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PATERNIDADE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Luiza Kras Borges Filisbino1


Cristiane de Oliveira Pereira2

2022

Resumo

O propósito do presente artigo é evidenciar a importância paterna no desenvolvimento infantil, nos


conscientizando sobre uma paternidade ativa. Para isso foi utilizado o Google Acadêmico como
ferramenta para verificar a incidência dos artigos publicados entre 2020 e 2022.

Palavras-chave: Infância; paternidade; desenvolvimento infantil

1 Introdução

O estudo trata sobre a influência paterna no desenvolvimento infantil, nos consci-


entizando que uma paternidade presente é essencial para proporcionar um crescimento
saudável. Segundo os autores, o pai representa um sustentáculo afetivo, possibilitando a
interação com o bebê, funcionando como uma relação simbiótica.

Através de pesquisas realizadas nos últimos dois anos, podemos entender que
a ausência paterna ou negligência paterna podem trazer grandes riscos para a criança,
afetando diferentes pontos do desenvolvimento de acordo com a subjetividade de cada
indivíduo. A investigação é feita a partir do reconhecimento do importante papel do pai
no desenvolvimento, sendo este um eixo fundamental dentro da família, decisivo para o
desenvolvimento cognitivo e social, facilitando a integração do indivíduo.

2 Métodos

Primeiramente, objetivou-se verificar a incidência de artigos publicados (de 2020 a


2022), indexados na base de dados Google Acadêmico sobre a influência da paternidade
no desenvolvimento infantil. Foram usados descritores com os termos: paternidade, infân-
cia e desenvolvimento infantil. Esses termos, embora indicassem algumas vezes artigos
repetidos, em outras vezes revelaram artigos não contidos em outros descritores. Foram
excluídos artigos que constavam dentro destes termos-chave, que não fizeram menção às
particularidades do tema.( como por exemplo, os efeitos do veganismo no desenvolvimento
infantil, etc).
1
luizakrasb@hotmail.com
2
crisp@faculdadedombosco.edu.br
2

2.1 Resultados

O conceito de paternidade vem apresentando diversas transformações, decorrentes


das modificações econômicas, sociais e culturais que a família vem sofrendo ao longo do
tempo. Antigamente os pais tinham o papel de provedor financeiro e o de fomentador da
educação religiosa. Com a industrialização e a chegada da urbanização, a partir do século
XIX, os pais que mantinham contato com a família passaram a ter que reduzir seu convívio
familiar por conta da excessiva carga horária das indústrias. Nesta “virada de chave” as
mães passam a ter mais responsabilidade pelos cuidados dos filhos.

Pesquisas sobre o envolvimento paterno dos anos 1950 e 1960, consistentemente,


mostravam que o pai possuía uma participação muito restrita no desenvolvimento da criança.
Entre 1960 e 1976 apenas 3% dos estudos sobre o desenvolvimento infantil incluíram o
pai (Dessen & Lewis, 1998). Essas pesquisas enfatizavam que o papel paterno era o
de brincar com os filhos e que os impactos mais importantes do envolvimento do pai no
desenvolvimento dos filhos incluíam a promoção do desenvolvimento social das meninas e
a formação de identidade sexual dos meninos (Lamb, 1997; Guille, 2004).

Com o surgimento do feminismo contemporâneo em 1960 que tinha como intuito


lutar pela “libertação”da mulher, é possível observar o alcance em vários países industriali-
zados. Entre 1968 e 1977 os índices de mulheres que exerciam atividades remuneradas
aumentaram progressivamente.

Sendo assim, até a década de 1970 o homem ainda ocupava o lugar de maior status
dentro do núcleo familiar. Com o aumento crescente de poder por parte das mulheres, elas
deixaram de assumir a totalidade de responsabilidade em relação aos filhos, exigindo maior
envolvimento paterno. Como consequência do surgimento desses novos papéis, evidenciou-
se uma transformação na organização familiar, aumentando o número de famílias recasadas
e de famílias monoparentais (Dessen & Silva, 2004).

As contribuições sociais da paternidade variam de acordo com a época, contexto


cultural e suas necessidades. No entanto, dificilmente são encontrados estudos que apontem
a relação pai-filho, pois a maioria das pesquisas sobre o desenvolvimento infantil estão
focadas na relação mãe-criança. Atualmente o envolvimento paterno é entendido como um
construto multidimensional, ou seja, um conjunto de conceitos criados pela consciência,
intra ou extrafísica, de acordo com a visão de mundo pessoal, a partir das experiências
parapercepciológicas vivenciadas. Abrangendo habilidades, dimensões afetivas, cognitivas
e éticas.
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O estabelecimento dos laços afetivos inicia durante a gestação, quando a criança


passa a ouvir e perceber o ambiente à sua volta. Quando a criança nasce, seu cérebro já
está 100% formado, mas ainda não está desenvolvido. Ele já conta com todos os neurônios
que o indivíduo terá para o resto da vida, porém, vão estabelecendo essas conexões
aos poucos, através de estímulos. Estes estímulos estão associados aos estímulos que
possuem resposta, para cada faixa etária há uma estratégia adequada.

Os especialistas questionam uma possível ampliação da licença paternidade, que


poderá trazer benefícios na igualdade das distribuições das tarefas, uma vez que a mãe
tem tendência ao esgotamento físico e emocional. Além disso, quanto mais contato se tem,
melhor é para ajudar no aumento das memórias afetivas na primeira infância e no aumento
do vínculo familiar. Quando pensamos nisso, estamos pensando a longo prazo como
sociedade, um pai que tem uma sobrecarga de trabalho e uma remuneração desfavorável,
traz consigo condições difíceis para o desenvolvimento do núcleo familiar e do bebê.

A discussão se torna pertinente, quando damos a atenção necessária para o de-


senvolvimento infantil, prezando pela saúde e integridade da criança juntamente com os
pais.

3 Conclusão

No término deste artigo, pude perceber e avaliar o quanto o papel paterno é impor-
tante no desenvolvimento infantil. Prover financeiramente, envolver-se nos cuidados com
o filho e no auxílio das atividades domésticas são fatores que aumentam e beneficiam a
convivência no núcleo familiar. Além disso, aumenta a satisfação do pai, em saber que está
desempenhando um bom papel, agindo diretamente na dinâmica familiar e influenciando
seu relacionamento com a mulher, promovendo uma qualidade de vida melhor para o casal.

Percebo o quanto é importante aprendermos diante deste assunto, admito o quanto


foi enriquecedor o conhecimento obtido através desta pesquisa. Pude perceber o quanto
se tornar pai mobiliza, independente da situação, afinal, são responsabilidades e con-
sequências decorrentes desse fato. Sendo assim, observo o quanto é necessário estudar
mais abertamente sobre este novo momento, para que possamos ter mais índices de uma
paternidade consciente.
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4 Referências

• Cia, F., Williams, L. C. D. A., & Aiello, A. L. R. (2005). Influências paternas no desen-
volvimento infantil: revisão da literatura. Psicologia Escolar e Educacional, 9, 225-233.

• https://www.cnnbrasil.com.br/saude/presenca-paterna-e-essencial-para-desenvolvim
ento-infantil-explicam-medicos/

• https://www.telavita.com.br/blog/paternidade-consciente/

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