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desenvolvimento da criança
Apresentação
Questões envolvendo pais e cuidadores estão presentes em diferentes tempos e espaços. Apesar
de não existirem fórmulas prontas, não são poucos os conselhos e as recomendações de como se
criar os filhos e como se relacionar com seus pais, não é mesmo? E você há de concordar que o
desenvolvimento da criança e suas relações com seus pais e cuidadores serão a base para sua
formação e determinarão comportamentos ao longo de toda sua vida.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá a importância do vínculo com seus pais e cuidadores na
formação do indivíduo na fase infantil, analisará a Teoria do Apego envolvendo as crianças e seus
pais e identificará os contextos familiares na atualidade.
Bons estudos.
Boa leitura!
DESENVOLVIMENTO
INFANTIL
Carolina Costa
Nunes Lima
A importância do vínculo no
desenvolvimento da criança
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Questões envolvendo pais e filhos estão presentes em diferentes tempos
e espaços. Apesar de não existirem fórmulas prontas, não são poucos os
conselhos e recomendações sobre como criar os filhos e como se relacio-
nar com seus pais, não é mesmo? Além disso, você há de concordar que
o desenvolvimento da criança e suas relações com os pais e cuidadores
serão a base para sua formação e determinarão comportamentos ao
longo de toda a sua vida.
É sobre isso que discutiremos neste capítulo, no qual você reconhe-
cerá a importância dos vínculos com os pais e cuidadores na formação
do indivíduo na fase infantil, analisará a teoria do apego, envolvendo as
crianças e seus pais, e identificará os contextos familiares na atualidade.
Funcionamento familiar
“Por volta do século XV, segundo Sluzki (l997), o significado de família ampliou-se,
abrangendo todos os membros da casa e favorecendo vínculos de proteção e lealdade,
imersos em redes múltiplas, complexas e em evolução, incluindo todas as relações
do indivíduo. O vínculo gerado nesse contexto proporciona a identidade, a história, o
feedback social, o cuidado com a saúde, a validação e a responsabilidade pelo outro.
O sistema promove o processo de integração, o bem-estar e a consolidação dos
potenciais de adaptação e mudança. Nessa trama íntima da família ou na rede social
significativa é que as experiências de perda e dor, alegria e amor, crescimento e criação,
vivência e evolução se organizam e ganham significado. A rede mantém interações
que reafirmam responsabilidades e papéis, neutralizam desvios de comportamento
e favorecem a resolução de problemas.”
Fonte: Baptista e Teodoro, 2012, p. 38.
O termo vínculo tem sua origem no latim “vinculum”, que significa uma união
com características duradouras. De igual maneira, provém da mesma raiz que
a palavra “vinco”, que se refere a alguma forma de ligação entre partes que
se unem e que são inseparáveis, embora permaneçam delimitadas entre si.
Vínculo também significa um estado mental que pode ser expresso através
de diversos modelos e abordagens (ZIMERMAN, 2010, p. 21).
Por meio dessas experiências, pais e filhos vão fazendo parte de um pro-
cesso mútuo de influências, já que, a partir de estímulos, as crianças vão
desenvolvendo algumas inclinações para determinados espaços, preferências
Teoria do apego
Objeto de muitos estudos, as relações entre pais e filhos deram origem a dife-
rentes teorias, como a que será discutida nesta seção, a denominada teoria do
apego. Essa concepção se originou por meio de investigações dos pesquisadores
John Bowlby e Mary Ainsworth sobre a primeira etapa das relações maternas
e paternas (BEE; BOYD, 2011).
A partir desses estudos, foi constatado que a formação de vínculos emo-
cionais é a base elementar que constitui a essência humana como forma de
sobrevivência e se dá, inicialmente, por ações e reações instintivas. Esse
processo evolutivo envolve comportamentos que aproximam os bebês de
seus pais em formas de contato nas quais a criança chora, sorri, observa e os
adultos vão interagindo, segurando a criança no colo e tentando falar com um
tom de voz diferenciado, por exemplo.
De acordo ainda com os pesquisadores Bowlby e Ainsworth (1989
apud BEE; BOYD, 2011), esse modelo recíproco de conduta é fundamental
para a formação dos vínculos de afetividade e apego. Segundo Bowlby e
Ainsworth (1989, p. 711 apud BEE; BOYD, 2011, p. 308), vínculo afetivo
é “[...] um laço de duração relativamente longa no qual o parceiro é im-
[...] uma vez que um apego com outra pessoa tenha sido estabelecido, a
criança começa a construir uma representação mental do relacionamento
que se torna um conjunto de expectativas para futuras interações com a
mesma pessoa. Bowlby criou o termo modelo funcional interno para
descrever essa representação mental e sugeriu que ele inclui elementos
como a confiança das crianças (ou a falta dela) de que a figura de apego
esteja disponível ou seja confiável, a expectativa de rejeição ou afeição e
a convicção de que a figura de apego é realmente uma base segura para
exploração. O modelo interno começa a ser formado no final do primeiro
ano de vida e se torna cada vez mais elaborado e mais bem estabelecido
durante os primeiros 4 ou 5 anos.
que são favoráveis de acordo com suas concepções são recriadas. Como essas
ações e reações são subjetivas, o que para uma criança é significativo, para
outra é passível de rejeição. Para exemplificar esse conceito, Sroufe (1988, p.
23 apud BEE; BOYD, 2011, p. 309) esclarece:
regras estabelecidas por meio das mais variadas naturezas e na qual acordos
são realizados e auxiliam na mediação desse grupo. Assim, cotidianamente,
acontecimentos vão sendo administrados, promovendo mudanças, evoluções,
causando ora estabilidade, ora instabilidade. Dentro desses sistemas, encon-
tramos os chamados subsistemas, compostos pelos seguintes agrupamentos
que se intercomunicam entre si, segundo Wagner (2011).
Subsistemas Definições
Nesta Dica do Professor, você verá o estudo da psicoterapeuta Virgínia Satir sobre a família vista
como uma fábrica onde as pessoas são feitas.
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Exercícios
1) Existem estudos voltados para os complexos aspectos relacionados às relações entre pais e
filhos desde a formação do feto. Ainda que cada núcleo familiar possua singularidades,
existem variantes em comum, como, por exemplo, um duradouro elo, também conhecido
pela expressão:
A) Afeto.
B) Modelo.
C) Sistema.
D) Vínculo.
E) Apego.
B) O maior grau de apego de uma criança é por sua mãe pelo contato vivenciado durante a
gestação.
C) Quanto mais madura a criança fica, mais relações permeadas pelo apego ela desenvolve.
3) Segundo Bowlby , por meio de sua investigação, os bebês passam por, ao menos, três fases
em que apresentam formas de apego por seus pais. Quais são as características principais da
segunda fase (foco em uma ou mais figuras)?
A) A criança ainda tem preferência por se aproximar de algumas pessoas, mesmo que não tenha
encontrado uma base segura especificamente em nenhuma delas.
B) Nessa fase , há pouca evidência de que o bebê esteja apegado às suas figuras materna e
paterna.
C) As crianças, nessa fase, apresentam ansiedade especial ao serem distanciadas de seus pais e
são propícios a uma medomaior ao desconhecido.
D) Nesse momento a criança começa a perceber a expressão facial da mãe e do pai antes de
realizar algumas ações.
E) O bebê, nesse período, está construindo expectativas e esquemas sobre padrões de interação
com suas figuras materna e paterna.
4) A sociedade contemporânea sofreu importantes modificações tanto nos papéis que homens
e mulheres desempenham no campo profissional e familiar, quanto, por exemplo, no
conceito de família e no modo como estão compostos os núcleos familiares, ou seja,
suas/seus novas(os):
A) Estruturas.
B) Sistemas.
C) Vínculos.
D) Configurações.
E) Seus apegos.
C) À análise da influência dos novos meios de interação virtual que têm afetado os modelos de
família contemporâneos.
D) À pesquisa sobre funções, papéis e novas configurações de casais formados por união
homoafetivas na educação de filhos biológicos e/ou adotivos.
E) Às observações dos comportamentos entre pais e filhos relacionados à formação de vínculos
afetivos e a relações de apego.
Na prática
Agora, você verá algumas questões práticas que devem ser conhecidas e sobre as quais você deve
refletir, pois estão intimamente ligadas com a temática o desenvolvimento infantil e suas relações
com os pais.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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