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Resenha Critica
O documentário dirigido por Estela Renner, que também dirigiu “Muito Além do Peso”,
sobre obesidade infantil, e “Criança, a alma do negócio”, sobre propaganda infantil e
outros documentários que abordam temas importantes relacionados à infância.
Preocupou-se em revelar com dinamismo a diversidade de opiniões de vários cientistas
e também pessoas comuns a discussão dos primeiros paços da infância, recheando o
debate por uma diversidade cultural, de gênero e étnica.
Este documentário gravado em nove países - Brasil, China, França, Itália, Argentina,
Estados Unidos, Quênia, Índia e Canadá. Demonstra que, mesmo com as inúmeras
diferenças culturais, de etnia e de classe social, todas as famílias se esforçam para dar
amor aos filhos e lutam para que eles cresçam com os valores certos.
É natural que a criança tenha, desde o nascimento, um vínculo maior com a mãe. É ela
quem carrega o bebê na barriga durante nove meses, quem oferece o primeiro alimento
e, muitas vezes, quem passa mais tempo cuidando do pequeno. Mas isso não significa
que a figura paterna é dispensável – muito pelo contrário! O pai representa para a
criança a ideia de que existe um mundo além da mamãe. E mais: contar com a presença
dele é importante até para que a amamentação aconteça de forma tranquila e saudável.
A estrutura narrativa do filme apresenta o bebê não como uma tábula rasa, mas como
um indivíduo competente, capaz de elaborar hipóteses para melhor entender o mundo. E
revela seu desenvolvimento por meio de seus relacionamentos primordiais com a mãe, o
pai, os irmãos, os avós, os cuidadores, e ainda com a natureza, com as brincadeiras e
experimentações, e com as histórias que são contadas a ele. “Os cérebros dos bebês são
‘máquinas incríveis de aprendizagem”. Hoje descobriram que os bebês já nascem
sabendo de muitas coisas que estão ao seu redor. Começam a aprender desde o
momento em que estão no útero materno”, revela a psicóloga Alisson Gopnik,
professora da Universidade de Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.
Outros aspectos e mensagens forte passado pelo documentário é que os “Os registros
emocionais tanto para o bem quanto para o mal têm um peso muito maior neste
período, é um momento de formação, de criação, de estrutura da pessoa”, fala de uma
diretora escolar. Outra grande descoberta e revelação é que a neurociência nos últimos
anos revela que os bebês se desenvolvem não apenas com sua carga genética, mas a
partir da combinação entre a genética e as relações com aqueles que os rodeiam. Com
base nessa constatação, Estela entrevistou especialistas no desenvolvimento infantil e
visitou famílias das mais diversas culturas, etnias e classes sociais, como a de Gisele
Bündchen e de Phula, uma menina indiana que cuida sozinha dos irmãos em uma
comunidade em meio a obras em construção.
As condições de vida de Phula são degradantes e, isso tira dela o horizonte de ter
sonhos, apenas deseja sobreviver diante da pobreza e negligencia governamental e
institucionais. Isso nos remete a importância de cuidar da infância. Com o depoimento
para o projeto, o vencedor do prêmio Nobel de Economia em 2000, James Heckman,
cita que uma recente pesquisa feita nos Estados Unidos detectou que a cada dólar
investido em uma criança, sete dólares são ganhos no futuro através do adulto
produtivo, e conclui: “cuidar bem dos nossos bebês é o maior investimento que se pode
fazer na humanidade”.
Não são apenas os pais que devem carregar a função e os desafios de formar um ser
humano. Parentes, instituições e governos também têm o dever de proporcionar
condições para que não só os pequenos mas seus cuidadores possam se desenvolver.
Para se ter uma ideia, em países de média e baixa renda, estima-se que 200 milhões de
crianças menores de 5 anos de idade não recebem os elementos necessários para o seu
crescimento pleno. Com isso, elas perdem a oportunidade de alcançar o seu potencial e
se tornar, assim, adultos capazes de lutar por avanços, isso nos revela que todos são
responsáveis pelo desenvolvimento das crianças.
Diante de todo exposto concluísse a importância de olhar a primeira infância pois ela
impactar na formação de adultos melhores. Uma das grandes mensagens deixada pelo
documentário é a grande necessidade de cuidar, acolher e valorizar a infância hoje, pois
isso é fundamental para uma sociedade mais justa e igualitária amanhã.