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BACHARELADO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: DESENVOLVIMENTO HUMANO - INFÂNCIA E


ADOLESCÊNCIA
DOCENTE: GIVANILDO NERY
DISCENTE: RENNAN PINTO DE OLIVEIRA

Resenha Critica

O COMEÇO DA VIDA. Direção: Estela Renner, Produção: Marcos Nisti, Luana


Lobo. Brasil. Maria Farinha Filmes. Netiflix, 2016. Documentário (120 min).

O documentário dirigido por Estela Renner, que também dirigiu “Muito Além do Peso”,
sobre obesidade infantil, e “Criança, a alma do negócio”, sobre propaganda infantil e
outros documentários que abordam temas importantes relacionados à infância.
Preocupou-se em revelar com dinamismo a diversidade de opiniões de vários cientistas
e também pessoas comuns a discussão dos primeiros paços da infância, recheando o
debate por uma diversidade cultural, de gênero e étnica.

Este documentário gravado em nove países - Brasil, China, França, Itália, Argentina,
Estados Unidos, Quênia, Índia e Canadá. Demonstra que, mesmo com as inúmeras
diferenças culturais, de etnia e de classe social, todas as famílias se esforçam para dar
amor aos filhos e lutam para que eles cresçam com os valores certos.

O longa aborda muitos temas entre eles licença-maternidade e paternidade, a


importância da figura paterna, a responsabilidade de instituições (como a escola) e de
governos na formação da criança, além de pobreza, direitos humanos, violência e
abandono. Quanto a importância do pai para a formação da criança o documentário
demonstra que o mundo precisa dar condições para que pais possam ser pais. Na
declaração de um pai ele diz “Meus filhos não ligam se eu sou importante, ou se ganho
dinheiro. Eles só se importam se estou presente. E isso é um ótimo lembrete para a
vida”, conta um pai canadense.

É natural que a criança tenha, desde o nascimento, um vínculo maior com a mãe. É ela
quem carrega o bebê na barriga durante nove meses, quem oferece o primeiro alimento
e, muitas vezes, quem passa mais tempo cuidando do pequeno. Mas isso não significa
que a figura paterna é dispensável – muito pelo contrário! O pai representa para a
criança a ideia de que existe um mundo além da mamãe. E mais: contar com a presença
dele é importante até para que a amamentação aconteça de forma tranquila e saudável.

Outro aspecto do “O começo da vida” é a abordagem do fascinante desenvolvimento


das crianças, demonstrando como o cérebro dos bebês é incrível e como eles já
começam a aprender desde quando estão no útero materno. A importância das
brincadeiras para as crianças também é abordada, já que estimula a criatividade e a
imaginação, contribuindo para o aprendizado. Os bebês não são uma tábula rasa, apesar
de existir ainda quem pense que os pequenos chegam ao mundo como uma folha em
branco e que todos os seus aprendizados dependem exclusivamente dos estímulos que
recebem.

A estrutura narrativa do filme apresenta o bebê não como uma tábula rasa, mas como
um indivíduo competente, capaz de elaborar hipóteses para melhor entender o mundo. E
revela seu desenvolvimento por meio de seus relacionamentos primordiais com a mãe, o
pai, os irmãos, os avós, os cuidadores, e ainda com a natureza, com as brincadeiras e
experimentações, e com as histórias que são contadas a ele. “Os cérebros dos bebês são
‘máquinas incríveis de aprendizagem”. Hoje descobriram que os bebês já nascem
sabendo de muitas coisas que estão ao seu redor. Começam a aprender desde o
momento em que estão no útero materno”, revela a psicóloga Alisson Gopnik,
professora da Universidade de Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.

Outro importante mecanismo para a aprendizagem e desenvolvimento da criança é a


brincadeira. Brincar é aprender. As brincadeiras devem fazer parte da agenda das
crianças tanto quanto atividades como escovar os dentes, ir à escola e dormir. E não
pense que é preciso brinquedos tecnológicos ou com muitas funções educativas – dar
tempo livre para os baixinhos criarem coisas novas e soltarem a imaginação já é
suficiente. “O ambiente da criança tem que ser o ambiente dos pais. Muitas vezes eles
se preocupam em criar para ela um quarto cheio de brinquedos pedagógicos e, na
verdade, a experiência mais rica é brincar com as panelas da casa, associar objetos
diferentes em brincadeiras”, observa a psicanalista Vera Iaconelli, diretora do Instituto
Brasileiro de Psicologia Perinatal Gerar.

Outros aspectos e mensagens forte passado pelo documentário é que os “Os registros
emocionais tanto para o bem quanto para o mal têm um peso muito maior neste
período, é um momento de formação, de criação, de estrutura da pessoa”, fala de uma
diretora escolar. Outra grande descoberta e revelação é que a neurociência nos últimos
anos revela que os bebês se desenvolvem não apenas com sua carga genética, mas a
partir da combinação entre a genética e as relações com aqueles que os rodeiam. Com
base nessa constatação, Estela entrevistou especialistas no desenvolvimento infantil e
visitou famílias das mais diversas culturas, etnias e classes sociais, como a de Gisele
Bündchen e de Phula, uma menina indiana que cuida sozinha dos irmãos em uma
comunidade em meio a obras em construção.

As condições de vida de Phula são degradantes e, isso tira dela o horizonte de ter
sonhos, apenas deseja sobreviver diante da pobreza e negligencia governamental e
institucionais. Isso nos remete a importância de cuidar da infância. Com o depoimento
para o projeto, o vencedor do prêmio Nobel de Economia em 2000, James Heckman,
cita que uma recente pesquisa feita nos Estados Unidos detectou que a cada dólar
investido em uma criança, sete dólares são ganhos no futuro através do adulto
produtivo, e conclui: “cuidar bem dos nossos bebês é o maior investimento que se pode
fazer na humanidade”.

Não são apenas os pais que devem carregar a função e os desafios de formar um ser
humano. Parentes, instituições e governos também têm o dever de proporcionar
condições para que não só os pequenos mas seus cuidadores possam se desenvolver.
Para se ter uma ideia, em países de média e baixa renda, estima-se que 200 milhões de
crianças menores de 5 anos de idade não recebem os elementos necessários para o seu
crescimento pleno. Com isso, elas perdem a oportunidade de alcançar o seu potencial e
se tornar, assim, adultos capazes de lutar por avanços, isso nos revela que todos são
responsáveis pelo desenvolvimento das crianças.
Diante de todo exposto concluísse a importância de olhar a primeira infância pois ela
impactar na formação de adultos melhores. Uma das grandes mensagens deixada pelo
documentário é a grande necessidade de cuidar, acolher e valorizar a infância hoje, pois
isso é fundamental para uma sociedade mais justa e igualitária amanhã.

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