Fase do Ciclo de Vida Processo emocional básico da Mudanças qualitativas no
Familiar - Movimento transição status familiar necessárias
para se seguir o
desenvolvimento
5. Famílias na meia idade Aceitar várias saídas e entradas a) Reorganizar o sistema
– Lançando os filhos e no sistema familiar. conjugal como dupla. b)
Desenvolvimento de
seguindo em frente relacionamentos de adulto-para-
Centrípeto adulto entre os filhos crescidos
e seus pais. c) Realinhamento
dos relacionamentos para incluir
parentes por afinidade e netos.
d) Lidar com incapacidade e
morte dos pais (avós).
As fases do ciclo de vida das famílias
Fase do Ciclo de Vida Processo emocional básico Mudanças qualitativas no
Familiar - Movimento da transição status familiar necessárias para
se seguir o desenvolvimento
6. Famílias no estágio Aceitar as mudanças de papéis a) Manter o funcionamento e os
tardio de vida geracionais. interesses em si mesmo(a) e no
casal, diante das mudanças
Centrípeto físicas e emocionais da idade. b)
Abrir espaço para um papel mais
central para a geração dos filhos.
c) Lidar com a perda do cônjuge,
irmãos e outros iguais e
preparar-se para a própria morte.
Revisão e integração da vida
As fases do ciclo de vida das famílias
Gênero humano. Designação da espécie humana, do homem. Gênero de vida. Modo de viver, de
proceder; tipo de vida.
Etimologia (origem da palavra gênero). Do latim generu, genere, "nascimento, origem" (DICIO, [on-
line]).
Segundo Haraway (2004, p. 211) “[...] gênero é um conceito desenvolvido para contestar a
naturalização da diferença sexual em múltiplas arenas de luta” e um dos mais importantes princípios
organizadores da nossa sociedade.
Simone de Beauvoir, em seu livro O Segundo Sexo, de 1949, fez uma observação, que se tornou a
raiz de todos os significados modernos de gênero, ao dizer que “não se nasce mulher, torna-se
mulher” (HANCONK, 2014, [s. p.]).
Segundo Costa (2001) cada um de nós pode se questionar a respeito do que significa ser homem, a
partir do sexo, raça, cultura e classe social.
Construímos e reconstruímos nossa identidade de gênero ao longo da vida; essa identidade nos
acompanha como um roteiro de como devemos ser e o que podemos esperar dos outros.